AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA

LINGUAGEM
Prof Dr. Aparecido Soares
 Vamos aquecer?
O que está acontecendo aqui?

● https://www.youtube.com/watch?v=DOfEu2zqrkQ
 E aqui?

● https://www.youtube.com/watch?v=jj4YFR215ko
 LINGUAGEM

Requer apropriação do A aquisição de recursos

código para que seja como
A linguagem vai muito utilizado de acordo, não entonação/prosódia,
além da aprendizagem apenas com as suas apoio contextual e
de vocábulos ou regras gramaticais e gestual/mímica facial
repetição de conceituais, mas dentro também fazem parte
amontoados de frases de um contexto deste processo de
e palavras; específicos e que aquisição e se dá por
requerem habilidades meio da influência
supralinguísticas. ambiental.
 PRÉ-DISPOSIÇÃO GENÉTICA PARA
ADQUIRIR LINGUAGEM

A hipótese de que o
conhecimento humano
acerca das línguas
É, ainda hoje, o
naturais é resultado de elemento que conecta
uma capacidade
mais fortemente a
biologicamente
determinada, teoria linguística à
biologia e à psicologia
específica à espécie,
(Jackendoff, 2002).
de acordo com a teoria
gerativa de Noam
Chomsky.
 PRÉ-DISPOSIÇÃO GENÉTICA PARA
ADQUIRIR LINGUAGEM
● Do mesmo modo, nenhuma criança precisa aprender que
existem frases com três palavras e frases com quatro palavras,
mas não com três palavras e meia, e que esse número pode ir
aumentando sem ter fim; é sempre possível construir uma
frase mais complexa, com uma forma e um sentido definidos.

● Tal conhecimento nos chega necessariamente “originário da

mão da natureza”, nas palavras de David Hume, como parte da
nossa dotação biológica (Chomsky, 1997).
 O QUE A NEUROCIÊNCIA NOS DIZ A
RESPEITO?
A neurociência afirma que a plasticidade cerebral é a capacidade que o cérebro
tem de fazer e desfazer ligações entre os neurônios. Essas ligações constantes
entre os neurônios, na prática, vão permitir o aprendizado e, consequentemente, o
desenvolvimento das habilidades e das competências de diferentes naturezas.

A experiência e as informações que chegam ao sistema nervoso central, na

forma de estímulos sensoriais, afetam o cérebro que, por sua vez, se
beneficia positivamente – o que aprendemos age em nível celular, impondo
novos padrões de organização do cérebro.

Além disso, a aprendizagem ocorre quando conseguimos resgatar essa memória

e aplicá-la de forma inovadora e criativa na resolução de problemas, aliando os
estudos à vivência, à imaginação
O QUE É PRECISO
PARA ADQUIRIR
LINGUAGEM?
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
AMBIENTE ESTIMULADOR
AUDIÇÃO – EU PRECISO OUVIR PARA
FALAR!

ORELHA ORELHA ORELHA

EXTERNA MÉDIA INTERNA
COGNIÇÃO X LINGUAGEM
 COGNIÇÃO X LINGUAGEM

Linguagem e cognição caminham lado a lado e se

entrelaçam em determinados momentos.

O sujeito precisa da cognição para se desenvolver

e precisa da linguagem para se expressar.

Existe uma interdependência entre cognição e

linguagem.
 COGNIÇÃO

● Ato ou processo de conhecer, que envolve

atenção, percepção, memória, raciocínio, imagin
ação, e posteriormente, linguagem.
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NOS PRIMEIROS ANOS DE
VIDA – 0 a 1 ano

● Inicialmente o aprendizado (cognitivo) da criança é

puramente motor:
● Sustentação de cabeça,
● Sentar,
● Bater palmas,
● Bater a caneca no cadeirão
● Colocar a colher dentro de uma caneca
● Virar a caneca e descobrir que a colher cai.
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NOS PRIMEIROS
ANOS DE VIDA – 1 a 2 anos

● Aprende a manipular objetos

● Separar e classificar (essa uma habilidade importante
para todo o desenvolvimento cognitivo e simbolização)

É dessa forma que a criança

organizará seu mundo: classificando e
seriando
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NOS PRIMEIROS
ANOS DE VIDA – 1 a 2 anos

● Classificar e Seriar:
● Envolve noções de cores, tamanhos, igual, diferente
● Permite à criança investigar e concluir sobre características de
objetos, cores e diversas características e conceitos de tal forma a
levá-la ao agrupamento de determinados objetos/conceitos.

