Você está na página 1de 24

UNIOESTE – UNIVERSIDADE

ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ


CCHEL – CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS EDUCAÇÃO E LETRAS

LITERATURA BRASILEIRA I
PROFESSOR PAULO KONZEN

ANA CLAUDIA RIBEIRO


EDUARDA MULLER
LARISSA MASCARELLO
MARA LUTZ
Dom
Machado de Assis
Casmurro
BIOGRAFIA
Joaquim Maria Machado
de Assis, foi cronista, contista,
dramaturgo, jornalista, poeta,
novelista, romancista, crítico e
ensaísta, nasceu na cidade do
Rio de Janeiro em 21 de junho
de 1839.
Em sua fase Realista, Machado abriu
espaços para as questões psicológicas
dos personagens.
Ele fez uma análise profunda e
realista do ser humano, destacando
suas vontades, necessidades, defeitos
e qualidades.
Machado morreu de câncer, em sua
cidade natal, no ano de 1908.
A OBRA
• Capítulos curtos;
• Ironia;
• Pessimismo;

• Uso de técnicas narrativas renovadoras:


- digressões
- metalinguagem
- intertextualidade

• O narrador afirma que foi traído, mas o leitor não consegue


decidir-se se ele está mentindo ou não.
Dom Casmurro é um dos maiores
clássicos da literatura brasileira. Sua
capacidade de confundir e de nos fazer
pensar faz com que o romance seja
reconhecido internacionalmente e
Machado seja considerado pelos
críticos literários um grande gênio.
A HISTÓRIA
Bentinho e Capitu são criados juntos e se
apaixonam na adolescência. Mas a mãe dele, por
força de uma promessa, decide enviá-lo ao
seminário para que se torne padre. Lá o garoto
conhece Escobar, de quem fica amigo íntimo.
Algum tempo depois, tanto um como outro deixam
a vida eclesiástica e se casam. Escobar com Sancha,
e Bentinho com Capitu. Os dois casais vivem
tranquilamente até a morte de Escobar, quando
Bentinho começa a desconfiar da fidelidade de sua
esposa e percebe a assombrosa semelhança do filho
Ezequiel com o ex-companheiro de seminário.
O romance é narrado em primeira pessoa por
Bento Santiago, que escreve a história de sua
vida. Dessa forma o romance funciona como
uma autobiografia, todo texto narrado em
primeira pessoa sofre a influência
do narrador, que conta os fato de
acordo com o seu ponto de vista.
OS PERSONAGENS

BENTINHO: Um anti-herói. É o narrador e


pseudo-autor da obra. Na velhice, momento da
narração, era um homem fechado, solitário e triste.
As lembranças de um passado triste e doloroso,
tornaram-no um indivíduo de poucos amigos. Desde
menino, foi sempre mimado pela mãe, pelo tio
Cosme, por prima Justina e pelo agregado José
Dias. Essa superproteção tornou-o um indivíduo
inseguro e dependente, incapaz de tomar decisões
por conta própria e resolver seus próprios
problemas.
OS PERSONAGENS

CAPITU: Personagem que tem o poder de


surpreender, tinha um olhar de cigana obliqua e
dissimulada, era fingida, traquina, misteriosa e
energética. A personagem nos é pintada leviana,
fútil, a que desde pequena só pensa em vestidos e
penteados, a que tinha ambições de grandeza e
luxo. É acusada por Bento de traição.
OS PERSONAGENS
EZEQUIEL ESCOBAR: Amigo de Bentinho.
Esbelto, de olhos claros um pouco fugitivos assim
como as mãos. Melhor amigo de Bentinho.
Gostava de matemática e do comércio. Casou-se
com Sancha, melhor amiga de Capitu.

