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TEXTOS PARA COMPREENDER A CONCEPÇÃO DO TEMA

PANDORA E A MITOLOGIA GREGA: PRINCIPAIS VERSÕES E SIGNIFICADOS

“PROMETEU E PANDORA”
Sociedade de Ciências Antigas (p.01-04)
Artigo disponível em pdf: http://www.sca.org.br/uploads/news/id69/Prometeu.pdf

AVATAR: A SAUDAÇÃO NA’VI E OUTROS APONTAMENTOS FILOSÓFICOS

“EU VEJO VOCÊ”


Comunidade Católica Pantokrator (2011)
Texto disponível em:
https://pantokrator.org.br/po/mediacenter/formacoes/atualidades/eu-vejo-voce-ver-dentro-outro-
compreender-acolher/

O FILME “AVATAR”, UMA REFLEXÃO PROFUNDA


Rosângela Rossi (Casa da Filosofia Clínica; 2010)
Texto disponível em:
http://casadafilosofiaclinica.blogspot.com.br/2010/05/o-filme-avatar-uma-reflexao-profunda.html

A CAIXA DE PANDORA NA PERSPECTIVA ESPÍRITA

“A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE?”


Geraldo Campetti Sobrinho (Vice-presidente da FEB; 2015)
Texto disponível em: http://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/a-esperanca-e-a-ultima-que-morre/

BASE ESTRUTURAL DAS VIVÊNCIAS DE ESTUDO

ELEMENTOS DO AMOR GENUÍNO (Adaptação de um depoimento em vídeo)


Thich Nhat Hanh (monge budista)
Vídeo original disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8ubhF4YTMWE
PROMETEU E PANDORA

Artigo da Sociedade de Ciências Antigas - PÁG. 01 - 04


Contém:
Narração do mito de Pandora (desde o mito de Prometeu)
Definições dos nomes Pandora, Prometeu e Epimeteu.
Versão alternativa do mito, na qual Pandora é vista como a Deusa-Mãe

DISPONÍVEL EM:
http://www.sca.org.br/uploads/news/id69/Prometeu.pdf

“EU VEJO VOCÊ”:


VER DENTRO DO OUTRO, COMPREENDER O OUTRO, ACOLHER O OUTRO

Comunidade Católica Pantokrator | 20/07/2011

Quando Avatar se tornou o filme de maior bilheteria da história do cinema, pensei que
poderia ir lá e conferir o que o filme tinha de especial.
De fato, há várias coisas a se admirar nesse filme. Além do visual de tirar o fôlego e dos
efeitos especiais surpreendentes, eu fiquei especialmente fascinado pelas três palavras simples com que
o povo Na’vi se cumprimentava: “eu vejo você”. Como explicado no filme, significa mais do que ver o
outro fisicamente, com os olhos. Significa ver dentro do outro, compreender o outro, acolher o outro.
Significa ver o coração da outra pessoa, a pessoa da outra pessoa.
E aqui, James Cameron, o escritor e diretor do filme, pode muito bem ter se servido
diretamente de Santo Agostinho. Foi o “Doutor da Graça” quem disse que o desejo mais profundo do
coração humano é ver o outro e ser visto pelo olhar amoroso do outro (ver Sermão 69, c. 2, 3).
Esse anseio de ver e ser visto, assim como a própria beleza do distante planeta Pandora,
remonta ao Éden, à forma original de “ver”, sobre a qual João Paulo II reflete em sua Teologia do Corpo.
Como o último Papa expressou, o primeiro homem e a primeira mulher “viam o outro mais plena e
claramente do que através do próprio sentido da visão.” Eles viam um ao outro com um “olhar interior”
(ver catequese de 02/01/1980) – um olhar que vê “dentro” do outro, criando um vínculo profundo de paz e
intimidade.
Um “olhar interior” é precisamente o que o povo Na’vi expressa quando diz “eu vejo você”.
E isso, creio eu, é um dos atrativos de Avatar: o filme nos convida para uma maneira diferente de ver um
ao outro, e o mundo ao nosso redor.