A criança que tem essa habilidade comprometida ou alterada terá

dificuldades/transtornos no desenvolvimento da linguagem
 Linguagem oral X Maturidade Simbólica

● No processo de desenvolvimento da linguagem, a entrada no

mundo simbólico é fator preponderante para que a criança
possa atingir níveis de maior complexidade linguística.

● Durante esse processo de desenvolvimento infantil, existe

uma grande e estreita relação entre as áreas cognitiva,
afetiva, social e comunicativa, que constituem a base para a
emergência dos símbolos.
 Linguagem oral X Maturidade Simbólica

● A função simbólica consiste na capacidade de representar o

mundo experienciado e vivido.

● Envolve, além da linguagem e da brincadeira simbólica, a

imitação diferida, a resolução de problemas por combinação
mental de ações e imagens mentais, que constituem um
sistema de significantes das funções simbólicas e cognitivas,
possibilitando as diversas formas de representação.
 Linguagem oral X Maturidade Simbólica

● Alguns pesquisadores têm afirmado que a maturidade

simbólica e as habilidades linguísticas têm seu
desenvolvimento apoiado em habilidades semelhantes, uma
vez que ambas dependem da capacidade de representação e
utilização de um elemento representativo de dado objeto,
pessoa, lugar ou ação de um outro elemento ou situação.
Linguagem oral X Maturidade Simbólica

● Em atividades de maturidade simbólica, objetos ou

situações são utilizados ainda que não estejam
presentes;
● Processo similar ao que ocorre na atividade linguística
que se utiliza de combinações fonológicas (palavras)
para representar objetos, situações, locais e eventos do
mundo real.
● Maturidade simbólica e linguagem compartilham
estruturas semelhantes que progridem de formas
mais elementares para uso progressivamente
complexo e que demanda diferentes habilidades
cognitivas.
Maturidade Simbólica x Habilidades
Intelectuais

Assim, a aquisição da
linguagem não poderia ser
entendida de forma isolada no
desenvolvimento infantil.

Seu surgimento possui

estreitas relações com os
aspectos cognitivos e sugere
que o desenvolvimento
linguístico depende do
desenvolvimento da cognição.
 A PARTIR DA SIMBOLIZAÇÃO...

Dessa forma, o
desenvolvimento
É por meio da cognitivo constrói a
A linguagem toma à linguagem que base para que a
frente do aprendemos, linguagem se
desenvolvimento raciocinamos, desenvolva. Essa
cognitivo e, antes tiramos dúvidas, por sua vez,
dependente dele, perguntamos, funciona com
agora passa a ampliamos catapulta para todo
alimentá-lo. vocabulário e o desenvolvimento
conhecimento. cognitivo pós
aquisição de
linguagem.
 IMPORTANTE

Alterações no desenvolvimento da cognição levam,

consequentemente a transtornos da linguagem em maior
ou menor grau a depender da origem da alteração
cognitiva (déficit cognitivo, síndromes)
ESTRUTURA DA LINGUAGEM

SEMÂNTICO

PRAGMÁTICO LINGUAGEM FONOLÓGICO

SINTAXE
 ESTRUTURA DA LINGUAGEM

Semântico: é o
vocabulário (léxico) da Fonológico: é o conjunto
dos sons que compõem
criança; é onde reside
uma língua; a criança
todos os significados,
conceitos e precisa adquiri-los em
totalidade para ser fluente
características de
determinado signo. no seu idioma.
 ESTRUTURA DA LINGUAGEM
● Sintaxe: é a estrutura de determinada língua. O Português
Brasileiro tem como forma principal a estrutura SUJEITO +
VERBO + OBJETO
Ex. O menino caiu no buraco
● Pragmática: é o uso social da linguagem. É o entendimento
das situações em que eu posso/devo utilizar determinado
vocabulário ou estrutura linguística.

