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Contexto histórico
Com a decadência do Feudalismo, surgiu uma nova classe social, a burguesia, o que
contribuiu para o surgimento de cidades e, também, para a emigração do campo
para a cidade. Os burgueses, agora, competiam com a nobreza pelo poder
econômico e social.
A nova organização social trouxe consequências para o povo, que era acostumado à
servidão e, portanto, não tinha nem estudo nem qualificação profissional para
atender às exigências comerciais que se consolidavam. Com isso, esse foi um
período de muita fome e doenças. A epidemia da peste bubônica, conhecida
como Peste Negra, por exemplo, dizimou um terço da população da Europa.
Outro fator relevante dessa nova constituição social foi a mudança do poder
descentralizado, que era executado em cada feudo pelo seu nobre responsável, para
um poder centralizado nas mãos do rei, ou seja, momento político chamado
de Absolutismo.
Além disso, a hegemonia da Igreja foi quebrada, e sua influência sobre a sociedade, o
modo de pensar, de viver e a influência nas artes passou a ser criticada, inclusive,
pelos seus seguidores. Esse rompimento com a Igreja influenciou diretamenta o
modo de expressão da sociedade ascendente desse período, bem como sua relação
com a espiritualidade.
Outro aspecto importante foi o grande avanço científico que se realizou nessa época:
o início das grandes navegações como forma de expansão comercial e territorial, a
invenção da bússola, a teoria heliocêntrica provada por Galileu, o que deu ao
homem uma postura mais cientificista e racionalista.
Em Portugal, o Humanismo estendeu-se entre 1434 a 1527 e teve como marco inicial
a nomeação de Fernão Lopes como cronista-mor do Reino e, como marco de
transição para o Renascimento, a volta do poeta Sá de Miranda da Itália, que trazia
as novidades renascentistas.
Durante séculos, a Igreja exercia uma enorme influência sobre a sociedade e seu
modo de pensar. O pensamento religioso que, até então, possuía uma
visão teocêntrica (teos = Deus, no centro das preocupações humanas) deu lugar a
uma visão antropocêntrica (anthropos = homem, no centro das realizações do
universo humano). Por ser um movimento de transição, o Humanismo apresentava
tanto as características do modo medieval do pensamento quanto do novo modo de
pensar religioso, ou seja, havia uma tensão entre essas duas visões, porém existia
um predomínio da visão antropocêntrica.
- Racionalidade;
Produções Literárias
(Aires Teles)
O principal autor do teatro português foi Gil Vicente. Por causa de sua influência,
inclusive, esse tipo de produção literária ficou conhecida como “teatro vicentino”, e
suas principais características eram: retrato dos costumes e tipos da sociedade
portuguesa; crítica social; caráter universal; antropocentrismo ; retrato de
personagens caricaturadas e alegóricas; retrato psicológico das personagens;
presença de humor e comicidade; presença de alegorias e misticismo; caráter
moralizante e satírico; temas pastoris, cotidianos, profanos e religiosos.
Todo o mundo e Ninguém.
Principais autores
- Fernão Lopes;
- Garcia de Resende;
- Gil Vicente;
- Miguel de Cervantes;
- William Shakespeare;
- François Rabelais;
- Luís de Camões;
- Erasmo de Roterdã;
- Dante Alighieri;
- Francesco Petrarca;
- Giovanni Bocaccio.