AUTOR: Christopher West


Tradução de trechos do artigo “’I See You’: From Augustine to Avatar”, de Christopher West. Veja
o artigo original em: http://www.christopherwest.com/page.asp?contentID=137
A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE?

por Geraldo Campetti Sobrinho

O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o


modo por que encare a vida terrena. Tanto mais sofre ele, quanto mais longa se lhe afigura
a duração do sofrimento. Ora, aquele que a encara pelo prisma da vida espiritual apanha,
num golpe de vista, a vida corpórea. Ele a vê como um ponto no infinito, compreende-lhe a
curteza e reconhece que esse penoso momento terá presto passado. A certeza de um
próximo futuro mais ditoso o sustenta e anima e, longe de se queixar, agradece ao Céu as
dores que o fazem avançar.
(O evangelho segundo o espiritismo, cap. 5, it. 13. Trad. Guillon Ribeiro. Ed. FEB).

Pandora era uma princesa da Grécia antiga que recebeu de deuses ciumentos de sua
beleza um presente, uma caixa misteriosa. Disseram-lhe que jamais a abrisse. Mas um dia, vencida pela
curiosidade e tentação, ela ergueu a tampa para dar uma espiada, liberando no mundo os grandes males:
a doença, a inquietação e a loucura. Um deus compadecido permitiu-lhe, porém, fechar a caixa a tempo
de prender o único antídoto que torna suportável a infelicidade da vida: a esperança.
Diz o ditado popular que a esperança é a última que morre. Mas poucos de nós
recordamos que ela é também a primeira que sempre renasce…
No fundo, a esperança nunca morre, ou, pelo menos, jamais deveria morrer. Para o
espírita, a crença na vida futura e na imortalidade da alma facilitam o entendimento sobre as dificuldades
cotidianamente enfrentadas pelo Espírito em seu processo evolutivo, por meio das vidas sucessivas.
O princípio fundamental da reencarnação permite ao homem entender que a existência
física não é única. Ao longo de sua trajetória evolutiva, o espírito é submetido a inúmeras existências
corporais, tantas quantas forem necessárias ao seu completo desprendimento da materialidade, até que
alcance o estado de puro Espírito, a que todos estamos destinados.
Submetida à lei de causa e efeito que rege o seu destino, a criatura humana compreende,
ao longo das experiências reencarnatórias, que é responsável pelos seus atos e que, por meio da lei de
liberdade, é livre na hora da semeadura, mas “escrava” no momento da colheita.
Aos poucos compreende que as dores e sofrimentos são decorrentes de suas próprias
ações, presentes ou passadas, constituindo-se em valiosas oportunidades de aprendizado, seja pela
prova redentora ou pela expiação libertadora.
Não obstante reconhecer-se limitada e imperfeita, já vislumbra, em visão prospectiva, que o
porvir pode ser melhor, a depender de suas próprias escolhas, da capacidade de superação de seus
limites e do entendimento de que, acima de tudo, reina na natureza a imponente lei de evolução. E esta,
mais cedo ou mais tarde, a todos arrebata, despertando o ser humano para a necessidade da prática de
ações eficazes que o conduzirão ao seu inevitável destino futuro de paz e felicidade.

Extratos do livro Anotações espíritas, ditado por Espíritos diversos


e psicografado por Divaldo Pereira Franco. Ed. FEB.

