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Glossário de termos técnicos em

literatura
Anáfora
Repetição da(s) mesma(s) palavra(s) no começo de cada um dos
membros da frase. À anáfora corresponde a epístrofe, repetição da(s)
mesma(s) palavra(s) no fim de cada um dos membros da frase.

Cavalgamento
Conforme a definição de Said Ali, "dizemos que um verso cavalga por
cima do outro, quando o sentido da frase se interrompe no primeiro e se
completa no segundo" – Versificação Portuguesa, São Paulo, Edusp,
1999, p. 45. O termo cavalgamento equivale ao francês enjambement.

Crase na poesia - veja em Contagem Silábica

Contagem silábica na poesia


Tipos de verso
Os versos devem ser contados até a última sílaba tônica. Portanto há
três espécies de verso:
a)agudos, terminados em palavra oxítona (em que a sílaba tônica é a
última). Exemplo:
"onde canta o sabiá" (Gonçalves Dias)
b)graves, terminados em palavra paroxítona (em que a sílaba tônica é a
penúltima). Exemplo:
"Quando junto de mim Teresa dorme" (Álvares de Azevedo)
O verso grave é o mais comum na língua portuguesa, uma vez que a
maioria das palavras é paroxítona.
c)esdrúxulos, terminados em palavra proparoxítona (em que a sílaba
tônica é a antepenúltima). Exemplo:
"Por entre anêmonas,
nadadeiras trêmulas" (Cecília Meireles)
O verso esdrúxulo é mais raro na poesia de língua portuguesa, por
razão inversa à da preponderância do verso grave.

Contagem de sílabas no verso


Para a contagem das sílabas em um verso usam-se muitas vezes
critérios que não os estritamente gramaticais. Em poesia, portanto,
leva-se em conta mais o que se ouve do que o que se vê ou lê. Ou seja,
importa mais como ouvimos as vogais do que sua expressão escrita.
Basicamente, existem dois preceitos básicos:
1) Primeiro preceito:
Como na fala, em poesia fundem-se ou juntam-se em uma única sílaba
a terminação vocálica átona ( a última vogal átona de uma palavra) e o
início vocálico (a primeira vogal) da palavra imediata. Assim, por
exemplo, o verso "chorando como uma criança" deve ser lido da
seguinte forma:
Chorando com'uma criança (Cecília Meireles)
Dizemos que houve "elisão" ou "absorção" da vogal o. Na verdade, mais
do que um fenômeno poético, trata-se de um fenômeno típico da língua
falada. Dificilmente falamos sem absorver ou suprimir vogais.
Sob esse critério (elisão ou junção de vogais), podemos agrupar dois
tipos de fenômeno:

a)Crase
Observe:
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"Cho-ra-rei -to-da a-noi-te, en-quan-(to)
per-pas-sa o -tu-mul-to -nos -a-(res)"
(Cecília Meireles)

Neste versos ocorre o encontro de vogais átonas. Na quinta sílaba do


primeiro verso, a sílaba da (de to-da) e o a do artigo fundiram-se numa
só sílaba: da. O mesmo se deu na sétima: o e da sílaba te (noi-te) se
confundiu com o e da sílaba seguinte en (enquanto), do que resultou
apenas uma sílaba métrica: ten. Chamamos esse fenômeno de crase,
pois ocorreu entre vogais idênticas.

b)Sinalefa
Se esse encontro acontecesse entre vogais diferentes, então teríamos o
fenômeno da sinalefa:
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"A- noi-te- to-da -se a-tor-do-(a)" (Cecília Meireles)
O encontro de e+a, na sexta sílaba, produz o ditongo "ia" (tal como é
pronunciado), sendo ambos os elementos pronunciados com nitidez.
Não ocorre aqui elisão ou crase, mas junção de vogais.

