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Teocentrismo — Deus concebido como Ser Absoluto, capaz de ditar as normas sociais e
de comportamento individual, estabelecendo os limites entre o Bem e o Mal. Convalidava
a concepção servil do homem, predestinado a obedecer aos desígnios do Ser Absoluto. A
Igreja, rica senhora feudal, dirigia uma intensa vida religiosa (missas, penitências, jejuns,
abstinências, peregrinações, romarias) e monopolizava a instrução pública. O analfabe-
tismo era geral e os conhecimentos eram transmitidos oralmente.
A cultura trovadoresca tinha caráter mais peninsular, ibérico, que propriamente portu-
guês. Era vazada na língua galego-portuguesa (dialeto galaico-português), comum à Galí-
cia e a Portugal. Representa a fusão da cultura oral autóctone, de base peninsular, com a
influência advinda das cortes provençais e com elementos da cultura moçárabe (língua
românica influenciada por arabismos).
Como ocorreu em todas as literaturas (com exceção das que derivaram da colonização eu-
ropeia), a poesia desenvolveu-se antes da prosa, pois se apoiava na tradição oral e musical
da fase pré-literária.
A lírica provençal foi a mais antiga floração poética das literaturas românicas e a primeira
depois da destruição do mundo clássico pelos bárbaros do Norte. Fundada no século XI
por Guilherme IX, Conde de Poitiers e Duque da Aquitânia, o mais antigo trovador co-
nhecido, influenciou todas as literaturas modernas da Europa, até 1209, quando a Cruzada
contra os Albigenses marcou o fim da hegemonia da cultura provençal, que pode ser con-
siderada o último clarão da vida intelectual da Antiguidade. A requintada arte dos trova-
dores foi, também, uma das grandes vítimas da intolerância religiosa.
Os cancioneiros são os códices (coleções de cópias manuscritas) que registram o que so-
breviveu das cantigas trovadorescas galaico-portuguesas, esquecidas nos séculos clássi-
cos, a partir do repúdio que a Renascença votou aos valores medievais, góticos ou bárba-
ros. São conhecidos três cancioneiros: o Cancioneiro da Ajuda (mais antigo, com 310
cantigas, a maioria de amor), o Cancioneiro da Biblioteca Nacional (com 1.647 cantigas)
e o Cancioneiro da Vaticana (com 1.205 cantigas). É praticamente o que restou da “gaia
ciência” (nome que se dava à teoria poética do Provençalismo).
AS NOVELAS DE CAVALARIA
Na fase pré-literária, o gosto pelas narrativas de cunho guerreiro, derivado da índole ger-
mânica e do espírito cavalheiresco das cruzadas, desdobrou-se nas narrativas orais, de cu-
nho heroico e guerreiro, denominadas canções de gesta, que perpetuaram, através da tra-
dição oral, os feitos lendários de heróis medievais como Rodrigo de Bivar (El Cid, o
Campeador), Carlos Magno (e os Doze Pares de França), Rei Artur (e os Cavaleiros da
Távola Redonda) e outros.
Modelados pelos valores da cavalaria cristã (ideal de Justiça e de Honra, amor pela
aventura e pelos atos de heroísmo, misticismo e fidelidade amorosa), os heróis da nove-
lística medieval projetaram-se em quase toda a literatura posterior: Fernão Lopes; Ca-
mões (no episódio dos Doze de Inglaterra); Cervantes (que satiriza, na figura de D. Qui-
xote, o anacronismo dos ideais da cavalaria); Alexandre Herculano (na Morte do Lidador
e no Eurico, o Presbítero); José de Alencar (no indianismo medievalizante de O Gua-
rani); Mário de Andrade (em Macunaíma, novela de cavalaria “carnavalizada” às aves-
sas, o anti-herói medroso, egoísta, libidinoso); Guimarães Rosa (na gesta sertaneja dos
vaqueiros e jagunços de Grande Sertão: Veredas, na demonologia, no(a) santo(a) guer-
reiro(s) Diadorim); até no recentíssimo “best-seller” de Marion Zimmer Bradley, As
Brumas de Avalon, que revisita, com olhos femininos, a saga dos cavaleiros da corte do
Rei Artur.
A língua portuguesa começa a separar-se da língua galega e, ainda em sua fase arcaica, o
idioma nacional inicia sua carreira triunfante. Cristaliza-se a consciência da nacionalidade
e a vocação marítima de Portugal lança o país à aventura dos Grandes Descobrimentos.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Institucionaliza-se a medida velha, com o emprego das redondilhas maiores (sete sílabas)
e menores (cinco sílabas). Utilizam-se a glosa, o vilancete e a cantiga (poesias com mote
glosado), além da esparsa e da trova (poesias sem mote).