TEXTO DISPONÍVEL EM:


http://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/a-esperanca-e-a-ultima-que-morre/
O FILME “AVATAR”, UMA REFLEXÃO PROFUNDA

Rosângela Rossi (maio de 2010)


Casa da Filosofia Clínica

Desde os três anos fui educada por meu avô a sentir e pensar o filme para além do gostar
ou não gostar. Lembro-me que meus pés balançavam soltos nos bancos do cinemascope que havia na
sua casa que era estúdio de edição cinematográfica. Ficava atenta assistindo Chaplin. Nasci sentido o
cheiro dos rolos de filme e dando valor a sétima arte.
Acho pobre apenas dizer que gostei ou não gostei de um filme. Todo filme nos toca ou não,
dependendo de nossos agendamentos. A interpretação analítica de um filme demonstra nossa forma se
ser e ver a vida, as coisas e as pessoas. Qualquer filme, comunica algo. Um filme é aclamado quando se
torna um arquétipo do inconsciente coletivo, isto é quando tem elementos comum a todos. Podemos ver o
filme com o olhar apenas consciente, do que é aparente, ou ver o filme em sua linguagem simbólica e
subliminar, com toda sua riqueza poética e profunda.
Quando assisti Avatar não sabia de seu sucesso de bilheteria, e quanto se gastou em sua
produção. Fui com a alma aberta como criança que vai jogar seu videogame. Imaginei que fosse um filme
infantil . E que surpresa! Assisti um filme rico em símbolos, imagens e metáforas. Encontrei uma mandala
cujo o movimento dialético me fez refletir, questionar e mergulhar no mito moderno que o filme
representa.
A riqueza de símbolos que Cameron conseguiu reunir vai direto ao Self de todos nós, que
estivermos abertos a linguagem profunda da psique. Os símbolos são imagens universais.
Uma das causas iniciais de nossa desagregação é a ignorância ou o desconhecimento do
inconsciente. O inconsciente contém aspectos negativos (desejos reprimidos, sexualidade não vivida,
instintos maus e perigosos) de nosso ser, mas tem também um prodigioso potencial de forças positivas
(poder criador, valores verdadeiros, as mais belas possibilidades e um inesgotável poder libertador). O
inconsciente tem vontade livre, é ilimitado e inesgotável, universal e fora do espaço e do tempo e da
duração. Ele é a fonte e base do consciente, o seu papel e base são, pois, delicado e importante.
O consciente, contrariamente ao que acreditam os racionalistas é muito menos vasto do
que o inconsciente e não pode nada sem ele. “Limitado no tempo e no espaço e na duração, o
inconsciente é efêmero e superficial”. Só depois de Descartes que a psicologia ficou limitada ao
consciente apenas. O consciente do homem ocidental afastou-se, demasiadamente do inconsciente; por
isto o homem de orientação dialética é assaltado por um pânico quando sente que entra de novo em
contato com o inconsciente.
Os arquétipos (termo tirado de Platão) não são idéias inatas, mas forças primordiais
originais e hereditárias. Os arquétipos são conseqüência da totalidade da experiência humana desde
suas origens mais remotas e mais obscuras. Quem infringe as leis dos arquétipos cai doente
psicologicamente. Arquétipo é a presença eterna. Os arquétipos não podem ser encontrados diretamente,
mas só diretamente, através de suas manifestações, especialmente através dos símbolos.
O simbolismo é uma linguagem que, em vez de palavras, usa imagens concretas, abstratas
ou ideológicas para tentar revelar ao inconsciente o que ainda está oculto ou mesmo desconhecido, para
tentar exprimir o que as palavras e a linguagem racional não podem atingir. Os grandes símbolos
continuam os mesmos, imutáveis em sua essência. Os sinais mudam, mas os símbolos não.
Símbolos emanam dos arquétipos, cujas raízes estão no mais profundo em nosso ser, no inconsciente
coletivo. Os sinais são ramificações dos símbolos primordiais, o que o consciente percebe são os sinais.
As grandes verdades foram sempre reveladas com o auxílio de símbolos. Os evangelhos usam a eterna
linguagem do simbolismo. O símbolo nos toca, pois, no mais profundo de nós mesmos, e ultrapassa o
intelecto e a sensibilidade para atingir a alma. Por isto, o intelecto não basta para penetrá-lo, é necessária
também a intuição. Entender o simbolismo não é fácil, porque ele é uma síntese que exige não só
