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GÊNEROS LITERÁRIOS

 São as diferentes formas de escrever.


 A tipologia textual caracteriza-se conforme a estrutura do texto, já o gênero é conforme o uso do
tipo textual no cotidiano.
 A literatura é uma maneira de expressão do ser humano.
 Aristóteles que definiu os gêneros literários.

ÉPICO

 É uma poesia longa e narrativa, a qual narra batalhas, guerras, heróis etc.
 Exemplos: “Ilíada e Odisseia” de Homero e “Os Lusíadas” de Luís de Camões.

LÍRICO

 Lirismo: sentimentos e emoções.


 Função poética da linguagem: poesia.
 Predominância de primeira pessoa.
 Musicalidade.
 Poemas da Era Medieval.
 Exemplos: sátira, ode, haikai, hino, epigrama, soneto...
 Poemas são sempre divididos em versos e estrofes.
 Escansão é a divisão silábica dos versos.
-redondilha maior: 7 ou mais
-redondilha menor: 6 ou menos

DRAMÁTICO

 Encenação.
 Maneira de se expressar.
 Prosa e poesia.
 Monólogo.
 Narração: espaço, tempo, personagem, enredo, narrador. É contada de modo dramático (atores).
 Gêneros dramáticos narrativos: contos, fábulas, romance, fábula, crônica.
ESCANSÃO SILÁBICA
 É a divisão silábica dos versos de um poema.
 Redondilha maior: 7 ou mais
 Redondilha menor: 6 ou menos
 1- Conta só até a sílaba mais forte da última palavra, pois é ela que dá musicalidade à poesia.
 2- Se uma palavra termina em vogal e a próxima palavra começa com vogal, conta apenas como
uma sílaba.

ESCOLAS LITERÁRIAS
 O que é a literatura? É a expressão do pensamento do homem de acordo com o período histórico
em que ele vive.
 Escolas literárias são as diferentes representações do pensamento do homem em determinados
contextos históricos.
 A maioria dos estudos literários é da Era Medieval.
 Quinhentismo não é escola literária!

TROVADORISMO (Portugal)

 Contexto histórico: Idade Média, entre os séculos XII e XIV.


- Consolidação de Portugal como país independente.
- Reconquista da Península Ibérica (redução do Império Romano).
- Galego-português: primeiros escritos de Portugal (literatura português).
- Feudalismo.
- Teocentrismo: Deus no centro do mundo (domínio da igreja católica).
- Cruzadas: batalhas religiosas.
- Produção literária ocorre na corte (alta nobreza).
- Início da expansão marítima portuguesa: desenvolvimento dos conhecimentos náuticos.
- Conquistas coloniais: batalhas e guerras.
- Conquista de Ceuta.
- Descoberta da Ilha da Madeira.
- Ida de Vasco da Gama à Índia.
- Fundação da Universidade de Coimbra.
- Dinastia de Avis.
- Surtos e epidemias.
- Renascimento comercial: comércio em expansão.
 O Trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa.
 A formação da sociedade portuguesa coincidiu com as primeiras produções literárias do
Trovadorismo.
 Origem: França (sul), Portugal e Espanha.
 Paio Soares de Taveirós: Importante trovador.
 Tipos de compositores:
- Trovador: compositor, cantor e instrumentador que pertencia à nobreza. Pela qualidade cultural,
compunha uma categoria superior.
- Segrel: fidalgo inferior ou em decadência. Era compositor e cantor, geralmente andarilho e
profissional, ou seja, vivia desse trabalho.
- Jogral: de origem popular e parca cultura, era bailarino e servia a senhores para distrair a corte ou
o exército.
- Menestrel: de origem popular, limitava-se a apresentar composições nos castelos ou feudos.
- Soldadeira: moça que acompanhava os artistas dançando, cantando e tocando castanholas.
 Cancioneiros: compêndios (conjunto) de poesias trovadorescas (coleções de canções):
- Cancioneiro da Ajuda
- Cancioneiro da Vaticana
- Cancioneiro da Biblioteca Nacional
- Cancioneiro da Virgem Maria
 Cantigas:
- Cantiga de Amor
- Cantiga de Amigo
- Cantiga de Escárnio
- Cantiga de Maldizer
 Principais representantes da escola:
- Dom Afonso X
- Dom Dinis
- Dom Duarte
 Trovas: poesias feitas para serem cantadas
 Instrumentos que acompanhavam o travador: cítara, viola, flauta, lira, harpa.
 A língua utilizada nos textos é bem “rústica”.
 Características da Cantiga de Amor:

