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Na Idade Média era assim...

A vida em torno dos feudos deixou de ser a principal forma de


organização social.
Invenção da imprensa e desenvolvimento das grandes navegações.
Surgiu uma nova classe social, a burguesia: pessoas que enriqueciam
com a comercialização de produtos.

Visão antropocêntrica: o homem passou a ser o senhor de suas


próprias ações, adquirindo uma maior autonomia sobre elas.

Absolutismo: o poder, anteriormente descentralizado nas mãos dos


senhores feudais, passou para as mãos dos reis.
A formação da língua e da literatura
portuguesa

Latim vulgar

Romanço

Galego-português
Galego- • Séculos
português XII ao XIV

• A partir
Português do século
XV
Era
medieval

Era
Periodização
clássica da literatura
Era
Moderna

Contemporaneidade
Era medieval
Trovadorism Humanismo
o

Séculos 13 a 16
Era clássica
Arcadismo
Barroco
Classicismo

Séculos 16 a 18
Era moderna

Século 19 Romantismo

Realismo/
Naturalismo

Simbolismo
Modernismo
Contemporaneidade
Séculos 20 e 21
Era medieval: produção literária

• Poesia
Trovadorismo • Prosa
e Humanismo
• Teatro
Revendo o Trovadorismo
Primeiro
período literário
português, que
ocorreu nos fins
da Idade Média. A Igreja Católica
detinha o poder
da produção
intelectual e
literária.
Visão teocêntrica

Época de submissão
e servilidade
• Lírica
Poesia • Satírica

• Novelas de
cavalaria
Prosa • Hagiografias
• Cronicões
• Nobiliários
Amor
Líricas
Amigo
Cantigas
Escárnio
Satíricas
Maldizer
Trovador seguia a
mesura

Amor era uma espécie de


vassalagem amorosa.

Cantigas A mulher era chamada


de “senhor” e era
de amor superior.

Eu lírico masculino.
A posição típica do homem ajoelhado
jurando servidão à mulher amada
(tão ao gosto dos autores românticos
do século XIX) é herança do contrato
feudo-vassálico.
Trovador (homem) assume
um eu lírico feminino.

Mulher manifesta seus


desejos de saudade e amor
Cantigas pelo ‘amigo’ – homem
amado.
de
amigo São as mais populares.
Cantigas Eram praticadas
satíricas na Grécia antiga

Poeta escolhia algo ou


alguém e passava a
criticá-lo.
Escárnio Maldizer
Indireta Direta
Ambiguidad
Baixo calão
e
PROSA
Novelas de Temas guerreiros em
cavalaria versos.
Cronicões Documentos
historiográficos.

Hagiografias Biografia de santos.

Registros
Nobiliários
genealógicos.
Novelas de Mais
cavalaria importantes Oral

- Ciclo clássico: heróis gregos e romanos.

- Ciclo carolíngio ou francês: Carlos Magno e seus doze


pares na França.

- Ciclo arturiano ou bretão: e os célebres cavaleiros da


Távola Redonda.
Histórias do rei
Arthur são as mais
famosas!
Segundo
período literário
português.

Visão
antropocêntrica. O Humanismo foi um movimento de
glorificação do homem e da natureza humana,
que surgiu na Itália em meados do século XIV.
Teoc
e ntris
m o

Antr
o po
cent
mo ri s -
 Nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-
mor da Torre do Tombo, 1434.

Iní
cio
Tér
m ino  Retorno de Sá de
Miranda da Itália,
introduzindo em
Portugal a medida nova.
Torre do tombo – atualmente em Portugal
• ser humano como
centro de todas as coisas;

• denúncia de falhas
morais;

• reconhecimento dos
valores humanos;

• questionamento do
papel da Igreja.
Racionalismo
=>Busca separar totalmente a razão dos dogmas religiosos do
cristianismo. Como ser que compreende a realidade à sua volta, o
homem deveria encontrar o conhecimento através de uma
observação racional sobre o mundo.

