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1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4
8 DIAGNÓSTICO ............................................................................................... 19
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16 TRATAMENTOS E TERAPIAS ................................................................... 41
17.2 Equoterapia........................................................................................... 44
17.3 Musicoterapia........................................................................................ 45
19 PROGNÓSTICO.......................................................................................... 50
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 TEA - TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO
Fonte: http://sensibiliza.uff.br/
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Os déficits na interação e comunicação social são compreendidos como
dificuldades em iniciar e manter diálogos com função comunicativa. Os prejuízos da
interação e comunicação social precisam aparecer de forma qualitativa envolvendo:
dificuldade em iniciar e/ou manter diálogo com os pares, bem como compartilhar
interesses; déficit no uso de comportamentos não verbais (contato visual, expressão
facial e gestos que envolvem interação); dificuldade em ajustar seu comportamento
a contextos sociais diversos; falta de reciprocidade social ou emocional; dificuldade
em compreender brincadeira simbólica e abstração (AMERICAN PSYCHIATRIC
ASSOCIATION, 2014).
Os padrões restritos e repetitivos de comportamento são caracterizados
por: uso de objetos ou fala estereotipada ou repetitiva; insistência e apego a padrões
estereotipados e restritos, com interesses peculiares; inflexibilidade persistente à
quebra de rotina e/ou rituais; estereotipias motoras; hiper ou hiporreatividade a
estímulos sensoriais (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). As
características devem aparecer precocemente ao desenvolvimento da criança.
O TEA não é um transtorno degenerativo, sendo comum que a
aprendizagem e as compensações individuais continuem ao longo da vida. Os
sintomas são frequentemente mais acentuados na primeira infância e nos primeiros
anos da vida escolar. Caso ocorra intervenção terapêutica ou compensação
pessoal, as dificuldades podem ser amenizadas em alguns contextos, mas
permanecem suficientes para causar prejuízos em áreas importantes na vida do
indivíduo (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014).
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Fonte: American Psychiatric Association (2014, p. 52), adaptado pelas autoras.
A palavra autismo vem do grego autos e que significa self. O termo autismo
foi criado pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuer em 1911 que estudava os sintomas de
esquizofrenia em adultos. No entanto, a história oficial a cerca dessa condição teve
início quando Leo Kanner publicou seu artigo The Nervous Child (A criança nervosa)
no ano de 1943, o artigo foi o resultado de um estudo feito por Kanner com algumas
crianças de ambos os sexos entre 2 e 4 anos, onde Kanner observou características
semelhantes entre elas e que essas características apontavam para uma
descoberta de uma síndrome singular, e que até aquele momento não havia
sido reportada e que parecia ser rara. (SAMPAIORT, 2015)
Na mesma época em que foi publicado o artigo de Kanner, Asperger em
1944 em seus relatórios descreveu o quadro clínico de quatro meninos de 7 e 11
7
anos que apesar de ter as mesmas características citadas por Kanner, Asperger
definiu outro quadro clínico, hoje tem o nome de síndrome de Asperger. Apesar das
descrições detalhadas de Asperger, deixou de levar em consideração outros casos
parecidos escritos em outras literaturas da época. Tendo em vista que as trocas de
informações eram mais lentas em relação aos dias de hoje. Com isso, em 1956
Kanner e Asperger escolheram dois sintomas principais, que foram o isolamento
externo e a insistência obsessiva na manutenção da mesmice, em associação ao
surgimento do problema nos primeiros 2 anos de vida. (BRASIL, 2014)
Ainda segundo o Ministério da Saúde (2014) o termo autismo já havia sido
usado por Bleuer para relatar um sintoma da esquizofrenia, com isso, ocorreu uma
confusão para os termos e conceitos do quadro clinico; no qual resultou em estudos
clínicos e pesquisas, cujo a intenção eram semelhantes, todos sobre a
denominação do termo autismo. Ressaltando que a esquizofrenia a tendência do
isolamento é por um afastamento no relacionamento, enquanto na síndrome de
Kanner existe a inabilidade de desenvolver um relacionamento. A partir da
diferenciação entre a esquizofrenia e o autismo de início prematuro, predominou
então o entendimento de que os sinais e sintomas devem aparecer antes dos 30
meses de idade.
Em estudos Victor Lotter no ano de 1966, aproveitou-se dos sintomas
citados por Kanner e criou um instrumento com 22 questões para o público escolar,
o mesmo instrumento foi aplicado na Grã-Bretanha onde constatou que havia 4,5
autista para cada 10.000 habitantes com idade entre 8 e 10 anos, tendo em vista
que até o momento só havia relatos sobre casos de autismo. (SCHWARTZMAN JS,
2011).
