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PORTUGAL
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
AMAPÁ – UEAP – CAMPUS I
Prof. Dr. Osmando Jesus Brasileiro
Detalhe de A criação do homem, de Michelangelo, Capela Sistina. Nessa imagem,
aparecem as três características predominantes do Renascimento: serenidade,
sobriedade e racionalismo .
O Nascimento de Vênus (1484-1486), de Sandro Botticelli é
umas das obras mais emblemáticas do Renascimento italiano
INTRODUÇÃO
O Classicismo corresponde a um
movimento artístico cultural que
ocorreu durante o período do
Renascimento (a partir do século XV)
na Europa.
O nome do movimento que marca o
fim da Idade Média e o início da Idade
Moderna, faz referência aos modelos
clássicos (greco-romano).
No campo da literatura,
Classicismo é o nome dado aos
estilos literários que vigoravam no
século XVI, na época do
Renascimento. Por isso, a
produção desse período também
é chamada de Literatura
Renascentista.
Contexto Histórico do Classicismo
Em Portugal, o Classicismo
compreende o período literário do
século XVI (entre 1537 e 1580). O
marco inicial do movimento foi a
chegada do poeta Francisco Sá de
Miranda a Portugal.
Ali, ele se inspirou no humanismo
italiano, trazendo uma nova forma
de poesia: o “dolce stil nuevo”
(Doce estilo novo).
Esse novo modelo estava baseado
na forma fixa do soneto (2
quartetos e 2 tercetos), nos versos
decassílabos e na oitava rima.
Além de Sá de Miranda merecem destaque os
escritores portugueses classicistas:
Bernardim Ribeiro (1482-1552), com sua
novela “Menina e Moça” (1554);
António Ferreira (1528-1569), com sua
tragédia “A Castro” (1587).
No entanto, foi a partir de Luís de Camões, um
dos maiores poetas portugueses e da literatura
mundial, que a literatura portuguesa ganha
notoriedade.
LUIZ VAZ DE CAMÕES
Antropocentrismo
Humanismo
Universalismo
Racionalismo
Cientificismo
Paganismo
Objetividade
Equilíbrio
Harmonia
Rigor formal
Mitologia greco-romana
Ideal platônico e de beleza
Principais autores e suas obras
Decerto que na literatura
portuguesa o autor que recebe
destaque é Luís Vaz de Camões,
com sua obra “Os Lusíadas”
(1542). Já na Espanha, Miguel de
Cervantes (1547-1616) com sua
obra mais notável “Dom Quixote”
(1605).
Destacam-se também os escritores
humanistas italianos:
Dante Alighieri 1265-1321), com sua obra
mais popular “A Divina Comédia” (1555);
Francesco Petrarca (1304-1374), pai do
humanismo e inventor do soneto;
Giovanni Boccacio (1313-1375), com sua
obra Magma “Decamerão” (1348 e 1353).
O Gênero Épico
O gênero épico remonta à antiguidade
grego e latina sendo os seus
expoentes máximos Homero e Virgílio.
A epopeia é um gênero narrativo em
verso, em estilo elevado, que visa
celebrar feitos grandiosos de heróis
fora do comum reais ou lendários.
Tem pois sempre um fundo histórico; de
notar que o gênero épico é um gênero
narrativo e que exige na sua estrutura a
presença de uma ação, desempenhada por
personagens num determinado tempo e
espaço.
O estilo é elevado e grandioso e possui
uma estrutura própria, cujos principais
aspectos são:
Proposição - em que o autor
apresenta a matéria do poema;
Invocação - às musas ou outras
divindades e entidades míticas
protetoras das artes;
Dedicatória - em que o autor dedica o
poema a alguém, sendo esta
facultativa;
Narração - a ação é narrada por
ordem cronológica dos
acontecimentos, mas inicia-se já no
decurso dos acontecimentos (“in
medias res”), sendo a parte inicial
narrada posteriormente num processo
de retrospectiva, “flashback” ou
“analepse”;
Presença de mitologia greco-latina -
contracenando heróis mitológicos e
heróis humanos.
Os Lusíadas (1572): EPOPEIA DE
IMITAÇÃO
Epopeia porque é uma narração em verso de
um fato histórico grandioso, de interesse
para toda a Humanidade.
Imitação porque segue os modelos das
epopeias primitivas (ex.: a Ilíada e a
Odisseia de Homero); contem dramatização
das ações dos heróis como reflexo do
conflito dos deuses (maravilhoso pagão)
Canta os feitos do presente em comparação
com feitos grandiosos do passado, e é ainda
a voz dos que se opunham aos
Descobrimentos (ex.: “Velho do Restelo”)
Estrutura Externa d'Os Lusíadas
O Gênero Épico
Proposição
Canto I, est. 1-3, em que Camões propõe-se
cantar as grandes vitórias e os homens ilustres
- “as armas e os barões assinalados”; as
conquistas e navegações no Oriente (reinados
de D. Manuel e de D. João III); as vitórias em
África e na Ásia desde D. João a D. Manuel,
que dilataram “a fé e o império”; e, por último,
todos aqueles que pelas suas obras valorosas
“se vão da lei da morte libertando”, todos
aqueles que mereceram e merecem a
“imortalidade” na memória dos homens.
O Gênero Épico
Invocação
Canto I, est. 4-5, o poeta pede ajuda a
entidades mitológicas, chamadas musas. Para
além das estâncias 4 e 5, onde o poeta se
dirige às Tágides, isso acontece várias vezes
ao longo do poema, sempre que o autor
precisa de inspiração:
O Gênero Épico
Dedicatória
Canto I, est. 6-18, é a dedicatória do poema a
D. Sebastião, que encara toda a esperança do
poeta, que quer ver nele um monarca
poderoso, capaz de retomar “a dilatação da fé
e do império” e de ultrapassar a crise do
momento.
Termina com uma exortação ao rei para que
também se torne digno de ser cantado,
prosseguindo as lutas contra os Mouros.
A dedicatória tem uma estrutura
tipicamente clássica:
Exórdio (est. 6-8) - início do discurso;
Episódios Simbólicos:
Velho do Restelo
Adamastor