Antropocentrismo
=>Havia a valorização da figura do ser humano e de todos os
assuntos que a ele remetem, como os sentimentos, a razão, o
conhecimento e a própria natureza.
Cientificismo
=>Tendência intelectual que preconiza a adoção do método
científico, tal como é aplicado às ciências naturais, em todas as
áreas do saber e da cultura (filosofia, ciências humanas, artes etc.).

Modelo clássico
=> Os humanistas eram os estudiosos da cultura antiga e se
dedicavam, sobretudo, aos estudos dos textos da antiguidade
clássica greco-romana, buscando a beleza e perfeição.
Naturalismo
=>É um conceito que valoriza a natureza e coloca o homem como
parte dela. Os fenômenos físicos, químicos e biológicos deveriam
ter uma explicação baseada na própria natureza, e não em
resoluções sobrenaturais.
Poesia
Produção literária palaciana

Prosa
historiográfica

Teatro
Poesia
palaciana Recitada

Temas variados.
Feita por nobres (poetas) nos palácios.
Linguagem mais rica e versos metrificados.
 Cancioneiro geral: poesias compiladas por Garcia de
Resende - se destacou com a sua Trovas à morte de Dona
Inês de Castro.
Alguns dos autores das composições do Cancioneiro Geral são:
1) Garcia de Resende.
2) Diogo Brandão.
3) Jorge D’Aguiar.
4) Bernardim Ribeiro.
5) Sá de Miranda.

Página de O cancioneiro geral


Cantiga sua partindo-se
Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tam tristes, tam saudosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.

Partem tam tristes os tristes,


tam fora d'esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém
Meu bem, sem vos ver,
   se vivo um dia,
   viver não queria.
   
Calando e sofrendo
   meu mal sem medida,
   mil mortes na vida
   sinto, não vos vendo.
   E pois que, vivendo,
   morro toda via,
   viver não queria.
        (João Ruiz de Castelo Branco)
Prosa Crônicas
historiográfica históricas

Fernão Lopes – principal cronista.


Visão conjunta da sociedade da
época.
Crônicas de Fernão Lopes
Façanha dos reis

Trabalhadores

Festas populares
Fernão Lopes registrou
em suas crônicas os
grandes feitos dos reis, as
festas populares, aspectos
sociais e econômicos do
povo.
Principais crônicas:
• Crônica de El-Rei D. Fernando.
• Crônica de E/-Rei D. João I.
• Crônica de El-Rei D. Pedro: focada no reinado de D. Pedro
I. O episódio mais conhecido dessa obra é a narrativa
sobre o assassinato de lnês de Castro, dama da corte e
amante do rei. O assassinato ocorreu a mando de D.
Afonso I, pai de D. Pedro.
“Jazia el-Rei em Lisboa uma noite na cama e não lhe vinha
sono para dormir. E fez levantar os moços, e quantos
dormiam no paço; e mandou chamar João Mateus e
Lourenço Palos, que trouxessem os trombas de prata. E fez
acender tochas, e meteu--se pela vila em dança com os
outros.
As gentes, que dormiam, saíam às janelas, a ver que festa
era aquela ou por que se fazia; e quando viram daquela
guisa el-Rei, tomaram prazer de o ver assim ledo. E andou
el-Rei assim gram parte da noite, e tornou-se ao paço em
dança, e pediu vinho e fruta e lançou-se a dormir...”
[...]
Moisés, Massaud. A literatura portuguesa através dos
textos. São Paulo: Cultrix, 1997.
Novelas de Tradição
cavalaria trovado-
resca

Eram histórias ficcionais, de aventuras, em que os personagens


demonstravam heroísmo, lealdade e religiosidade.
Teatro GIL
VICENTE
Gil Vicente
Primeiro dramaturgo.

Teatro de autoria.

