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A Primeira Época Medieval é caracterizada pelo Trovadorismo.

A cultura
trovadoresca iniciou-se no período feudal, entre os séculos XII e XIII, quando
da consolidação de Portugal como um reino independente. Até esse
momento, os poemas e as narrativas eram transmitidos oralmente, ficando
gravados apenas na memória dos ouvintes.
A lírica trovadoresca, como também é chamado esse período literário,
terminou em 1418, quando Fernão Lopes foi nomeado guarda-mor da Torre
do Tombo, responsável pela conservação do arquivo do reino, dando início
ao Humanismo.

No início da era cristã, a literatura, principalmente a poesia, estava quase


que exclusivamente voltada para o culto religioso. para facilitar a
memorização de fórmulas dogmáticas e de preces, a poesia sacra introduziu
a versificação rimada no Ocidente. a lírica greco-romana não fazia uso de
rima, embora a figura retórica do homeoteleuton (mesma desinência), dela
se aproximasse.
Todos os textos poéticos dessa primeira época medieval eram, aliás,
acompanhados de música e de coro. O trovador (poeta) compunha a letra e a
música e, o jogral (menestrel), acompanhado de alaúde, flauta, harpa ou lira,
se encarregava de exibi-las. Geralmente, eram cantigas líricas, em que o
sentimento amoroso predominava.
O tema mais constante da poesia trovadoresca foi o amor impossível já que,
normalmente a dama ou era casada ou pertencia a uma classe superior à do
trovador. Como esse amor nunca se realizava, convertia-se em admiração,
em exaltação das virtudes da mulher desejada. Por ser um relacionamento
semelhante ao do senhor feudal com seus vassalos, esse amor impossível
ficou conhecido como vassalagem amorosa. Essas características justificam
a presença de um forte lirismo representado pela “coita d’amor” (coitado, em
galego-português, representava apaixonado, aflito, sofrido). Enquanto de um
lado a idealização da beleza física e espiritual da amada atraía quase que
irresistivelmente o poeta, do outro lado, a condição social muito mais
elevada do objeto de seus sonhos criava um abismo que impedia qualquer
possibilidade de aproximação.

Humanismo

Na Europa medieval, o poder e as riquezas estavam


concentrados nas mãos da nobreza feudal e do clero. A Igreja
surgia como proprietária dos textos escritos, que mantinha sob
vigilância nos mosteiros e bibliotecas. Limitava a circulação de
informações, impedindo a divulgação do saber.
O Humanismo caracterizou-se como um período de conflitos e
mudanças de valores. Aos poucos, o ser humano foi deixando de
lado a visão teocêntrica da existência humana, passando a
interferir mais objetivamente no mundo em que vivia. Começou a
valorizar sua própria capacidade intelectual e artística,
tornando-se autor de descobertas científicas e de obras de arte
admiráveis.
Essa época foi caracterizada, fundamentalmente, por um
processo da humanização da cultura, através da preocupação
com o homem individual e coletivo. a concepção teocêntrica de
vida continuava vigente, embora já começassem a despontar
atitudes contraditórias centradas diretamente no homem.

Características

_ valorização do ser humano


_ teocentrismo X antropocentrismo
_ valorização da cultura
_ uso de novas formas literárias
_ poesia palaciana
_ teatro popular

O Humanismo caracteriza-se por uma nova visão do homem em


relação a Deus e, em relação a si mesmo. Essa nova visão
decorre diante da nova realidade social e econômica vivida na
época.
A pirâmide social da era Medieval, já não existe mais ( essa
pirâmide era formada pelos Nobres / Clero / e Povo ), graças ao
surgimento de uma nova classe social: a Burguesia, cujo nome
se origina da palavra burgos que quer dizer cidade.
O surgimento das cidades deve-se ao incremento do comércio
que era a base de sustentação dessa nova classe social. As
cidades por sua vez, oferecem uma nova opção de vida para os
camponeses que abandonam o campo. Esse fato iniciou o
afrouxamento do regime feudal de servidão.
Nessa época também tem início as grandes navegações, que
levam as pessoas a valorizar crescentemente as conquista
humanas. Esses fatores combinados levam a um processo que
atinge seu ponto máximo no Renascimento.
Como conseqüência dessa nova realidade social, o Teocentrismo
pregado e defendido durante tantos anos pelas classes
anteriores, passa a dar lugar para o Antropocentrismo, nova
visão onde o homem se coloca como sendo o centro do Universo.
Na cultura, esse processo de mudanças também tem efeitos
culturais pois, o homem passa a se encarar como ser humano, e
não mais como a imagem de Deus.
Todas as Artes passam a expressar novas partículas que
apareceram com essa nova visão, as pinturas os poemas e as
músicas da época por exemplo, tornam-se mais humanas,
passam a retratar mais o ser humano em sua formação.
Essa nova concepção, não significa que a religião estava
acabando mas, apenas que agora os artistas passavam a embutir
em suas obras também o lado humano derivado desse novo
regime social.
As obras dessa época, vão refletir em sua formação esse
momento de transição de uma mentalidade para outra, ou seja, a
passagem de uma visão Teocêntrica para a visão antropocêntrica
do mundo.
Portanto o Humanismo é considerado como um período de
transição.
A prosa, a poesia e principalmente o teatro produzidos nesse
período refletem essa transição.