2) Segundo Preceito
Os hiatos (encontro de vogais pronunciadas separadamente) podem ser
lidos como ditongos (encontro de vogais pronunciadas como uma
unidade sonora). E ditongos, por sua vez, podem ser lidos como hiatos.
Sob esse segundo critério, podemos identificar basicamente dois
fenômenos:
a) Chamamos diérese a transformação de um ditongo em hiato. Trata-
se, no entanto, de recurso pouco usado. Os poetas, especialmente os de
períodos em que a convenção poética tende a ser mais obedecida (como
no Parnasianismo), costumam evitar o hiato.
De todo modo, há autores, mesmo parnasianos, que fizeram uso desse
recurso:
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"A A-ve-Ma-ri-a, as-sim,- no a-zul- pa-re-(ce)
(...)"
A palavra Maria, que, na contagem silábica gramatical, pode ter duas ou
três sílabas, apresenta-se nos poemas muitas vezes como tendo apenas
duas sílabas (Ma-ria). Raimundo Correia (o autor dos versos acima)
preferiu, no entanto, considerar três sílabas (Ma-ri-a).
b) Sinérese é a transformação de um hiato em ditongo. A palavra
"juízo", por exemplo, é normalmente pronunciada com três sílabas (ju-í-
zo). Em poesia, no entanto, pode aparecer com ditongo (juí-zo).

Hipérbato
Inversão da ordem natural das palavras ou orações.

Metáfora
Segundo a definição de um importante teórico da literatura, Wolfgang
Kayser, a metáfora é "a transferência de significado de uma zona para
outra que lhe é estranha desde o início".

Quando dizemos, por exemplo, coração do país, estamos empregando a


palavra coração numa zona de significado que não lhe é comum,
familiar. Rigorosamente, coração significa o órgão oco e musculoso que,
situado na cavidade torácica, recebe e bombeia o sangue. É, portanto, o
órgão do qual dependem nossas funções vitais. Por extensão, a palavra
coração passa a designar a parte mais essencial, mais importante de
alguma coisa ou algum lugar.

Em princípio, um país, que não é ser vivo, mas uma realidade


geográfica e social, não tem nada que ver com coração. Mas, quando
falamos em "coração do país", de certa maneira estamos tratando o país
como um organismo. Estamos aproximando séries de sentidos que são
estranhas entre si e fazemos isso com intenção expressiva. Queremos
transmitir mais idéia do que seria possível se usássemos uma expressão
como "centro do país".

Metonímia
Partes que valem pelo todo, são índices de algo maior.

Paralelismo
Diz-se que ocorre paralelismo quando, num texto, há palavrasou
estruturas sintáticas que se repetem e se correspondem entre si.

Paranomásia
Palavras semelhantes no som, porém diversas no significado.

Prosódico
Relativo à prosódia, pronúncia regular das palavras.

Quiasmo
É a figura de estilo pela qual se repetem palavras com inversão da
ordem. É o que vemos logo no início do famoso poema de Carlos
Drummond de Andrade "No meio do caminho": "No meio do caminho
tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho".

Silepse
É a concordância que se dá não com a forma gramatical das palavras,
mas com o seu sentido, com a sua idéia. Existem silepses de número,
de gênero e de pessoa.

Sinalefa - veja em Contagem Silábica

Sintaxe
Parte da gramática que estuda as relações entre as palavras na frase,
ou entre as frases no discurso.

Soneto
Esta é uma das mais importantes formas poéticas e, em certas épocas
literárias, foi alçada ao primeiro lugar entre todas. É oriunda da Itália
(seu criador teria sido Giacomo da Lentini) e entrou em Portugal pelas
mãos de Sá de Miranda. Compõe-se de duas quadras (quadra= estrofe
de quatro versos) e dois tercetos (terceto=estrofe de três versos).
Conforme o téorico Wolfgang Kayser, "A forma mais severa só permite
duas rimas para as quadras e outras duas para os tercetos: abba, abba,
cdc, dcd. Na verdade, para os tercetos impuseram-se outras disposições
de rima (cdc cdc; cdd cdc, etc.); impuseram-se até três rimas (cdecde),
enquanto o uso de quatro rimas nas quadras quase só se encontra em
poetas franceses e alemães. A forma, tão apreciada na Inglaterra, do
chamado soneto de Shakeaspeare representa uma alteração do tipo
italiano. Nela o soneto é formado por três quadras, das quais cada uma
tem rimas próprias, enquanto o final é formado por dois versos
emparelhados (ababcdcdefefgg)". Ver, de Kayser, Análise e
interpretação da obra literária (trad. Paulo Quintela), Coimbra, Armênio
Amado, 1985, p.98."
Vocativo
Termo de chamamento com que nos dirigimos a alguém que está em
nossa presença