TODOS OS COMPONENTES DA LINGUAGEM PRECISAM SER

ADQUIRIDOS PARA QUE A CRIANÇA SE TORNE
PROFICIENTE EM SUA LÍNGUA MÃE
 DESENVOLVIMENTO LEXICAL

Um dos aspectos mais importantes da aquisição da linguagem;

Para adquirir vocabulário a criança tem que também aprender a forma

fonológica das palavras com seus respectivos significados.

Inicialmente, mais ouve do que fala; ao entender os símbolos sonoros

que designam objetos/conceitos passa a reproduzi-los em sua fala.

Após isso , aprende a colocá-las em sua categoria sintática (sujeito +

verbo + objeto)
https://www.youtube.com/watch?v=RE4ce4m
exrU
 DESENVOLVIMENTO SINTÁTICO
● Dependente do desenvolvimento lexical.
● Apenas depois de entender os significados das palavras é que as
crianças, por meio da observação, começam a respeitar a
canonicidade do idioma.
● Frases iniciais: “qué ábua” – verbo e objeto justapostos
● Mais tarde: Eu quero água (sujeito+ verbo + objeto)

Conforme o aprendizado de palavras e significados ocorre, a criança

passa a utilizar palavras de classe fechada (conjunções, preposições)
que são as últimas a integrarem o discurso da criança, mas que
conferem maior complexidade linguística . A partir de então, passa a
estabelecer relações de causa/efeito, causalidade, condicionalidade e
etc.
 DESENVOLVIMENTO FONOLÓGICO

Erros e trocas fonológicas Espera-se que a criança

O sistema fonológico é são muito comuns na fase domine todas as regras
adquirido gradualmente inicial de aquisição (1-4 fonológicas de sua língua
em função da idade. anos) e não devem ser até os cinco/seis anos de
motivos de preocupação. idade.
 DESENVOLVIMENTO FONOLÓGICO

0- 1 ano : vocalização e percepção das palavras que o adulto fala

1-1,6 ano: uso de palavras isoladas/sons para nomear animais

objetos (au-au;miau)

1,6- 4 anos: período de grande expansão do sistema fonológico

(concomitante ao boom do vocabulário); após essa idade apenas
sons complexos estarão em aquisição (tr/br/bl/cl)

4-6 anos: estabilização do sistema fonológico e aquisição dos

fonemas tardios.
 IMPORTANTE

Variações dialetais não são

consideradas alterações fonológicas;
deve-se respeitar as particularidades de
determinada região/cultura

O mesmo ocorre com “erros” ao nomear

objetos (fóscu – fósforo/prástico-
plástico/bicicreta-bicicleta).
Nesse caso, deverão ser trabalhados,
mas não são considerados alterações.
 DESENVOLVIMENTO PRAGMÁTICO

Depende da habilidade
Adquirido nas Depende da EMPATIA
do falante e do ouvinte
interações sociais: tanto em compreender pontos (habilidade de se
em casa quanto na colocar no lugar do
de vistas em
escola. determinados contextos. interlocutor)

Compreensão das
Leitura adequada de relações sociais e dos
papéis que as pessoas
sinais linguísticos e não-
linguísticos a sua volta representam
(pais, amigos,
professores)
 DESENVOLVIMENTO PRAGMÁTICO

● Envolve a compreensão de proposições duplas, ironias,

metáforas, sentido figurado e paradoxos da linguagem.

