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FIGURAS DE LINGUAGEM

1. Comparação/símile:
 Comparação explícita;
 Uso de termos comparativos: “como”, “tal qual”, “assim como”, “que nem”, “da mesma
forma”, “igual a”, “semelhante a” etc.
 Exemplo: Ele é bravo como um leão.

2. Metáfora:
 Comparação implícita;
 Mais significativo;
 Importante à linguagem poética;
 Amplia o não dito, as entrelinhas;
 Exemplo: Ele é um leão.

3. Alegoria:
 Imagem consagrada pela cultura ou pela repetição ao longo do texto;
 Exemplos:
 Amor =
 Felicidade =
 Morte = caveira
 Pomba = paz

4. Catacrese:
 Metáfora que se popularizou por dar nome a algo;
 Caráter coloquial;
 Exemplos:
 Céu da boca (palato);
 Batata da perna (panturrilha);
 Embarque do voo (embarque = barco);
 Azulejo (se referia apenas aos azuis);
 Orelha do livro;
 Cabeça de alfinete;
 Boca do estomago;
 Maça do rosto;
 Pé de página;
 Dente de alho;
 Tomar um ônibus.

5. Metonímia:
 Utilização de um termo por outro por prolongação do sentido;
 Tipos:
 Parte/todo:
 “O bonde passa cheio de pernas” (pessoas);
 “Um par de seios caminha em minha direção” (mulher);
 “O bigode chegou” (pessoa com bigode);
 “Faltam Pelés na seleção” (jogadores como Pelé – indivíduo pelo todo);
 Marca/produto - Poder emblemático da mídia:
 Toddy/Nescau  achocolatado em pó;
 Maisena  amido de milho;
 Chicletes  goma de mascar;
 Cotonete  haste de algodão;
 Sucrilhos  Cereal matinal;
 Gilete  lâmina de barbear;
 Artista/obra - Intimidade com o autor:
 Eu li Machado;
 Eu estava na duvida se ouviria Caetano Veloso ou Chico Buarque;
 Estou horas diante desse Picasso;
 Continente/conteúdo:
 Ela tomou oito taças de vinho;
 Ele comeu três pratos de feijoada e bebeu dois engradados de cerveja;
 Personagem/sentimento:
 O cupido acertou-me em cheio;
 Antonomásia - Características e apelidos/ pessoa:
 O Rei do futebol brasileiro chegou (Péle);
 O Poetinha se autodenominava o branco mais negro do Brasil (Vinícius de Moraes);
 O autor de Iracema também atuou na dramaturgia (José de Alencar);
 O filho de Deus vai voltar (Jesus);
 Viva o pai da aviação (Santos Dumont);
 Perífrase - Características e apelidos/ coisas:
 O rei da selva (Leão);
 A cidade luz (Paris);
 A cidade maravilhosa (Rio de Janeiro).

6. Hipérbole:
 Traduz uma ideia com uma expressão exagerada;
 Quer impressionar, chocar, comover;
 Caráter persuasível;
 Exemplo: Estou morrendo de fome.

7. Eufemismo:
 Transmissão de uma a mensagem sem utilizar termos agressivos, pesados, assustadores;
 Evita reações negativas do receptor;
 Contrário da hipérbole;
 Caráter persuasivo;
 Exemplos:
 “Macunaíma punha a mão nas graças” (Mário de Andrade );
 Eu os vi do jeito que vieram ao mundo;
 Você faltou com a verdade;
 Ele partiu dessa para uma melhor.

8. Antítese:
 Emprego de termos antagônicos para reforçar a ideia de oposição;
 Há mais de um elemento!
 Exemplo:
“Nasce o sol e não dura mais que um dia
Depois da luz se segue a noite escura
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas, a alegria” (Gregório de Matos)

9. Paradoxo/Oximoro:
 Realização simultânea de opostos em um elemento;
 Representação do absurdo;
 Refere-se apenas a um objeto, ou seja, uma coisa é e também não é;
 Exemplo:
“Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.” (Camões)

10. Prosopopeia:
 Atribui a seres inanimados a capacidade dos seres animados ou vice-versa;
 Presente em fábulas e em textos de literatura infantil por proporcionar um caráter lúdico,
fantástico;
 Tipos:
 Personificação - atribui características humanas:
 A chuva fala coisas tristes;
 Reificação/coisificação - atribui características de coisa:
 Lábios de mel.
11. Pleonasmo/Redundância:
 Repetição de palavras similares;
 Recurso estilístico ou vício de linguagem;
 Exemplos:
 Subir para cima;
 Elo de ligação;
 Hemorragia de sangue;
 Novo lançamento;
 Encarar de frente;

12. Sinestesia:
 Fusão de sensações; confluência de sentidos (audição, tato, olfato, visão e paladar);
 Comum no Simbolismo;
 Exemplos:
 Ele estava usando um perfume doce;
 Eu escuto a cor do passarinho.