- Exemplo: Cantiga da Ribeirinha de Paio Soares de Taveirós

 Características da Cantiga de Amigo:

- Exemplo: Cantiga de Dom Dinis


- Bom lembrar que mesmo que o eu-lírico seja mulher, quem escreve é homem.

 Características da Cantiga de escárnio:


- Exemplo: Cantiga de João Garcia de Guilhade

 Características da Cantiga de Maldizer:

- Exemplo: Cantiga de Pero Garcia Burgalês

HUMANISMO (Portugal)

GERAL:

 Escola literária de transição entre Idade Média (Trovadorismo) e o Renascimento (Classicismo).


 Itália – século XV.
 Antropocentrismo: valorização do ser humano.
 Surgimento dos burgos (vilas onde ocorria muito comércio) e da burguesia (classe social)
 Valorização das emoções humanas.
 Afastamento de dogmas.
 Valorização de debates e opiniões divergentes.
 Valorização do racionalismo e do método científico.
 Principais autores – Europa:
- Francesco Petrarca
- Giovanni Boccaccio
- Michel de Montaigne
- Thomas More
- Gil Vicente
PORTUGAL:

 Poesia palaciana: produzida em palácios e escrita por nobres que retratavam os usos e costumes da
corte.
 Fernão Lopes: um dos primeiros escritores humanistas em Portugal e cronista-mor da Torre do
Tombo (1418). É o maior representante da prosa historiográfica humanista e fundador da
historiografia portuguesa.
- Exemplos: Crônica de El-Rei D. Pedro I, Crônica de El-Rei D. João I...
 Gil Vicente: “pai do teatro português” – autos (composição teatral que surge na Id. Média e é
composta por um único ato que transita entre o religioso e o profano; suas personagens alegóricas
simbolizam as virtudes, os pecados, anjos e demônios) e farsas (gênero teatral cômico que surgiu
na Grécia Antiga e teve seu auge na Id. Média; é caracterizada por satirizar as situações da vida
cotidiana, através de personagens caricatas e extremamente exageradas.
- Exemplos: Auto da Barca do Inferno (1516) e Farsa da Inês Pereira (1523)
 Gêneros mais explorados: teatro popular, poesia palaciana e crônica histórica.
 Garcia de Resende: maior representante da poesia palaciana com a obra Cancioneiro Geral.

LITERATURA BRASILEIRA

QUINHENTISMO
 Não é uma escola literária.
 Refere-se ao momento de “descobrimento” do Brasil.
 Textos escritos por portugueses sobre o Brasil e enviados para Portugal.
 Caráter descritivo e informativo.
 De 1500 até 1601.
 Viajantes, cronistas, padres jesuítas.
LITERATURA DE INFORMAÇÃO:

 A literatura brasileira inicia-se com a “Carta de Achamento do Brasil” de Pêro Vaz de Caminha em
1500, o qual participou da frota de Pedro Álvares Cabral.
 A “Carta” foi enviada ao Rei Dom Manuel em 1500.
 Textos escritos por portugueses sobre o Brasil e enviados para Portugal.
 Caráter descritivo e informativo. Descritivismo da fauna e da flora brasileira.
 Observa-se uma mistura de padrões literários medievais e renascentistas.
 A literatura possui uma função muito mais utilitária do que estética, ou seja, não é uma arte
desinteressada, já que servia de meio para comunicar aos colonizadores sobre as terras recém-
descobertas.
 A “Carta” de Caminha, buscava ser fiel à verdade observada no Brasil e nela há muitas descrições
das reações dos indígenas ao encontrarem os portugueses, como o fato deles terem provado
vinhos e comidas dos colonizadores e não gostarem.
 Eles apontaram para a terra ao ver ouro, prata e papagaio. Não se importaram com o carneiro
mostrado e se surpreenderam com a galinha.
 Participaram da missa realizada e Caminha afirma ao Rei que eles seriam bons fiéis cristãos, já que
provavelmente nem teriam nenhum tipo de adoração.
 Grande valor histórico e documental.
LITERATURA DE FORMAÇÃO:

 Jesuítas chegam no Brasil em 1549 na frota de Tomé de Sousa.


 Há um tom didático-pedagógico de caráter catequético.
 Padre José de Anchieta: escreve os poemas “Do Santíssimo Sacramento” e “A Santa Inês”. No
primeiro, emprega o verso em redondilha maior (7 sílabas), e, no segundo, emprega em redondilha
menor (5 sílabas). Isso ocorre, principalmente, para garantir uma forma cantante aos textos e eles
ser memorizado mais facilmente pelos fiéis, já que a intenção é a edificação de suas obras
essencialmente religiosas. Ele é claramente um escritor medieval que prega uma fé inabalável.
Criou o primeiro dicionário de tradução de tupi-guarani para português. Ele é o primeiro a tentar
entender a realidade dos nativos e ensiná-los, de uma forma não turbulenta, sobre a realidade
portuguesa, ou seja, ele junta a cultura europeia com a indígena). Chega a prenunciar o barroco
colocando os valores medievais em confronto com os clássicos, principalmente na vertente
indianista e religiosa.
 Manuel da Nóbrega: escreve “Diálogo Sobre a Conversão do Gentio”, sendo gentio os pagãos ou
não cristãos, no caso, os autóctones. Fala sobre a maldição de Cam. Nessa obra, o diálogo é
claramente escrito coloquialmente, evidenciando a oralidade própria dos interlocutores, em razão
de seu objetivo que é pedagógico em relação aos estudantes dos colégios jesuíticos. Foi a primeira
obra literária em prosa.

BARROCO
 A época do Barroco inicia-se quando Bento Teixeira publica seu poemeto épico “Prosopopéia” (com
94 estâncias em oitava-rima e decassílabos heróicos → estrofe composta de oito versos
decassílabos em que o primeiro rima com o terceiro e o quinto, o segundo com o quarto e o sexto,
e o sétimo com o oitavo; como ensinado por Camões; enaltece, na obra, os feitos guerreiros de
heróis em terras “brasílicas e africanas; o narrador é Proteu) e termina em 1768, com a publicação
das “Obras Poéticas” de Cláudio Manuel da Costa, que inicia o movimento arcádico.
 A poesia barroca atravessou 3 fases:
1- Na primeira metade do século XVII, caracterizou-se pela grande influência de Camões e de
escritores castelhanos. O representante é Bento Teixeira.
2- Na segunda metade do século XVII, ocorre o desabrochar de uma poesia de índole brasileira,
sem preocupação em manter os moldes camonianos e espanhóis. Aqui surge o grupo baiano:
Gregório de Matos, Eusébio de Matos, Domingos Barbosa, Bernardo Vieira Ravasco e Grasson
Tinoco.
3- Caracterizou-se pelo exagero do Barroco e o aparecimento das academias literárias. Pertencem
a esse período Manoel Botelho de Oliveira, Frei Manuel de Santa Maria Itaparica e outros.
 Gregório de Matos: chamado de Boca do Inferno, possui em suas poesias um temperamento
satírico.

