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O RENASCIMENTO E

O HUMANISMO
Professor Adriano Moura
RENASCIMENTO E
ANTROPOCENTRISMO
O Renascimento foi movimento intelectual e filosófico que se
desenvolveu durante o período do Renascimento entre os séculos
XV e XVI.
O antropocentrismo, que significa literalmente “o homem no
centro do mundo”, foi o conceito pelo qual se apoiava este o
pensamento filosófico. Na verdade, o pensamento antropocêntrico
simboliza uma visão de mundo que busca uma explicação
científica para as coisas e, por isso se contrapõe ao pensamento
teocêntrico, que interpreta tudo como vontade divina.
Esta nova visão de mundo surge quando o sistema feudal começa
a entrar em declínio, logo, a terra passa a perder valor e o
comércio será a atividade mais lucrativa. Com o crescimento
comercial surge uma nova classe social, a burguesia e o
Renascimento reflete essas mudanças.
O Renascimento começou na Itália, no século XIV, e difundiu-se por
toda a Europa, durante os séculos XV e XVI. 
A REFORMA PROTESTANTE
 Martinho Lutero, Papa Leão X e Johann Tetzel
 Penitência e Indulgência
27. Pregam doutrina mundana os que dizem que, tão logo tilintar a
moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, pode aumentar o lucro e a
cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de
Deus.

OS CINCO SOLAS:
•Sola Scriptura = Somente a Escritura 
•Solus Christus = Somente Cristo
•Sola Gratia = Só a Graça
•Sola Fide = Só a Fé
•Soli Deo Gloria = Somente a Deus a Glória
CONTEXTO HISTÓRICO
 Conquistas marítimas.
 Desenvolvimento do comércio nas grandes
cidades a partir do contato com a Ásia.
 Diversificação dos produtos de consumo na
Europa a partir do século XV.
 Migração da população da zona rural para os
centros urbanos.
 Crescimento da burguesia.
 Essa nova classe social começa a investir em
conhecimento: estudos, ciência e cultura.
 Mecenato: Investimento na produção artística
de escultores, pintores, músicos, arquitetos,
O QUE É MECENATO?
Mecenato é um termo que
indica o incentivo e patrocínio
de artistas e literatos, e mais
amplamente, de atividades
artísticas e culturais. O termo
deriva do nome de Caio
Mecenas (68–8 a.C.), influente
conselheiro do Imperador Cosme de Médici,
banqueiro e político, um
romano Augusto, que formou dos mais importantes
um círculo de intelectuais e mecenas do Renascimento
italiano.
poetas, sustentando sua
produção artística.
RENASCIMENTO CIENTÍFICO
 Copérnico e a teoria heliocêntrica.

 Kepler e a rotação dos planetas.

 Galileu e a confirmação do movimento dos


corpos celestes.

 Vesalius e os estudos sobre a anatomia.