● As respostas do ambiente são quem direciona esse

aprendizado, ou seja, se estou conseguindo manter o
tópico do assunto com vocabulário e expressões
idiomáticas adequadas, não sou afastado do grupo
FALHAS NO USO SOCIAL DA LINGUAGEM
FALHAS NA LINGUAGEM POR FALTA DE EMPATIA
 OU SEJA...

● De nada adianta ter vocabulário amplo, sistema

fonológico intacto, sintaxe perfeita se o uso social da
linguagem não é eficaz.

TODOS OS COMPONENTES DA LINGUAGEM DEVEM

ESTAR PRESERVADOS PARA QUE ELA CUMPRA O SEU
PAPEL
MARCOS DO DESENVOLVIMENTO DA
LINGUAGEM
 NEONATO

O RN (38-40 semanas de gestação) apresenta ao nascer

uma função auditiva que esteve ativa durante,
aproximadamente, quatro meses (Northern e Downs, 1989)

O bebê humano chega ao mundo preparado para

processar os sons que o cerca, para aprender a fala e a
linguagem na modalidade auditivo-oral.

Audição dos bebês não é igual ao dos adultos: o

processamento auditivo continua desenvolvendo na
infância e na adolescência. (Werner, 2007)
Considerações sobre o desenvolvimento
da linguagem

● 1-3 meses:
Sons são novidades
Acorda em função de sons elevados quando no ruído e de
sons mais baixos quando no silêncio
Presta atenção às vozes
Gosta de música
● 4 a 7 meses:
Entretém-se cada vez mais em escutar diferentes sons e
ruídos
Percebe quando é chamado e entende o significado da fala (7
meses)
Considerações sobre o desenvolvimento
da linguagem

● 8 -11 meses
Escuta o que falam, mesmo que não entenda’ouve ritmo e inflexões de voz e tenta
imitar = jogo vocal
Gosta de escutar palavras familiares
Responde ao seu próprio nome e as perguntas simples
Para a atividade para atender ao chamado
● 12 - 15 meses:
Escuta música e canta seguindo a prosódia. Presta atenção às indicações dos pais
Conhece realmente seu nome, já conseguindo responder a ele de outro local.
Volta-se para ouvir quando falam dele.
Considerações sobre o desenvolvimento
da linguagem

● 16 a 18 meses

Gosta de versos/ música (atenção por 2-3 minutos)

Imita canções com inflexões
Indica figuras de conceitos conhecidos conhecidas
(casa, banana), embora ainda não saiba nomeá-las
corretamente
Localiza diretamente sons lateralmente, abaixo
e acima
Considerações sobre o desenvolvimento da
linguagem
BEBÊS – 12 A 24 MESES
AUDIÇÃO (OU LINGUAGEM RECEPTIVA) LINGUAGEM (EXPRESSIVA)

Identifica partes do corpo Usa mais palavras

Obedece ordens simples Usa perguntas (mais? O que é isso?)

Presta atenção nas canções Combina duas palavras

Aponta páginas de livro Usa mais consoantes

Entende significado Frases com 2 ou 3 palavras

 AOS 24 MESES DE IDADE

Aumento do vocabulário (Boom do vocabulário)

Conhece o significado das palavras e usa apropriadamente;

Compreende e aprende ordens simples como: Coma! Pare! Apresse-se!

Repete muito o que ouve ( "parece um papagaio");

Fase do “O que é isso?”

Reconhece vozes;

Formula frases de 2 palavras; combina palavras em ideias simples (olha nenê, papai tchau)
 3 ANOS DE IDADE
Pessoas entendem mais o que a criança fala; expansão
fonológica; aumento da inteligibilidade

Uso de pronomes (meu, minha, eu)

Início da formação de sentenças;

responde questões simples e de ordem dupla

 4 ANOS
A fala é melhor compreendida

Vocábulos abstratos (sentimentos, impressões)

Orações com 4 ou mais palavras

Conta fatos

Flexiona verbos

Passa a usar o passado, presente e futuro

 5 ANOS

Vocabulário > 6000 palavras;

Conta histórias com começo, meio e fim, com uso de elementos

morfossintáticos e flexão em todos os tempos verbais

Controle produtivo sobre quase todos os aspectos de sua

língua.