Além da temática frívola e galante, ao gosto do público palaciano, fala-se do amor (so-
frimento, saudade, vassalagem), há poesia satírica, poesia religiosa e poemetos narrativo
(antecipadores da poesia épica). Bernardim Ribeiro, Sá de Miranda, e mesmo Camões,
valeram-se da medida velha dos poetas palacianos do Cancioneiro Geral. Dante e Pe-
trarca são referências constantes.
Realizou um teatro oposto à tradição clássica. Não seguiu a rigorosa disciplina da unidade
de tempo, de lugar e de ação. Ampliou os temas, abrindo o seu proscênio (parte do palco)
a todas as classes sociais, dos papas, imperadores, reis e fidalgos, aos fidalgotes arruina-
dos, borrachos das vielas, alcoviteiras e camponeses, desde que fossem tipos reais de seu
tempo e de seu meio. Com a maior liberdade, alheio às regras clássicas, funde o lirismo, o
drama das almas, o conflito de interesses, a hipocrisia e a velhacaria humana.
Deixou cerca de 46 peças (autos e farsas), sendo a maioria em português, algumas bilín-
gues e poucas em castelhano, encenadas entre 1502 e 1536, sob proteção da corte (D. Le-
onor, D. Manuel e D. João III). Colaborou no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, e
alguns de seus autos, divulgados em folhetos de cordel, foram proibidos pela Inquisição.
Em 1562, Luís Vicente, um dos filhos do autor, reúne a produção dramática do pai, sob o
título de Copilaçam de Todalas Obras de Gil Vicente, edição omissa e defeituosa.
CLASSICISMO, RENASCENTISMO, QUINHENTISMO
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
Para compreender a Era Clássica portuguesa, é necessário levar em conta que o espírito
medieval não foi completamente superado no século XVI. Ao contrário, a Renascença em
Portugal foi bifronte, marcando a convivência das forças novas (burguesia, cultura clás-
sica, racionalismo) com as forças conservadoras, medievais (feudalismo, cultura religiosa,
teocentrismo). Essa ambivalência cultural projeta-se na convivência e, não raro, na inte-
rinfluência de atitudes díspares: a medida velha medieval e a medida nova renascentista; a
mitologia santoral cristã e a mitologia pagã; as raízes populares e a erudição clássica; o
misticismo e a glorificação das paixões terrenas; o ascetismo e o hedonismo.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
O decassílabo, verso característico da medida nova, não era desconhecido na Idade Mé-
dia. A partir da influência do dolce stil nuovo italiano, institucionalizam-se os decassíla-
bos acentuados nas sílabas pares (4ª, 6ª, 8ª e 10ª). Os decassílabos sáficos (4ª e 8ª tônicas)
predominaram na poesia lírica e os decassílabos heroicos (6ª e 10ª tônicas) prevaleceram
na poesia épica, a exemplo de Os Lusíadas.
Herói coletivo: o povo português; herói individual: Vasco da Gama. Fontes literárias:
Virgílio, Homero e Ariosto; fontes históricas: João de Barros, Fernão Lopes e outros cro-
nistas, além de tradições orais. Das passagens e episódios notáveis, destacamos: o pri-
meiro Concilio dos Deuses do Olimpo (I, 20-41); as maquinações de Baco contra os por-
tugueses e as intervenções de Vênus e das Nereidas; a Batalha de Salado (III, 107-117); o
episódio de Inês de Castro (III, 118-135); a Batalha de Aljubarrota (IV, 28-44); o Sonho
Profético de D. Manuel (IV, 67-75); o Velho do Restelo (IV, 94-104); a Aventura do
Veloso (V, 30-36); o Gigante Adamastor (V, 37-60); os Doze de Inglaterra (VI, 43-69); a
Ilha dos Amores (de IX, 18 a X, 143); a Máquina do Mundo (X, 74-90); São Tomé (X,
108-119). Há ainda episódios naturalistas, como as descrições do Cruzeiro do Sul, do
Fogo de Santelmo, da Tromba Marítima, da Tempestade, e episódios históricos: Egas
Moniz, a Batalha de Ourique, Nuno Álvares, a Conquista de Ceuta, além de exortações,
lamentações e reflexões do poeta.