 Maquiavel e sua compreensão sobre o


funcionamento da política (O príncipe, escrito em
1513 e publicado em 1532).
CARCTERÍSTICAS DO
RENASCIMENTO
 As qualidades mais valorizadas no ser humano
passaram a ser a inteligência, o conhecimento
e o dom artístico;
 Valorização do pensamento antropocêntrico.
 A razão e a natureza passam a ser valorizadas
com grande intensidade.
 Cientificismo: O homem renascentista,
principalmente os cientistas, passam a utilizar
métodos experimentais e de observação da
natureza e universo.
HUMANISMO LITERÁRIO
Na literatura, o
humanismo representa
uma fase de transição
entre o trovadorismo e o
classicismo, ou ainda, a
segunda época medieval.
HUMANISMO PORTUGUÊS
As principais manifestações culturais e/ou
literárias do período do Humanismo em
Portugal são:
 Crônica Histórica de Fernão Lopes;
 Poesia Palaciana;
 Prosa Doutrinária
 Teatro Popular Vicentino (Gil Vicente).
CRÔNICA HISTÓRICA DE FERNÃO
LOPES
 Cronista de D. João I, guarda-mor das
escrituras da Torre do Tombo, é a figura mais
importante da produção historiográfica
portuguesa medieval.
 A sua importância reside no cuidado em
fundamentar a escrita historiográfica em
provas documentais, assim como no talento de
que dá provas como escritor, descrevendo com
minúcia e vivacidade as movimentações de
massas.
 Ele também teve importantíssimo papel no
resgate da literatura oral portuguesa.
POESIA PALACIANA
 A poesia palaciana, assim chamada porque surgiu
dentro dos palácios, era feita por nobres e para a
nobreza, retratando usos e costumes da corte.
 Desenvolvida nos anos de 1400, ficou também
conhecida como poesia quatrocentista. Ao
contrário da poesia trovadoresca que estava
associada à música e era cantada ou bailada, a
poesia palaciana era composta para ser lida ou
declamada nas cortes.
 A poesia palaciana caracterizava-se por ser mais
apurada e variada do que a trovadoresca, embora
com certa artificialidade e pobre em conteúdo.
PROSA DOUTRINÁRIA
 A prosa doutrinária servia fundamentalmente à educação da
fidalguia, com o sentido de orientá-la no convívio social e
no adestramento físico para a guerra, sendo escrita
sobretudo por monarcas.
 O culto do esporte, principalmente o da caça, ocupava o
primeiro lugar nessa pedagogia pragmática.
As virtudes morais também eram lembradas e enaltecidas,
sempre visando a alcançar o perfeito equilíbrio entre a
saúde do corpo e do espírito. Alguns exemplos desse gênero
são:
 Livro da Montaria, de D. João I;
 Leal Conselheiro e Livro da Ensinança de Bem Cavalgar
Toda Sela, de D. Duarte;
 Livro de Falcoaria, de Pêro Menino, em que se ensina a
tratar das doenças dos falcões.
TEATRO VICENTINO
 Gil Vicente é considerado o criador do teatro português
pela apresentação, em 1502 de seu Monólogo do
Vaqueiro (também conhecido como Auto da Visitação).
 Sobre a vida de Gil Vicente pouco se sabe. Supõe-se que
tenha nascido por vota de 1465 e morrido cerca de 1536.
 Podemos afirmar com certeza que viveu a vida palaciana
como funcionário da corte e que possuía bons
conhecimentos da língua portuguesa, bem como do
castelhano, do latim e de assuntos teológicos.
 O teatro vicentino é basicamente caracterizado pela
sátira, criticando o comportamento de todas as
camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo.
TEATRO VICENTINO
Também satiriza a baixa nobreza, o povo que abandona o campo em
direção à cidade ou mesmo aqueles que sempre viveram na cidade, mas
que, em ambos os casos, se deixam corromper pela perspectiva do lucro
fácil.

Riquíssima é a galeria de tipos humanos (estereótipos) que formam o


teatro vicentino:
 o velho apaixonado que se deixa roubar;
 a alcoviteira;
 a velha beata;
 o sapateiro que rouba o povo;
 o escudeiro fanfarrão;
 o médico incompetente;
 o judeu ganancioso;
 o fidalgo decadente;
 a mulher adúltera;
 o padre corrupto.
TEATRO VICENTINO
 Gil Vicente não tem a preocupação de fixar tipos
psicológicos, e sim a de fixar tipos sociais. Observe
que a maior parte dos personagens do teatro vicentino
não tem nome de batismo: os personagens são
normalmente designados pela profissão ou pelo tipo
humano que representam.
 Quanto à forma, a utilização de cenários e montagens,
o teatro de Gil Vicente é extremamente simples.
 Seu texto apresenta uma estrutura poética, com o
predomínio da redondilha maior (sete sílabas),
havendo mesmo várias cantigas no corpo de suas
peças.
OBRA DE GIL VICENTE
 A produção completa de Gil Vicente constitui-se de 44 peças, sendo
17 em português, 11 em castelhano e 16 bilíngues. Eis algumas
delas:
 Quem tem farelos? - História de um escudeiro pobretão que procura
namorar certa moça mas é enxotado pela mãe dela.
 Auto da Índia - História de uma mulher que engana o marido
enquanto ele está engajado em expedições.
 A Velha da Horta - Ridiculariza a paixão súbita de um velho por uma
jovem.
 O Auto da Alma - apresenta o drama da luta da alma na sua vida
terrena.
 Auto da Barca do Inferno, do Purgatório e da Glória - mostra as
almas dos mortos à espera das embarcações que as levarão ao
destino final. A acusação (diabo) e a defesa (anjo) das almas é o
ponto central da peça.
 Auto da feira – diabo e outras personagens discutem a alma humana
 Auto da Lusitânia (Todo mundo e ninguém) - ver próximo slide
AUTO DA LUSITÂNIA
 O Auto da Lusitânia classifica-se como uma fantasia
alegórica. A peça é dividida em duas partes distintas:
- na primeira parte, assiste-se às atribuições de uma
família judaica;
- na segunda parte, assiste-se ao casamento de
Portugal, cavaleiro grego, com a princesa Lusitânia.
Dois demônios, Belzebu e Dinato, que aparecem no
texto vêm presenciar o casamento e escutam o diálogo
entre Todo o Mundo e Ninguém.
 Vejamos trechos do AUTO DA LUSITÂNIA e do AUTO
DA BARCA DO INFERNO

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