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A literatura (do latim littera, que significa “letra”) é uma das manifestações artísticas do ser humano, ao
lado da música, dança, teatro, escultura, arquitetura, dentre outras.
Ela representa comunicação, linguagem e criatividade, sendo considerada a arte das palavras.
Trata-se, portanto, de uma manifestação artística, em prosa ou verso, muito antiga que utiliza das
palavras para criar arte, ou seja, a matéria prima da literatura são as palavras, tal qual as tintas é a
matéria prima do pintor.
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, a literatura é a arte de compor obras
em que a linguagem é usada esteticamente e em que é usada uma língua como meio de expressão.
Também é usado este termo para definir o conjunto das produções literárias de um país, de uma época
ou de um gênero/sector de conhecimento (como a literatura persa, por exemplo) e o conjunto de obras
que tratam sobre uma arte ou uma ciência (literatura desportiva, literatura jurídica, etc.).
Em suma, literatura se traduz como a arte de produzir textos e para isso pode-se usar diferentes tipos de
produções literárias, tais como literatura de romance, literatura de ficção, literatura popular, literatura
de cordel, literatura médica, literatura técnica, literatura portuguesa, poesia, prosa, entre ouros.
Mas é importante que se saiba que não são todos os textos que são literários e nem todos os livros
também, por isso não há como generalizar.
É importante destacar que a origem da escrita não coincide com a origem da literatura. Os textos
sumérios e alguns hieroglíficos egípcios, considerados como os escritos mais antigos dos quais se tenha
registos, não pertencem ao âmbito da literatura
Função da Literatura
A arte literária representa recriações da realidade produzidas de maneira artística, ou seja, que possui
um valor estético, donde o autor utiliza das palavras em seu sentido conotativo (figurado) para oferecer
maior expressividade, subjetividade e sentimentos ao texto.
Dessa forma, a literatura possui um importante papel social e cultural envolvido no contexto em que
fora criada, posto que abarca diversos aspectos de determinada sociedade, dos homens e de suas ações
e, portanto, que provoca sensações e reflexões do leitor. Para o filósofo francês Louis-Gabriel-Ambroise,
Visconde de Bonald: “A literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem.
”
Gêneros Literários
Gêneros Literários
Os gêneros literários são categorias da literatura que englobam os diversos tipos de textos literários
segundo sua forma e conteúdo.
Tanto o conceito de literatura se modificou ao passar do tempo como o de gênero literário, uma vez que
os gêneros literários, abordado por Aristóteles, eram classificados de três maneiras, semelhante ao que
conhecemos hoje, embora possua diferenças.
De acordo com o esquema proposto por Aristóteles, os gêneros literários eram divididos em: Lírico
(“palavra cantada”), Épico (“palavra narrada”) e Dramático (“palavra representada”).
Atualmente, o gênero épico, que envolvia as narrativas históricas baseado nas lendas e na mitologia, foi
substituído pelo gênero narrativo. Sendo assim, os gêneros literários são classificados em:
Gênero Lírico: possui um caráter sentimental com presença do eu lírico, por exemplo, as poesias, odes e
sonetos.
Gênero Narrativo: possui um caráter narrativo, ou seja, envolve narrador, personagens, tempo e espaço,
por exemplo, os romances, contos e novelas.
Gênero Dramático: possui um caráter teatral, ou seja, são textos para serem encenados, por exemplo,
tragédia, comédia e farsa.
Corrente Literárias
A literatura foi mudando muito ao longo da história. Por isso, é dividida em movimentos literários de
acordo com cada época. Cada um deles tem características e especificidades de períodos históricos
distintos.
O Trovadorismo surgiu em meados do século 11 na região da Occitânia – onde hoje estão França, Itália e
Espanha. Os poemas da época eram feitos para ser cantados, e os artistas eram divididos entre
Trovadores, que eram compositores de origem nobre, e Jograis, que eram servos, muitos deles,
profissionais da música.
