Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Reinados e descobrimentos
Para se entender melhor os Lusíadas tem de se compreender a
época em que Camões viveu. Uma época marcada pelos
descobrimentos.
Em 1415 os portugueses atravessaram o Mediterrâneo e
tomaram Ceuta, em Marrocos. Depois, lançaram-se para o mar
desconhecido. Ano após ano, foram descendo a costa da África. Com
o infante D. Henrique (1394-1460), as navegações expandiram e
viraram a epopeia lusitana, conquistando continentes e produzindo
lendas. A mais mitológica das viagens começou em 8 de julho de
1497, há 500 anos, quando Vasco da Gama partiu de Lisboa, com
quatro navios. Vinte e seis meses depois, voltou com o caminho
marítimo para as Índias. Estas conquistas de Portugal tiveram uma
influência bastante grande nesta obra narrada por Luís de Camões.
Contexto cultural
Esta época também foi marcada pelo renascimento, no qual a
contribuição portuguesa foi a expansão pelos descobrimentos,
Humanismo e Classicismo.
O Renascimento ou Renascença, é o termo usado para identificar o
período da história da Europa aproximadamente entre meados do
século XIV e o fim do século XVI. Apesar das transformações serem
muito evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião,
o termo é mais comumente utilizado para descrever seus efeitos nas
artes, na filosofia e nas ciências.
O Humanismo é a filosofia moral que coloca os humanos como
os principais numa escala de importância, no centro do mundo. É
uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas
éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e
capacidades humanas.
Na arte, classicismo refere-se à Idade Antiga, ou seja, à valorização
da Antiguidade Clássica como padrão por excelência do sentido
estético. A imitação dos autores clássicos gregos e romanas da
antiguidade, entre eles Homero e Virgílio (é evidente a
semelhança entre os primeiros versos de Os Lusíadas de
Camões, escritos no século XVI e Eneida de Virgílio, escritos
na Antiguidade Clássica); o uso da mitologia, tal como nos
clássicos renascentistas procura “filtrar” todas as emoções e
sentimentos através da razão; o idealismo, a busca pela
perfeição estética, os ideias de beleza, o homem ideal.
Vasco da gama
Vasco da Gama foi um navegador e explorador português. Na
Era dos Descobrimentos, destacou-se por ter sido o comandante dos
primeiros navios a navegar da Europa à Índia, na mais longa viagem
oceânica, a viagem retratada nesta obra.
Ele nasceu a 22 de novembro de 1469, em Sines, e faleceu em 24 de
dezembro de 1524, Cochin, Índia.
Descoberta caminho marítimos
A partir da década de 1460, a meta tornara-se conseguir
contornar a extremidade sul do continente africano para assim
aceder às riquezas da Índia.
Manuel I de Portugal confiou a Vasco da Gama o cargo de
capitão-mor (oficial militar responsável pelo comando das forças
militares) da frota que, num sábado 8 de Julho de 1497, partiu de
Belém em demanda da Índia. Contava com cerca de cento e setenta
homens, entre marinheiros, soldados e religiosos, distribuídos por
quatro embarcações.
A 20 de maio de 1498, a frota alcançou Kappakadavu, próxima
a Calecute, no atual estado indiano de Kerala, ficando estabelecida a
Rota do Cabo e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a
Índia.
Condições de vida
As condições de vida nestes navios eram extremamente
desconfortáveis, e perigosas. Em média, a cada três navios que
partiam de Portugal nos séculos 16 e 17, um afundava. Cerca de 40%
da tripulação morria nas viagens, vítimas não só de naufrágios, mas
também de falta de alimentos, ataques pirata, choques com nativos
dos locais visitados, e ainda de doenças, causadas pelas poucas
condições de higiene.
Epopeia
A epopeia (ou poema épico) é um extenso poema narrativo
heroico que faz referência a temas históricos, mitológicos e
lendários. Umas das principais características desta forma literária,
que pertence ao genero épico, é a valorização de seus heróis bem
como de seus feitos, e da presença de deuses ou seres mitológicos. O
poema épico é dividido em cantos e apresenta um prólogo, uma
invocação, uma dedicatória, um relato e um epílogo.
Mitologia
1. A mitologia Greco Romana
3. Personagens mitológicas :
* Marte, deus da guerra, tem o amor da deusa Vénus, e com ela teve
um filho, Cúpido e uma filha mortal, Harmonia.
Planos da narrativa
A obra é composta por quatro planos:
- Plano da viagem: narração da viagem de Lisboa a Calcute. A
narração inicia-se no Canto I, estância 19, quando os Portugueses se
encontram já no Oceano Indico, na costa de Moçambique.
Este plano constitui a ação principal da narrativa. Exemplo: o
Episódio da Tempestade. Canto IV, estância 70 a 79.
- Plano dos Deuses: nas epopeias, a intervenção dos deuses nas
ações humanas era constante.
Nos Lusíadas, os Deuses interferem na viagem dos Portugueses,
ajudando-os ou prejudicando-os.
Este plano articula-se com o plano da viagem por alternância.
Exemplo: Episódio de Concílio dos Deuses. Canto I, estância 19 a 41.
- Plano da História de Portugal: Chegado a Melinde, a norte de
Moçambique, Vasco da Gama
narra
ao rei desta cidade a História de Portugal. Este plano constitui a ação
secundária, ligado à
ação principal por encaixe. Exemplo: Episódio de Inês de Castro.
Canto III, estância 120 a 135.
- Plano das considerações do poeta: é normal Camões, no final de
cada canto, apresentar opiniões e reflexões sobre a condição
humana, a situação política de Portugal e sobre as injustiças de que
se sente alvo. Lamentações sobre a sua sorte e reflexões sobre os
portugueses, canto X, estâncias 145 e 146.
*10 Cantos;
*Número variável de estrofes por canto (87, no canto VII a 156 no
canto X. Num total de 1102 estrofes);
*Estrofes de 8 versos (oitavas);
*Versos com 10 sílabas métricas (decassílabos);
*Rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois
últimos (abababcc).