No decorrer dos anos, mudanças em relação ao autismo foram sendo
efetivadas, tanto nas terminologias quanto na maneira de estudar o autismo e outros
transtornos citados. Assim, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais em sua quarta versão (DSM-IV) classificava os distúrbios com quadros
distintos: Transtorno Autista, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outras
Especificações (TGD-SOE), Transtorno De integrativo da infância e Transtorno de
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Rett. Já no CID10, a Classificação Internacional de Doenças, consta: Autismo
infantil, Autismo Atípico, Transtorno De integrativo da infância (Síndrome de Heller),
Síndrome de Rett e Síndrome de Asperger, e atualmente é usada a nomenclatura
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) consoante o DSM–V classificando o
distúrbio em três níveis: leve, moderado ou severo. (CUNHA, 2015)
O TEA é considerado um grupo de condições caracterizadas por algum grau
de comprometimento comportamental social, comunicação e linguagem, e de
interesses restritos, estereotipados e atividades repetitivas. Essas características
aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta, em
muitos casos essas características se manifestam nos primeiros 5 anos de vida,
todos esses fatores estão incluídos na categoria de transtorno invasivo do
Desenvolvimento dentro da categoria geral de transtorno mentais e
comportamentais estabelecidos na classificação estatística internacional de
doenças e problemas relacionadas à saúde. (BRASIL, 2014)
Conforme o Ministério da Saúde (2015) o conhecimento sobre o TEA no
país foi se propagando gradativamente, seja pela disseminação dos conceitos do
psiquiatra Léo Kanner ou das abordagens psicanalíticas, no país também demorou
o surgimento das associações de famílias com autismo. No ano de 1983 que surgiu
a primeira Associação de Amigos de Autista no Brasil a AMA-SP tendo como o
idealizador principal o Dr. Raymond Rosenberg. Com isso, em busca de ampliar o
conhecimento dos profissionais em vários lugares, o Ministério da saúde lançou
uma cartilha que ajuda no diagnóstico precoce do autismo, trazendo uma tabela
com indicadores de todos os processos de desenvolvimento infantil e algumas
características que podem auxiliar médicos e enfermeiros e demais profissionais
que atuam na área da saúde na assistência às crianças e também com o intuito de
divulgar o conhecimento sobre o TEA.
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3 GENEALOGIA E DESENVOLVIMENTO DO TEA
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inconsistente e inútil diagnóstico na época - tomografia computadorizada,
ressonância magnética, tomografia de emissão pósitron (PET) ou tomografia
calculado por emissão de fóton único (SPECT) -. É possível que condições médicas
associadas geram algumas das anormalidades descrito, não diretamente
relacionado ao autismo. (GOMES C, REY FL, 2007).
Em 1985, Bauman e Kemper divulgou as descobertas de neuropatologia de
um homem de 29 anos de idade com diagnóstico de autismo e, em 1994,
completaram uma série neuropatológica de seis casos, quatro deles tinham
epilepsia e cinco tinham retardo mental, que relatou descobertas semelhante em
tudo.
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Fonte: (APA, 2003)
Além disso, a criança deve também ter começado a exibir atrasos (ou
funcionamento atípico), até a idade de três anos, em, pelo menos, uma das
seguintes áreas: (1) interação social, (2) linguagem para fins de comunicação social
ou (3) brincadeiras ou jogos simbólicos ou imaginários. Vale ressaltar, ainda, que o
diagnóstico de transtorno autista apenas deve ser estabelecido quando o quadro
não for mais bem explicado pelo transtorno de Rett ou pelo transtorno desintegrativo
da infância, que não estão sendo aqui discutidos, mas que fazem parte dos
transtornos globais do desenvolvimento (TGDs) não-autísticos (MERCADANTE ET
AL., 2006).
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O processo diagnóstico deve durar o tempo necessário para que uma
equipe multidisciplinar possa estar com a pessoa a ser diagnosticada em situações
distintas: consultas individuais, consultas com a família, atividades livres e trabalhos
em grupo. Em termos práticos o primeiro objetivo das atividades planejadas para o
desenrolar do processo diagnóstico é conhecer a pessoa sobre a qual a família está
preocupada e em sofrimento, ou corre-se o risco de uma reduplicação da
problemática provocando nos familiares uma catástrofe subjetiva maior (CRESPIN,
2004) e adiando, em muitos casos, o início do tratamento.
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5 AUTISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS
Desde sua descoberta pelo médico austríaco Leo Kanner em 1943, este
transtorno ou condição mental tem sido motivo de inúmeras discussões e
controvérsias em relação ao seu diagnóstico, causas e tratamentos adequados.
Sabese, por exemplo, que sua origem é determinada por fatores multicausais
(Schwartzman, 2011a), mas não há respostas suficientes que os determinem,
especificamente.
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do sujeito (Campanário & Pinto, 2011; Rabello, 2004) ou de perturbações profundas
na relação da criança com o meio (Hall, Nicholson, & Adilof, 2006; Volk, Lurmann,
Penfold, Hertz-Picciotto, & McConnell, 2013). Por outro lado, existem hipóteses de
causas neurobiológicas ou geneticamente determinadas, as quais priorizam
proposições em que o autismo seria ocasionado por condições genéticas (Mecca et
al., 2011), anormalidades cerebrais (Bolton, Griffiths, & Pickles, 2002), alterações
neuronais (Kooten et al., 2008; Wang et al., 2009) ou translocações cromossômicas
(TARELHO & ASSUMPÇÃO, 2007).
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gastos públicos com esse transtorno foram estimados, para o ano de 2012, em £ 34
bilhões no Reino Unido; e US$ 3,2 milhões a 126 bilhões nos Estados Unidos,
Austrália e Canadá. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION APA, 2013).