O que se escreveu SOBRE e NO Brasil nas primeiras décadas tem caráter puramente prag-
mático. Os escritos jesuíticos constituíram-se em instrumentais para a catequese do gentio
e para a educação do colono. Os escritos decorrentes das viagens de reconhecimento eram
simples relatórios ou reportagens destinados a dar a conhecer aos superiores em Lisboa as
possibilidades de exploração e colonização da terra recém-descoberta. Expressam muitas
vezes uma visão paradisíaca, associando a nova terra aos mitos edênicos (de Éden, para-
íso) e às lendas do Eldorado. Refletem o deslumbramento do europeu diante da exuberân-
cia da natureza tropical, o fervor de quem imagina tesouros e lugares edênicos e, na ver-
tente oposta, a visão “realista”, terra-a-terra, de quem avalia as dificuldades para explorar,
colonizar e catequizar.
AS PROJEÇÕES DO QUINHENTISMO
Em vários momentos da nossa evolução literária, reagindo contra certos processos agudos
de europeização, nossos escritores alimentaram-se de sugestões temáticas e formais dos
textos quinhentistas e buscaram nas raízes da terra e do nativo imagens para a afirmação
em face do estrangeiro. Nesses momentos os nossos cronistas foram lidos, recriados, glo-
sados e parodiados, o que acabou por revestir a “literatura” de informação de um interesse
obliquamente estético.
Nos três primeiros séculos (1500-1836), a nossa literatura foi rigorosamente um desdo-
bramento da Literatura Portuguesa. Por esse caráter híbrido, a Era Colonial foi denomi-
nada Luso-Brasileira ou Dependente. Foi-nos imposto ou transmitido um conjunto de tra-
dições e instituições da Metrópole, ao mesmo tempo em que a tendência geral era de não
reconhecer valores autóctones e de impedir a formação e expansão de espírito oposto à
mentalidade ou aos interesses do colonizador. Por isso, Portugal impediu a Imprensa no
Brasil até o início do século XIX. Como se pode pensar em “literatura” e em vida literária
num país que não podia imprimir seus livros, revistas e jornais? Num país seccionado em
“ilhas culturais” estanques? Num país que não teve um público leitor, exceto alguns de
poucos homens letrados, dispersos aqui e acolá, alimentados pelas novidades da Metró-
pole que aqui chegavam com grande atraso?
Não obstante essas dificuldades a nossa nacionalidade literária foi-se afirmando a partir
de tradições e instituições indígenas, e outros traços de nossa formação, em particular o
sentimento nativista, apenas descritivo nos séculos XVI e XVIII, e já abertamente reivin-
dicatório na segunda metade do século XVIII, servindo de estofo aos movimentos eman-
cipacionistas de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
Nos primeiros séculos, os cicios de ocupação e exploração formaram ilhas sociais e cultu-
rais (Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Amazônia,
São Paulo), dando ao país feição de um arquipélago cultural, “um vastíssimo arquipélago
de ilhas humanas que só acham contacto pelo caminho do mar”, no dizer de João Ribeiro.
A dispersão do país em subsistemas regionais é até hoje relevante para nossa história lite-
rária. Em cada momento de nossa evolução cultural, cada centro detentor da hegemonia
não era de fato nacional, não representava todas as variedades de “Brasis” então existen-
tes, mas apenas a si próprio. Com isso, uma produção circunscrita a uma determinada
área geográfica erguia-se ao nível de soberana e de modelo para as demais regiões, ainda
que tivesse apenas expressão regional. Por isso, as várias regiões e sub-regiões tenderam
à autossuficiência ou à introversão: repelidas, ou substituídas, ou simplesmente condena-
das a situar-se em esfera secundária, tentaram bastar-se a si próprias, o que alimentou
ainda mais o isolamento e as discrepâncias de grau e densidade. Enquanto um centro em-
polgava o poder direcional da cultura, os restantes, submissos à condição de reflexos,
vincavam seus traços provincianos e regionais. Esse regionalismo é uma das marcas sui
generis de nossa literatura, sem paralelo mesmo em países de grande extensão territorial,
como os Estados Unidos.
BARROCO, SEISCENTISMO
Portugal, desde 1580 desalojado para a periferia da Europa, sofreu, sob o jugo filipino
(Filipe II, Filipe III e Filipe IV), severa fiscalização e medidas tributárias impopulares. A
oposição portuguesa a essas medidas, aliada à decadência do Império Filipino, derrotado
no mar, em 1588, pelos ingleses, possibilitará a reação contra o Domínio Espanhol, rea-
nimando o nacionalismo. O lance final desse processo de restauração deu-se em 1640,
com o restabelecimento da autonomia política e a ascensão de D. João IV, Duque de Bra-
gança, ao trono. O sentimento anticastelhano ancorou-se no messianismo sebastianista,
no mito da volta de D. Sebastião e da aurora do Quinto Império. É desse espírito que se
alimenta a obra do Pe. Antônio Vieira.