As cantigas trovadoras carregam características da Idade Média e muitas foram escritas em galego-
portugués. Elas se dividem em Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo) e Satíricas (Cantigas de
Escárnio e Cantigas de Maldizer).
Nas cantigas de amor, o tema mais desenvolvido é o amor não correspondido no qual o trovador
destaca as qualidades da mulher amada (suserana) e se coloca em posição “inferior”, de vassalo.
Nas cantigas de amigo o eu-lírico é uma mulher, embora os escritores da época fossem homens. Nessas
obras, há a lamentação da dama perante a falta de seu amado, que é chamado de “amigo”.
Nas cantigas de escárnio, por sua vez, há uso de duplo sentido e sátiras indiretas sem citar nomes. Já nas
cantigas de maldizer, há sátiras diretas com uso de palavrões e muitas vezes com o nome da pessoa
criticada.
Os principais autores do Trovadorismo são Ricardo Coração de Leão, Afonso Sanches, Dom Dinis I de
Portugal, João Zorro, Paio Soares de Taveirós, Paio Gomes Charinho, entre outros. As cantigas estão em
compilações de diversos autores, chamadas de cancioneiros. Os principais cancioneiros são o da Ajuda,
o da Vaticana e o da Biblioteca Nacional.
Humanismo (1418-1527)
O Humanismo como movimento literário ocorre no período entre a Idade Média e o início da Idade
Moderna. Em Portugal, foram produzidos três tipos literários no Humanismo: prosa, poesia e teatro. O
movimento é marcado pela ideia de racionalidade, antropocentrismo (o homem no centro de tudo), o
cientificismo, a beleza e a perfeição e a valorização do corpo humano.
Havia a chamada crônica histórica, representada sobretudo por Fernão Lopes. A obra do autor contém
ironia e crítica à sociedade portuguesa. No Humanismo também era comum a poesia palaciana, que
reproduzia a visão de mundo dos nobres. Nessa poesia, o amor é sensual e a mulher deixa de ser tão
idealizada quanto era no Trovadorismo.
Outra grande manifestação do período foi o teatro popular, cujo principal representante é Gil Vicente,
autor de Auto da Barca do Inferno (1516). A obra dele está ligada a valores cristãos, visão maniqueísta
(bem versus mal) e apresenta caráter moralizante. Outros títulos notáveis são Auto da Visitação (1502) e
Farsa de Inês Pereira (1523).
O Quinhentismo foi a primeira manifestação literária do Brasil e tem esse nome pelo fato da literatura
nacional ter começado no ano de 1500, época da colonização portuguesa. Por isso, as obras não eram
ligadas ao povo brasileiro, mas aos colonizadores europeus.
Faz parte do Quinhentismo a literatura de informação produzida pelos viajantes portugueses no período
do Descobrimento do Brasil e das Grandes Navegações. Os textos eram simples e adjetivados – a
maioria deles crônicas de viagens, bastante descritivas. Mas também havia literatura de catequese feita
pelos jesuítas, na qual se abordava não só a conquista material, mas também a espiritual.
Destacam-se autores como Pero Vaz de Caminha, que registrou suas primeiras impressões das terras
brasileiras. A Carta a el-Rei Dom Manoel sobre a "descoberta" do Brasil, escrita por ele, foi o primeiro
documento redigido sobre a história do país.
Outros autores do Quinhentismo são o padre jesuíta José de Anchieta (Arte de gramática da língua mais
usada na costa do Brasil , de 1595); o cronista português Pero de Magalhães Gândavo ( O Tratado da
Terra do Brasil, de 1576) e o Padre Manuel da Nóbrega ( Tratado contra a Antropofagia, de 1559).
A estética literária do Classicismo surgiu a partir do movimento cultural do Renascimento. Foi inspirada
no fim do contexto medieval religioso e na retomada de valores clássicos racionais da antiguidade. O
capitalismo começava e a Idade Média acabara, marcando o nascimento da Idade Moderna na Europa.