Encontra-se no TEA uma grande variabilidade, intensidade e forma de
expressão sintomatológica. A classificação dentro do espectro do TEA considera o
impacto do transtorno diante do grau de interação social e comunicação do paciente
(RUTTER, 2011).
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6 CONCEITOS E GENERALIDADES
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7 COMUNICAÇÃO NO TEA
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8 DIAGNÓSTICO
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Os diagnósticos diferenciais do TEA estão relacionados a condições que
prejudicam a comunicação social ou interação social e/ou, estão associados a
movimentos estereotipados. Em alguns casos, essas condições são as causas dos
sintomas “TEA-like” e a criança não tem TEA; em outros casos, as condições
coexistem com o TEA (nesses casos, tais condições coexistentes não explicam os
sintomas) (AUGUSTYN, M.2018)
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9 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO NO TEA
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Para Fernandes (2006), a partir dos dois anos de idade a criança passa a
diferenciar perguntas de nãoperguntas e também passa a ajustar suas respostas.
Essa participação nas trocas verbais requer habilidades conversacionais básicas
como capacidade de iniciar e interagir e de responder apropriadamente e manter a
interação
A questão da dificuldade de interação é um sintoma da síndrome autística
que vem sendo descrito na literatura desde o descobrimento dessa síndrome por
Kanner, em 1947. As crianças com autismo estudadas pelo autor apresentavam
falha no contato afetivo, obsessividade na manutenção da rotina e movimentos
repetitivos, sendo que algumas delas não desenvolviam fala, e as que o faziam não
apresentavam intenção de se comunicar. Kanner (1947) afirma que o retraimento
social é, frequentemente, acompanhado da impossibilidade da criança de
desenvolver linguagem de maneira funcional, ou seja, ela consegue pronunciar
palavras, mas não apreende conceitos.
Fernandes (2006) relata que o foco terapêutico evoluiu de considerações e
motivações comportamentais para uma abordagem que enfatiza os aspectos
pragmáticos da linguagem. Com relação às técnicas comportamentais, uma das
grandes críticas referiu-se à sua pouca transferência para situações cotidianas, ou
seja, não havia generalização dos aspectos enfocados em situações naturais de
interação. Isso levou pesquisadores e clínicos a buscarem procedimentos
terapêuticos mais naturais e que promovessem não apenas a adequação da
linguagem, mas também questões como melhores competências interacionais,
levando o interlocutor em consideração. Alguns estudos focalizaram a eficácia
terapêutica em termos de medidas padronizadas, mas não enfocaram a ação direta
do terapeuta. Com relação a esta ação, algumas diretrizes são relatadas como
importantes aspectos da ação do terapeuta de crianças do espectro autístico, entre
elas: maior simetria na relação com o paciente; adoção de um posicionamento real
quanto à comunicação do outro, no qual não entender e não ser entendido fazem
parte do processo comunicativo; consistência entre funções e meios; e o trabalho
com as funções e meios comunicativos, tornando-os cada vez mais funcionais.
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Wing (1985) relata que estas crianças mostram dificuldade de programar e
estruturar um discurso e podem apresentar apenas um jargão ininteligível,
caracterizado por estruturas gramaticais e fonologia imaturas na evocação. Como
as estruturas gramaticais são geralmente imaturas, o uso de estereotipias e
repetições constitui muitas vezes uma linguagem metafórica. Evidenciam-se
também alterações na estrutura do discurso, inadequação no uso da prosódia,
desvios das normas gramaticais e dificuldades na manutenção de tópicos.
Para Gauderer (1980), existem algumas crianças com autismo que falam
com volubilidade, porém com atraso linguístico significativo. A maior parte dessas
crianças representa sua linguagem por meio de ecolalia, com elementos decorados
e produzidos fora do contexto.
Autismo e síndrome de Asperger são entidades diagnósticas em uma
família de transtornos de neurodesenvolvimento nos quais ocorre uma ruptura nos
processos fundamentais de socialização, comunicação e aprendizado. Esses
transtornos são coletivamente conhecidos como transtornos invasivos de
desenvolvimento (KLIN, 2006)
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10 CONDUTAS TERAPÊUTICAS EM LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
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autismo, deve-se às diversas características que apresentam e à grande
diferenciação na apresentação dos casos (TOLIPAN, 2000).
Por práticas pedagógicas e terapêuticas não verbais compreendem-se
todas aquelas em que o próprio processo de aprendizagem ou de terapia se
estabelece através de um elemento mediador destas e da comunicação num
sentido mais amplo. Em oposição a estas práticas, identificam-se as práticas
comportamentais que estabelecem uma comunicação verbal e mais direta com
vistas à aprendizagem, normalmente, por repetição, de comportamentos
socialmente aceitáveis. As práticas não-verbais procuram ampliar as formas de
comunicação e expressão dos indivíduos com TEA. (TOLIPAN, 2000).
Para Rodrigues (2001), o corpo e o movimento são fontes de importância
central para o estudo da comunicação humana. Nesta há o privilégio da linguagem
verbal, porém a linguagem não verbal, incluindo a linguagem corporal, garante um
enriquecimento da mesma. Para este reconhecimento Rodrigues (2001) apresenta
quatro características, são elas: a precedência, a permanência, a expressividade e
a visibilidade.
