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Nome: Leticia Pereira de Oliveira

Turma: 1° Química
Matéria: Língua Portuguesa
“Os Lusíadas” é uma obra de poesia épica escrita por Luiz Vaz de Camões, um
escritor português, é a primeira epopeia portuguesa publicada na versão
impressa. Não se sabe quando foi iniciada, mas estimasse que foi no ano de
1556 e concluída em 1571, foi publicada em Lisboa no ano de 1572 no período
literário conhecido como Classicismo, ou também chamado de Renascimento
tardio.
A obra é composta por 10 cantos, 1,102 estrofes e 8,816 versos em oitavas
decassilábicas, sujeitas ao esquema rímico fixo AB AB AB CC – oitava rima real,
ou camoniana. A ação central seria a descoberta do caminho marítimo pelo
Vasco da Gama, na qual se vão lembrando de outros episódios da história de
Portugal, exaltando o povo de Portugal. Assim, o narrador da epopeia
demonstra seu amor e veneração ao rei de Portugal, D. Sebastião, e ao povo
lusitano. Mas também defende a fé cristã e a expansão do império português.
A obra possui uma visão antropocêntrica, ou seja, valoriza a razão e as
conquistas humanas. Porém, traz elementos do semipaganismo ao reverenciar
a cultura greco-romana e, ao mesmo tempo, a fé cristã.

Resumo da obra
Os marinheiros portugueses estão em alto mar e são comandados pelo heroico
Vasco da Gama. Eles querem chegar até a Índia, mas, antes, chegam à ilha de
Moçambique. Acabam travando uma batalha com os mouros. Depois,
navegam até a ilha de Mombaça, cujo rei parece amigo.
No entanto, Mercúrio, em sonho, adverte Gama sobre os planos do rei de
Mombaça, que planeja uma cilada contra os portugueses. O herói dá ordens
aos marinheiros para içarem velas e fugirem. Em seguida, os heroicos
portugueses aportam no Reino Melinde, cujo rei os recebe cordialmente.
Vasco da Gama então conta para esse rei a história do povo lusitano, traça a
genealogia dos monarcas portugueses e aproveita para “louvar dos meus a
glória”. Fala do casamento entre “Anrique” (Henrique), um conde filho de um
“Rei de Hungria”, com Teresa, filha do “Rei Castelhano” D. Afonso, casal que
ganhou as terras hoje conhecidas como Portugal.
O primeiro rei português teve um filho, o príncipe Afonso, que levava o nome
do avô espanhol. Mais tarde, o jovem se tornou rei e empreendeu uma guerra
vitoriosa contra os mouros. Sancho I sucedeu ao pai. Depois Afonso II, ambos
reis gloriosos. Porém, o próximo rei, Sancho II, é descrito pelo narrador como
“manso e descuidado”.
A dinastia vai sendo mencionada por Vasco da Gama, com detalhes e façanhas
de cada reinado, como o dos reis D. Dinis, Fernando e Manuel, por exemplo.
Por fim, ele conta as próprias aventuras até desembarcar ali e receber a
hospitalidade do rei de Melinde. Terminada a narrativa, Gama continua viagem
e atinge os “mares da Índia”.
Porém, ainda precisa enfrentar a fúria do mar. E chega finalmente ao destino
sonhado: a Índia. Lá, são recebidos com festa. No entanto, o narrador revela
que o propósito dos mouros era “deter ali os descobridores/ Da Índia tanto
tempo que viessem/ De Meca as naus, que as suas desfizessem.
Gama fica sabendo da intenção dos mouros e parte rumo a Portugal, levando
pimenta, noz, cravo e uma rota para a Índia. Antes de chegarem às terras
lusitanas, os conquistadores param em uma ilha e são premiados pelos deuses
com o amor de belas e sedutoras ninfas.