estudos exaustivos e variados como também e principalmente a experiência vivida dos símbolos. Os
símbolos, portadores de verdade e de vida são os órgãos da alma.
O Si mesmo resulta da harmonia do consciente e do inconsciente. Ele não pode ser
atingido sem uma tomada de consciência, isto é, sem um conhecimento real dos conteúdos do
inconsciente. Isto supõe um longo trabalho interior.
(Rossi, Rosângela; Biopsicofilosofia cognitiva analítica; 2010)
A palavra Avatar tem duas importantes significações. Em uma, Avatar significa
manifestação corporal de um ser imortal, como no caso de Jesus. Na linguagem virtual Avatar são heróis
ou personagens parecidos com alguém, é uma representação gráfica, um ser humano que recebe um
corpo virtual para habitar um mundo virtual. Cameron conseguiu unir os dois significados no personagem
central do filme. Avatar é assim um ser imortal, virtual que faz a ponte entre o ego e self. Ego são todos
os personagens humanos, retratado como militares, que vivem da competição, inveja, julgamento e
buscam vencer através do poder e dominação. Self,significa o si-mesmo que é o Próprio Avatar.
O Avatar passa por um processo de individuação. Ele esta paralítico, significando nosso
estado de ser quando engolidos pelo ego. Morre o irmão gêmeo, outra parte dele mesmo. Ester é um
ponto muito rico. Precisa morrer o ego para nascer o ser individuado.
A jornada do herói e nossa jornada de luta contínua entre nosso Ego e nossa Alma.
Precisamos mergulhar no inconsciente, encontrar os deuses (arquétipos) para sermos Indivíduos, não
divididos. Esse filme nos mostra esta nossa jornada diária, por isto sua beleza e porque muitos mesmos
sem saber gostaram do filme.
A questão ecológica é apenas superficial no filme. A natureza do sagrado é muito mais
forte e potente, é nela que o mito se desenvolve com toda sua força e riqueza. Os símbolos dançam e
nos envolvem.
A árvore é o símbolo da vida. È a cruz. Tanto a árvore como a cruz são um dos símbolos
mais ricos e difundidos. Símbolo da vida, evoca as evoluções e ascensão para o céu, ela evoca o
simbolismo da verticalidade, como a árvore de Leonardo da Vinci.
Simboliza os aspectos cíclicos da evolução cósmica: morte e regeneração. A árvore tem o
sentido de centro, é o caminho ascensional ao longo do qual transitam aqueles que passam do visível
para invisível. Ela evoca igualmente a escada de Jacó, o poste Xamãnica, o pilar central que sustenta o
templo ou casa, na tradição judaico-cristã, é a coluna central que sustenta o corpo humano. A árvore da
vida tem orvalho celeste como seiva, seus frutos que transmitem uma parcela de imortalidade.
A dança xamânica para evocar a vida, tem um significado muito, muito mais profundo que
um simples romantismo ecológico. É um chamamento de nossa psique para integração do nosso
consciente com nosso inconsciente. O filme trata de forma belíssima esta realidade psíquica.
Os pássaros são outros símbolos riquíssimos, simbolizam o ar, os pensamentos, a amizade
dos homens com os deuses, pois os deuses são considerados seres voadores, assim os pássaros são
símbolos da liberdade. O desejo do humano de libertar dos pesos terrenos.
Estes e outros muitos símbolos fazem a riqueza deste filme genial. Só quem não sabe, não
o entendeu. O que é uma pena! A Crítica de Pondé em 28 /12 / 2010, na folha de São Paulo é superficial,
reducionista, de uma agressividade neurótica e demonstra sua falta de conhecimento e sensibilidade dos
aspectos mais profundos da psique. O crítico foi colocado diante de sua sobra e não soube lidar com ela,
projetando seu amargor da ignorância nós que entenderam e amaram o filme. Mas cada um vê o que é, o
mundo é representação nossa, como disse Shopenhauer.
A grande questão filosófica que Avatar nos convida a refletir é sobre a relação da busca do
poder e da morte: Os homens na sua fragilidade não tentam buscar o poder e matar para evitarem a
própria morte?
Enfim, Avatar é um filme que não acontece fora de nós, mas dentro de nossa psique, é a
luta dos dois lados de nós mesmos.
Vale a pena ver de novo e se colocar no lugar do AVATAR!
Ou morremos engolidos pelo nosso ego ou renascemos.