A observação da literatura sobre a temática (Boso, Emanuele, & Minazzi,
2007; Cornelsen, 2007; Freitas, 2009; Freire & Potsch, 2003) aponta que as
principais intervenções pedagógicas e terapêuticas de comunicação não verbal,
vivenciadas com crianças e jovens com transtorno do espectro autista estão
baseadas em elementos mediadores, entre eles: a música (musicoterapia e ensino
da música); o brinquedo (ludoterapia e ensino do jogo); o corpo (psicomotricidade);
a dança (dançaterapia, expressão corporal); o animal (terapias e práticas com o
cavalo, o burro, o cachorro).
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11 AVALIAÇÃO E TERAPIA COMPORTAMENTAL
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comportamental seria a mais completa no tratamento, embora o autor ainda busque
a referência de uma abordagem adaptável, com a aplicação da psicoterapia,
psicanálise e orientação, como aborda Gauderer, pela característica limitada que o
mesmo vê em cada um dos enfoques de tratamento, estando cada uma
complementando a outra conforme o curso do processo terapêutico (SOUZA, 2004
apud GAUDERER, 1997).
Sabendo-se das variadas vertentes psicológicas, a abordagem psicanalítica
parte de um pressuposto inicial de estudo visando um diagnóstico precoce.
(SOUZA, 2004 apud GAUDERER, 1997).
Visani (2012, apud Laznik, 2000) defende uma identificação através da
relação entre mãe e filho, sendo essa, a de maior interação com o lactante desde o
seu nascimento, capaz de perceber as reações que a criança transmite à sua
genitora.
A mãe pode não desempenhar seu papel adequadamente, seja ela em sua
incapacidade materna de envolver-se emocionalmente, frustrando a expectativa do
filho quando este lhe pede um retorno. (DORIA; MARINHA e FILHO, 2006).
O psicólogo assim teria o papel de investigar, na ausência da capacidade
por parte dos pais em assumir o papel do outro primordial, sendo esse um termo
adotado por pesquisadores lacanianos e tende a se preocupar com o
comportamento dos genitores no decorrer do processo, confirma (DORA,
MARINHO E FILHO 2006).
Nota-se dificuldade por parte dos pais em reconhecer a dificuldade no
relacionamento com a criança, podendo assim comprometer a técnica terapêutica.
É a partir dessas características na estrutura do relacionamento familiar que se pode
traçar os elementos fundamentais para levantar a hipótese de autismo. Dessa
forma, o psicanalista trabalha com as funções materna e paterna para que se surta
resultados positivos na terapia com a criança autista. Na inabilidade por parte dos
pais em fornecer uma troca em uma investigação psicanalítica, cabe ao profissional
exercer essa função, observando as manifestações que a criança produz (VISANI,
27
2012), e assim contribuindo para uma melhoria das relações socio-afetivas (DORA;
MARINHO e FILHO, 2006).
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progressão alcançada. O auxílio do psicólogo é fundamental para a instrução da
família, tornando-os ativos no processo de decisão e percepção para o auxílio de
seus filhos autistas (SOARES, 2012).
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estado emocional dos outros, não compreendem o pensamento a partir do contexto
social e não deduzem o que as outras pessoas provavelmente estão pensando —
o que se convencionou chamar de ausência de “teoria da mente” (FRITH, 1996).
As alterações na capacidade de comunicação com os outros afetam as
habilidades verbais e não verbais. As crianças acometidas podem ter atraso na
aquisição, regressão ou ausência total da linguagem (RAPIN; TUCHMAN, 2008).
São sinais de alerta: não balbuciar ou apontar aos 12 meses, não falar
palavras únicas aos 16 meses e não combinar duas palavras espontaneamente aos
24 meses. (RAPIN; TUCHMAN, 2008).
Um achado básico é a deficiência de linguagem comunicativa. Demonstrou-
se que apenas uma parcela dos autistas desenvolve uma linguagem funcional,
enquanto todos enfrentam problemas de compreensão inicialmente. Alguns poucos
são loquazes, mas não têm a capacidade de iniciar ou manter uma conversação,
isto é, não há engajamento verdadeiro numa conversação recíproca. A fala é
repetitiva, com voz monótona, destituída de contexto, de tom agudo, cadência e
som de robô e ecolalia imediata e retardada. Ademais, eles utilizam a terceira
pessoa para referir-se a si mesmo e invertem os pronomes. Às vezes repetem uma
série de frases memorizadas de um programa de televisão, inúteis à comunicação.
Podem cantar a mesma canção durante horas. Alguns são mudos e parecem
compreender muito pouco o que lhes é dito. Estes sofrem de agnosia verbal
auditiva, uma forma de disfasia receptiva grave, com incapacidade para decifrar o
código fonológico da linguagem. Outros repetem de maneira incessante a mesma
pergunta, ainda que conheçam a resposta, e não usam gestos apropriados para
manifestar seus desejos (RAPIN, 1996; RAPIN; DUNN, 1997 e 2003).
