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COMUNICAÇÃO E MARKETING
Outubro, 2023
Nascido em 12 de dezembro de 1903 no Japão, Yasujirō Ozu consolidou-se
como um dos maiores nomes da cena cinematográfica mundial, pelo seu trabalho e
dias de hoje. Ozu inicia a sua vida como professor e alguns anos depois, é chamado
para servir na Segunda Guerra, e somente depois do seu retorno ao Japão que Ozu
temática de seus filmes voltava-se para o olhar aos estudantes e suas rotinas em
família e na escola. Na segunda, Ozu busca retratar a vida dos trabalhadores, tanto
tema que estará presente em todas as suas produções: relações familiares junto de
segue uma linha de produção muito clara e uma padronização de gosto também.
segue uma lógica capitalista, portanto não se pode perder dinheiro, o que tira das
obras suas autoridades e essências. Diferente do cinema de Ozu, que traz uma
autoralidade muito maior, com um estilo próprio, tratando de temas relevantes para
a sociedade, que desinteressam a muitos nos dias de hoje, logo, para os grandes
japoneses” pois Ozu trabalha com histórias e técnicas que dialogam com os
trabalha com a lógica do estilo “Mono no aware”, que é um conceito japonês para a
altura das pessoas que se sentam para conversar. Como uma forma de comunicar a
inserido no que está sendo dito, uma tentativa do diretor de comunicar e inserir as
do tempo na montagem de uma cena, sem registrar algo atrelado à narrativa. Nesta
imponente.
japonês e ao final da cena, o cineasta insere um plano longo apenas do chinelo dos
personagens que ficou de fora do quarto, mais uma vez, reforçando os aspectos
um cinema que trabalha a situação ótica e sonora em sua forma pura e sua relação
tempo.
dessa família, seus trejeitos, costumes, tradições e a maneira que essas relações se
atravessam e conectam. Ozu retrata os espaços com muita cautela, deixando que
assim podemos ver como estes se afetam. Vemos a rotina nesses personagens
dentro das suas casas, a repetição dos movimentos, a câmera estática, o olhar
Ozu, por outro lado, se renova nessa conexão que ele estabelece entre o
tempo, distinguem seus filmes. Elas conferem uma unidade ao conjunto, agrupando
nunca se repete.
temas muito atuais como Pai e Filha, de 1949, que conta a história de um pai viúvo
e uma filha solteira e que enfrenta um dilema pois sofre uma pressão para sair de
cuidando do pai, que é uma realidade presente em muitas famílias do mundo, até os
dias de hoje. Até mesmo em “Era uma vez em Tóquio”, retratando o abandono
parental, que um casal de idosos camponeses sofre por seu filhos ao irem visitá-los.
casal de idosos. Principalmente por retratar Tóquio, como uma personagem, que
assim como os filhos, não acolhe o casal. Portanto, é uma unanimidade que Ozu
Dreyer”. Entretanto, para além desta forma transcendental, seu cinema é atemporal,
filmes.