A leitura adequada de todo poema comporta alguns requisitos:


1.Leia-o várias vezes e atenciosamente. Procure ouvir suas
particularidades. Não tenha receio de lê-lo em voz alta.
2.Procure ler o que está escrito, e não aquilo que você gostaria que
estivesse escrito.
3.Cuidado com as associações e sugestões! Não ultrapasse os limites da
obra. Você deve redimensioná-la e iluminá-la, mas mantendo-se dentro
dela o tempo todo. É nela que estão todos os elementos para a sua
interpretação.

A seguir, indicamos alguns livros que poderão ser proveitosos àqueles


que quiserem se iniciar no estudo analítico do poema. A leitura de livros
como estes é indispensável para a compreensão teórica adequada de
elementos como sonoridade, rima, ritmo, imagem, figuras de retórica,
entre outros, bem como para entender a diferença entre poesia e prosa.
Lembre-se de que estes livros também trazem a bibliografia utilizada
pelos autores, cuja leitura recomendamos.

BIBLIOGRAFIA

Candido, Antonio. O estudo analítico do poema. São Paulo, Humanitas


Publicações-FFLCH/USP, 1996.

______________.Na sala de aula. Caderno de análise literária. São


Paulo, Ática, 1989.

Bosi, Alfredo. O ser e o tempo na poesia. São Paulo, Cultrix, 1977.

Kayser, Wolfgang. Análise e interpretação da obra literária (trad. Paulo


Quintela).
Coimbra, Armênio Amado, 1985.
Exemplos:

Águas de março

É pau, é pedra, é o fim do caminho


é um resto de toco, é um pouco sozinho
é um caco de vidro, é a vida, é o sol
é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
é peroba do campo, é o nó da madeira
caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
é o mistério profundo
é o queira ou não queira
é o vento ventando, é o fim da ladeira
é a viga, é o vão, festa da cumeeira
é a chuva chovendo, é conversa ribeira
das águas de março, é o fim da canseira
é o pé, é o chão, é a marcha estradeira
passarinho na mão, pedra de atiradeira

Uma ave no céu, uma ave no chão


é um regato, é uma fonte
é um pedaço de pão
é o fundo do poço, é o fim do caminho
no rosto o desgosto, é um pouco sozinho

É um estrepe, é um prego
é uma ponta, é um ponto
é um pingo pingando
é uma conta, é um conto
é um peixe, é um gesto
é uma prata brilhando
é a luz da manhã, é o tijolo chegando
é a lenha, é o dia, é o fim da picada
é a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
é o projeto da casa, é o corpo na cama
é o carro enguiçado, é a lama, é a lama
é um passo, é uma ponte
é um sapo, é uma rã
é um resto de mato, na luz da manhã
são as águas de março fechando o verão
é a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho


é um resto de toco, é um pouco sozinho
é uma cobra, é um pau, é João, é José
é um espinho na mão, é um corte no pé
são as águas de março fechando o verão
é a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho


é um resto de toco, é um pouco sozinho
é um passo, é uma ponte
é um sapo, é uma rã
é um belo horizonte, é uma febre terçã
são as águas de março fechando o verão
é a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho


é um resto de toco, é um pouco sozinho

É pau, é pedra, é o fim do caminho


é um resto de toco, é um pouco sozinho

Pau, pedra, fim do caminho


resto de toco, pouco sozinho

Pau, pedra, fim do caminho,


resto de toco, pouco sozinho

Tom Jobim
Coleção
Disco de Bolso:
O tom de Antonio Carlos Jobim e o tal de João Bosco
(1972)
 