As crianças do espectro autista utilizam os brinquedos de maneira diferente
da sua aplicação habitual por outras crianças. Por exemplo, enfileiram carrinhos,
giram suas rodas durante longos e monótonos períodos, ou os empilham em torres
perfeitas (RAPIN, 1997).
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13 INTERVENÇÃO FONOAUDIÓLOGA
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Para a avaliação fonoaudiologia, podem ser utilizados os seguintes
instrumentos:
a) Avaliação do Desenvolvimento da Linguagem – ADL (MENEZES,
2004): é uma escala que identifica alterações na aquisição e desenvolvimento da
linguagem compreensiva e expressiva. Realiza análise da linguagem espontânea
da criança e observa o desenvolvimento da linguagem expressiva e compreensiva
(verbal e não verbal) das áreas: semântica, sintaxe, morfologia e pragmática. É
utilizada para a avaliação de crianças na faixa etária de um ano a seis anos e onze
meses.
b) Protocolo de Observação Comportamental – PROC (ZORZI; HAGE,
2004): avaliação de linguagem e aspectos cognitivos infantis, avalia crianças
pequenas (de zero a quatro anos) quanto ao desenvolvimento das habilidades
comunicativas e cognitivas por meio de observação comportamental. É um
instrumento útil na detecção precoce de crianças com alterações no
desenvolvimento da linguagem, mesmo antes do aparecimento formal da oralidade.
Avalia as habilidades comunicativas expressivas, compreensão da linguagem e
esquemas simbólicos.
c) Teste de Linguagem Infantil nas Áreas de Fonologia, Vocabulário,
Fluência e Pragmática – ABFW (ANDRADE et al., 2004): este teste avalia o
vocabulário expressivo, as habilidades fonológicas e pragmáticas. É indicado para
crianças de dois a doze anos.
d) Prova de Consciência Sintática (SEABRA; CAPOVILLA, 2012): avalia
os aspectos morfossintáticos da linguagem. Utilizada em crianças de três a quatorze
anos.
e) Consciência Fonológica – CONFIAS (MOOJEN et al., 2003): avalia a
consciência fonológica de forma abrangente e sequencial, ou seja, a capacidade de
refletir sobre os sons da fala e manipulá-los, englobando a consciência das sílabas
e dos fonemas. Pode ser utilizado em crianças a partir dos quatro anos.
f) Provas de Avaliação dos Processos de Leitura – PROLEC (CUETOS
et al., 2014): avalia todos os processos da leitura (identificação de letras, processos
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léxicos, processos sintáticos, processos semânticos). Pode ser aplicado em
escolares do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental.
g) Protocolo de Avaliação da Ortografia – Pró-Ortografia (BATISTA et al.,
2014): avalia o desempenho ortográfico e pode ser aplicado em escolares do 2º ao
5º ano do Ensino Fundamental.
h) Observação da linguagem através de roteiro estruturado: durante o
processo avaliativo, são observados aspectos relevantes da linguagem para o
diagnóstico do TEA (prosódia, inversão pronominal, manutenção ou perseveração
de diálogo, assunto do diálogo e presença de ecolalias). (GENARO et al.,2009)
i) Avaliação Miofuncional Orofacial – Protocolo MBGR (GENARO et
al.,2009): avalia as condições anatômicas e funcionais do sistema estomatognático.
Segundo Leite Romero et al. (2014), além da investigação das habilidades
comunicativas, deve ser realizado nos indivíduos com indicativo de TEA a avaliação
audiológica para verificar o quanto esta função auditiva pode estar influenciando
nos déficits de linguagem e também para servir de diagnóstico diferencial nos
quadros de perdas auditivas, que inicialmente podem ter algumas características
comportamentais e de linguagem parecidas com o TEA.
Existem vários tipos de exames audiológicos, mas a escolha dependerá da
idade cronológica e comprometimento cognitivo, pois alguns exames necessitam da
resposta ativa do sujeito, entre estes estão (ROMERO et al., 2014):
a) Audiometria Tonal Limiar Convencional/Audiometria
Condicionada/Audiometria de Reforço Visual (VRA): é utilizada com a finalidade de
mensurar o nível mínimo de intensidade sonora percebido, detectando assim, se há
perda auditiva, o grau e o tipo;
b) Imitanciometria (Timpanometria e Reflexos Estapédicos): fornecem
informações sobre a funcionalidade do sistema tímpano ossicular e a integridade da
via auditiva;
c) Emissões Otoacústicas Transientes – EOAT e Emissões Otoacústicas
por Produto de Distorção – EOAPD: avaliam a função coclear, desde a espira basal
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até a espira apical e apresentam grande sensibilidade para detectar lesão das
células ciliadas externas;
d) Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico – PEATE: é uma
medida eletrofisiológica que avalia a integridade da via auditiva, útil nas
investigações auditivas de neonatos e indivíduos difíceis de serem avaliados por
meio de testes audiológicos convencionais.
Segundo Quintas (2009), a funcionalidade da comunicação também tende
a variar de acordo com o grau de severidade do quadro clínico apresentado.
Geralmente as áreas da linguagem que mais estarão alteradas são: semântica,
pragmática, sintática, morfológica, fonológica e consciência fonológica. Cabe
salientar que nos quadros de TEA de nível 1 as alterações de linguagem são
menores, podendo estar comprometido somente as áreas: semântica e pragmática.