Classicismo

No período compreendido entre 1450 e 1600 surgiu na Europa,


principalmente na Itália, um movimento chamado Renascimento, que foi o
responsável por uma radical transformação do homem no que diz respeito à
religião, à filosofia, ao amor, à política, enfim, à maneira de encarar a vida.
Foi em Florença, terra natal de Dante e Giotto, que um grupo de artistas se
dispôs a criar uma nova arte e a romper com as idéias do passado. Florença
é considerada, portanto, o berço do Renascimento.
O Renascimento tem três significados que o definem: a antigüidade, a
humanidade e a universalidade.
A antigüidade redescobriu as obras literárias, históricas e filosóficas da
civilização greco-romana, tendo o Renascimento traduzido, restaurado e
explicado grande parte de obras literárias da Antigüidade Clássica.
Mas afinal, renascer o quê?
Renascer o modo de pensar, o modelo político, as formas estéticas, a
mitologia, a maneira de viver. Renasceram as normas ditadas por Aristóteles
e Horácio; imitou-se Virgílio. Buscou-se o belo na nobreza, que ditava o
conceito de beleza. Julgavam os renascentistas terem os gregos e romanos
atingido o auge da civilização – era importante restaurá-la.
A humanidade valorizou o homem, transformando-o em centro do universo.
A estátua de David, de Michelangelo, não seria possível na Idade Média –
gigantesco, musculoso e nu, retratando a grandeza do homem renascentista.
A universalidade incorporou o mar entre os elementos medievais, que só
conheciam a terra e o céu. O Renascimento descobriu o mar e lhe deu
primazia. O homem renascentista desbravou os oceanos, lutou com as
tempestades em alto-mar, conquistou “mares nunca dantes navegados” e
voltou ao ponto de partida.
O Classicismo foi, no plano literário, o retrato vivo da Renascença. Os
escritores clássicos do Renascimento seguiram de perto a literatura da
Antigüidade, cujos modelos foram imitados ou adaptados à realidade da
época. Como conseqüência, suas obras revelaram, na estrutura formal, a
rigidez das normas de composição de acordo com os padrões consagrados
pela tradição greco-latina.
Em seu conteúdo, mostravam o paganismo, o ideal platônico de amor e
outras marcas específicas da tradição antiga.
As notas medievais quinhentistas contêm um impulso que se tornou
presente, explicitamente ou não, ao longo de toda a literatura portuguesa,
cruzando os séculos. Seu lirismo tradicional, caracterizado por ser
antimetafísico, popular, sentimental e individualista, irá dialogar com as
novas modas e sobreviverá. A própria força da terra portuguesa, chamando
os escritores para o seu convívio, explica a permanência desse remoto
lirismo através dos séculos.
Contexto histórico

No início do século XIV, inúmeros fatores conjugados e articulados criaram


as condições para o início da nova arte. No plano econômico, o
renascimento comercial reativou o intercâmbio cultural entre o Ocidente e o
Oriente. No plano social, a urbanização gerou as condições de uma nova
cultura, sendo as cidades o pólo de irradiação do Renascimento. A ascensão
social e econômica da burguesia propiciou apoio e financiamento ao
desenvolvimento cultural.

Características

#_ busca do homem universal – passaram o mundo, o homem e a vida a


serem vistos sob o prisma da razão. O homem renascentista procurou
entender a harmonia do universo e suas noções de Beleza, Bem e Verdade,
sempre baseando seus conceitos no equilíbrio entre a razão e a emoção.
Estavam longe de aceitar a "arte pela arte", ao modo parnasiano do século
XIX, mas apresentavam um alto objetivo ético: o do aperfeiçoamento do
homem na contemplação das paixões humanas postas em arte - a catarse
grega.
#_ valores greco-latinos – os renascentistas adotaram a mitologia pagã,
própria dos antigos, recorrendo a entidades mitológicas para pedir
inspiração, simbolizar emoções e exemplificar comportamentos.
Consideravam que os antigos haviam atingido a perfeição formal, desejando
os artistas da Renascença reproduzi-la e perpetuá-la.
#_ busca do homem universal – passaram o mundo, o homem e a vida a
serem vistos sob o prisma da razão. O homem renascentista procurou
entender a harmonia do universo e suas noções de Beleza, Bem e Verdade,
sempre baseando seus conceitos no equilíbrio entre a razão e a emoção.
Estavam longe de aceitar a "arte pela arte", ao modo parnasiano do século
XIX, mas apresentavam um alto objetivo ético: o do aperfeiçoamento do
homem na contemplação das paixões humanas postas em arte - a catarse
grega.
#_ valores greco-latinos – os renascentistas adotaram a mitologia pagã,
própria dos antigos, recorrendo a entidades mitológicas para pedir
inspiração, simbolizar emoções e exemplificar comportamentos.
Consideravam que os antigos haviam atingido a perfeição formal, desejando
os artistas da Renascença reproduzi-la e perpetuá-la.
#_ novas medidas e formatos – surgiram novas formas de composição,
como o soneto, o verso decassílabo e a oitava rima, que foram introduzidas
em Portugal por Sá de Miranda.
#_ consciência da Nação – no Renascimento português, além da consciência
do homem como um ser universal, surgiu uma forte consciência de Nação,
devido às grandes navegações, que transformaram o povo em heróico.

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