Chega dezembro e com ele vêm o natal, o reveillon, as férias, depois o


carnaval... Na verdade, o ano seguinte só se inicia mesmo depois de
encerradas as folias populares. Nada melhor que uma boa enxurrada
para varrer as cinzas do ano anterior e então começar vida nova. Nada
melhor que as refrescantes águas de março, que esfriam nossa cabeça
para enfrentar mais um ano de luta... É verdade que, em cidades como
São Paulo, com problemas tão graves como os de saneamento básico,
essas águas são muitas vezes sinônimo de enchente, caos e até mesmo
de morte. Mas isso não é culpa da natureza: cabe à cultura (no caso,
aos administradores públicos, urbanistas e engenheiros) proteger os
homens.
Certamente não eram as chuvas paulistas que Tom Jobim tinha em
mente quando compôs "Águas de março".

"É pau, é pedra, é o fim do caminho


é um resto de toco, é um pouco sozinho
é um caco de vidro, é a vida, é o sol
é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
é peroba do campo, é o nó da madeira
caingá, candeia, é o Matita Pereira..."

O que temos aqui? Eu diria que um conjunto de elementos que lembram


uma paisagem não urbana propriamente: pau, pedra, toco, a solidão,
peroba, nó de madeira etc. São elementos de um contexto mais natural,
onde quase não se sente a ação do homem. O "quase" que eu disse vai
por conta dos seguintes objetos: caco de vidro, elemento que implica
fabrico, tecnologia; candeia, objeto rústico para iluminação, a indicar,
no entanto, que esse lugar tomado pelas águas de março não tem luz
elétrica; e anzol, que, apesar de artefato humano, tem a ver com uma
forma primitiva de relação com a natureza, ou seja, a pesca, favorecida
decerto em tempos mais chuvosos, em que os rios ficam cheios. Índices
de uma cultura mais ligada à natureza são ainda a referência a caingás,
bem como pela referência ao matita pereira. Como vocês podem
percerber, estamos a léguas dos centros urbanos, num espaço onde
ainda vigoram lendas, personagens folclóricas, populações pré-
modernas, como os índios, e onde são enfatizados os ciclos naturais,
vida e morte, sol e noite:

"é um caco de vidro, é a vida, é o sol,


é a noite, é a morte, é um laço, é o anzol."
A letra de Tom Jobim é basicamente descritiva, repertoriando uma série
de elementos que visam construir a atmosfera desencadeada pelas
chuvas num ambiente mais rural. Sendo descritiva, não conta com uma
progressão dramática, um desfecho. Essa estrutura descritiva é
enfatizada pela reiteração intensa do verbo "ser", um verbo que serve,
entre outras coisas, para dar atributo, qualidade a algo. Mas talvez esse
verbo tenha um sentido algo ambíguo aqui. A letra já se inicia sem
mencionar o sujeito a que se liga o verbo.

"É pau, é pedra, é o fim do caminho", e assim até o fim, com variação
dos predicativos. Imaginamos que o que é pau, o que é pedra "é" as
águas de março. Ou seja, "águas de março" significa pau, pedra, peroba
do campo e tudo mais. Como dissemos, trata-se de representar a
atmosfera úmida de março. Chegamos quase a sentir o cheiro da
madeira molhada, a imaginar o corpo se refrescando (é o fim da
canseira, como diz a letra). Mas, se é assim, por que o verbo "ser" não
está no plural, para concordar com "águas", no plural? Podemos cogitar
alguns motivos: convenhamos que repetir "são" a todo o instante ficaria
um pouco exaustivo. Seria são pra lá, são pra cá, são acolá. A forma "é"
está muito mais na ponta da língua, o que dá bem mais agilidade à
música; além disso, o sujeito, "águas de março", é mais lógico do que
sintático. Ele figura no título da canção, mas não na letra, pelo menos
até quase o fim. "Águas de março" é o pressuposto do texto, mas não
está estruturado nele sintaticamente. O título serve aqui para indicar o
objeto de que se está falando. Por tudo isso, a concordância no singular
é mais do que legítima. Tanto é assim que Tom Jobim, que não era
bobo, coloca bonitinho o verbo "ser" no plural quando a expressão
"águas de março" vem, no finzinho da canção, literalmente reproduzida
no corpo do texto, passando de idéia de fundo a elemento de estrutura
sintática, ou seja, passando de sujeito lógico a sujeito sintático:

"são as águas de março fechando o verão


é a promessa de vida no teu coração. "

A concordância no plural tem o efeito de um resumo: todos os


elementos relacionados nesse texto são, formam as águas de março.
Note-se, no entanto, que o verbo no singular retorna: "é a promessa de
vida". É como se se quisesse dar mais peso agora à "promessa de vida"
do que às águas de março. O que importa mais agora é a promessa de
vida. Mas você pode perguntar: isso também não se aplica ao resto da
letra? Não poderíamos dizer que a letra quis mais enfatizar os
elementos, os aspectos vitais ligados às águas de março, daí ter usado o
verbo no singular? É possível. Há em toda a composição de Tom Jobim
um apego a elementos variados, há mesmo uma espécie de desejo de
fazer o inventário de um mundo já meio fantástico para nós, homens
urbanos, para quem saci e índio têm algo em comum: a inexistência, o
serem coisas do passado. Esse estilo de inventário acaba como que
dando relevo ao detalhe, mas sem prejuízo de dar conta do conjunto.
Tudo isso é banhado pelas águas de março, que fecham o verão.
Notemos ainda que os elementos ligados à ação do homem vão
aumentando ao longo da canção:

"É um estrepe, é um prego,


é uma conta, é um conto
...
é o carro enguiçado, é a lama, é a lama."

Ora, a palavra "projeto" é bastante ligada ao plano da cultura. A


natureza é o lugar do espontâneo, do acaso, que são o oposto do
projeto, do cálculo. Já estamos num território não tão primitivo, o que é
marcado pelo "carro enguiçado" na lama. Trata-se de um mundo entre a
natureza e a cultura. Natural o bastante para que não tenha calçamento
e fazer veículos atolarem e culturalmente modificado com a presença de
carros e casas. É um mundo intermediário, de lama e de projeto, e onde
a chuva cai como uma bênção. O projeto, no entanto, respeita o ciclo
natural: só é possível começar de fato a construção da casa ("é o tijolo
chegando") quando cessarem as chuvas. Com a terra seca e o outono,
então uma nova vida pode lançar as bases. Mas infelizmente nós,
paulistas, temos de rezar para que as águas de março não sejam
promessa de morte e de desapropriação.

Antonio Carlos Jobim

Maestro, compositor refinado e letrista, Antonio Carlos Brasileiro de


Almeida Jobim é autor de inúmeras canções, como "Wave" (1969),
"Águas de março" (1972), "Passarim"(1985), "Sabiá" (1968), esta
última feita em parceria com Chico Buarque. Um de seus primeiros
trabalhos foi na gravadora Continental, onde reproduzia na pauta as
melodias de compositores que não conheciam teoria musical. Em 1952,
passa a fazer arranjos para as gravações. Nesse mesmo ano, sua
carreira é impulsionada com a divulgação do samba "Faz uma semana",
composto com João Stockler e interpretado por Ernani Filho. De 1953
data a gravação de suas primeiras músicas, entre elas "Teresa da praia"
(com Billy Blanco), interpretada por Dick Farney e Lúcio Alves. O LP
Canção do amor demais, de Elisete Cardoso (1958), considerado um
marco na música brasileira, trazia várias composições de Tom e Vinícius
de Morais e antecipava a bossa nova em vários aspectos. A música
"Samba de uma nota só" (com Newton Mendonça) torna-se
internacionalmente conhecida na interpretação de cantores como Ella
Fitzgerald e Frank Sinatra. Tendo como parceiro Vinícius de Morais, ele
escreveu um dos maiores sucessos de sua carreira, "Garota de
Ipanema" (1962). Compõe para cinema, TV e lança vários álbuns.
Falece em 8 de dezembro de 1994 de parada cardíaca.

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