Ressalta-se, também, que as dificuldades específicas de aprendizagem: leitura e
escrita, também são comuns nos quadros de TEA.
Os achados avaliativos de linguagem mais comumente encontrados no TEA
são:
a) Déficit na linguagem compreensiva: como uma compreensão reduzida
da fala (compreendendo somente ordens simples) ou uma compreensão literal,
como por exemplo, dificuldades em entender ironias e piadas;
b) Déficit na comunicação social: ausência de fala; fala ininteligível;
atraso de linguagem; linguagem muito literal; alteração da pragmática (apresenta
compartilhamento de assuntos reduzidos; dificuldades para iniciar ou responder no
processo dialógico; geralmente a conversa costuma ser unilateral, sem
reciprocidade social, usada mais para solicitar ou nomear do que para compartilhar
sentimentos ou conversar);
c) Déficit nos comportamentos comunicativos não verbais: como quando
os gestos, expressões faciais, orientação corporal ou entonação da fala usados para
interação social estão alterados, bem como a anormalidade no contato visual e
linguagem corporal, variando, por exemplo, desde reduzidos, ausentes ou atípicos,
podendo apresentar uma comunicação verbal e não verbal pouco integrada; e
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d) a presença de padrões restritivos e repetitivos da linguagem, como, por
exemplo, a fala repetitiva (ecolalias imediatas e posteriores); uso da 3º pessoa para
se referir a si mesmo; uso estereotipado de palavras, frases ou padrões de prosódia
(entonação da fala); perseveração na fala (insistência em um mesmo assunto).
Quanto às competências metalinguísticas: consciência fonológica, leitura e
escrita, Dias (2009) salienta que sempre vão ocorrer alguns déficits. Os achados
avaliativos mais encontrados são:
a) Alteração no processamento fonológico, manifestando-se em diversas
competências linguísticas, sendo que uma delas é a dificuldade de consciência
fonológica. As alterações vão variar dependendo do comprometimento da
linguagem, mas nos quadros de TEA nível 1, o maior déficit apresenta-se nas
provas fonêmicas (sendo que as tarefas de segmentação fonêmica, síntese
fonêmica e as tarefas de transposição fonêmica são as que se apresentam com
defasagem);
b) Alteração nos processos de leitura, podendo ocorrer diferentes graus
de alterações, desde a não decodificação (processo de reconhecimento da palavra
escrita) da leitura até déficit leves, como leitura lenta. Nos quadros de TEA nível 1,
segundo DIAS (2009), podem ocorrer adequação dos processos de reconhecimento
visual e decodificação grafofonêmica, ou seja, são capazes de converter as letras
em seus respectivos sons, formando as palavras, mas mostram prejuízos dos
processos quanto à entonação da leitura, respeito às regras de pontuação e na
compreensão do que é lido. Quanto à compreensão, podem ocorrer desde a não
compreensão total do assunto ou podem realizar uma leitura literal, sem interpretar
abstrações, metáforas ou moral da história;
c) Alteração nos processos de escrita, que também podem apresentar
diferentes graus de alterações, desde a não apropriação da relação
fonema/grafema (processo de reconhecimento dos grafemas) até déficit mais leves,
como dificuldades em erros de pontuação. Nos indivíduos com TEA nível 1, muitas
vezes pode ocorrer à codificação da escrita, isto é, converter os sons da fala em
seus grafemas correspondentes, mas frequentemente apresentam dificuldades em
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estruturar uma redação, seguindo uma sequência lógica e estrutural e, quando o
fazem, é de forma simples e com muita dificuldade de seguir regras de pontuação,
estando abaixo do nível acadêmico em que se encontram (SCHWARTZMANN et
al., 2011).
Ainda, ressalta-se que a avaliação fonoaudiológica é critério diferencial na
avaliação diagnóstica dos casos de TEA, uma vez que, segundo o DSM-5
(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014), o procedimento de registro
especifica que os dados da avaliação da linguagem compreensiva e expressiva
devem estar descritos separadamente e estar presentes no laudo diagnóstico do
TEA.
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14 MÉTODOS E ABORDAGENS
14.1 DENVER
14.2 TEACCH
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podem ajudar os alunos a aprender a comunicar e a desenvolver
autocontrole, orientando-os na organização e na previsibilidade.
(FONSECA; CIOLA, 2016, p. 20).
14.3 ABA
14.4 PECS
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Picture Exchange Communication System (PECS): é um sistema de
comunicação que ressalta a relação interpessoal, em que ocorre um ato
comunicativo entre o indivíduo com dificuldades de fala e um adulto (terapeuta), por
meio de trocas de figuras (MIZAEL; AIELLO, 2013).
A terapia com o PECS se dá via seis níveis: 1) fazer pedidos através da
troca de figuras pelos itens desejados; 2) ir até a prancha de comunicação, apanhar
uma figura, ir a um adulto e entregá-la em sua mão; 3) discriminar entre as figuras;
4) solicitar itens utilizando várias palavras em frases simples, fixadas na prancha de
comunicação; 5) responder à pergunta “O que você quer? ”; e 6) emitir comentários
espontâneos (MIZAEL; AIELLO, 2013).