As Grandes Navegações tinham feito com que o homem do início do século 16 se sentisse orgulhoso e
daí surgiram as ideias de racionalismo e antropocentrismo, noção humanista de que o homem estaria à
frente de tudo, inclusive de Deus.
Luiz Vaz de Camões é o grande nome do Classicismo e seu poema mais conhecido é Os Lusíadas, escrito
em dez cantos, com 1102 estrofes (compostas em oitava-rima e versos decassílabos) e cinco partes.
O herói do poema épico de Camões é o próprio povo português e ele conta a história da viagem de
Vasco da Gama em seu caminho para as Índias. Podemos também destacar os escritores Dante Alighieri,
Petrarca e Boccacio.
O Barroco marca uma crise dos valores renascentistas e mostra um mundo no qual há um combate
entre fé e razão. A Igreja havia sido questionada pelas reformas protestantes e o barroco vai em defesa
da religião católica, em um movimento ligado à contrarreforma.
O período é marcado por contradições, sobretudo a do homem que quer a salvação, mas ao mesmo
tempo usufrui dos prazeres mundanos. Destaca-se na literatura os sermões do Padre Antônio Vieira,
um português que ingressou na Companhia de Jesus, cuja obra principal é o Sermão da Sexagésima.
Outro autor essencial no período do barroco foi Gregório de Mattos, conhecido por seus poemas
satíricos, líricos e eróticos. Em suas obras Buscando a Cristo e A Cristo N. S. Crucificado, ele procura
mostrar a insignificância do homem perante ao divino e fala do pecado e da busca pelo perdão.
De Mattos também gostava de criticar a sociedade baiana e, por causa do seu tom crítico e ácido,
ganhou o apelido de “Boca do Inferno”. Um de seus poemas do período criticava um político baiano e é
chamado de A cada canto um grande conselheiro.
Arcadismo (1768 – 1836)
Os poemas são geralmente em forma de soneto (dois quartetos e dois tercetos, normalmente com dez
sílabas poéticas) e há temática bucólica e idealizada sobre o amor (geralmente entre pastores), beleza
estética e viver o momento presente (carpe diem).
Em Portugal, destaca-se António Dinis da Cruz e Silva, autor do poema O Hissope e Odes Pindáricas. No
Brasil, o movimento chega por volta de 1768, marcado pela publicação de Obras, do poeta Cláudio
Manuel da Costa.Também temos como representante do Arcadismo o brasileiro Tomás Antônio
Gonzaga, autor de Marília de Dirceu, Tratado de Direito Natural e Cartas Chilena
O Romantismo nasceu na Europa no final século 18. Já no Brasil, começou a se desenvolver no século
19. Foi a primeira escola a romper com os valores clássicos, provenientes dos séculos 15 e 16.
A escola romântica, burguesa por excelência, abandona o aspecto formal na poesia (verso branco e sem
rima). Entre as características principais do romantismo, em especial na prosa, estão sentimentalismo
intenso, pessimismo, amor platônico, idealismo da mulher amada, fuga da realidade, egocentrismo e
nacionalismo.
Entre os autores principais do Romantismo estão o alemão Johann Wolfgang von Goethe, que publicou
o romance inaugural do movimento (Os sofrimentos do jovem Werther, 1774). Outro autor importante
é o português Almeida Garrett (Viagens na Minha Terra, 1845) e o brasileiro José de Alencar, autor de O
Guarani (1857) e Iracema (1865).
Tal como aparece na obra de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, o protagonista é
problemático, a mulher não é idealizada e o amor é subordinado a interesses sociais e à manipulação
(um exemplo é a personagem Marcela, que o protagonista diz que amou-lhe “durante quinze meses e
onze contos de réis”).
Outro autor relevante no movimento é Eça de Queiróz, que fazia críticas sociais ao clero e aos pobres e
escreveu O Primo Basílio, A Cidade e as Serras e O Crime do Padre Amaro, representando o Realismo em
Portugal.