Enquanto a Ciência e a Filosofia são sufocadas nos países ibéricos, nos países reformados
definem-se os contornos da ciência moderna. Galileu, nas pegadas de Copérnico e Kepler,
inaugura o método experimental e altera radicalmente as concepções da Astronomia.
Harvey descobre a circulação sanguínea, fundando a Fisiologia. Francis Bacon reformula
o sistema aristotélico-tomista e propõe a pesquisa incessante e a negação da tradição.
Descartes, além de auxiliar a criação da Álgebra, da Geometria Analítica e da Mecânica,
fundamenta o método racional e instaura a dúvida como método filosófico. Spinoza ela-
bora uma cosmologia que prescinde de um deus transcendente.
A apreciação do Barroco oscila entre a recusa e a posição negativista dos críticos da men-
sagem (De Sanctis, Taine, Croce) — que acusam o estilo de rebuscado, artificial e vazio
de conteúdo — e a apologia entusiasmada dos anatomistas do estilo (Balet, Woelfflin,
Spitzer, Dámaso Alonso), maravilhados com a engenhosidade e sutileza da linguagem ar-
tística barroca, voltada para a novidade, para a alusão, para a sugestão e para a ilusão, en-
quanto fuga da realidade convencional.
B - Em sentido histórico, mais geral, o nome barroco designa as características que assu-
mem a Arte e a Cultura seiscentistas, abrangendo as tendências prevalecentes durante o
século XVII, nos domínios da Casa da Áustria, condicionadas pelo absolutismo e pela
ideologia católica da Contrarreforma tridentina, alargando-se para incluir as manifesta-
ções tipicamente burguesas das áreas liberais do protestantismo e do racionalismo cres-
cente na Inglaterra, na Holanda e na França. Nessa dimensão, barroco designa um certo
número de estruturas formais que tendem a fundir e a conciliar atitudes opostas, corres-
pondentes à coexistência e interdependência, mesmo conflituosa, de formas sociais pro-
fundamente diferentes na Europa. Essa ânsia de fusão dos contrários fornece os principais
elementos para a cosmovisão do Barroco: 1) na Filosofia, a passagem de uma concepção
finitista e estática do mundo, para uma concepção infinitista, energética e dinâmica, com
Pascal, Newton e Giordano Bruno; 2) nas Artes Plásticas, essa ânsia de expressar a gran-
diosidade, a profundidade e a irregularidade projeta-se em Michelangelo, Bernini, Ru-
bens, Velásquez, El Greco, Caravaggio, Rembrandt e Tintoretto, na criação de um espaço
movimentado que, a partir da gradação de cores, ou segundo linhas de movimento apa-
rente, ou ainda do jogo claro/escuro, busca sugerir atmosferas ora místicas, ora impreci-
sas, repletas de elementos ornamentais e pormenores significativos; 3) na Música, esse
mesmo sentido de profundidade labiríntica e diluição do espaço é perceptível em Vitória,
Palestina, Bach e Haendel, no virtuosismo dos esquemas polifônicos, geradores do con-
traponto e da fuga.
A transição do ideal clássico para o barroco é definida por Heinrich Woelfflin, em termos
de uma passagem: 1) do linear ao pictórico, incluindo o “pitoresco” e o “colorido”; 2) da
visão de superfície à visão de profundidade, implicando o desdobramento de planos e
massas; 3) da forma fechada à forma aberta, denotando as perspectivas múltiplas do ob-
servador; 4) da multiplicidade à unidade, subordinando vários aspectos a um único sen-
tido; 5) da clareza absoluta dos objetos à clareza relativa, a sugerir formas de expressão
esfumadas, ambíguas, não finitas.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
O feísmo — Gosto exuberante pelos aspectos cruéis e dolorosos da vida, o belo horrendo,
o pessimismo, o desengano, a consciência da fugacidade e das incertezas da vida, o
tempus fugit.
Cultismo ou Gongorismo
O estilo culto (cultismo) ganhou feições peculiares nos diversos países europeus. Na Es-
panha, em Portugal e nas colônias ibero-americanas, o retorcimento cultista da linguagem
denomina-se Gongorismo, homenageando Luís de Gôngora, modelo acabado do estilo
culto, fundado na sugestão por imagens e no predomínio do ritmo verbal sobre a expres-
são discursiva.
Conceptismo
É o aspecto construtivo do Barroco, voltado para o significado, para o jogo de ideias, para
a argumentação sutil, para a dialética cerrada. Configura a atitude intelectual do Barroco,
o seu modo de reconhecer e conceituar os objetos. Opera através de trocadilhos, de asso-
ciações inesperadas e dos mecanismos da Lógica: o silogismo, o sofisma e o paradoxo.
