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Trovadorismo, Humanismo e

Quinhentismo
Trabalho de Adaptação
Aluno: Ricardo Primo

Trovadorismo:
O Trovadorismo foi um movimento literário medieval que teve seu auge entre os
séculos XII e XIV na Europa e em Portugal. Caracterizava-se principalmente pela
produção de poemas líricos, os cantares de amor, muitas vezes compostos e
declamados por trovadores e jograis. Esses poemas abordavam temas como o amor
cortês, a idealização da mulher amada, o sofrimento do amor não correspondido e
eram escritos em formas fixas, como as cantigas de amor (voltadas ao amor entre
cavaleiros e damas) e as cantigas de amigo (expressando os sentimentos femininos).
Algumas das características do Trovadorismo incluem:
Cantigas de Amor: Esses poemas expressavam os sentimentos do trovador em relação
à sua amada, frequentemente uma dama inatingível, e valorizavam o amor cortês, que
se baseava na idealização e na reverência à mulher.
Cantigas de Amigo: Nesse tipo de cantiga, o poeta expressava os sentimentos
femininos, por vezes retratando a saudade, a solidão e a espera pelo amado que estava
distante.
As cantigas eram compostas em formas fixas, como o "villancico" ou o "martelo", com
estruturas métricas e rimas específicas, o que conferia um ritmo e uma musicalidade
particulares aos versos.
Além do amor cortês, os trovadores também abordavam temas ligados à natureza, à
religião e às festividades da época, adaptando-se aos contextos culturais e sociais do
período.
A maioria desses poemas era produzida para ser cantada, acompanhada de música
instrumental ou até mesmo por jograis, que levavam esses versos de um lugar a outro,
contribuindo para sua disseminação.
O Trovadorismo não apenas contribuiu para a evolução da literatura, mas também
ajudou a criar uma tradição poética que influenciou períodos posteriores. Suas
características líricas, a valorização do amor idealizado e a preocupação com a forma
poética marcaram um período significativo na história literária da Europa e,
especificamente, de Portugal.
Humanismo:
O Humanismo foi um movimento cultural e intelectual que se desenvolveu durante o
Renascimento, entre os séculos XIV e XVI na Europa, especialmente na Itália. Ele foi
marcado por uma valorização do ser humano, do conhecimento, da razão e da cultura
clássica greco-romana. Os humanistas buscavam resgatar os valores da Antiguidade
clássica, aprimorar as habilidades humanas, como a oratória e a retórica, e estimular a
educação para o desenvolvimento integral do indivíduo. Na literatura, o Humanismo
influenciou a produção de textos que valorizavam o homem, suas capacidades e
experiências, além de incentivar a escrita em vernáculo, ou seja, na língua falada pelo
povo. Esse movimento teve como principal propósito resgatar e revalorizar os valores
da Antiguidade Clássica, especialmente os valores greco-romanos.
O Humanismo priorizava o indivíduo e suas capacidades intelectuais, buscando
valorizar a racionalidade, a educação e a excelência humana. Defendia a crença no
potencial humano para o progresso e o desenvolvimento das artes, ciências e
humanidades.
Os humanistas redescobriram, traduziram e difundiram obras dos grandes pensadores
da Antiguidade, como Aristóteles, Platão, Cícero e Sêneca. Isso levou a um interesse
renovado pelas artes, filosofia, literatura e ciências clássicas, influenciando
profundamente a produção intelectual da época.
O Humanismo promoveu a educação para todas as pessoas, não apenas para a elite.
Buscava-se uma formação integral do indivíduo, enfatizando a importância do
conhecimento amplo, da retórica, da eloquência e do domínio de várias disciplinas
para um cidadão bem formado.
Antes do Humanismo, a maioria das obras literárias era escrita em latim, a língua da
erudição. Os humanistas começaram a valorizar e produzir obras em línguas vernáculas
(como italiano, francês, espanhol e inglês), visando alcançar um público mais amplo.

Quinhentismo:
O Quinhentismo refere-se ao período literário que ocorreu no Brasil durante o século
XVI, marcado pela chegada dos colonizadores portugueses. Não houve uma produção
literária muito expressiva nesse período, mas foram escritos documentos como cartas,
crônicas, relatos de viagens e obras catequéticas, principalmente por jesuítas,
explorando temas ligados à catequese, à descrição da terra e dos costumes dos povos
nativos, além de relatar os feitos dos colonizadores. Dentre as principais obras,
destacam-se os textos de Pero Vaz de Caminha, como a "Carta a El-Rei Dom Manuel",
que descreve a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500.
Cartas: Destacam-se os relatos, como a famosa "Carta de Pero Vaz de Caminha",
enviada ao rei de Portugal, descrevendo as primeiras impressões sobre o Brasil, sua
natureza, povos e possibilidades de exploração.
Crônicas e relatos de viagem: Outros exploradores e viajantes também escreveram
sobre suas experiências, descrevendo a fauna, flora, povos nativos e aspectos
geográficos da nova terra.
Documentos catequéticos: Além disso, os jesuítas produziram textos com enfoque
catequético, buscando converter os nativos ao cristianismo e relatando suas
experiências missionárias.
Os escritos desse período frequentemente exploram a exotização da natureza tropical,
a estranheza dos costumes dos povos indígenas aos olhos europeus, a tentativa de
compreender e descrever essa nova realidade e o potencial de exploração econômica
do território.
A linguagem utilizada era predominantemente descritiva, com um tom muitas vezes
exaltado em relação às possibilidades econômicas e à exuberância natural da terra, ao
mesmo tempo que relatava estranhamentos culturais.

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