O Naturalismo se desenvolveu sujeito à influência das teorias científicas que dominavam o cenário
europeu a partir da segunda metade do século 19, como Evolucionismo, de Charles Darwin, o
Positivismo, de Auguste Comte.
O Naturalismo teve como marco inicial a publicação, em 1881, de Germinal, de Émile Zola, na Europa.
No Brasil, o maior representante do movimento foi Aluísio Azevedo, que escreveu as obras, O Mulato,
Casa de Pensão e O Cortiço.
Ao contrário do que acontece com o Realismo, que teve poucos poetas em seu movimento, mas foi rico
em romancistas, no Parnasianismo ganha destaque a poesia. Esse movimento é também mais uma
reação ao sentimentalismo idealizante do romantismo.
Assim, há valorização do cuidado formal e a expressão moderada dos sentimentos com um vocabulário
elaborado, culto e, muitas vezes, pouco compreensível. Há ainda racionalismo e temática voltada para
assuntos universais.
Ao contrário do que ocorre com o Realismo, os poetas parnasianistas não tratavam temas sociais, mas o
culto da arte pela arte, ou seja, a poesia deveria valer por si mesma, por sua beleza, sem compromisso
social.
O Parnasianismo é fundado na França, no final do século 19, com a publicação de uma antologia poética
pelo nome de Le Parnasse Contemporain (O Parnaso Contemporâneo). No Brasil, o Parnasianismo
começou na mesma época, prolongando-se até a Semana de Arte Moderna, em 1922.
Entre os principais autores brasileiros do movimento estão Alberto de Oliveira (1857-1937), autor de
Canções românticas, Meridionais, e Sonetos e poemas; e Raimundo Correia, que escreveu Primeiros
Sonhos (1879), Sinfonias (1883) e Versos e Versões (1887).
O Simbolismo surgiu na França, por volta de 1880, e encontrou suporte teórico no Manifesto do
Simbolismo (1886), de Jean Moréas. Durante a Segunda Revolução Industrial, nota-se que o capitalismo
traz retornos desiguais, e essa estética surge como reação ao materialismo e ao cientificismo,
resgatando de certa forma os valores do Romantismo esquecidos pelo Realismo.
Entre as características principais do Simbolismo estão o subjetivismo, interesse pela loucura e mente
humana, linguagem vaga, formas fixas para o poema (em especial o soneto), antimaterialismo,
misticismo, metáforas e sinestesias – confusão de sentidos como "beijo amargo" e "cheiro azul".
Dois livros marcam o Simbolismo no Brasil: Missal (poemas em prosa) e Broquéis, ambos publicados em
1893, e de autoria de João da Cruz e Souza. Além dele, também foi importante o autor Alphonsus de
Guimaraens ( Setenário das dores de Nossa Senhora, Câmara ardente, Dona Mística).
Pré-Modernismo (1902-1922)
Embora não seja considerado uma “escola literária”, já que não há uma linha única seguida por um
grupo de autores, a literatura pré-modernista discute os problemas sociais e a realidade cultural do
Brasil. O movimento se desenvolveu na transição da República da Espada para a República das
Oligarquias ou República do café com leite.
O Rio de Janeiro do século 20, em meio a profundas transformações da reforma urbana do prefeito
Pereira Passos, é o pano de fundo do pré-modernismo. Os autores adotam uma postura crítica diante as
desigualdades e problemas da população. Há linguagem formal, mas fica para trás a preocupação
estética e rebuscada, focando-se em temas sociais e políticos.
Entre os autores mais marcantes do pré-modernismo são Euclides da Cunha (Os Sertões,1902), Graça
Aranha (Canaã, 1902), Lima Barreto (O triste fim de Policarpo Quaresma, 1915) e Monteiro Lobato,
autor de As Cidades Mortas, que denuncia a decadência econômica e o dia a dia das cidades cafeeiras.
