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Definição de Humanismo
O Humanismo surgiu na Itália e foi um movimento artístico e intelectual
ocorrido no final da Idade Média, culminando no Renascimento. Seus objetivos eram
resgatar os modelos artísticos da Antiguidade greco-romana, considerados modelos.
Seu foco era o ser humano, colocando em foco o Homem, daí o termo Humanismo.
Consequentemente se resgata a visão antropocêntrica, i.e., o homem no centro do
Universo, em oposição ao teocentrismo medieval. Foi um período de transição entre o
Trovadorismo medieval e o classicismo Renascentista.
PROPOSTA LITERÁRIA
A Europa saia de um longo período em que vigorou a visão teocêntrica e o domínio
da Igreja. O conhecimento dos clássicos greco-latinos como Platão e Aristóteles, até
então exclusivas leituras do clero, passava agora para o conhecimento de muitos não
religiosos. O que até então fora uma explicação divina passa a se explicar de maneira
racional através da filosofia e da ciência, o que deu ao homem mais domínio sobre seu
destino: trata-se de um momento de transição entre o mundo medieval e a idade
moderna.
A nobreza ainda é o público dessa produção literária, mas acontece que a poesia
se separa da música. Com o tempo e o investimento da burguesia na cultura, o livro
passa a circular com maior facilidade, mais pessoas têm acesso à produção literária, o
que antes se dava somente nos castelos e nas cortes.
O soneto é uma forma fixa que será largamente adotada. Foi uma novidade
introduzida e desenvolvida pelo humanismo, o grande autor a desenvolvê-lo foi Petrarca.
Trata-se de uma estrutura fixa formada por dois quartetos e dois tercetos, geralmente
em versos decassílabos, que vai conquistar o gosto da elite por acomodar
racionalmente e de forma analítica a expressão de sentimentos humanos.
O HUMANISMO LUSITANO
No final do século XIV, a produção poética em Portugal está em crise. Foi um
período em que se viveu o auge das crônicas historiográficas, aí entra a figura de
Fernão Lopes, e a prosa doutrinária. Por assim dizer vive-se um período de
desenvolvimento da prosa. A poesia separada da música ressurge no século XV no
reinado de Afonso V. é nesse mesmo período que se dá a produção teatral de Gil
Vicente, o que retrata a sociedade portuguesa da época, com uma crítica única.
A crônica de Fernão Lopes
A nomeação de Fernão Lopes como cronista-mor da Torre do Tombo, em
1434, é considerado o marco inicial do Humanismo português, que se estende até
quando Sá de Miranda volta da Itália trazendo a nova estética renascentista, em 1527.
Fernão Lopes teve suma importância no desenvolvimento da prosa em língua
portuguesa, pesquisando em documentos antigos, registrou através de crônicas a
história dos reis de Portugal. Crônica de D. Pedro e Inês de Castro.
Assim, permaneceu no cargo até 1454 suas crônicas mais importantes são:
■ Crônica de El-Rei D. Fernando: período que vai do casamento de D.
Fernando com D. Leonor Teles e termina com a Revolução de Avis.
■ Crônica de El-Rei D. João: período que vai da morte de D. Fernando, em
1383, e termina com a revolução que leva D. João I ao trono português; a
segunda parte descreve o reinado de D. João.
■ Crônica de El-Rei D. Pedro I: o reinado de D. Pedro I (de Portugal). Encontra-se
o relato do episódio da morte de Inês de Castro (Camões vai relatar nos Lusíadas),
amante do rei, assassinada a mando de D. Afonso IV, pai de D. Pedro. D. Pedro
manda exumar o cadáver e ela é coroada rainha depois de morta.
Fernão Lopes distinguia-se dos outros cronistas pela importância que deu ao povo,
tratado por ele como coadjuvante da história dos reis. Essa escolha do cronista
exemplifica seu caráter humanista.
Poesia produzida para ser apresentada nos serões do Paço Real, diante da corte.
No reinado de D. Afonso V, “O Humanista”, esses serões eram frequentes, com a
realização de concursos poéticos, audição de música, récitas. Às vezes ocorriam
apresentações de caráter dramático teatral. As inovações em relação ao Trovadorismo
se dão principalmente no tratamento do tema do amor, agora menos idealizado, outro é
que a poesia se sapara da música. Tais poemas foram compilados pelo poeta Garcia de
Resende em um único volume, o Cancioneiro geral, em 1516.
O teatro de Gil Vicente [IMAGEM]
BIBLIOGRAFIA
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