Há um constante esforço dialético orientando a organização convincente das ideias. A um
certo caos plástico (Cultismo) opõe-se a ordem racionalista (Conceptismo). Há uma tese a
demonstrar e o interlocutor tem de ser convencido.
Enquanto o Cultismo (Gongorismo) procura apreender o como dos objetos, através da
captação (descrição) de seus aspectos sensoriais e plásticos (contorno, forma, cor, vo-
lume), num verdadeiro frenesi cromático e imagético, o Conceptismo pesquisa a essência
dos objetos, buscando saber o que são, buscando apreender a face oculta das coisas, ape-
nas acessível ao pensamento, ou seja, aos conceitos. O Cultismo e o Conceptismo não
podem ser vistos como polos construtivos opostos. Como observou Dámaso Alonso, “po-
deríamos dizer que o Gongorismo a expressa como uma labareda para fora e o Concep-
tismo como uma reconcentração para dentro”. São como duas faces de uma mesma mo-
eda chamada Barroco. Costuma-se dizer que o Conceptismo predomina na prosa e o
Gongorismo, na poesia. Esta noção é falsa. Há conceptismo, por exemplo, na poesia sacra
e reflexivo-filosófica de Gregório de Matos, uma variante da poesia a lo divino, dos mís-
ticos espanhóis, em que o Homem é divinizado e Deus humanizado, através de sutilezas
conceituais, na esteira de Quevedo, modelo conceptista muito reproduzido em Portugal e
no Brasil.
Não houve tipografia e imprensa nos séculos coloniais e as tímidas iniciativas foram ca-
tegoricamente proibidas pela Metrópole. A Carta Régia de 8 de junho de 1706 determi-
nava “sequestrar as letras impressas e notificar os donos delas e os oficiais de tipografia
que não imprimissem nem consentissem que se imprimissem livros ou papéis avulsos”.
Outra Carta Régia, de 10 de maio de 1747, determinando o confisco da pequena oficina
do tipógrafo português Antonio Isidoro da Fonseca, no Rio de Janeiro, alegava que no
Brasil “não é conveniente se imprimam papéis no tempo presente, nem pode ser de utili-
dade aos impressores trabalharem no seu ofício, onde as despesas são maiores que no
Reino, do qual podem ir impressos os livros e papéis no mesmo tempo em que dele de-
vem ir as licenças da Inquisição e do Conselho Ultramarino, sem as quais se não podem
imprimir nem correrem as obras”. Fomos o último povo da América a conhecer a im-
prensa. A Impressão Régia foi implantada em 1808, com a vinda de D. João VI, e nosso
primeiro jornal, a Gazeta do Rio de Janeiro, apareceu em 10 de setembro de 1808. Não
havia o que ler na Colônia, salvo os compêndios escolares obras religiosas e catequéticas,
coletâneas de leis e uns raros romances de cavalaria. As poucas bibliotecas das casas reli-
giosas reuniam algumas centenas de volumes hagiográficos e apologéticos. Mesmo a cir-
culação manuscrita era dificultada pelo alto preço do papel.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Volta aos modelos clássicos greco-romanos (Horácio, Virgílio, Ovídio, Píndaro) e re-
nascentistas (Petrarca, Dante, Camões). Obediência a regras e modelos.
Retomada dos ideais clássicos: o Belo, o Bem (didaticismo), a Verdade e a Perfeição. A
mimese aristotélica (Arte = imitação da Natureza). Fingimento.
Bucolismo pastoril — Ideal de vida simples, junto à natureza, tomada como cenário e
moldura para suaves idílios campestres (pastores, riachos, ovelhas, campinas etc.).
Poesia descritiva e objetiva — O poeta deve ser mais um pintor de situações que de
emoções.
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
A ruptura com a disciplina clássica, a liberdade formal — Abandono das formas fi-
xas, mistura de gêneros e formas: poesia prosaica, coloquial, prosa poética. A epopeia é
substituída pelo romance histórico. Preferência pelo conto, pela novela e pelo romance,
mais acessíveis ao público burguês. No teatro, a tragédia e a comédia são substituídas
pelo drama, rompendo a lei das três unidades (tempo, lugar e ação).
Abrange o período final das Regências, a consolidação do Segundo Reinado e sua estabi-
lização no Gabinete da Conciliação, e as crises antecipadoras do regime republicano: a
Guerra do Paraguai e as campanhas abolicionista e republicana.
A emancipação política (1822) não alterou o poder agrário, sustentado pelo latifúndio,
trabalho escravo e mercado externo.
A inteligência local, formada pelos filhos das famílias abastadas do campo, ou de comer-
ciantes e profissionais liberais, saía dos bancos das escolas jurídicas de São Paulo, Recife
e Rio de Janeiro.