Modernismo
No Brasil, o Modernismo surgiu a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu devido ao
Centenário de Independência. Em Portugal, o movimento estreou em 1915, com a publicação da Revista
Orpheu.
Primeira Geração (1922 a 1930): Diretamente afetada pela Semana de Arte Moderna de 1922,
caracteriza-se pelo rompimento com estruturas do passado. É valorizado em especial um
distanciamento ao Parnasianismo, que é ironizado por meio do poema Os Sapos, de Manuel Bandeira.
Outros representantes dessa geração são Mário de Andrade, autor de Macunaíma, e Oswald de
Andrade. Em Portugal, temos Fernando Pessoa, que escreveu a obra Mensagem e criou três
heterônimos, cada um com estilos de escrita particulares. São eles: Alberto Caeiro (Pastor Amoroso,
Poemas Inconjuntos), Ricardo Reis (Prefiro Rosas, Breve o Dia) e Álvaro de Campos (Ode Marítima,
Tabacaria).
Na prosa, há grandes romances regionalistas, focados em temas sociais, e com linguagem coloquial e
regional. Um exemplo é Vidas Secas (1938), de Graciliano Ramos, e os romances de Jorge Amado, o mais
famoso deles, Capitães de Areia (1937), que retrata a vida de meninos abandonados em Salvador.
Terceira Geração (1945 a 1960): Essa fase é considerada bem fragmentada. Trata-se de um período no
qual o movimento perde um pouco a unidade, com várias tendências literárias surgindo ao mesmo
tempo.
Entre os autores mais importantes temos Clarice Lispector, que escrevia principalmente histórias não
lineares com protagonistas femininas. A autora tem uma linguagem profunda por meio da qual escreve
em um cenário de cotidiano momentos de revelação e epifanias pela qual passam suas personagens.
Também há João Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas ( 1956), e João Cabral de Melo Neto,
que escreveu Morte e Vida Severina ( 1955). Ambos escreveram as obras com traços regionalistas e que
unem poesia e prosa para fazer uma crítica social.
Principais correntes literárias da história Mundial
Contexto histórico
Período situado no apogeu das civilizações gregas, tendo Atenas e Esparta como expoentes, e da
romana, tanto na república quanto no império.
Temas
Os principais assuntos tratados eram a mitologia, o amor, a beleza, a tragédia, a comédia, a epopeia, a
guerra e a política.
Características
foco no herói;
lirismo;
visão objetiva de mundo;
influência da oralidade;
dualidade logos/mythos.
Autores
Contexto histórico
Época situada na Idade Média, tradicionalmente considerada como uma era intermediária entre a
Antiguidade e a Modernidade.
Temas
teocentrismo;
noção mais coletiva de autoria;
iluminuras;
apreço pela tradição;
dualidade ordem/subversão.
Autores
Dante Alighieri, Geoffrey Chaucer, Chrétien de Troyes e Jacopo de Varazze. Além disso, podemos citar o
impacto das cantigas líricas e satíricas, dos romances de Cavalaria, das canções de Gesta, das
hagiografias e das Sagas Nórdicas.
Contexto histórico
Período relacionado ao fim da Idade Média e início da Idade Moderna, que teve nos Grandes
Descobrimentos o seu principal ponto de atenção.
Temas
A literatura renascentista valorizava tópicos como o amor, a bravura, a epopeia e a perfeição estética.
Características
Autores
Boccaccio, Luís de Camões, Miguel de Cervantes, Francesco Petrarca, Gil Vicente e William Shakespeare.
4) Neoclassicismo (séc. XVIII)
Contexto histórico
Iluminismo.
Temas
Características
Autores
Voltaire, Daniel Defoe, Jonathan Swift, Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga.
Contexto histórico
Temas
Características
subjetivismo;
sentimentalismo;
idealização do amor;
longo texto em prosa;
versos livres.
Autores
Lord Byron, José de Alencar, Goethe, Victor Hugo e Camilo Castelo Branco.
