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ARGUMENTOS

● Quando Capitu não foi ao teatro com Bentinho alegando estar mal e na volta
ele encontra Escobar de saída e Capitu bem melhor.

● D. Glória com o passar do tempo passa a não querer ver mais o neto, talvez
por também desconfiar da traição mostrando que não era invenção da
cabeça de Bentinho.

● Bentinho e Capitu passam muito tempo tentando ter filhos sem sucesso(o
que sugere infertilidade de Bentinho) e Escobar foi duas vezes à casa deles
sem a presença de Bentinho.

● Em toda narrativa observa-se que, Capitu sempre fora uma moça


manipuladora, desde a sua juventude, todos que a conhecem, notam sua
dissimulação, dotada de um enorme poder de persuadir.
● Em diversos Capítulos, podemos verificar que Capitu era bem articulada,
astuta, inteligente e estrategista. Enquanto seu esposo Bentinho,filho
exemplar, de família tradicional, ponderado, homem de conduta ilibada e
completamente enamorado de sua esposa Capitu , mulher esta que fez o
sentido da vida de Bentinho se desfazer, fazendo-o de pacóvio perante a
sociedade.

● temos vários pontos em seu relacionamento com Escobar, que nitidamente


vemos passar dos parâmetros da normalidade, principalmente se
analisarmos a época vivenciada (século XIX), o fato dela ser uma senhora
casada e ficar abalada tanto quanto a própria viúva de Escobar a Senhora
Sacha,é um indício de que esta amizade com o melhor amigo de seu esposo
era totalmente incomum;

● A troca de os olhares de Capitu e Escobar, que levantou a desconfiança de


várias pessoas causando constrangimento a Bentinho.

● O fato de Capitu se encontrar às escondidas, no próprio lar, com o amigo de


seu esposo (Escobar) sem que Bentinho tomasse tal conhecimento (ocorre
no Capítulo CVI) . Estranhamente, após esse fatídico encontro, Capitu, que
até então não conseguira engravidar, ficou grávida e quando o menino
cresce, Bentinho repara que seu filho tem as mesmas características de
Escobar (Capítulo CXXXII). podemos analisar isso no trecho :
“Nem só os olhos, mas as restantes feições, a cara, o corpo, a pessoa
inteira...”
● Ele cita sua sagacidade em réplica e dissimulação. Sem contar que ele
menciona, "que tentaram um segundo filho mas não tiveram sucesso." Ou
seja, deixa em análise para o leitor que Bentinho era estéreo. A parte que cita
semelhanças inexplicáveis entre as pessoas, na minha opinião é para apenas
burlar o leitor, para que este, nunca de fato tenha certeza da fidelidade de
Capitu.

● O amigo já tinha ido em sua casa duas vezes em sua ausência e ele nem
sequer reclamou (coisa rara na época em questão, o que demonstrava 0
maldade da parte de Bentinho).
● O problema no enterro não foi o fato de Capitu ter chorado, pelo contrário, foi
a forma na qual ela olhou para o cadáver de Escobar. Embora depois disso
ele ainda tenha tentado justificar o que percebeu, buscando desculpas ou
explicações para o acontecido, analisando a própria Sansha e comparando-a
com Capitu, e por fim decidindo deixar pra lá, a semelhança física que
Ezequiel tinha com Escobar, a qual crescia e aflorava com o tempo, tornou a
traição para ele uma certeza.

● Apesar de só ter o ponto de vista do Bentinho, os outros personagens aos


poucos foram dando indícios que sabiam da traição.
“Certa noite, Bentinho, ele próprio um advogado, vai ao teatro sem Capitu e, ao
voltar antes do fim do primeiro ato, encontra Escobar à porta do corredor de sua
casa. É uma situação quase flagrante, que só piora o álibi: o amigo diz que passara
por lá para tratar de uma ‘questão de embargos’.

Os trechos abaixo demonstram a inquietude de Dom Casmurro sobre a relação


entre Capitu e Escobar, além das similaridades entre seu melhor amigo e seu filho.

● "Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente
fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas..."
● "Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da
viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a
vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã."
● "Aproximei-me de Ezequiel, achei que Capitu tinha razão; eram os olhos de
Escobar, mas não me pareceram esquisitos por isso. Afinal não haveria mais
que meia dúzia de expressões no mundo, e muitas semelhanças se dariam
naturalmente."
● "Capitu e eu, involuntariamente, olhamos para a fotografia de Escobar, e
depois um para o outro. Desta vez a confusão dela fez-se confissão pura.
Este era aquele; havia por força alguma fotografia de Escobar pequeno que
seria o nosso pequeno Ezequiel. De boca, porém, não confessou nada;
repetiu as últimas palavras, puxou do filho e saíram para a missa."
● "Era o próprio, o exato, o verdadeiro Escobar. Era o meu comborço; era o
filho de seu pai. Vestia de luto pela mãe; eu também estava de preto.
Sentamo-nos."
● "A voz era a mesma de Escobar, o sotaque era afrancesado. Expliquei-lhe
que realmente pouco diferia do que era, e comecei um interrogatório para ter
menos que falar e dominar assim a minha emoção. Mas isto mesmo dava
animação à cara dele, e o meu colega do seminário ia ressurgindo cada vez
mais do cemitério. Ei-lo aqui, diante de mim, com igual riso e maior respeito;
total, o mesmo obséquio e a mesma graça."
● "Eu, posto que a idéia da paternidade do outro me estivesse já familiar, não
gostava da ressurreição. Às vezes, fechava os olhos para não ver gestos
nem nada, mas o diabrete falava e ria, e o defunto falava e ria por ele."
● "Como quisesse verificar o texto, consultei a minha Vulgata, e achei que era
exato, mas tinha ainda um complemento: "Tu eras perfeito nos teus
caminhos, desde o dia da tua criação”. Parei e perguntei calado: "Quando
seria o dia da criação de Ezequiel?" Ninguém me respondeu. Eis aí mais um
mistério para ajuntar aos tantos deste mundo."
● "E bem, qualquer que seja a solução, uma coisa fica, e é a suma das sumas,
ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior
amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que
acabassem juntando-se e enganando-me... A terra lhes seja leve!"
Porém, o mais importante aparece logo no título deste mesmo capítulo. Machado o
nomeou ‘Embargos de terceiro’ — uma terminologia jurídica que o autor já havia
utilizado no romance ‘A Mão e a Luva’. ‘Machado usa muitas metáforas jurídicas em
sua obra’, diz Matos. Em ‘Dom Casmurro’, o termo ‘embargos de terceiro’ é uma
metáfora para disputa pela posse. No caso, a ‘posse’ de Capitu. O mesmo aparece
em ‘A Mão e Luva’ para falar sobre uma pessoa que quer conquistar a outra.
Machado não iria fazer essa associação à toa”.

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