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HUMANI

SMO
ETEC Professor Camargo Aranha
Profa. Vanessa Giron
Contexto histórico

• Decadência do Feudalismo;
• Surgiu uma nova classe social, a burguesia: isso que contribuiu para o surgimento de
cidades e, também, para a emigração do campo para a cidade. Os burgueses, agora,
competiam com a nobreza pelo poder econômico e social;
• Expansão marítima (ultramarina);
• Desenvolvimento do comércio e o surgimento de pequenas indústrias;
• A mentalidade medieval foi sendo deixada no passado daquela sociedade;
• A nova organização social trouxe consequências para o povo, que era acostumado à
servidão e, portanto, não tinha nem estudo nem qualificação profissional para atender às
exigências comerciais que se consolidavam. Com isso, esse foi um período de muita
fome e doenças. A epidemia da peste bubônica, conhecida como Peste Negra, por
exemplo, dizimou um terço da população da Europa;
• Outro fator relevante dessa nova constituição social foi a mudança do poder
descentralizado, que era executado em cada feudo pelo seu nobre responsável, para um
poder centralizado nas mãos do rei, ou seja, momento político chamado de Absolutismo.
• A imprensa de Gutenberg foi desenvolvida entre os anos de 1439 e 1440 a partir da
confecção e combinação de tipos móveis (símbolos gráficos moldados em chumbo), que
eram passados em tinta à base de óleo de linhaça e impressos em papel por meio de uma
prensa movimentada por uma barra de madeira. Sabe-se que esse tipo de impressão com
tipos móveis não é originalmente uma invenção de Gutenberg. Na China do século XI, o
inventor Bi Sheng, já havia conseguido fazer algo semelhante. Outros modelos também
haviam sido desenvolvidos na Europa medieval, mas o de Gutenberg foi o que obteve maior
sucesso e tornou-se plenamente viável;
• A hegemonia da Igreja foi quebrada, e sua influência sobre a sociedade, o modo de pensar,
de viver e a influência nas artes passou a ser criticada, inclusive, pelos seus seguidores.
Esse rompimento com a Igreja influenciou diretamente o modo de expressão da sociedade
ascendente desse período, bem como sua relação com a espiritualidade;
• Grande avanço científico se realizou nessa época: o início das grandes navegações como
forma de expansão comercial e territorial;
• A invenção da bússola;
• A teoria heliocêntrica provada por Galileu, o que deu ao homem uma postura mais
cientificista e racionalista.
Mudança do pensamento religioso

Durante séculos, a Igreja exercia uma enorme influência sobre a sociedade e seu modo
de pensar. O pensamento religioso que, até então, possuía uma visão teocêntrica
 (teos = Deus, no centro das preocupações humanas) deu lugar a uma
visão antropocêntrica (anthropos = homem, no centro das realizações do universo
humano). Por ser um movimento de transição, o Humanismo apresentava tanto as
características do modo medieval do pensamento quanto do novo modo de pensar
religioso, ou seja, havia uma tensão entre essas duas visões, porém existia um
predomínio da visão antropocêntrica.

A visão antropocêntrica via o ser humano em sua real humanidade, desconectado


da visão da Igreja, passando a ser responsável por seus pensamentos e atos, sem a
necessidade da permissão religiosa.
Por esse desligamento, houve um resgate das culturas greco-romanas da
Antiguidade, ou seja, um resgate das culturas pagãs, o que, posteriormente,
marcaria o período renascentista. Assim, houve também uma retomada de temas,
valores e personagens da mitologia dos gregos e romanos.
Humanismo é o nome dado a uma corrente filosófica e artística
que surgiu no século XV na Europa.
Na literatura, ele representou o período de transição entre o
Trovadorismo (Idade Média) e o Classicismo (Idade Moderna).

O termo “Humanismo” abriga diversas concepções. No geral,


corresponde ao conjunto de valores filosóficos, morais e
estéticos que focam no ser humano, daí surge seu nome. O
termo vem do latim (humanus significa “humano”).

O Humanismo permitiu ao homem compreender melhor o mundo


e o próprio ser. Isso ocorreu durante o período do Renascimento.
Características do Humanismo

As principais características do Humanismo são:
• Racionalidade;
• Antropocentrismo;
• Cientificismo;
• Valorização do corpo humano e das emoções;
• Busca da beleza e perfeição.
Humanismo em Portugal

O marco inicial do Humanismo literário português foi a


nomeação de Fernão Lopes para cronista-mor da Torre do
Tombo, em 1418.
O movimento com foco na prosa, poesia e teatro terminou com
a chegada do poeta Sá de Miranda da Itália em 1527.

Isso porque ele trouxe inspirações literárias baseadas na nova


medida chamada de “dolce stil nuovo” (doce estilo novo). Esse
fato permitiu o início do Classicismo como escola literária.
Autores e Obras

O teatro popular, a poesia palaciana e a crônica histórica foram os


gêneros mais explorados durante o período do Humanismo em
Portugal.

Gil Vicente (1465-1536) foi considerado o pai do teatro português,


escrevendo “Autos” e “Farsas”, dos quais se destacam:
• Auto da Visitação (1502);
• O Velho da Horta (1512);
• Auto da Barca do Inferno (1516);
• Farsa de Inês Pereira (1523).
Fernão Lopes (1390-1460) foi o maior
representante da prosa historiográfica
 humanista, além de fundador da historiografia
portuguesa. De suas obras merecem destaque:
• Crônica de El-Rei D. Pedro I;
• Crônica de El-Rei D. Fernando;
• Crônica de El-Rei D. João I.