Habilidades metalinguísticas em aprimoramento e estabilização.

DESENVOLVIMENTO DA
FALA
 A NEUROLOGIA DA FALA

● O ato de fala requer a integridade e a integração de

numerosas atividades:

■ neurocognitivas;
■ neuromusculares;
■ musculoesqueléticas.

● Estas atividades podem ser resumidas e organizadas

da seguinte forma:
● Em condições favoráveis, a produção da fala se inicia com
uma idéia.

● Quando pensamentos, sensações e emoções geram a

intenção de comunicar, estes precisam ser organizados e
convertidos em símbolos verbais.

● Para comunicar essa idéia, o falante deve organizar um

código lingüístico que contenha sentido (semântica), forma
(sintaxe), que obedeçam as regras da língua (fonologia).

Este atividades são denominadas como

PROCESSAMENTO COGNITIVO-LINGUÍSTICO
● A mensagem verbal precisa ser organizada para a
execução neuromuscular.

● Estas atividades incluem a seleção e sequencialização

de programas sensoriomotores.

● Estes programas ativam os músculos da fala de maneira

adequada quanto à:
○ coarticulação;
○ duração;
○ intensidade;

Estas atividades são denominadas como

PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO MOTORA DA FALA

● As atividades do sistema nervoso central e periférico devem ser
combinadas para regular e executar programas motores de fala.

● Estes programas motores de fala ativam os músculos envolvidos na

respiração, fonação, ressonância e articulação.

● Estas ações geram um sinal acústico que reproduz de maneira

fidedigna as ações planejadas pelos programas motores.

● A transmissão neuromuscular, a subsequente contração muscular e

a movimentação das estruturas da fala são denominadas

EXECUÇÃO NEUROMUSCULAR
 LINGUAGEM/FALA
PLANEJAMENTO
PROCESSAMENT E EXECUÇÃO
O COGNITIVO- PROGRAMAÇÃO NEUROMUSCUL
LINGUÍSTICO MOTORA DA AR
FALA

PROCESSAMENTO
MOTOR DA FALA
 O SISTEMA MOTOR
● Os movimentos corporais não dependem apenas das
ações musculares;

● São o resultado de complexos processos de

programação, comando e controle que envolvem
diversas regiões cerebrais e terminam na contração
das fibras musculares.

● Esse conjunto neuromuscular é conhecido como

sistema motor.
 O PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM/FALA NO SNC –
ESTRUTURAS ENVOLVIDAS

● Córtex auditivo primário - responsável

pelo processamento auditivo inicial,
identifica os sinais sonoros que
codificam as palavras.

● Córtex parieto-temporal - responsável

pela codificação fonológica e a
determinação das ideias e palavras à
serem faladas – formulação da
linguagem (área de Wernicke).

● Fascículo arqueado – realiza a ligação

entre a área de Wernicke e a área de
Broca.
Á
R ● Córtex frontal ântero-inferior –
E responsável pela associação
A
semântica.
D
E ● Área pré-motora – responsável
B tanto pela codificação articulatória
R como pela programação motora
O
C da fala.
A

Córtex motor primário – relacionado à execução da

fala, ativa os músculos necessários para a produção da
fala, monitorados pelo cerebelo e núcleos da base.
● Núcleos da base – controle do movimento (facilitam
os movimentos desejados e inibem os indesejados).

● Cerebelo - torna os movimentos coordenados e

suaves.

● Pela ativação dos neurônios motores, os músculos

são acionados (organizados em conjuntos
antagônicos - a contração de um requer o simultâneo
relaxamento/extensão de outro), permitindo a
efetivação do movimento final: a produção do som e a
articulação.
 DESENVOLVIMENTO DO PROCESSAMENTO MOTOR
DA FALA

Processamento motor da fala – resultado da combinação entre os

processos de planejamento, programação e execução motora.