13. Ironia:
 Expressão de sentido inverso ou diferente do que era esperado;
 É reconhecida por uma entonação sarcástica ao se pronunciar.
 Exemplo: Ela é legal! Bem longe de mim...

14. Gradação:
 Série de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descente (anticlímax);
 Exemplo: Nasceu. Cresceu. Trabalhou. Adoeceu. Morreu.

15. Hipérbato/Inversão:
 Alteração da ordem direta dos termos da oração;
 Exemplos:
 “Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco.” (Gonçalves Dias)  A flor do tamarindo
abriu-se há pouco;
 “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”
 As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico.

16. Anacoluto:
 Palavras ou expressões inseridas no início de um período sem desempenhar função
sintática;
 Exemplos:
 Amigos, há muito não os vejo;
 A rua onde moras, nela é que desejo morar.

17. Apóstrofe:
 Interpelação da voz poética a divindades, a pessoas ou a coisas personificadas;
 Sensação de súplica e lamentação;
 Normalmente aparece no início da oração;
 Exemplos:
 “Pai nosso que estais no céu...”;
 “Virgem Maria, cheia de graça, rogai por nós pecadores...”.

18. Silepse:
 Figura sintática que privilegia a concordância com a ideia e não com as palavras escritas
 Tipos:
 Gênero:
 Vossa Excelência parece magoado;
 “Conheci uma criança... mimos e castigos pouco podiam com ele” (Almeida Garret);
 Número:
 “– E o povo de Maravalha? Perguntava ele aos canoeiros.
– Estão em São Miguel.” (José Lins do Rego, Menino de Engenho).
 Pessoa:
 “A gente precisa de mostrar às raparigas que não somos nenhuns miseráveis”
(Fernando Namora);
 “Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos os modernos” (Machado de Assis).

19. Elipse:
 Omissão de algum termo da sentença;
 Exemplos:
 “No mar, tanta tormenta e tanto dano” (Camões)  Elipse do verbo haver, antes de
“tanta” e de “tanto”;
 “Veio sem pinturas, um vestido leve, sandálias coloridas” (Rubem Braga)  Elipse do
conectivo “com”.

20. Zeugma:
 Omissão de algum vocabulário já mencionado;
 Exemplos:
 “A igreja era grande e pobre. Os alteres, humildes” (Carlos D.de Andrade)  Zeugma
do vocábulo “eram”;
 “Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida mais amores”  Zeugma do vocábulo
“tem”.
21. Assíndeto:
 Omissão de conjunções ou conectivos;
 Os elementos presentes têm autonomia e um valor equivalente, sem qualquer ideia de
superioridade ou subordinação;
 Exemplos:
 Vim, vi, venci;
 “A barca vinha perto, chegou, atracou, entramos.” ( Machado de Assis).

22. Polissíndeto:
 Empregos de vários conectivos, que aparecem reiteradamente no texto;
 Exemplo: “Nem glória, nem amores, nem santidade, nem heroísmo.” (Otto Lara Resende).

23. Aliteração:
 Repetição de consoantes;
 Efeito sonoro significativo;
 Exemplos:
 “Acho que a chuva ajuda a gente se ver” (Caetano Veloso);
 “Olha a bolha d’água / no galho!/ Olha o orvalho! (Cecília Meirelles)”.

24. Assonância:
 Repetição de vogal (geralmente tônica);
 Exemplos:
 “Pássaro da lua / que queres cantar / nessa terra tua / sem flor e sem mar?” (Cecília
Meirelles);
 "Sou um mulato nato no sentido lato / mulato democrático do litoral." (Caetano
Veloso);

25. Onomatopeia:
 Reprodução dos sons da realidade por meio de palavras;
 Exemplos:
 Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
 “E tia Gabriela sogra grasnadeira grasnou graves grosas de infâmia.” (Oswald de
Andrade)  O som de “gr” indica a raiva.

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