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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CURSO DE LETRAS

LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA


PORTUGUESA/CECEN

LITERATURA PORTUGUESA DAS ORIGENS AO REALISMO

FICHAMENTO RESUMO

ANDRESSA RAYARA ALMEIDA OLIVEIRA


JULIANA DE SOUSA RODRIGUES
LEVI DE SOUSA DAS DORES EVANGELISTA
LUANY INÊS DE SOUZA DA SILVA
NATHAYNE DA SILVA FONTINELE

SÃO LUÍS - MA

2023
Fichamento
Resumo da
disciplina de
Literatura
Portuguesa das
Origens ao
Realismo de
cunho avaliativo
para os discentes
do curso de letras.
Docente: Andrea
Lobato

SÃO LUÍS - MA
2023
Unidade I: Trovadorismo

O trovadorismo ocorreu em 1198-1418, tendo o seu contexto sociocultural


marcado pelo fim da idade média, onde Portugal em processo de formação e o homem
estava totalmente guiado pelos valores religiosos que a igreja católica propagava, uma
visão baseada ao teocentrismo. A era economia baseada em manufatura, agricultura e
trocas comerciais escassas, quanto mais terra automaticamente teriam mais poder.

O galego-português deu origem à língua portuguesa, falado na península Iberíca


Até o século XIV, derivado do Latim, sendo um português arcaico. A poesia medieval
foi concebida para o canto, sendo nomeada de cantiga ou canção e seus principais
instrumentos eram violas, flautas, cítara e harpa. Logo, os trovadores – autores das
cantigas que pertenciam aos extratos sociais mais elevado, o menestrel – músico que
vivia na casa de um fidalgo e interpretava as cantigas trovadorescas, jogral –
intérprete/cantor viajante, segrel – trovador profissional.

Artigo: A poética do amor cortês e os trovadores medievais – caracterização, origens e


teorias.

O amor cortês era bem vinculado aos cortes feudais da Europa Medieval, tinham
expressões nas cantigas trovadorescas e, também nos romances corteses. Quando a vida
de um trovador se tornava relevante a servir de modelo para à cortesia, a transformavam
e não demorava muito para alcançar dimensões gigantescas, havia outros trovadores e
jograis que alternaram esses relatos de vida com as cantigas de amor ou outros gêneros.
Assim, nos séculos trovadorescos surgiram as coletâneas de vida que era uma espécie de
biografia estilizada.

“O amor cortês, em suma, deleita mas faz sofrer, aprimora mas fragiliza, erotiza
mas idealiza, educa mas enlouquece, submete mas enobrece.” Em seus poemas
apaixonados e suas vidas intensas trazem diversas emoções, destaca-se a autonomia dos
sentimentos, diante a religiosidade controlada pela igreja guiando-se pelo teocentrismo
na sua forma ortodoxa, além do controle pelos poderes da família conservadora. Do seu
modo, o amor cortês representa novos modos de pensar e sentir, desprendendo-se da
visão de sua época que era totalmente controladora. Mesmo que de forma lúdica
homens e mulheres vivenciaram tudo em um mundo de imaginação. Já no mundo
medieval amor cortês usa a ironia para disfarçar um verso apaixonado, onde denunciaria
o diálogo interno entre amor pelo outro ou o amor próprio do trovador.

O diálogo entre o amor-entrega e o amor-cínico, com todos os seus artifícios às


vezes estereotipados ou na visão do amor já idealizado, além disto, a ética cortês tinha o
seu “lugar-onde” que nos apresenta as diversidades entre o feminino e masculino, de
modo externo na vida social, entre uma esfera intima ou publica, em seu
comportamento. A idade média é um mundo vivido apaixonadamente em sua
publicidade ou em seu íntimo, o mundo medieval que deu origem ao amor cortês e a
outras formas de amor do trovadorismo, que é rico e contraditório e esse caráter como
retratavam os travadores.
Unidade III: Classicismo.

O Classicismo surgiu em 1527, no fim da idade média e no começo da idade moderna.