No início do desenvolvimento, o processamento motor da fala não está

totalmente estabelecido.

Em crianças pequenas, podem ser observadas tanto uma falta de

precisão articulatória quanto uma maior variabilidade dos movimentos
articulatórios.

Essa variabilidade é entendida como resultado de um importante

mecanismo adaptativo, associado ao desenvolvimento do organismo.
 DESENVOLVIMENTO DO PROCESSAMENTO MOTOR
DA FALA

A praxia é
considerada um Além de um
Sabe-se que as aprendizado sistema nervoso
crianças não funcional, e não íntegro, a produção
nascem com estes apenas um produto da fala requer um
movimentos de fala da maturação fluxo respiratório
já desenvolvidos e neuromotora - apropriado e
que, portanto, não exige a interação adequado
apresentam a com a própria funcionamento dos
praxia produção da fala e lábios, língua,
desenvolvida. estímulos mandíbula, palato
(modelos) mole e laringe.
externos.
DESENVOLVIMENTO DO PROCESSAMENTO MOTOR
DA FALA

Os movimentos de lábios, língua e mandíbula sofrem modificações e os

movimentos indiferenciados do início da infância passam a ser refinados e
diferenciados conforme o desenvolvimento.

A aquisição da articulação por parte da criança implica em percepção,

organização e produção dos sons.

A aquisição fonológica interage com o desenvolvimento do controle motor

da fala - para produzir uma sequência de sons, é preciso que a criança
tenha habilidade de acionar o trato vocal e ordenar o movimento dos
músculos em sequência.
 DESENVOLVIMENTO DO PROCESSAMENTO MOTOR
DA FALA

Estas modificações nos padrões de movimento são fundamentais para

alcançar níveis mais elevados de precisão e coordenação articulatória.

A aquisição, o desenvolvimento e a estabilidade da comunicação humana é

resultado de uma complexa interação entre os processamentos da audição, da
fala, da linguagem e das funções orofaciais.

Estes processamentos se desenvolvem numa relação de interdependência; o

aumento da precisão dos movimentos articulatórios, o aperfeiçoamento das
funções orofaciais, o desenvolvimento das capacidades cognitivas, linguísticas
e de auto-regulação resultam em um sistema de fala inteligível.
Principais marcos do desenvolvimento da
linguagem, fala e funções orofaciais

0a3 4a6 7a9 10 a 12 1a2 2a3 3a4 4a5

meses meses meses meses anos anos anos anos
0a3 4a6 7a9 10 a 12 1a2 2a3 3a4 4a5
meses meses meses meses anos anos anos anos

● A habilidade motora oral é reflexa e voltada para a respiração, alimentação e proteção das
vias aéreas;

● Os movimentos de lábios, língua e mandíbula apresentam um padrão coordenado e

interdependente (não existe ainda a dissociação destes movimentos);

● Os sons vegetativos (estalos de língua, contração/vibração dos lábios) ocorrem como

ajustes fisiológicos do mecanismo orofaríngeo;

● Os padrões de choro são diferenciados para expressar suas necessidades;

● O bebê apresenta reação à presença de sons intensos e repentinos; pode responder aos
estímulos sonoros com um sorriso, movimento de virar a cabeça ou por meio do balbucio
com os sons de vogais.
 0a3 4a6 7a9 10 a 12 1a2 2a3 3a4 4a5
meses meses meses meses anos anos anos anos

● A habilidade motora oral é aperfeiçoada em função do

início da desvinculação dos movimentos mandibulares e
dos movimentos de elevação e rebaixamento da língua;

● Início do controle cortical dos movimentos (ex: morde-

solta), já se preparando para a introdução de alimentos
pastosos;

● O bebê apresenta balbucio com sons de consoantes (/pa/,

/ba/, /mã/) e pode expressar alegria ou insatisfação com o
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● Início da transição do alimento pastoso para o sólido;