EZEQUIEL: filho de Capitu e Bentinho. Tem o


primeiro nome de Escobar e é muito parecido com
ele. Quando pequeno, imitava as pessoas. Bento o
aponta como filho da relação entre Capitu e
Escobar.
DOM CASMURRO:
UM ENIGMA A SER
DECIFRADO
O narrador tanto fornece indícios da
existência do adultério quanto da pureza do
comportamento da esposa. Entretanto, ele
procura de todo modo, através de sua
narrativa, convencer-nos da culpa de
Capitu. O próprio narrador é o protagonista,
sendo assim não devemos confiar nele de
forma absoluta.
CAPÍTULO XXXII / OLHOS
DE RESSACA
“Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera
deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o
que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam
chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me
perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei
extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A
demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu
intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de
perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e
a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e
sombrios, com tal expressão que..”
CAPÍTULO LIX / CONVIVAS DE
BOA MEMÓRIA
“Não, não, a minha memória não é boa. Ao contrário, é
comparável a alguém que tivesse vivido por hospedarias, sem
guardar delas nem caras nem nomes, e somente raras
circunstancias. (...) Nada se emenda bem nos livros confusos,
mas tudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quando leio
algum desta outra casta, não me aflijo nunca. O que faço, em
chegando ao fim, é cerrar os olhos e evocar todas as cousas que
não achei nele. (...) Assim preencho as lacunas alheias; assim
podes também preencher as minhas.”
CAPÍTULO XCVIII / CINCO
ANOS
“A separação não nos esfriou. Ele [Escobar] foi o
terceiro na troca das cartas entre mim e Capitu. Desde que a
viu animou-me muito no nosso amor. As relações que travou
com o pai de Sancha estreitaram as que já trazia com Capitu, e
fê-lo servir a ambos nós, como amigo. A princípio, custou-lhe
a ela aceitá-lo, preferia José Dias, mas José Dias repugnava-
me por um resto de respeito de criança. Venceu Escobar posto
que vexada, Capitu entregou-lhe a primeira carta, que foi mãe
e avó das outras. Nem depois de casado suspendeu ele o
obséquio... Que ele casou,—adivinha com quem,—casou com
a boa Sancha a amiga de Capitu, quase irmã dela, tanto que
alguma vez, escrevendo-me, chamava a esta a "sua
cunhadinha." Assim se formam as afeições e os parentescos, as
aventuras e os livros.”
CAPÍTULO CXXIII / OLHOS
DE RESSACA
“As minhas [lágrimas] cessaram logo. Fiquei a ver
as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a
furto para a gente que estava na sala. Redobrou de
carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver
parece que a retinha também.
Momento houve em que os olhos de
Capitu fitaram o defunto, quais os da
viúva, sem o pranto nem palavras
desta, mas grandes e abertos, como a
vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar
também o nadador da manhã.”
CAPITU TRAIU OU NÃO
TRAIU?
O enigma sobre a possível traição de Capitu
nunca será resolvido. Ao escrever o romance, o
protagonista se mostra um homem ciumento e
teimoso que possivelmente tira conclusões
precipitadas. Ele acusa Capitu de ser fingida e
dissimulada, porém não se sabe se todos os
indícios que levaram-no a tirar essas conclusões
são reais ou não.
CAPITU AOS OLHOS DOS
LEITORES:
TRAIU OU NÃO TRAIU?
“Como tanta gente pôde ler esse livro tão
errado tanto tempo? É óbvio que o livro é sobre
o ciúme louco e obsessivo de Bentinho, não
sobre uma traição (que nunca existiu) da pobre
Capitu! É tão óbvia a reticência do autor quanto
à traição de Capitu que é simplesmente
impossível ler o romance como um simples livro
sobre adultério!”
Alex Castro
CAPITU AOS OLHOS DOS
LEITORES:
TRAIU OU NÃO TRAIU?
“Começa que enigma não há: o livro,
de 1900, foi publicado em vida do autor e
até sua morte, oito anos depois, um único
leitor ou critico negou o adultério?”

Dalton Trevisan
CAPITU AOS OLHOS DOS
LEITORES:
TRAIU
“Dom OUé NÃO
Casmurro exemploTRAIU?
desta sua superior
faculdade de romancista, comprovada aliás em toda a sua
obra. É o caso de um homem inteligente, sem dúvida, mas
simples, que desde rapazinho se deixa iludir pela moça
que ainda menina amara, que o enfeitiçara com a sua
faceirice calculada, com a sua profunda ciência congênita
de dissimulação, a quem ele se dera com todo ardor
compatível com o seu temperamento pacato. Ela o
enganara com o seu melhor amigo, também um velho
amigo de infância, também um dissimulado, sem que ele
jamais o percebesse ou desconfiasse.”
José Veríssimo
CAPITU AOS OLHOS DOS
LEITORES:
TRAIU OU NÃO TRAIU?
“Capitu mente como transpira, por
necessidade orgânica. (...) fêmea feita de
desejo e de volúpia, de energia livre, sem
desfalecimentos morais (que) não sabe o
que seja o senso de culpa e do pecado.”

Augusto Meyer
CAPITU AOS OLHOS DOS
LEITORES:
TRAIU OU NÃO TRAIU?
“Essa infidelidade (de Capitu) excede o conflito
moral que os romances exploram no adultério. O
livro não tem semelhante vulgaridade. É uma
falha mais radical, uma traição à infância, uma
negação da poesia da vida, tanto mais dura,
quanto se tem a impressão de que tinha de ser
assim. Infiel é a vida. Capitu é a imagem da
vida.”
Barreto Filho
CAPITU AOS OLHOS DOS
LEITORES:
TRAIU OU NÃO TRAIU?
“Eu, porém, ao contrário dos eruditos, não tenho
hipótese. Capitu deu pra Escobar. O narrador da
história, Bentinho/Machado, só não coloca até o
DNA de seu (do Escobar, claro) filho porque
ainda não havia DNA, que atualmente está
acabando com o romance “policial” e a novela
passional.”
Millôr Fernandes
BIBLIOGRAFIA
http://www.papodehomem.com.br/dom-casmurro/ acessado em
10.10.2015

http://www.passeiweb.com/estudos/livros/dom_casmurro
acessado em 15.10.2015

http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/dom-
casmurro-analise-obra-machado-assis-698986.shtml acessado em
15.10.2015

http://literatura2pontos.blogspot.com.br/2006/12/trechos-
selecionados-de-dom-casmurro.html acessado em 10.10.2015

Você também pode gostar