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Colégio Estadual Carolina Maria de Jesus

Português

Trovadorismo

Jonathas dos Santos Damasceno


Flavia de Jesus Rocha
3°B
Trovadorismo

Trovadorismo é um estilo de época surgido na Idade Média. Nesse período


histórico, predominava o teocentrismo (a ideia de que Deus é o centro de
tudo), pois a Igreja Católica, com poderio econômico e político, exercia total
domínio no Ocidente. Nesse contexto, surgiram as cantigas trovadorescas ou
provençais. São elas: cantigas de amor, de amigo, de escárnio e de maldizer.
As cantigas de amor tinham como tema o sofrimento amoroso. As
de amizade cantavam a saudade do ser amado. Já as cantigas
satíricas demonstravam a ousadia do trovador ao criticar a sociedade da
época, em que o livre pensamento era combatido pela Igreja. Assim, na
Europa, houve muitos trovadores cujas obras chegaram até nós, como as
cantigas dos trovadores portugueses Dom Dinis e João Garcia de Guilhade,
entre outros.

Contexto Histórico
A Idade Média foi um período histórico que durou de 476 a 1453. A sociedade
medieval estava dividida entre clero, nobreza e povo. No entanto, a Igreja
Católica era detentora de poder político e econômico no Ocidente. Nessa
época, portanto, predominou o teocentrismo a ideia de que Deus é o centro de
tudo.
No período medieval, a maioria da população era analfabeta, a escrita e a
leitura estavam restritas ao clero e a alguns nobres. Os livros eram muito caros,
pois a reprodução das obras era feita por copistas, elas eram manuscritas.
Além disso, devido à influência católica, a maior parte da arte produzida nesse
período era de cunho religioso.
A Europa estava imersa em uma guerra santa entre cristãos e muçulmanos
(mouros) as Cruzadas. Além disso, o Tribunal do Santo Ofício torturava e
condenava à fogueira aqueles que se opunham ao que era imposto pela Igreja.

Principais autores e obras

São inúmeros os autores do Trovadorismo cujas obras foram resgatadas por


pesquisadores em todo o mundo. Portanto, vamos citar apenas alguns
nomes mais conhecidos:

 Arnaut Daniel, francês, século XI;


 Bernart de Ventadorn, francês, 1130-1200;
 Dom Afonso X, espanhol, 1221-1284;
 Dom Dinis, português, 1261-1325;
 Fernão Rodrigues de Calheiros, português, século XIII;
 Guilhem de Peitieu, francês, 1071-1126;
 João Garcia de Guilhade, português, século XIII;
 Martim Codax, galego, século XIII;
 Nuno Fernandes Torneol, galego, século XIII;
 Paio Gomes Charinho, galego, século XIII;
 Paio Soares de Taveirós, galego, século XIII;
 Pero Gonçalves Portocarreiro, português, século XIII;
 Raimbaut d’Aurenga, francês, 1147-1173.

Características

Nesse contexto, em que a liberdade artística e de pensamento eram


restringidas pelo clero, surgiu o Trovadorismo, movimento literário medieval
caracterizado por uma “poesia cantada”, as chamadas cantigas
trovadorescas. Elas são assim classificadas: de amor, de amigo,
de escárnio e de maldizer.

Tais composições eram cantadas pelo trovador (troubadour, como era


chamado o poeta provençal), daí o termo “trovadoresco”. Assim, as cantigas
trovadorescas podem ser chamadas também de cantigas provençais. Isso
porque foi na Provença, no Sul da França, que esse tipo de arte surgiu, no
século XI, devido a um clima de maior independência em relação à Igreja,
como afirmam Audemaro Taranto Goulart e Oscar Vieira da Silva.

“A requintada população da Provença caracterizava-se pelos ideais de vida


burguesa, procurando viver de modo mais ameno possível, sem mesmo se
notar uma diferença marcante entre o fidalgo e o burguês. Para tanto,
contribuíam a divisão racional da propriedade e o afrouxamento dos laços de
dependência feudal, o que propiciava o aparecimento de forte individualismo,
significando isso, na Idade Média, um choque com os princípios da Igreja,
pois representava uma concepção de vida oposta às doutrinas ortodoxas.
Ademais, vale ajuntar que o clero, no Sul, não possuía a mesma força dos
religiosos do Norte, pois estava submetido aos senhores feudais.”

A poesia trovadoresca, portanto, possui uma vertente lírico-amorosa (as


cantigas de amor e de amigo) e outra satírica (as cantigas de escárnio e de
maldizer). Na primeira, predominam os temas do sofrimento amoroso e da
saudade. Na segunda, são feitas críticas a pessoas ou costumes, algo
bastante ousado em uma época de repressão ao livre pensamento.

Uma característica da cantiga de amor merece uma reflexão. Nesse tipo de


composição, o eu lírico se coloca em posição inferior à sua amada, a quem
ele chama de “senhora”. Como se sabe, na Idade Média, a mulher ainda
ocupava um lugar inferior na escala social. Então, como o trovador poderia
assumir essa posição de submissão diante da mulher? Isso se explica,
segundo Audemaro Taranto Goulart e Oscar Viera da Silva, pelo seguinte
fato:

“No Sul da França [Provença], entretanto, a situação da mulher era diferente


[da situação da mulher do Norte da França]: a lei lhe conferia igualdade
jurídica com o homem, evidenciada no fato de ela herdar, possuir bens, e
poder, depois de casada, dispor deles sem que fosse necessário o
consentimento do marido. Como se vê, a nova civilização possuía um ideal
feminista, que vai ser representado nas Cantigas de Amor pela sujeição
amorosa do homem, pela submissão imposta através do desejo e imposição
femininos.”

Bibliografia

https://www.google.com/amp/s/www.portugues.com.br/amp/literatura/
trovadorismo.html

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