● É observado o aumento da função exploratória da boca e a habilidade
de controle mão-boca se torna consistente;
● O balbucio passa a ter significado; fica evidente a tentativa de
imitação dos padrões de fala;

● O bebê reconhece o significado da palavra “não”, interrompendo uma

ação;
● Começa a fazer uso de gestos (apontar objetos, dar tchau, balançar a
cabeça em negativa, etc.);
● Localiza a fonte sonora de maneira mais precisa e inicia o
reconhecimento de palavras e comandos simples.
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● As funções de sucção, deglutição e respiração apresentam coordenação para

longas sequências, possibilitando a ingesta de alimentos de todas as
consistências;

● É capaz de realizar a mastigação bilateral, lateralizando o bolo alimentar com a

língua;

● Começa a utilizar o copo com autonomia;

● Imita sons familiares (carro, buzina, animais);

● Fala 1 ou 2 palavras simples (água, bola), além de mamãe e papai,

especialmente para atrair a atenção;

● Reconhece o próprio nome.

 0a3 4a6 7a9 10 a 12 1a2 2a3 3a4 4a5
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• A criança atinge grande independência dos movimentos de mandíbula, língua, lábios

e palato (movimentos diagonais, rotatórios, protrusão, retração, elevação e
rebaixamento), aprimorando as funções de sucção, mastigação e deglutição,
permitindo a alimentação com mais autonomia;

• Esta dissociação de movimentos das estruturas orofaciais permite ainda o

refinamento da articulação dos sons, aumentando a inteligibilidade da fala;
 0a3 4a6 7a9 10 a 12 1a2 2a3 3a4 4a5
meses meses meses meses anos anos anos anos

● Em relação ao desenvolvimento do sistema motor orofacial, a criança

apresenta controle eficiente dos lábios e língua e é capaz de permanecer
longos períodos com os lábios ocluídos, inclusive durante a mastigação.

● É capaz de comer e beber de maneira independente e eficiente todos os

tipos de texturas e alimentos, manipulando com autonomia os utensílios
(colher, garfo, copo);
0a3 4a6 7a9 10 a 12 1a2 2a3 3a4 4a5
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● A partir dos 3 anos a criança não deve apresentar qualquer dificuldade com a
mastigação e a deglutição de todos os tipos e texturas de alimentos.

● A habilidade motora permite que os lábios estejam ocluídos tanto durante a

alimentação quanto em situações lúdicas e de atenção direcionada. Não é
esperado que haja sialorreia ou acúmulo de saliva que não possa ser
voluntariamente controlado;

● É capaz de produzir todas as vogais e consoantes da língua (com exceção dos

arquifonemas e encontros consonantais); .
 0a3 4a6 7a9 10 a 12 1a2 2a3 3a4 4a5
meses meses meses meses anos anos anos anos

● Entre os 4 e 5 anos, o crescimento da face propicia a maturidade da

habilidade motora orofacial e o padrão alimentar esperado para um
adulto.

● A criança é capaz de produzir e utilizar sistematicamente todos os sons

da língua, mesmo que ainda possa haver alguma instabilidade nos
sons que utilizam os grupos consonantais.
 REFERÊNCIAS
● Ferreira, LP; Befi-Lopes, DM; Limongi, SCO. Tratado de
Fonoaudiologia. Editora Rocca, São Paulo, 2004.
● Limongi, SCO. Fonoaudiologia: Informação para a formação. Ed.
Guanabara Koogan, 2003.
● Oliveira, VB; Bossa, NA. Avaliação psicopedagógica da criança de 0
a seis anos. Ed Vozes, 1994.
● Melo, LM. Estudos Linguísticos XXXIV, p. 809-814, 2005. [ 809 / 814
]
● Chagas, CL. Cadernos do CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 1. Rio de Janeiro:
CiFEFiL, 2011
● Moreira, MA. Linguagem e aprendizagem significativa. UFRGS,
2003.