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Roteiro

O casamento
Narrador: Nessa história de um amor desde a infância, finalmente havia
chegado, o dia de seu casamento, Bentinho e Capitu iriam realizar seu tão
aguardado sonho.

Narrador: Foi em uma tarde de março de 1865, durante uma chuva, que o
encheu com o mais pleno sentimento de felicidade, assim como todos o haviam
dito, “Tu serás feliz, Bentinho!”.

Filho

Narrador: Mesmo agora casados, ainda faltava um sonho, o de ter seu filho,
olhavam para a filha de Escobar e Sancha, e não podiam evitar de sentir
inveja...

Narrador: Mas enfim, tudo teve seu tempo, havia nascido Ezequiel, o filho que
tanto esperavam, “Não era escasso nem feio, como eu já pedia, mas um
rapagão robusto e lindo”.

Narrador: Acompanhar seu crescimento foi uma de suas melhores


experiências, Ezequiel era uma criança curiosa, e adorava imitações, mas em
suma, era amável como tanto desejava.

Suspeitas

Narrador: Mesmo agora, com a vida parecendo mais plena doque nunca,
Bentinho ainda sentia algo, Capitu se distanciava, seus olhos de ressaca cada
vez mais distantes, suas falas consigo mais breves, sua atitude mais leviana, e
ao mesmo tempo, aproximava-se de Escobar, conversavam como nunca,
parecendo melhores amigos ao olhar.

Narrador: Bentinho suspeitava, de que sua amada não fosse fiel, esse
pensamento o quebrava a cabeça, nem o deixando dormir à noite.

Bentinho: "Escobar, não sei como começar... Tenho estado assombrado por
pensamentos inquietantes sobre Capitu e você."
Escobar: "O que está te perturbando, Bentinho? Você parece agitado."

Bentinho: "É sobre a nossa amizade... e sobre a relação entre você e Capitu.
Tenho visto vocês conversando e se aproximando mais do que o comum... e
isso me preocupa."

Escobar: "Bentinho, entendo suas preocupações, mas posso garantir-lhe que


não há nada de impróprio entre mim e Capitu. Ela é sua esposa, e eu jamais
faria algo para prejudicar sua confiança em mim."

Bentinho: "Eu sei... é só que esses pensamentos não me deixam em paz.


Talvez eu esteja sendo tolo."

Escobar: "Você está deixando sua mente ser dominada pela paranoia,
Bentinho. Capitu é fiel a você, e eu sou seu amigo leal. Não há motivos para
suspeitas infundadas."

Bentinho: "Espero que você esteja certo, Escobar. Eu confio em você. Mas
essas dúvidas ainda persistem..."

Morte

Narrador: Algum tempo se passou, mas sua menta ainda persiste perturbada,
e para ajudar, uma notícia trágica ainda veio a lhe acompanhar...

Narrador: Um dia, subitamente, Bentinho ouviu vindo de abaixo as escadas,


um escândalo, ao descer, presencia um homem humilde, cansado e
preocupado.

Narrador: O homem rapidamente o avisa, em suspiros de tensão, mal


conseguindo juntar as palavras corretamente, que “Homem nadar, praia
homem morrer”

Narrador: Ao se dirigir à praia, Bentinho viu nada mais, que o corpo de seu
amigo, Escobar havia morrido. Nadando no mar como usual em sua rotina,
arriscou ir um pouco mais longe e morreu.
Aumento nas tensões

Narrador: Mesmo agora, Bentinho notava uma coisa, no enterro de Escobar,


todos choravam, mas Capitu, que confortava pobre Sancha, encarava o corpo
tão apaixonadamente, como se guardasse lágrimas de mágoa, mas como se
não pudesse se dar ao luxo de solta-las, o que mais uma vez, o aborreceu.

Narrador: Agora com Ezequiel crescendo cada vez mais, Bentinho percebeu
algo, Ezequiel se assemelhava cada dia mais, com seu amigo, Escobar, não
apenas seus olhos, mas suas feições, traços e até hábitos, isso o perturbava,
mais uma vez.

Narrador: Em torno de tantas perturbações, a mente de Bentinho não estava


mais tão estável, não suportava a ideia, de que seu filho não fosse seu, de que
fora a ser traído por aqueles que mais amou em toda sua vida, logo, decidiu
acabar com isso...

A ideia

Narrador: Bentinho tentou se envenenar, drogando seu próprio café, suas


mãos tão trêmulas quanto um galho velho, mas quando estava prestes a fazê-
lo, escuta algo, “Papai! Papai!”.

Narrador: Não tinha mais ideia doque fazer, mas olhar para a foto de Escobar
o ajudou, mudou sua ideia, dessa vez, para uma criminosa...

Bentinho: Já bebeu café hoje meu filho?

Ezequiel: Já papai, mas agora tenho que ir a missa com a mamãe!

Bentinho: Pois então tome apenas mais meia xícara.

Ezequiel: Mas papai...

Bentinho: Eu o mando depois, anda! Beba!

Narrador: Mas não o conseguiu fazer, em um último instante, Bentinho tirou a


xícara de perto de Ezequiel e a pôs sobre a mesa, seus olhos frágeis como
nunca.
Ezequiel: Papai? O que foi?

Bentinho: Não não, eu não sou teu pai.

Narrador: Mas ao se virar, ali estava, a sua frente, Capitu, que o ouviu com
olhos arregalados.

Capitu: O que disse?

Bentinho: Que não é meu filho.

Narrador: Discutiram, logo, mas de nada importava, a partir dali a interação


deles se tornou completamente seca, entre viagens e cartas, mas ainda assim,
Bentinho nunca teve sua certeza sobre a traição.

Narrador: A partir dali nada o fazia esquecer de sua primeira amada, pois
nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada,
mas sua pessoa se muda completamente, em um homem excêntrico, que em
sua comunidade ficou conhecido por seu apelido, vindo de calado, rabugento,
fechado, ali surgiu, Dom Casmurro.

Cena foda

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