DISPONÍVEL EM:
http://casadafilosofiaclinica.blogspot.com.br/2010/05/o-filme-avatar-uma-reflexao-profunda.html
ELEMENTOS DO AMOR GENUÍNO (Adaptação de um depoimento em vídeo)

Por Thich Nhat Hanh (monge budista)

Na tradição budista, nós falamos de amor em termos de amor genuíno: bondade amorosa,
compaixão, alegria e equanimidade ou a não-discriminação.
O primeiro elemento do amor genuíno é a BONDADE AMOROSA (maitri). Ela tem o poder
de oferecer felicidade. Se o amor não oferece felicidade, não é genuíno. O amor genuíno oferece
felicidade a si mesmo e ao outro. Não é apenas a disposição em oferecer felicidade, pois se você não
entender o outro, quanto mais tentar fazê-lo feliz, mais o fará sofrer. Então, compreenda aqueles que
estão à sua volta; seus sofrimentos e necessidades, antes de poder praticar a bondade amorosa.
Na Ásia há uma fruta chamada durian. Muitas pessoas adoram, mas eu não posso comê-
la. Então você pode me dizer: “querido Thich, você poderia comer um pouco de durian!” Sabe o que
acontecerá? Você me fará sofrer, por me amar!
Temos, então, que compreender o outro, para fazê-lo feliz naturalmente. É por isso que
devemos sempre perguntar aos que nos cercam: “Você acha que eu te entendo o suficiente?... Se eu não
te entender o suficiente, por favor, me ajude!”
A bondade amorosa não é só o desejo de fazer alguém feliz, mas a capacidade de fazê-lo
feliz. Isso requer compreensão. E a compreensão requer tempo para olhar atentamente.
E o segundo elemento do amor genuíno é a COMPAIXÃO (Karuna).
A compaixão tem o poder de remover a dor e o sofrimento. Se seu amor não faz o outro
sofrer menos, não é amor genuíno. Você precisa entender o sofrimento do outro, seu desespero, para
então ajudá-lo a sofrer menos. E é por isso que você precisa ter tempo para olhar e ouvir. A compreensão
criará o amor e a felicidade.
E a prática está em aplicar isso em você mesmo. Você precisa estar apto a se oferecer
felicidade e compaixão. Nós temos compaixão com nosso próprio corpo? Com nossos sentimentos?
Sabemos como tratar nosso corpo para que sofra menos? Sabemos tratar nossos sentimentos para
acalmar nossas emoções? Isso é amor próprio! A capacidade de amar outra pessoa depende
inteiramente da capacidade de amar a si mesmo e de cuidar de si mesmo.
E o terceiro elemento é a ALEGRIA (mudita). Se meu amor faz o outro chorar, isso não é
amor genuíno. É preciso criar alegria para si e para o outro. Há muitas maneiras práticas de criar alegria,
sem precisar ir às compras e adquirir algo para dar de presente. Respire de forma racional, trazendo sua
mente ao seu corpo, sinta-se leve e feliz, vá até o outro e diga: “Sabe de uma coisa? Estou aqui para
você!”.
Como você poderá amar se não estiver presente? Amar significa estar lá, estar disponível
para a outra pessoa. Se estiver muito ocupado com seu trabalho, muito ocupado ganhando dinheiro, se
você não tem tempo para si próprio e para o outro... Por isso é preciso respirar calmamente, meditar
caminhando, trazer sua mente para sua casa, para o seu corpo, se sentir relaxado, revigorado e recitar o
mantra: “Estou aqui, para você.” Isso trará alegria para ti e para o outro.
Quando você está verdadeiramente presente, e oferece sua presença a outra pessoa, você