Missão moralizante e
reformadora.
Ridendo castigat mores - Pelo riso,
corrige-se a moral.
Gil
Vicente
Medieval

Teatro religioso – moralista – catequista – místico – sagrado


Gil
Vicente
huma-
nista

Pagão – Crítico – Satírico – Cotidiano - Profano


• Retrato dos costumes e tipos da sociedade portuguesa;
• Crítica social;
• Caráter universal;
• Personagens caricaturadas e alegóricas;
• Presença de humor e comicidade;
• Presença de alegorias e misticismo;
• Caráter moralizante e satírico;
• Temas pastoris, cotidianos, profanos e religiosos.
GIL VICENTE quis demonstrar como o ser
humano – independentemente de classe
social, raça, sexo ou opção religiosa – é
egoísta, falso, mentiroso, orgulhoso e frágil
perante os apelos da carne e do dinheiro.
Atual: pois as mazelas que deformaram esse
passado estão ainda presentes nos nossos dias: a
ambição e o materialismo, o conflito de gerações, a
conquista de aparências, a mentira, a desonestidade, o
cinismo e a hipocrisia.
1502-1508 • Religiosas

• Sátira
1508-1516
social

• Crítica social,
1516-1536 atitudes
moralizantes.
Personagens de
Gil Vicente

• Típicos
• Alegóricos
• Personificação de virtudes e
Alegóricos defeitos humanos, seres e
entidades.

Santa Sé, Fama Portuguesa , Diabo, Anjo, Alma etc.


• São caricatos, criados a partir da
Típicos ou observação da sociedade e da
imitação de seus hábitos, ações,
tipos vestuário, postura etc.

Pastor, camponês, frade, velha alcoviteira, parvo, etc.


A linguagem utilizada por Gil Vicente busca ser fiel aos falantes de
cada origem, retratando assim os diferentes falares e as diferenças
sociais. Com isso, mistura o popular, o arcaico, o moderno e o
elitizado.
Diabo - De que morreste?
Joane - De quê?
Samicas de caganeira. talvez
Diabo - De quê?
Joane - De cagamerdeira,
má ravugem que te dê! sarna
Diano - Entra! Põe aqui o pé!
Joane - Houlá! Não tombe o zambuco! barco (termo depreciativo)
Dia. Entra, tolaço enuco, grande tolo eunuco (castrado)
que se nos vai a maré!
Autos
Farsas
AUTOS: representam o mundo metafísico, versam sobre
temas religiosos ou pastoris, intenção religiosa e
moralizante.
- Auto da barca do inferno (1517).
FARSAS: texto curto, representam o mundo físico, assuntos
do cotidiano, caracterizam a sociedade portuguesa
criticando-a e satirizando-a.
- O velho da horta (1512).
- Inês Pereira (1523).
Das obras mais importantes de Gil Vicente
temos a trilogia das barcas:
- Auto da Barca do Inferno (1517);
- Auto da Barca do Purgatório (1518);
- Auto da Barca da Glória (1519).
AUTO DA COMPADECIDA—Escrita por Ariano Suassuna em 1955
apresenta vários pontos em comum com os autos vicentinos.
O cenário é um porto
onde se encontram duas
barcas, uma leva ao
inferno e a outra ao
paraíso, uma guiada por
um diabo e a outra por
um anjo, e sendo da
decisão deles quem
entra ou não em suas
barcas.
ANJO – arrais, ou
DIABO E SEU COMPANHEIRO –
seja, navegante da
conduzem a barca infernal.
barca celeste.
⛵FIDALGO – representa todos os
nobres ociosos de Portugal.
⛵ ONZENEIRO – simboliza o pecado da
usura e a classe dos agiotas.
⛵ PARVO – representa o povo
português, rude e ignorante,
porém bom de coração e
temente a Deus.
⛵ SAPATEIRO – representa os maus
comerciantes que enganam seus
clientes.
⛵ BRÍSIDA VAZ – alcoviteira (cafetina),
simboliza a degradação moral e a feitiçaria
popular.
⛵ FRADE – representa os maus
sacerdotes.
⛵ CORREGEDOR E PROCURADOR –
encarnam a burocracia jurídica da
época.
⛵ JUDEU – representa os infiéis, que
são alheios à fé cristã.

⛵ ENFORCADO – é o símbolo da falta


de fé e da perdição.
⛵ QUATRO CAVALEIROS –
representam as cruzadas contra os
mouros e a força da fé católica.

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