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Nota: 5/5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE


DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - DCOS
CINEMA E AUDIOVISUAL

ALLICE TAVARES LIMA


JULIANA TAVARES VIANA
FREDERICO DE JESUS DE MORAIS
NAJELA CAMILA MAKIO SOUZA
RENAN ALISSON ANDRADE SANTOS

PROJETO DE DOCUMENTÁRIO

São Cristóvão
2023
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1 INFORMAÇÕES DO PROJETO

Nome do projeto : La beauté de la liberté


Modo de representação : Observativo
Equipe e funções : Allice Tavares (Diretora de fotografia)
Juliana Viana (Assistente de fotografia)
Frederico De Morais (Montagem)
Najela Souza (Diretora de arte)
Rennan Alisson (Assistente de Direção de Arte)

A direção e o roteiro serão realizados coletivamente, assim como a captação


sonora e a pós.
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2 PROPOSTA DO DOCUMENTÁRIO

HIPÓTESE DE TRABALHO E INTERPRETAÇÃO


O documentário tem a premissa de acompanhar quatro personagens que
possuem uma relação direta com a moda e utilizam dela na construção de
identidade. A construção de identidade está relacionada não só ao modo de vida e
comportamento, mas também à maneira com que esses personagens lidam com as
pressões da sociedade sobre gênero e sexualidade. O objetivo é filmar esses
personagens em diversos momentos do dia a dia e observar como utilizam a moda
como representação do eu e como a usam na luta contra as falsas ideias de
liberdade criadas pela sociedade.

TEMA E EXPOSIÇÃO DO TEMA


Abordar a moda como expressão de gênero, identidade e personificação do
ser, sendo a performatividade o entrelaçamento dessas questões na construção da
sua própria imagem na moda, enquanto corpos transviados da noção de masculino
e feminino.

SEQUÊNCIA DE AÇÃO
Planos gerais de lojas de departamento, brechós, lojas de roupas
independentes, armarinhos. Personagens entram em cena, mostrando o cotidiano e
o processo de se vestir. Cenas que mostram a forma como esses personagens
performam em sociedade, a depender do ambiente. A montagem do documentário
será trabalhada para reforçar os pontos levantados.

PERSONAGENS PRINCIPAIS
Serão acompanhados quatro personagens durante o documentário. Os
personagens serão observados durante o seu cotidiano, com base em registrar a
maneira com que eles se relacionam com a moda.
Emma é um homem transgênero graduando de Artes Visuais, que utiliza não
apenas da moda como uma ferramenta de expressão de gênero e identidade, mas
também dos seus produtos visuais, que são desenhos e pinturas.
João é um homem gay com trabalho informal que se apresenta nas noites
aracajuanas como DJ e performa como Drag Queen nos bares LGBTQIAP+ da
cidade.
Gabi Neguin é uma mulher cisgênero negra que trabalha como Dj e modelo e
utiliza da moda como criação de identidade visual e divulgação do próprio trabalho.
Thalita Santos, mais conhecida como AitoCrazy, é uma pessoa não-binária
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que trabalha a moda através da construção de vestimentas e artesanatos, não só


para a venda e aquisição de renda, mas também como representação do eu na
sociedade, fugindo da pressão estética imposta.

CONFLITO
O conflito principal será uma abordagem acerca da necessidade, ou não, da
performance cotidiana de gênero dentro da expressão pessoal das personagens
presentes no documentário, utilizando do formato de documentário observativo, na
apreensão das cenas cotidianas, sob o ato de mesclar como as personagens se
percebem em frente à câmera e também pela sociedade.

PÚBLICO-ALVO E EXPECTATIVA DE RESPOSTA DESSA AUDIÊNCIA


Temos como público-alvo todas as pessoas. O documentário tem como
finalidade discutir as noções de gênero enraizado nas percepções do ser e corpo.
Os maiores interessados na nossa produção serão pesquisadores e consumidores
de moda. Partindo disso, queremos explorar a relação da moda na construção de
um corpo político.

ENTREVISTAS
Não terá.

ESTRUTURA
O filme trabalhará com a estrutura de um documentário observativo, cujo
objetivo é observar o transcorrer em tempo real dos acontecimentos do dia a dia das
personagens, e contará com narrações breves, as quais introduzirão o tema e
também os recortes, relacionados ao tema e vida das personagens.

ESTILO
Câmera na mão e com tripé, cortes secos em transições, narração (voz over)
e iluminação ambiente.

MODO DE REPRESENTAÇÃO
Observativo e expositivo, com hibridismo explícito.

RESOLUÇÃO
Para a resolução do filme contamos com um final aberto, a fim de despertar
no espectador uma reflexão sobre seus próprios modos de expressão, sendo eles
de vestimenta, gênero, arte e vida.
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2.1 ARGUMENTO

Será apresentado nas primeiras cenas, brechós e lojas de departamento,


criando uma relação teórica entre Camp, postulado pela Susan Sontag, com a teoria
queer da performatividade de gênero. O Camp busca manifestar a estética
puramente excêntrica e vulgar, ou seja, estética pela estética, em busca de revelar
uma verdade pura e sincera, sem qualquer pudor com a moral. Desse modo, os
transviados têm maior afinidade com o estilo Camp, definido como um modo de
perceber o mundo, sem limitações, que cessam a liberdade de corpos genuínos.
O documentário desenvolve-se em torno da apresentação dos personagens,
ilustrando a individualidade de cada um, apresentando os espaços que eles ocupam
com seus corpos e vestimentas e as significações que são atribuídas pela sociedade
através deles. A câmera acompanhará os personagens em ambientes de conforto e
de conflitos, onde a moda será uma válvula de escape, de criação e
desenvolvimento de identidade, desafiando os limites de liberdade.
Assim, corpos que fogem dos padrões heteronormativos utilizam-se da
vulgaridade estética para questionar a moral e inserir-se em espaços que os
desprezam. Segundo a Sontag, “ O Camp é um solvente da moralidade”. Nessa
perspectiva, a moda consegue criar uma repulsa moral ao “Cistema”, promovendo
uma ruptura com o que é percebido como belo e sublime.
O final do documentário busca reunir os quatro personagens em uma festa
noturna, possibilitando que eles expressem a essência de seus corpos, a fim de
utilizar a dança e as manifestações culturais em conjunto com a vestimenta para
ressaltar a conexão entre moda, movimento, urbanidade e gênero.
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REFERÊNCIAS

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade.


Editora José Olympio, v. 3, f. 154, 2018. 308 p.

GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana, f. 117. 2003. 233 p.

SONTAG, Susan. Notes on "Camp". Estados Unidos. 14 p.

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