Apenas Teixeira e Sousa, Manuel Antônio de Almeida e Laurindo Rabelo saíram das ca-
madas humildes.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Primeiro Grupo
Fase de formação — Resíduos neoclássicos. Niterói, revista brasiliense (porta-voz do
Grupo Fluminense).
Poesia religiosa e mística, nacionalismo, lusofobia, poesia lírica, início da ficção e do
teatro.
Segundo Grupo
Indianismo, nacionalismo — Idealização do índio (bom selvagem, cavaleiro medieval)
como símbolo da nacionalidade.
Consolidação da poesia e do romance. Influência de Chateaubriand (Atala), Walter Scott
(Ivanhoé), F. Cooper (O Último dos Moicanos), Balzac.
Terceiro Grupo
Individualismo, mal do século — Subjetivismo intenso, dúvida, morbidez, tédio, esca-
pismo, boêmia, negativismo, satanismo, saudosismo (infância, família), sensualismo re-
primido (amor e medo), confessionalismo.
Incorporação de novos temas — O humor, os temas bucólicos e roceiros, a poesia mal-
dita. Influências de Byron, Alfred Musset, Lamartine, Leopardi.
Desdobramento da prosa — Romance indianista, sertanista, regionalista, urbano, histó-
rico e o romance de costumes de Manuel Antônio de Almeida.
Quarto Grupo
Romantismo social, condoreirismo — Poesia engajada nas causas liberais e sociais
(Guerra do Paraguai, Abolição, República).
Tom enfático, declamatório (metáforas ousadas, apóstrofes violentas, hipérboles,
antíteses).
Preocupação formal, antecipações realistas e aproximações com o Parnasianismo. Influ-
ência de Victor Hugo.
REALISMO-NATURALISMO
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
O Realismo
O Naturalismo
Modernização das cidades, codificação racional das leis, estabilização das fronteiras com
os países limítrofes, interiorização da economia, modernização do ensino superior e in-
cremento da vida cultural e literária, com o florescimento de todos os gêneros literários,
de instituições culturais e dos órgãos de imprensa (Revista Brasileira, Gazeta Literária, A
Semana etc.).
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
A atitude realista de observação direta da vida e de sua recriação artística exata e minu-
ciosa é uma constante universal e sempre existiu na Arte, contrapondo-se à atitude ro-
mântica, também universal no tempo e no espaço, marcada pela ênfase na emoção e na
fantasia. A evolução da literatura se fez da oscilação incessante entre ambas as atitudes
ora realista, ora romântica — e de sua combinação, mais ou menos variada.
Nesse sentido, Stendhal, Balzac, Victor Hugo, Charles Dickens, Gogol e outros, habitu-
almente relacionados ao Romantismo, foram os verdadeiros fundadores do Realismo na
ficção contemporânea.
No Brasil, essas antecipações realistas podem ser localizadas no seio do próprio Roman-
tismo: Alencar (Senhora — crítica social); Bernardo Guimarães (O Seminarista — sexua-
lização do amor); Taunay (Inocência — recriação fiel da paisagem e costumes mato-
grossenses); Franklin Távora (O Cabeleira — violência no sertão do Nordeste) e Manuel
Antônio de Almeida (Memórias de um Sargento de Milícias — imparcialidade na carac-
terização dos costumes e ambiente do Rio colonial).
PARNASIANISMO
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
A “arte pela arte”, o esteticismo — A poesia como fruto do esforço intelectual: “Tra-
balha e teima e lima e sofre e sua” (Bilac). A beleza formal é a razão de ser do poema.
Negando a poesia realista, filosófico-científica e socialista de seus precursores e contem-
porâneos, os parnasianos propõem o distanciamento da vida, a exclusão do cotidiano, a
recusa aos temas vulgares, o desprezo pela plebe e pelas aspirações populares. Essa alie-
nação dos problemas do mundo justificou o apelido de “poetas de torres de marfim”.
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
A reação aos valores cientificistas da burguesia industrial tem como precursoras a filoso-
fia de Schopenhauer, de Nietzsche, de Kierkegaard e, mais tarde, de Bergson, e a poesia
do apocalipse e do absurdo de Poe, retomados pelos “poetas malditos” ou “decadentis-
tas”: Baudelaire, Rimbaud, Mallarmé e Verlaine. A agressividade anárquica, o satanismo,
a perversão, a morbidez, o horror à banalidade do cotidiano, a alucinação e a toxicose são
as marcas do Decadentismo, estado de sensibilidade e atitude existencial que preparam o
advento do Simbolismo, sem constituir uma doutrina estética coesa.