14.5 FLOORTIME
39
15 AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO
40
16 TRATAMENTOS E TERAPIAS
41
educacionais, de linguagem, cuidados pessoais, motoras e suas brincadeiras
(LEAR, 2004).
A técnica de premiação e estímulo quanto aos resultados alcançados, é
sustentado pelo método Ensino de Tentativas Discretas (Discrete Trial Teaching:
DTT). O método DTT consiste em apresentar as atividades de aprendizado
aplicadas pelo professor, em pequenas abordagens seguidas de várias tentativas,
mesmo que o profissional auxilie no processo, fazendo assim um reforço positivo,
bonificando a criança com o sucesso alcançado com o que foi proposto (LEAR,
2004).
Ivar Loobas é um psicólogo que utilizou os princípios das técnicas de ABA
e DTT em conjunto, publicando em 1987 os resultados encontrados.
Quantitativamente, em um grupo de 19 crianças, 47% que foram contempladas com
o tratamento alcançaram níveis normais de capacidade funcional tanto
educacionalmente como intelectualmente, apresentando QI dentro da normalidade
e desempenho escolar na primeira série em nível padrão em escolas públicas.
Outros 40% apresentaram leve retardo e necessitaram de frequentar classes
especiais para aprendizado de linguagem. Os participantes remanescentes do
tratamento apresentaram retardo severo. De maneira comparativa, em um grupo de
40 crianças não sujeitas à terapêutica, somente 2% atingiram níveis normais de
capacidade intelectual e educacional. Outras 45% apresentaram retardo leve e 53%
apresentaram retardo severo (LEAR, 2004).
42
17 TERAPIAS ALTERNATIVAS NO AUTISMO
17.1 Arteterapia
Percebe-se que nas terapias com arte, onde aparece uma vivência
expressiva, é permitido ao sujeito o verdadeiro sentir e, durante todo o processo, é
lhe dada a oportunidade de ser capaz de fazer algo que realmente o represente e a
ele faça sentido (Andrade, 2000, p.33).
Freud e Jung nas décadas de 1920 e 1930 debruçaram um olhar
diferenciado sobre a arte na forma de uma manifestação inconsciente do sujeito.
Um bom exemplo disso, segundo Carvalho e Andrade (1995), se refere a
Freud ao observar a obra de Michelangelo - Moisés - que a analisou como sendo
uma forma de comunicação simbólica e que também exercia uma função catártica.
Embora Freud perceba que as imagens seriam expressão do inconsciente, ele não
utilizou a arte em sua clínica.
Jung defendia que o fato de transformar os conteúdos inconscientes em
imagens simbólicas ajudaria no processo de estruturação psíquica, diferentemente
de Freud que acreditava na arte como sublimação das pulsões ou daquilo que é de
difícil compreensão ao sujeito (Silveira, 2001).
Jung usava como método a livre expressão no desenho para ajudar na
comunicação verbal com o paciente e porque supunha “na possibilidade de o
homem organizar seu caos interior utilizando-se da arte” (Andrade, 2000, p.52)
A arte, como instrumento terapêutico, foi cada vez mais sendo reconhecida
e Margareth Naumburg, uma educadora norte-americana, reconhece a sua
importância e passa a organizá-la, originando a arteterapia, em 1941 (Andrade,
2000).
Osório Cesar (1895-1979) e Nise da Silveira (1905-1999) são referências
na arterterapia do Brasil, pois foram pioneiros em tratar os pacientes portadores de
algum tipo de transtorno mental com arte. Os dois psiquiatras favoreceram para a
43
elaboração de uma nova visão diante da loucura e de sua eventual cura através da
arte.
17.2 Equoterapia
44
O movimento do cavalo é tridimensional, ou seja, vertical, horizontal e
longitudinal. Ao se deslocar ao passo, o cavalo realiza um movimento em seu dorso
que se assemelha à marcha humana em mais de 95%. Além da marcha, o biorritmo
do cavalo também se assemelha muito ao do ser humano e seu movimento com
ritmo e balanço (sendo 180 oscilações por minuto que é transmitida ao cérebro do
praticante via medula), estimula o metabolismo, regula o tônus e melhora os
sistemas cardiovascular e respiratório (COSTA, 2003).
A prática da equoterapia objetiva os benefícios físicos, psíquicos,
educacionais e sociais de pessoas com necessidades especiais, incluindo as
crianças com autismo, sendo indicada para patologias ortopédicas,
neuromusculares, cardiovasculares e respiratórias (LERMOTOV, 2004).
Como contraindicações, podemos encontrar algumas patologias
pneumológicas, neuro/psiquiátricas, dermatológicas e alérgicas, urológicas,
protológicas, algumas ortopédicas e cardiovasculares e oncológicas. O praticante
de equoterapia deverá apresentar sua avaliação médica, psicológica e fisioterápica,
para poder ser enquadrado em um programa de reabilitação (SANTOS, 2005).
17.3 Musicoterapia
45
consonância à dissonância, correspondência entre som e movimento, dentre outros
(TREHUB, 2005; ILARI, 2006).