Quanto à poesia palaciana, Garcia de Resende


Possível retrato de Fernão Lopes (1470-1536) foi o maior representante com sua
obra Cancioneiro Geral (1516).
Teatro vicentino 

É o nome dado aos textos teatrais produzidos pelo dramaturgo português


Gil Vicente durante o período denominado Humanismo (1434-1527).
O teatro vicentino tem início em 1502, quando o autor apresentou sua peça
“Monólogo do vaqueiro”, também chamado de “Auto da visitação”.
Posto que a maior parte de suas peças possui teor satírico, vale lembrar
uma das mais célebres frases do dramaturgo: “Rindo se castigam os
costumes”.
Lembre-se que o Humanismo representa uma fase de transição entre o
Trovadorismo e o Classicismo, ou seja, é o momento que marca o fim da
Idade Média e o início da Idade Moderna.
A principal característica do Humanismo são a valorização do ser humano
com o surgimento do pensamento antropocêntrico (homem no centro
do mundo) no período renascentista.
Quem foi Gil Vicente?
Gil Vicente (1465-1536) nasceu em
Guimarães, cidade no norte de Portugal,
sendo um dos nomes mais importantes do
Humanismo português.
Foi poeta, no entanto se destacou no teatro
com a produção de diversas peças,
sobretudo os autos e as farsas.
É, por isso, considerado o “Pai do Teatro
Português”. De sua obra, merecem
Retrato de Gil Vicente (1882), por António
Nunes Júnior.  destaque: Auto da Visitação, O Velho da
Horta, Auto da Barca do Inferno e a Farsa
de Inês Pereira.
Características do Teatro Vicentino

• Retrato da sociedade portuguesa;


• Teatro de costumes;
• Crítica social;
• Obra de caráter universal;
• Influência do antropocentrismo;
• Presença de temas de cultura popular;
• Personagens caricaturadas e alegóricas;
• Presença de humor e comicidade;
• Elementos místicos;
• Caráter moralizante e satírico;
• Temas pastoris, cotidianos, profanos e religiosos.
Para compreender melhor a linguagem utilizada pelo dramaturgo, segue abaixo um trecho de uma de suas
obras mais emblemáticas:
Auto da Barca do Inferno
“DIABO À barca, à barca, houlá!
que temos gentil maré!
- Ora venha o carro a ré!

COMPANHEIRO Feito, feito!


Bem está!
Vai tu muitieramá,
e atesa aquele palanco
e despeja aquele banco,
pera a gente que virá.
À barca, à barca, hu-u!
Asinha, que se quer ir!
Oh, que tempo de partir,
louvores a Berzebu!
- Ora, sus! que fazes tu?
Despeja todo esse leito!
COMPANHEIRO Em boa hora! Feito, feito!
DIABO Abaixa aramá esse cu!”
A poesia palaciana foi
desenvolvida a partir do século XV
dentro do movimento literário
denominado Humanismo.

Recebeu esse nome, pois era


produzida nos palácios e estava
destinada aos nobres. Tinha o intuito
de entreter os membros da Corte.

Os principais temas explorados pela


poesia palaciana eram: costumes da
corte, temas religiosos, satíricos,
líricos e heroicos.
A poesia palaciana foi reunida pelo poeta
português Garcia Resende (1482-1536) no
“Cancioneiro Geral” (1516). O Cancioneiro
reunia cerca de 900 produções poéticas da
época.

Os principais escritores reunidos no


cancioneiro foram:
• Garcia de Resende;
• João Ruiz de Castelo Branco;
• Nuno Pereira;
• Fernão da Silveira;
• Conde Vimioso;
• Aires Teles;
• Diogo Brandão.
Poesia Palaciana e Poesia Trovadoresca

Anteriormente, a poesia estava intimamente relacionada à música.


Foi durante o Humanismo que o texto poético começou a se
separar dela e adquiriu sua independência.

No Trovadorismo, as principais produções poéticas foram as


cantigas líricas (Amor e Amigo) e as cantigas satíricas (Escárnio e
de Maldizer). Eram textos poéticos recitados e acompanhados por
música e dança, daí o nome “cantigas”.
Assim, as cantigas trovadorescas eram produzidas para serem
cantadas, enquanto as poesias palacianas eram feitas para serem
declamadas.
Principais Caraterísticas da Poesia Palaciana

• Ausência de instrumentos musicais;


• Separação entre poesia e música;
• Presença de redondilhas (5 ou 7 sílabas poéticas);
• Uso de figuras de linguagem;
• Métrica, ritmo e expressividade;
• Presença de idealismo e sensualidade.

“Meu amor, tanto vos amo,


que meu desejo não ousa
desejar nenhuma cousa.
Porque, se a desejasse,
logo a esperaria;
e, se eu a esperasse,
sei que vos anojaria.
Mil vezes a morte chamo,
e meu desejo não ousa
desejar-me outra cousa.”
(Conde Vimioso)
Fonte:

https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/humanismo.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/invencao-imprensa.htm#:~:text
=A%20imprensa%20de%20Gutenberg%20foi,por%20uma%20barra%20de%20madeira.

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