Contexto histórico
Temas
Características
objetivismo;
crítica social;
descritivismo;
impessoalidade.
Autores
Gustave Flaubert, Machado de Assis, Raul Pompeia, Émile Zola, Eça de Queiroz e Fiódor Dostoiévski.
Contexto histórico
Temas
Autores
Mário de Andrade, Fernando Pessoa, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Ezra Pound, James Joyce,
T.S.Eliot e Virginia Woolf.
Contexto histórico
Guerra Fria e contemporaneidade. Das correntes literárias majoritárias, esta é considerada como a
última de repercussão mundial.
Temas
Características
quebra de paradigmas;
ceticismo;
relativismo;
niilismo;
desconstrução;
multiplicidade.
Autores
Zygmunt Bauman, Ferreira Gullar, Décio Pignatari, Michel Foucault, Jorge Borges e Umberto Eco.
Literatura africana
A literatura africana de língua portuguesa possui características específicas e pode ser dividida em três
fases: colonização, pré-independência e pós-independência.
Literatura africana é aquela composta por obras produzidas em países do continente africano, mas a
literatura africana em língua portuguesa possui características específicas de acordo com seu período de
produção. Assim, a primeira obra africana em língua portuguesa — Espontaneidades da minha alma —
foi impressa em 1849.
As obras da literatura africana em língua portuguesa estão inseridas em três períodos distintos:
colonização, pré-independência e pós-independência. E seus autores mais conhecidos são: José
Craveirinha (Moçambique), Noémia de Sousa (Moçambique), Pepetela (Angola), Mia Couto
(Moçambique) e Paulina Chiziane (Moçambique).
As obras da literatura africana em língua portuguesa podem ser divididas em três períodos:
colonização, pré-independência e pós-independência.
O período da colonização é marcado pela alienação cultural.
O período pré-independência possui obras com discurso anticolonialista.
O período pós-independência é caracterizado pela valorização da cultura africana.
Espontaneidades da minha alma, do autor angolano José da Silva Maia Ferreira, foi a primeira
obra africana em língua portuguesa a ser impressa, em 1849.
A literatura africana é ampla, pois diz respeito aos vários países da África. O mais adequado, portanto,
seria dizer “literaturas africanas”. Assim, colocaremos aqui características compartilhadas pelos países
africanos de língua portuguesa, que tiveram uma história muito semelhante de colonização e luta pela
independência. No entanto, devemos lembrar que a literatura de cada um desses países possui também
as suas peculiaridades.
realismo social;
nacionalismo;
identidade negra;
folclorismo;
discurso anticolonialista;
elementos modernistas;
valorização da cultura popular.
temática da diáspora;
experimentalismo;
universalismo.
Principais autores da literatura africana
José da Silva Maia Ferreira (1827-1881) — Angola
Caetano da Costa Alegre (1864-1890) — São Tomé e Príncipe
Antônio de Assis Júnior (1887-1960) — Angola
Jorge Barbosa (1902-1971) — Cabo Verde
Baltasar Lopes (1907-1989) — Cabo Verde
Manuel Lopes (1907-2005) — Cabo Verde
Rui de Noronha (1909-1943) — Moçambique
Oscar Ribas (1909-2004) — Angola
Como a literatura de qualquer outro país ou continente, a literatura africana também tem a função de
refletir sobre a cultura e a história de seu povo, e fazer um resgate da história de seus antepassados, de
forma a fortalecer uma tradição, a qual reflete a identidade de uma nação.
Os países africanos de língua portuguesa possuem uma literatura que transcende as fronteiras. Isso
porque países como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe
compartilham histórias muito semelhantes, mas também uma língua, a portuguesa.
Nesse sentido, o diálogo se amplia com outros continentes, isto é, Europa e América do Sul, já que a
literatura de Portugal e do Brasil também são produzidas em língua portuguesa. Desse modo, essas
literaturas exercem influência umas sobre as outras e compõem algo maior, pois fazem parte da
literatura em língua portuguesa.