A formulação explícita das propostas simbolistas deve-se a Jean Moréas, que divulga, em
1886, um manifesto literário subintitulado Manifeste du Symbolisme.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
A busca das esferas inconscientes do “eu” profundo, visando às vivências vagas, fluidas,
inefáveis, ilógicas, que só podem ser traduzidas através de uma linguagem indireta, apoi-
ada na intuição, na sugestão, na metáfora insólita e no símbolo.
O ilogismo, a fuga da lógica discursiva, valorizando a “poesia pura”, que nasce do in-
consciente, antes de passar pelo crivo da razão. Daí o hermetismo, a dificuldade e a obs-
curidade dos versos simbolistas, pois, construídos por sucessivas implicações de sentidos,
eles valem pelas sugestões, não por suas descrições ou explicações.
A teoria das correspondências (Baudelaire) — Propõe um processo cósmico de aproxi-
mação entre as realidades físicas e as metafísicas, entre os seres, as cores, os sons, os per-
fumes e o pensamento e a emoção através das sinestesias (cruzamento de sensações: “ru-
ído áspero”, “música doce”, “som colorido”).
Aqui, as novas tendências foram sufocadas pelo Parnasianismo, de leitura mais fácil,
mais dócil ao regime, mais identificado com o gosto da elite “culta” dos salões literários,
e mais prestigiado pelo poder público e pela literatura oficial da Academia.
O núcleo inicial do movimento centrou-se na Folha Popular (Rio de Janeiro, 1890- 1891),
em torno de Cruz e Sousa, Emiliano Perneta, Virgílio Várzea, Nestor Vítor, entre outros.
Daí, proliferou em outros grupos, dispersos por Curitiba, São Paulo, Bahia, Belo Hori-
zonte e Rio Grande do Sul.
As vertentes simbolistas que mais atuaram no Brasil foram a baudelaireana (no poema em
prosa, no satanismo moderado, na forma lapidar de Cruz e Sousa) e a verlaineana (na mu-
sicalidade de Alphonsus). A musicalidade áspera e dissonante de Mallarmé, sua sintaxe
audaciosa, sua imagística insólita e sua fantasia humorística só repercutiram em Pedro
Kilkerry, cuja surpreendente modernidade só recentemente vem tendo um
(re)conhecimento.
Expressão da vida interior, das imagens que vêm do fundo do ser e se manifestam pateti-
camente, de modo obscuro e alógico.
Busca das formas puras, geometrizadas, visando a uma estrutura superior, à forma plás-
tica essencial; supressão da continuidade cronológica; abolição da noção tempo/ espaço;
simultaneísmo; multiplicidade de perspectivas (mostrar um objeto sucessiva e simultane-
amente de vários ângulos); técnica cinematográfica; supressão da lógica aparente, pensa-
mento-associação, enumeração caótica.
Liberdade total de criação: “estamos contra todos os sistemas, mas sua ausência é o me-
lhor sistema”; demolição; abolição da lógica, da memória, da gramática; humor delirante;
nonsense: “a arte deve ser inestética ao extremo, inútil e impossível de justificar”.
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Pré-Modernismo foi o termo cunhado por Alceu de Amoroso Lima para designar um
conjunto de autores em que se observa um sincretismo de tendências conservadoras (Re-
alismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo), com tendências renovadoras, que an-
teciparam a modernidade. Antimoderno x moderno, arcaísmo rural x refinamento litorâ-
neo.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Integração poética da civilização material e do cotidiano — “Eia! eia! eia!/ Eia eletri-
cidade, nervos doentes da Matéria!”, “O binômio de Newton é tão belo como a Vênus de
Milo. O que há é pouca gente para dar por isso”. (Álvaro de Campos).
O verso livre — A unidade de medida do ritmo deixa de ser a sílaba para basear-se na
combinação das entonações e das pausas. Ruptura com a métrica tradicional: versos de
duas a dozes sílabas, com acentos regularmente distribuídos. O versolibrismo tem como
precursores Rimbaud e Walt Whitman.
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
Declínio da oligarquia, pressionada pela burguesia industrial, pela classe média e pelo
proletariado. Hegemonia de São Paulo, combinando os capítulos oriundos do café e da
indústria.
Semana de Arte Moderna (1922), marca também o início do Tenentismo, com a Revolta
dos 18 do Forte de Copacabana e seus desdobramentos — a Insurreição de Isidoro Dias
Lopes (1924) e a Coluna Prestes (1925-1927), e a fundação do Partido Comunista
Brasileiro.