tem a possibilidade de reconhecer a presença do outro como algo muito precioso para você. E é por tal
razão que você pode, então, recitar o segundo mantra: “Sei que está aí, e eu estou muito feliz por isso!”
Ser amado é ser reconhecido como um ser existente!
Se você está na presença de uma pessoa,mas está pensando em muitas outras coisas,
menos em quem está sentado ao seu lado, definitivamente, essa pessoa não pode estar feliz. Então,
estiver próximo a ela, use sua consciência e, abraçando-a mentalmente, diga: “Sabe de uma coisa? Sei
que está aí, ao meu lado, e estou muito feliz!”
Práticas tão simples como essa podem trazer alegria! E se a pessoa estiver distante de
você fisicamente, você pode recitar o mantra pelo telefone, ou transmitir um e-mail, contendo o mantra:
“Sei que está aí, ao meu lado, e estou muito feliz!”. É por isso que criar alegria é amar de verdade!
E o quarto elemento é a INCLUSÃO. Não podemos compreender profundamente o amor
genuíno sem ela. No amor verdadeiro não há discriminação entre aquele que ama e aquele que é amado.
Não há mais qualquer fronteira. No amor genuíno, a felicidade e o sofrimento não são mais questões
exclusivamente individuais. E, se você continuar a amar assim, passará a incluir a todos nós em seu
amor, porque os quatro elementos do amor genuíno também são conhecidos como “as quatro mentes
ilimitadas”. Nunca estarão em excesso. Você inicia com uma pessoa, e se você prosseguir pela trilha do
amor genuíno, seu coração vai se abrir cada vez mais e você nos envolverá a todos em seu interior.
Esse é o amor que poderá desenvolver seu coração sem parar!
Em uma ocasião, Buda estava segurando uma tigela de água numa das mãos e na outra,
um punhado de sal. Pôs o sal na água e misturou. Depois perguntou aos monges: “Meus queridos
amigos, vocês poderiam beber dessa água? Está muito salgada!”. Mas se jogar essa água em um grande
rio, a água não ficará salgada e as pessoas poderão beber dela. O mesmo ocorre com alguém quem tem
um grande coração, cheio de compaixão. Ele não sofre mais! As coisas que fazem todas as pessoas
sofrerem não o fazem sofrer. É como um punhado de sal, que pode salgar a água de uma tigela, mas não
pode salgar o grande rio.
Então os quatro elementos do amor genuíno são ilimitados. Porque amar dessa maneira,
fará com que, um dia, você envolva todos os seres em seu coração. Você amará não somente os
humanos, mas também animais, plantas e minerais. Pois os minerais também podem sofrer.
Esse é o amor recomendado por Buda. O amor sem fronteiras, sem qualquer forma de
discriminação: negro ou branco, norte ou sul, rico ou pobre... Todos são objetos do seu amor. E quando
você alcança essa forma de amor, você não sofre mais. Você estará em condições de auxiliar muitas
pessoas. E é por isso que todos nós que desejamos ser úteis à sociedade temos que cultivar um amor
verdadeiro. Com tal amor estaremos nutridos, seremos fortes o suficiente. E, se soubermos construir uma
comunidade com esse amor, uma comunidade de compaixão, então teremos força suficiente para mudar
a sociedade!

ORIGINAL DISPONÍVEL EM:


https://www.youtube.com/watch?v=8ubhF4YTMWE

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