Foi um movimento que teve seu auge durante o período renascentista, onde renasceram
pensamentos filosóficos, políticos, e artísticos. Também foi marcada pela queda do
poder religioso e do teocentrismo medieval, e o resgate do antropocentrismo. O
Classicismo resgatou para as obras artísticas, os valores clássicos gregos e romanos,
como as figuras dos deuses pagãos, vistos como pecado pela igreja. Em Portugal o
movimento teve como pioneiro o Luis de Camões, que acrescentou as características do
Classicismo a sua poesia.
Em 1572, Camões publicou o maior poema épico considerado da língua portuguesa, Os
Lusíadas. É composta por 10 cantos e 1.102 estrofes, cada uma composta por 8 versos.
O conjunto conta a história de Portugal, principalmente as glórias de navegadores,
como Vasco da Gama, e dos reis lusos.
O poema é uma epopeia que se insere na perspectiva humanista, mesmo nas suas
contradições. Pela sua dimensão e profundidade, e pela qualidade de estilo, Os
Lusíadas é considerada a principal obra da literatura portuguesa.
Artigo:
Camões é visto como um gênio da literatura portuguesa, e um percussor crucial na
história da língua, não só por suas obras detalhadas, mas também por dar curso ao
idioma visto do modo que é hoje, em que na Idade Média ainda era amarrado ao Latim.
Ele é notado por sua estilística peculiar e especial, usando formas inovadoras de
construção dos enunciados linguísticos, como por exemplo, invertendo a ordem normal
das frases (sujeito, verbo, complementos) e figuras de linguagem que casam com a
sintaxe estudada no ensino médio, considerando que Camões tem vasta importância na
evolução da língua portuguesa.
Camões ficou conhecido pela obra do gênero épico “Os Lusíadas” onde ele narra as
aventuras do navegador Vasco da Gama, ao mesmo tempo em que exalta Portugal por
suas conquistas e descobertas de outras terras, embora tenha textos da modalidade lírica
tão famosos quanto. Apesar de Camões marcar o começo do Classicismo, ele não deixa
totalmente de lado o tradicionalismo da Idade Média no início.
Luís Vaz de Camões nasceu em Portugal, entre 1507 e 1525, um fato interessante é de
que por parte materna, ele era parente do navegador Vasco da Gama, entre 1542 e 1545
Camões morou em Lisboa onde foi visto como poeta, considera-se que ele teve uma boa
formação por ser parte da burguesia, e conheceu vários escritores de outras partes da
Europa, os quais o influenciaram. Como foi dito, Camões foi conhecido pela sua obra
épica, porém fez muitos trabalhos na modalidade lírica, tais como, “Amor é fogo que
arde sem se ver” (1595), e “Verdes são os Campos” (1595), e as de gênero teatral
como,“El-Rei Seleuco” (1587).
Camões foi o representante do período renascentista em Portugal, período no qual se
valorizava o antropocentrismo, onde as questões humanas passaram a ser protagonistas,
descentralizando o poder da igreja, embora o homem não deixasse de acreditar em
Deus, mas deu um passo a fora da ditadura religiosa nas artes. Na literatura o homem e
seus contextos eram glorificados, e os autores, passaram adotaram uma estética
humanista, e passaram a tratar sobre, valores, dúvidas, e caráter existencial do ser
humano. Os autores desse período também foram influenciados por valores greco-
romanos, dessa forma surgiram obras famosas como, “Dom Quixote de la Mancha” e o
clássico de Shakespeare “Romeu e Julieta”.
Os escritores do Classicismo tinham ciência de conceitos que traziam à tona questões
que colocassem o Homem enquanto ser pensante, dotado de pensamentos e sentimentos,
sendo capaz de analisa-lo de forma consciente, se desprendendo do conceito de senso
comum, para chegar a raciocínios particulares, tornando-os “verdades universais”,
principalmente a partir de temas universais como o amor. Uma característica típica
dessa época foi: o chamado Universalismo.
Uma outra característica dessa escola literária é a tentativa constante de retornar aos
valores greco-romanos, devido os classicistas se inspirarem nos escritores daquele
período, por isso é comum encontrar em textos clássicos figuras mitológicas.
Embora ter sido Sá de Miranda o percursor do Classicismo em Portugal, é importante
ressaltar que Camões representou a figura mais importante do período, tanto nas
produções líricas quanto na épica.
Camões se inspirava em um modelo de fazer poemas utilizado por grandes escritores
desse momento, especificamente Francesco Petrarca.
A influência dos filósofos nas produções classicistas está diretamente ligada à questão
do Humanismo: pensar os comportamentos humanos era algo essencial para que o
Homem, a partir de uma explicação racional, entendesse sua posição no mundo. As
figuras mitológicas são uma representação dessas condutas.
Um dos ícones mais importantes do movimento clássico na Europa foi Francesco
Petrarca, foi ele quem inventou o soneto, estilo poético posteriormente adotado como
padrão pelos escritores clássicos.
O Neoplatonismo, fundado e representado por Plotino, foi um dos movimentos mais
relevantes dentro da perspectiva da Antiguidade Clássica. Apesar de ter sido
fundamentado no Platonismo, este difere, essencialmente, no sentido de acreditar que
não existe a dualidade do mundo inteligível x mundo sensível, em outras palavras,
mundo real x mundo das ideias, pelo contrário, prega que a partir de uma fusão destes,
chega-se a uma unidade, cujo tem por objeto a aproximação de Deus.
Portanto, seu principal objetivo enquanto corrente filosófica é resolver o conflito
existente entre o singular e o múltiplo. Nesse pensamento, acaba por ocorrer uma união
profunda, capaz de tornar única a alma humana e Deus, alcançando, assim, o último
estágio tão buscado de perfeição, o Uno.