A literatura africana possui longa tradição oral, portanto, em seus primórdios, era apenas assim que as
histórias eram contadas, sem um registro escrito. Foi por volta do século XVIII que os colonizadores
portugueses começaram a pensar em um sistema educacional nas colônias africanas, o que se
consolidou a partir no século XIX.
Figuras de pensamento
Figuras de pensamento são caracterizadas por termos ou expressões empregados em sentido figurado e
atrelados ao campo do pensamento, ou seja, da ideia.
Figuras de pensamento são fenômenos linguísticos caracterizados por enunciados que apresentam
termos ou expressões em sentido figurado, ou seja, conotativo. Porém, tal sentido é realizado no âmbito
do pensamento, da ideia sugerida, após ser motivado pela linguagem. Assim, as figuras de pensamento
são: hipérbole, eufemismo, ironia, antítese, paradoxo (oximoro), personificação (prosopopeia),
gradação, apóstrofe e litotes.
Hipérbole
Figuras de pensamento
Figuras de pensamento são caracterizadas por termos ou expressões empregados em sentido figurado e
atrelados ao campo do pensamento, ou seja, da ideia.
Figuras de pensamento são fenômenos linguísticos caracterizados por enunciados que apresentam
termos ou expressões em sentido figurado, ou seja, conotativo. Porém, tal sentido é realizado no âmbito
do pensamento, da ideia sugerida, após ser motivado pela linguagem. Assim, as figuras de pensamento
são: hipérbole, eufemismo, ironia, antítese, paradoxo (oximoro), personificação (prosopopeia),
gradação, apóstrofe e litotes.
Hipérbole
Exemplos:
Mil vezes eu implorei o seu perdão, mil vezes você disse me odiar.
Note que as expressões “mil vezes”, “morria” e “quinhentos mil anos-luz” são exageradas e têm o
intuito de dar ênfase à declaração.
Eufemismo
Exemplos:
Ironia
Exemplos:
Não sei como você consegue encontrar suas coisas nesse quarto tão organizado!
Dilermano é realmente muito generoso. Paga à sua empregada o que a lei exige, e não o que o trabalho
dela merece.
Os filmes de terror da atualidade são muito bons mesmo, pois é impossível assistir a eles sem ter crises
de riso.
Observe que o enunciador pretende afirmar o contrário de “quarto tão organizado”, “muito generoso” e
“são muito bons mesmo”.
Antítese
Exemplos:
A justiça deveria ser o fim das injustiças, não lhe parece óbvio?
Nos enunciados, é possível observar as seguintes oposições: “pequenos/ grandes”, “justiça/ injustiças” e
“desejo/ desprezo”.
Paradoxo
O paradoxo, também chamado de “oximoro”, é uma antítese que apresenta alguma contradição.
Exemplos:
O autor do feminicídio disse que matou sua esposa porque a amava muito.
O primeiro-ministro disse que, para o bem de todos, o Estado não devia gastar dinheiro nem com a
saúde e nem com a educação.
É possível perceber contradições quando o enunciador afirmar que: alguém matou por amor, não
investir na saúde e educação é algo bom para todos, a falta de esforço leva ao sucesso.
Personificação
Exemplos:
A galinha disse ao pintinho que ele ficaria de castigo no canto do galinheiro e sem dar um pio.
Ele leu o livro Memórias de um cabo de vassoura, de Orígenes Lessa, quando tinha dez anos.
Observe que, nos enunciados, adquiriram características humanas: a galinha, que fala; a vassoura, pois
tem memórias; e as ruas, que sofrem.
Gradação
Exemplos:
Juliano, antes de partir, comprou algumas roupas, uma mala e uma passagem de avião.
Sua atitude heroica foi instintiva, transformadora e jamais esquecida por aqueles que sobreviveram.
A famosa socióloga disse que, em ambos os países, a justiça prende mais do que devia, não oferece
condições para a reinserção social e, assim, impede a diminuição dos índices de criminalidade.