Vale ressaltar que apesar de aparentemente haver um substrato neural
inato para alguns processamentos de informações musicais, a própria prática
musical modifica o cérebro em termos anatômicos e fisiológicos (TREHUB, 2005;
PASCUAL-LEONE, 2009)
Kenney (2008) considera que entre oito e dezoito meses o bebê realiza as
primeiras tentativas de sincronizar o movimento a estímulos musicais ouvidos,
porém tal habilidade será dominada por volta de três anos. Até os cinco anos de
idade, a criança já teria desenvolvidas as habilidades de palmear e andar
sincronizando com o tempo da música.
Já para Gfeller (2008), por volta de dois ou três anos de idade a criança já
seria capaz de sincronizar ritmicamente e manter a pulsação por curtos períodos de
tempo. Porém, somente por volta dos quatro anos de idade esta habilidade já estaria
estabilizada em função do desenvolvimento motor amplo e fino.
A música não somente pode eliciar emoções, mas também mobilizar
processos cognitivos complexos como atenção dividida e sustentada, memória,
controle de impulso, planejamento, execução e controle de ações motoras, entre
outros. Em várias destas funções, um bom desempenho pode ser alcançado por
meio da prática nas atividades musicais sociais cotidianos, enquanto um
desempenho diferenciado na execução de instrumentos e outras práticas musicais
avançadas necessitam de treinamento específico prolongado. Apesar de muitos
estudos utilizarem apenas a audição musical para compreensão do processamento
emocional de estímulos musicais, são nas experiências musicais ativas – ou seja,
quando a pessoa toca um instrumento musical, canta, compõe, e improvisa – que
se observam mais facilmente a presença destes processos cognitivos complexos e
o desenvolvimento de habilidades relacionadas a eles (KOELSCH, 2011;
RODRIGUES, 2012).
46
Segundo a Federação Mundial de Musicoterapia,
47
18 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Silva & Mulick (2009) descrevem que um dos elementos importantes para o
diagnóstico do TEA é uma boa avaliação psicológica, pois fornece informações
fundamentais sobre o funcionamento cognitivo e adaptativo das crianças,
contribuindo para a escolha de uma intervenção individualizada.
Com relação ao tratamento medicamentoso, Tomé (2007) relata que os
fármacos não tratam especificamente da síndrome, ou seja, quando se opta pela
terapia farmacológica o intuito é controlar sinais específicos da síndrome, como
agressividade e/ou comportamentos estereotipados, promovendo a abordagem de
outras terapias.
O tratamento farmacológico é uma opção para amenizar comportamentos
consideráveis indesejáveis (MESQUITA & PEGORARO, 2013).
Quando os sintomas nucleares incapacitam o desenvolvimento do indivíduo
e impedem a influência de outras terapias, como por exemplo as educacionais e
comportamentais, se torna indispensável o uso de medicamentos que tenham como
alvo sintomas específicos (NIKOLOV, JONKER & SCAHILL, 2006).
Os antipsicóticos, em especial a risperidona, são bastante utilizados no
tratamento dos sintomas globais do autismo. Estudos comprovam uma melhoria nos
sintomas dos comportamentos restritivos, repetitivos e estereotipados (CRRE)
como agressividade, irritabilidade e stress. Salientando que essa intervenção só
deverá ser empregada, juntamente com outras terapias e quando o indivíduo com
TEA não estiverem apresentando respostas significativas (SOORYA, KIARASHI &
HOLLANDER, 2008).
O único psicoestimulante encontrado no Brasil é o metilfenidato (Ritalina),
sendo indicado para o tratamento do TDAH, por ser bem tolerado e mostrar eficácia
para os sintomas característicos desse quadro, como por exemplo hiperatividade,
impulsividade e desatenção (MORAES, MATOS & DUARTE, 2009).
Gadia, Tuchman & Rotta (2004), ressalvam que os inibidores seletivos da
recaptação de serotonina, como a fluoxetina e sertralina entre outros, são utilizados
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no tratamento do TEA, com o objetivo de reduzir os comportamentos obsessivos,
rituais e estereotipias, apresentando eficácia variável. Os estabilizadores de humor,
como o divalproato de sódio, têm como indicação principal o tratamento do
Transtorno Bipolar (BOARATI, 2011).
Entretanto, estudos sobre o uso desse medicamento no tratamento de
crianças autistas demonstram que alterações favoráveis na instabilidade,
comportamentos repetitivos e agressão são presentes (NIKOLOV, JONKER &
SCAHILL, 2006).
Os antipsicóticos atípicos têm como principais efeitos colaterais a sedação,
alterações metabólicas e aumento do apetite (BOARATI, 2011).
E de acordo com Teixeira & Rocha (2006), este aumento do apetite está
relacionado ao bloqueio dos receptores H1 pelos fármacos desta classe, levando a
um ganho de peso.
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19 PROGNÓSTICO
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20 ATIVIDADE FÍSICA E TEA
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21 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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FERNANDES, F. D. Fonoaudiologia em distúrbios psiquiátricos da infância. São
Paulo: Lovise; 1996.
SEMENSATO, Márcia Rejane. BOSA, Cleonice Alves. A família das crianças com
autismo: contribuições empíricas e clinicas. In: SCHMIDT,C (org) Autismo,
educação e transdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus, 2013.
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