MODERNISMO (1ª Geração)


 1922-1930: fase heroica (período de afirmação nacional).
 Além da literatura, o Modernismo foi um movimento artístico, cultural, político e social.
 Semana de Arte Moderna de 1922: marco oficial do Modernismo no Brasil.
- Ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, de 11 a 18 de fevereiro.
 Representou a ruptura com os padrões artísticos tradicionais.
 Reuniu apresentações de dança, música, exposições e recitação de poesias.
 “Grupo dos cinco”: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Tarsila do Amaral
e Anitta Malfatti.
 Importante lembrar de Manuel Bandeira.
 Desejo de apresentar uma arte mais brasileira.
 Grupos modernistas de destaque:
- Manifesto Pau-Brasil
- Movimento Verde-Amarelismo (ou Escola da Anta)
- Movimento Antropofágico
 Principais revistas divulgadoras dos ideais modernistas:
- Revista Klaxon
- Revista Antropofagia
 Principais características:
- Valorização do cotidiano
- Nacionalismo crítico e ufanista
- Renovação da linguagem
- Oposição ao Parnasianismo e ao academicismo
- Resgate das raízes culturais brasileiras
- Críticas à realidade brasileira
- Experimentações estéticas
-Renovações artísticas
- Ironia, sarcasmo e irreverência
- Caráter anárquico e destruidor
- Uso de versos livres (sem rim e sem métrica) e brancos (sem rima e podem ter métrica ou não)

MODERNISMO (2ª Geração)


 Consolidação dos ideais modernistas.
 Geração de 30: estende-se de 1930 a 1945 e reafirma o que a Semana de 22 trouxe como novo
modelo de literatura.
 Marcos iniciais:
- Na poesia: publicação do livro “Alguma Poesia” (1930), de Carlos Drummond de Andrade
- Na prosa: publicação do livro “A Bagaceira” (1928), de José Américo de Almeida
 Contexto histórico:
- Após a Crise de 29, muitos países estavam mergulhados numa crise econômica, social e política.
- Surgimento de governos totalitários e ditatoriais.
- Aumento do desemprego, falência de fábricas, fome e miséria.
- No Brasil, a revolução de 30 representou um golpe de estado.
- Deposição do presidente da República Washington Luís., impedindo a posse do presidente eleito
Júlio Prestes.
- Início da Era Vargas e fim das Oligarquias de Minas Gerais e São Paulo.
 É uma fase de maturação, concretização e afirmação dos novos valores modernos.
 Temas nacionais, sociais e históricos foram preferidos pelos escritores dessa fase.
 Principais características:
- Influência do Realismo e Romantismo
- Nacionalismo, Universalismo e Regionalismo
- Realidade social, cultural e econômica
- Arte engajada
- Influência da Psicanálise de Freud
- Temática cotidiana e linguagem coloquial
- Uso de versos livres e brancos

PROSA:
 Foco na prosa de ficção: romances regionalistas e urbanos.
 Preocupada com os problemas sociais, aproximou-se da linguagem coloquial regional.
 Mostrou a realidade de diversos locais do país, tanto o campo, quanto a cidade.
 Momento conhecido como Prosa de 30.
 Principais autores: José Américo de Almeida, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Rachel de Queiróz,
José Lins do Rego.

POESIA:
 Fase mais madura: ápice da poesia modernista brasileira.
 Caracteriza-se pela abrangência temática em virtude da racionalidade e questionamentos que
norteavam o espírito dessa geração.
 Esse momento ficou conhecido como a Poesia de 30.
 Carlos Drummond de Andrade (precursor da poesia de 30).
 Cecília Meireles: com forte influência da Psicanálise e da temática social, é considerada uma das
maiores poetisas brasileiras.
 Mário Quintana: chamado de “poeta das coisas simples”, possui uma vasta obra poética. Destaque
para o livro “A Rua dos Cataventos” (1940).
 Murilo Mendes: além da poesia, foi destaque na Prosa de 30 e publicou textos na revista
Antropofagia.
 Jorge de Lima: chamado de príncipe dos poetas, foi escritor e artista plástico.
 Vinícius de Moraes: outro grande destaque da Poesia de 30; foi compositor, diplomata,
dramaturgo e poeta. PUblica em 1933 seu primeiro livro de poemas, “Caminho para a distância”.

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