Unidade IV: Barroco

FURLAN, Stélio. Barroco: 1580-1756. As poetica Barroca, IESD BRASIL S.A, p.68-
75.

No século XIX, Heinrich Wölfflin criou o termo Barroco para designar o complexo
artístico do seiscentismo. Tratando-se de um fenômeno Europeu, criado para rubricar as
manifestações artísticas entre 1600-1700. Para alguns estudiosos, se travava de um
classicismo imperfeito por conta do rebuscamento da perfeição formal que se esquivava
da arte barroca. Existiam opiniões contrárias em relação ao seu conceito, já que o que
para alguns era visto como uma arte bizarra onde sua essência teria características
opostas à sobriedade e à disciplina clássica, Para outros se tratava de uma arte
sofisticada, rebuscada e refinada.
Pensou-se também que o Barroco seria uma mentalidade ou estilo de vida, e por conta
disso, ficou conhecido como “o estilo da contrarreforma”, visto que, carregava uma
função didática onde o seu objetivo se concentrava em enaltecer a fé católica. Essa
discordância geral em relação ao conceito da arte barroca, sugere uma impossibilidade
da existência de um denominador comum para a sua própria definição.
É possível pontuar seus conceitos em diferentes áreas. A música por exemplo, se
manifesta na tensão dos contrapontos das notas, enquanto que no campo das ideias, se
manifesta na tensão entre religiosidade e paganismo. Na Literatura, René Welker, um
dos estudiosos críticos mais conhecido sobre o período barroco, dizia que ela se
distinguia pela abundância de ornatos e pela elaboração formal. O autor completa
dizendo que o Barroco seria uma Literatura dominada pelo seu senso decorativo assim
como um resultado de um emprego deliberado de técnicas para ostentação de efeitos
específicos.
Sobre a estética barroca, nota-se a predileção em expressar o conflito entre o
antropocentrismo, onde o homem é o centro de tudo, e o teocentrismo, onde o Deus
cristão é o centro do Universo. O mundo material e o mundo espiritual também é um
exemplo de oposição de ideias que se manifesta no resultado dessa estética. Outra
importante característica temática do barroco, talvez a mais popularizada, é o cultivo e a
valorização do carpe diem, expressão latina que expressa o sentido de que se deve
aproveitar o presente ao máximo, uma vez que é característica barroca a compreensão
da efemeridade do tempo e da vida. Quanto aos aspectos formais valorizados pelo
movimento barroco, observa-se, como recorrente, a preferência, na poesia, pela forma
poética soneto; pelo emprego da medida nova; pelo gosto pelas inversões sintáticas, em
que a ordem direta da frase, caracterizada pela estrutura sujeito, verbo e predicado, sofre
inversões; e pelas construções complexas e raras.
No Brasil, as manifestações artísticas barrocas na arquitetura, na pintura e na música
surgem, no século XVIII, na região de Minas Gerais, em razão da exploração do ouro,
seus principais autores brasileiros são Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira.
Para finalizar, de modo geral, é possível concluir que a arte barroca carrega em sua
principal características, a arte do conflito, o que torna plausível sua definição como
sendo “a encarnação de um sentimento antiético da vida”.

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