Veja que, nos enunciados, há uma gradação, isto é, uma sequência de ideias que indica o
desenvolvimento de um dado processo. Assim, no primeiro enunciado, roupas são compradas,
possivelmente, para serem colocadas em uma mala, levada em uma viagem. Já no segundo enunciado,
certa atitude heroica ocorre de forma instintiva; produz, em seguida, uma transformação e, no futuro,
será lembrada. E, por fim, o terceiro enunciado indica que, em dois países não determinados, ocorrem
prisões em excesso, os encarcerados não são preparados para a reinserção social e, consequentemente,
a criminalidade não diminui.
Apóstrofe
Exemplos:
Não posso mais, minha amiga, suportar uma realidade tão nociva.
Socorrei-me, ó pai dos burros, pois não posso cometer nem um erro de ortografia.
Assim, foram invocados uma amiga, Jorge e o pai dos burros (dicionário).
Litotes
Exemplos:
Aquele escritor não é ignorante, suas obras trazem reflexões muito pertinentes.
Não comprei a melancia porque eu estava a pé, e ela não é uma fruta pequena.
Desse modo, é possível entender que certo escritor é consciente, a melancia é uma fruta grande e a
engenheira é racional.
São utilizadas para modificar um período, ou seja, interferem na estrutura gramatical da frase, com o
intuito de oferecer maior expressividade ao texto.
Assim, as figuras de sintaxe operam de diversas maneiras na frase, seja na inversão, repetição ou na
omissão dos termos.
Elipse
A elipse é a omissão de um ou mais termos, os quais não foram expressos anteriormente no discurso,
entretanto, que são facilmente identificáveis pelo interlocutor (receptor).
Exemplo: Estávamos felizes com o resultado dos exames. (Neste caso, a conjugação do verbo
“estávamos”, propõe o termo oculto “nós”.)
Zeugma
A zeugma é um tipo de elipse, uma vez que há omissão de um ou mais termos na oração, sendo um
recurso utilizado para evitar a repetição de verbo ou substantivo.
Hipérbato ou Inversão
O hipérbato é caraterizado pela inversão da ordem direta dos termos da oração, segundo a construção
sintática usual da língua (sujeito + predicado + complemento).
Exemplo: Triste estava Manuela. (Neste caso, o estado do sujeito surge antes do nome “Manuela”, que
na construção sintática usual seria: Manuela estava triste).
Silepse
Silepse de Pessoa, quando ocorre discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o
verbo, que surge na primeira pessoa do plural.
Exemplos:
São Paulo é suja. (silepse de gênero)
Um bando (singular) de mulheres (plural) gritavam assustadas. (silepse de número)
Todos os atletas (terceira pessoa) estamos (primeira pessoa do plural) preparados para o jogo.
(silepse de pessoa)
Assíndeto
Síndeto corresponde a uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações
coordenadas. Feita essa observação, a figura de pensamento assíndeto é caracterizada pela ausência de
conjunções.
Exemplo: Daiana comprou uvas para comer, (e) limões para fazer suco.
Polissíndeto
Anáfora
A anáfora é a repetição de termos no começo das frases, muito utilizada pelos escritores na construção
dos versos a fim de dar maior ênfase à ideia.
Anacoluto
O anacoluto altera a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no discurso.
Exemplo: Esses políticos de hoje, não se pode confiar. (Numa sequência lógica, teríamos: “Esses políticos
de hoje não são confiáveis” ou Não se pode confiar nesses políticos de hoje.)
Pleonasmo
Repetição enfática ou redundância de um termo que soa “desnecessário” no discurso, o qual pode ser
utilizado intencionalmente (pleonasmo literário) como figura de linguagem, ou por desconhecimento
das normas gramaticais (pleonasmo vicioso), nesse caso um vício de linguagem.
Exemplo: A noite escura da Amazônia. (Note que a noite já pressupõe escuridão.)