Características da obra
Os Lusíadas é um poema épico. Portanto, apresenta as seguintes
características:
• caráter narrativo;
• presença de um herói;
• fatos heroicos;
• obstáculos a serem vencidos pelo protagonista;
• missão a ser cumprida pelo herói;
• menção a deuses ou seres mitológicos;
• acontecimentos extraordinários;
• enaltecimento da tradição (no caso, a portuguesa);
• versos decassílabos.
Estrutura da obra
Os Lusíadas é dividido em dez cantos e apresenta a seguinte estrutura épica:
• proposição ou prólogo;
• invocação a uma divindade;
• dedicatória;
• relato das aventuras de Vasco da Gama;
• conclusão ou epílogo.

Estilo literário da obra


O poema épico Os Lusíadas é a principal obra do classicismo português, estilo
de época que apresenta as seguintes características:
• visão antropocêntrica;
• semipaganismo;
• valorização dos temas da Antiguidade;
• equilíbrio e simplicidade;
• bucolismo;
• idealização do amor;
• idealização da mulher;
• rigor formal.

Contexto histórico
A obra de Camões foi produzida no contexto do Renascimento, período
compreendido entre os séculos XIV e XVII, que marcou o fim da Idade Média,
do feudalismo e do caráter predominantemente teocêntrico da cultura
europeia. Ocorreu, assim, uma revalorização da cultura grega e romana da
Antiguidade.
Portanto, o mundo ocidental estava diante de uma nova visão filosófica,
artística e política, inspirada nos valores da Antiguidade clássica. Além disso,
Portugal, com suas caravelas, passou a conquistar novas terras a partir do final
do século XV. Desse modo, no século XVI, esse país se mostrava uma nação
economicamente próspera.

Biografia de: Luís Vaz de Camões


Luís Vaz de Camões nasceu, oficialmente, em 1524, na cidade de Lisboa, mas
alguns estudiosos afirmam que pode ter sido em 1525. Fato é que a vida do
escritor é cercada de especulações e lendas. Contudo, acredita-se que estudou
Filosofia e Literatura na Universidade de Coimbra, onde seu tio, o frade D.
Bento de Camões, era chanceler.
O escritor lutou, como soldado, em Ceuta, no território do Marrocos. Nesse
período, perdeu o olho direito em batalha. De volta a Portugal, em 1552, foi
preso devido a um desentendimento com certo funcionário da Corte. Um ano
depois, recebeu o perdão do rei. Partiu, então, para Goa, Índia, em 1553.
Alguns estudiosos afirmam que ele começou a escrever Os Lusíadas nessa
época.
Em Macau, trabalhou como provedor-mor de defuntos e ausentes. Quando
voltava para Goa, sofreu um naufrágio e quase perdeu os originais de sua obra-
prima. O que se conta é que nadou com um braço enquanto o outro permanecia
erguido e segurava o manuscrito. Nessa ocasião, sua amante chinesa Dinamene
acabou morrendo. À sua memória, o poeta dedicou vários versos.
Em 1568, estava vivendo, em Moçambique, em péssimas condições financeiras.
Um ou dois anos depois, decidiu voltar a Portugal, com ajuda de amigos, que
pagaram suas dívidas e compraram a passagem. Desse modo, em 1572, publicou
Os Lusíadas, dedicado ao rei D. Sebastião (1554-1578), que concedeu ao autor
uma pensão durante três anos.
No fim da vida, o poeta estava doente e pobre. Morreu em 10 de junho de 1580,
sem deixar dinheiro para pagar o próprio enterro.

Suas obras de maior destaque são:


• El-Rei Seleuco (1545), peça de teatro;
• Filodemo (1556), comédia de moralidade;
• Os Lusíadas (1572), grande poema épico;
• Anfitriões (1587), comédia escrita em forma de auto;
• Rimas (1595), coletânea de sua obra lírica;

Um exemplo de poesia de Luíz Vaz de Camões:


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Fontes usadas:
https://brasilescola.uol.com.br

https://www.portugues.com.br

https://www.todamateria.com.br

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