Esses fatos exprimiam a modernização política do país, contrapondo-se ao anacronismo
das instituições oligárquicas. O agravamento desse anacronismo, devido ao crack da
Bolsa de Valores de Nova York (1929) e à consequente queda do preço do café, vai im-
pulsionar a Revolução de 1930, a deposição de Washington Luís e a superação da política
do “café com leite”,
A divulgação das propostas da Geração de 1922 deu-se através de algumas revistas que, a
partir de Klaxon (São Paulo, 1922/ 23), foram-se espalhando pelo país: Estética (Rio de
Janeiro), A Revista e Verde (Minas Gerais). Essas revistas foram ampliando o leque de
autores e tendências do Primeiro Tempo Modernista.
A Semana de 1922
Corrente Dinamista
Inspirada no Futurismo, no culto à velocidade, à técnica, ao “objetivismo dinâmico”.
Graça Aranha, Ronald de Carvalho e Guilherme de Almeida configuram essa tendência,
que não se materializou em programa ou manifesto.
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
A Revolução de 1930, desdobrada na Era Vargas, acabou por frustrar as esperanças dos
segmentos sociais que ficaram marginalizados.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Poesia
Desdobramento das obras dos poetas da Geração de 1922 — Mário, Oswald e Bandeira
continuaram produzindo até 1945, 1954 e 1960, respectivamente. Mário e Bandeira per-
deram, a partir de 1930, muito da radicalidade demolidora da “Fase Heroica”. Poesia de
tensão ideológica, na vertente social da obra de Carlos Drummond de Andrade.
Prosa
Romance psicológico ou intimista — Érico Veríssimo, Cornélio Pena, Ciro dos Anjos,
Dyonélio Machado, Lúcio Cardoso, Otávio de Faria, Marques Rebelo e José Geraldo
Vieira.
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
O ano de 1945 constitui o marco inicial do Terceiro Tempo Modernista. No plano nacio-
nal, realiza-se o Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, marcado pelo repúdio à di-
tadura, ao Estado Novo, que irá cair no mesmo ano, retomando o país à normalidade de-
mocrática; no plano externo, encerra-se a Segunda Grande Guerra.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Poesia da Geração 45
Concretismo
Poesia Práxis — Foi, de início, uma ruptura polêmica com o grupo concretista, reto-
mando o engajamento histórico e a linguagem verbal, a palavra. Articulou-se em torno de
Mário Chamie, autor de Lavra-Lavra (1962), e contou com a adesão de Cassiano Ri-
cardo, remanescente do Primeiro Tempo Modernista. Propondo experiências distintas das
do Concretismo, Mário Chamie proclama, na Instauração Práxis, que o poema práxis se
organiza segundo três circunstâncias ativas: 1) o ato de compor (espaço em preto, mobili-
dade intercomunicante, suporte interno de significados); 2) a área de levantamento da
composição (realidade extratextual, escolhida para problematização em nível estético-
textual, após levantamento e convívio direto com os problemas da área); 3) o ato de con-
sumir (dentro da noção de “obra aberta”, cada leitor transforma-se em coautor).
Poema-Processo — Voltado para a área dos signos visuais plásticos, opera através da
colagem, pintura, desenho, fotografia, dispensando a palavra. Surgiu em 1967, em torno
dos nomes de Vladimir Dias Pino, Moacyr Cirne, Álvaro de Sá e Sebastião de Carvalho.
A Poesia Marginal dos Anos 70
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
O governo republicano, com apoio popular, e para garantir as possessões africanas, en-
volveu o país na Primeira Grande Guerra, aliando-se aos vitoriosos. Em 1917, Sidônio
Pais restabelece a ditadura. Seu assassinato, no ano seguinte, mergulha Portugal na insta-
bilidade, que só se interromperá em 1926, com um movimento militar que traz à tona a
figura de Antônio de Oliveira Salazar, mentor de uma das mais persistentes ditaduras de
que se tem notícia — o Estado Novo —, de 1933 a 1974, alinhando Portugal numa pers-
pectiva ideológica semelhante à da Itália e da Alemanha.
O núcleo fundamental do Orfismo foi a revista Orpheu (1915), que teve dois números. O
primeiro foi um projeto luso-brasileiro, com a direção de dois brasileiros: Luís Montalvor
e Ronald de Carvalho; o segundo número, mais expressivo, teve a direção de Fernando
Pessoa e Mário de Sá-Carneiro. As demais revistas, que aglutinaram as novas tendências,
tiveram também duração efêmera: Exílio e Centauro (1916), Portugal Futurista (1917),
Contemporânea (1922/ 23) e Athena (1924/ 25).
CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL
Os presencistas mais característicos foram José Régio e João Gaspar Simões. De forma
menos ortodoxa, participaram desse grupo Branquinho da Fonseca, Miguel Torga e
Adolfo Casais Monteiro.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS