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Figuras de Linguagem

      Aspectos semânticos

      Comparação

      Quando tem expresso o termo comparativo.

      Geralmente aparece a conjunção “como”.

      “Eu faço versos como quem chora

      De desalento... de desencanto...” (M.

      Bandeira)

      Metáfora

      Comparação mental ou abreviada, prevalecendo

      a relação de semelhança. Não aparece a

      conjunção “como”

      “Meu coração é um balde despejado.”

      (Fernando Pessoa)

      Catacrese

      É uma metáfora que caiu no uso popular,

      corriqueira, muito comum.

      O poema está no pé da página.

      As pernas da mesa estão bambas.

      Personificação ou

      prosopopéia

      Atribuição de ações, qualidades ou

      sentimentos a seres inanimados.

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      “O tempo passou na janela e só Carolina

      não viu.” (Chico Buarque)

      Hipérbole

      Afirmação exagerada.

      (Falei trezentas vezes para você!)

      “Meus olhos são pequenos para ver

      o mundo que me esvai em sujo e sangue

      outro mundo que brota...” (Carlos

      Drummond de Andrade)

      Sinestesia

      Interpretação de planos sensoriais, Mistura de

      sensações de sentidos diferentes. Como na

      metáfora, relaciona elementos de universos

      diferentes.

      (Senti um cheiro doce no ar.)

      “Indefiníveis músicas supremas

      Harmonias da Cor e do Perfume...

      Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,

      Réquiem do Sol que a Dor da luz

      resume...”

      (Cruz e Sousa)

      Metonímia

      Relação de proximidade entre os elementos

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      escolhidos, os quais apresentam certa

      interdependência.

      Comer o pão (por alimento) que o diabo

      amassou (por sofrimento).

      Efeito pela causa: Sócrates tomou a

      morte. (por veneno)

      Autor pela obra: Lemos Machado com

      interesse.

      Continente pelo conteúdo: Bebeu o

      cálice da salvação.

      Parte pelo todo: A choupana não

      suportou quatro invernos.

      Singular pelo plural: O homem, que é

      mortal, imortaliza-se por meio de suas

      conquistas.

      Gradação

      Seqüência de palavras, cujo sentido vai se

      intensificando ou atenuando gradativamente.

      “- Já se supunha um príncipe, um gênio,

      um deus, mas que caiu das alturas,

      rodopiou no ar e estatelou-se no

      abismo.” (M. de Assis)

      Antítese

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      Contraposição de uma palavra ou frase a outra

      de sentido oposto.

      “Eu que só cego – mas peço luzes...

      Que sou pequeno, - ma só fito os

      Andes...” (Castro Alves)

      Eufemismo

      Substituição de uma palavra ou expressão

      desagradável ou áspera por outra mais amena.

      Você faltou com a verdade a um homem.

      Ironia

      Sugerir pela entonação e pelo contexto algo

      contrário ao que pensamos, geralmente com

      intenção sarcástica.

      “A excelente D. Inácia era mestra na arte

      de judiar de crianças.” (Monteiro Lobato)

      Perífrase/

      antonomásia

      Expressão que designa os seres por um de seus

      atributos.

      O rei dos animais rugia alto diante da

      ameaça.

      Aspectos fonéticos

      aliteração

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      Repetição dos mesmos fonemas

      consonantais.

      “Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi

      berrando.” (Guimarães Rosa)

      Assonância

      Repetição dos mesmos fonemas vocálicos.

      “Ó formas alvas, brancas, formas claras.”

      (Cruz e Sousa)

      Paronomásia

      (trocadilho)

      Vocábulos foneticamente parecidos,

      resultando em um trocadilho ou jogo de

      palavras.

      “Levou seu retrato

      Seu trapo, seu prato...” (Chico Buarque)

      Onomatopéia

      Palavras cuja sonoridade imita a voz ou o

      ruído de seres ou coisas.

      “O silêncio fresco despenca das árvores.

      Veio de longe, das planícies altas,

      Dos cerrados onde o guaxe passe rápido...

      Vvvvvvv... passou.”(Mário de Andrade)

      Aspectos sintáticos

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      Elipse

      Omissão de um termo facilmente

      subentendido. Dito ou não anteriormente.

      “No mar, tanta tormenta e tanto dano.”

      (Camões)

      Elipse do verbo haver (no mar há tanta ...)

      “Foi saqueada a vila, e assassinados os

      partidários dos Filipes.”

      (Camilo Castelo Branco)

      Elipse do verbo:” e foram assassinados...”

      Pleonasmo

      Reforço estilístico da expressão. Consiste na

      repetição de uma idéia anteriormente

      sugerida ou na repetição de um termo já

      expresso.

      “Ele admirava menos a tela que a pintora,

      ela menos o espetáculo que o admirador, e

      eu via-os com estes olhos que a terra há de

      comer.” (Machado de Assis)

      Silepse

      Concordância com um termo subentendido

      que temos em mente.

      Silepse de gênero: A grande e concorrida

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      São Paulo.

      Silepse de número: A multidão assistia

      satisfeita, aplaudiam e acreditavam.

      Silepse de pessoa: Você e os que pensam

      assim, não teremos muitas surpresas.

      Inversão/

      hipérbato

      Inversão da ordem natural das palavras na

      frase ou de oração no período

      “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

      De um povo heróico o brado retumbante”

      Polissíndeto

      Repetição intencional de conjunções.

      “trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua”

      (Olavo Bilac)

      Assíndeto

      Omissão intencional da conjunção.

      “Fere, mata, derriba denodado...”

      (Camões)

      Anáfora

      repetição da mesma palavra no começo de

      cada um dos membros da frase.

      “Eu quase não saio

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      Eu quase não tenho amigo

      Eu quase não consigo

      Ficar na cidade sem viver contrariado.”

      (Gilberto Gil)

      Anacoluto

      Mudança de construção sintática, no meio

      do enunciado, geralmente depois de uma

      pausa.

      “Essas empregadas de hoje, não se pode

      confiar nelas” (Alcântara Machado)

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