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LUÍS DE CAMÕES E OS LUSÍADAS

Resumo do trabalho
Trabalho escolar sobre Luís de Camões e os Lusíadas, realizado no âmbito
da disciplina de Português (9º ano).

Introdução
No âmbito da disciplina de Língua Portuguesa foi-nos proposto mais uma
vez a elaboração de um trabalho. Este intitula-se por “Luís de Camões e «Os
Lusíadas», cujo tema também está presente no programa da matéria de
Língua Portuguesa - 9ºAno. Assim tem como objectivo, os alunos
adquirirem maior conhecimento sobre este importante poeta e a obra que
realizou, e por conseguinte, enriquecer, mais uma vez, os nossos
conhecimentos histórico-literários.

Neste trabalho estão presentes conteúdos como: a vida de Luís de Camões,


a obra de «Os Lusíadas» falada em geral e, temas mais aprofundados sobre
esta epopeia portuguesa como a origem do titulo, a sua estrutura interna e
externa, os elementos da obra, as fontes que Camões utilizou, entre outros.

É um trabalho que revela bastante interesse.

Faço votos para que esteja de agrado de todos!

Luís de Camões
Poeta português, filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá e Macedo.
Luís Vaz de Camões terá nascido por volta de 1524/1525, não se sabe
exactamente onde. Morreu a 10 de Junho de 1580, em Lisboa.

Pensa-se que estudou Literatura e Filosofia em Coimbra, tendo tido como


protector o seu tio paterno, D. Bento de Camões, frade de Santa Cruz e
chanceler da Universidade. Porém, num dia abandonou Coimbra antes
mesmo de completar o curso e veio para Lisboa.

Tudo parece indicar que pertencia à pequena nobreza, no entanto


aborrecia-se por não poder trabalhar, nem ganhar a sua vida, foi então
defender a Pátria como soldado, em Ceuta, e em combate perdeu o olho
direito. Depois de dois anos de guerra, voltou para Lisboa, onde resolveu
ficar.

Em 1552, foi preso em consequência de uma briga com um funcionário da


Corte, Gonçalo Borges, e metido na cadeia do Tronco. Saiu logo no ano
seguinte, inteiramente perdoado pelo agredido e pelo rei. Partiu para a
Índia nesse mesmo ano, quer para obter mais facilmente o perdão, quer
para se libertar da vida lisboeta, que não o contentava.

Segundo alguns autores, terá sido por essa altura que compôs o primeiro
canto de «Os Lusíadas».

Na Índia parece não ter sido muito feliz, Goa decepcionou-o, como se pode
ler no soneto “Cá nesta Babilónia donde mana”. Tomou parte em várias
expedições militares e, numa delas, no Cabo Guardafui, escreveu uma das
mais belas canções: “Junto dum seco, fero e estéril monte”. Viajou de
seguida para Macau, onde exerceu o cargo de provedor-mor de defuntos e
ausentes, e escreveu, na gruta hoje reconhecida pelo seu nome, mais seis
Cantos do famoso poema épico. Voltou a Goa e naufragou na viagem na foz
do Rio Mecom, mas salvou-se, nadando com um braço e erguendo com o
outro, o manuscrito da imortal epopeia, facto documentado no Canto X,
128. Nesse naufrágio viu morrer a sua "Dinamene", rapariga chinesa a que
se tinha afeiçoado. A esta fatídica morte dedicou os famosos sonetos do
ciclo Dinamene, entre os quais se destaca “Ah! Minha Dinamene! Assim
deixaste”. Em Goa sofreu caluniosas acusações, dolorosas perseguições e
duros trabalhos, vindo Diogo do Couto encontrá-lo em Moçambique, em
1568, "tão pobre que comia de amigos", trabalhando n'Os Lusíadas e no seu
Parnaso, "livro de muita erudição, doutrina e filosofia", segundo o mesmo
autor.

Em 1569, após 16 anos de desterro, regressou a Lisboa, tendo os seus


amigos pago as dívidas e comprado o passaporte. Só três anos mais tarde
conseguiu obter a publicação da primeira edição de Os Lusíadas, dedicado
a D. Sebastião, este ofereceu-lhe, uma tença anual de 15 000 réis pelo prazo
de três anos.

Os últimos anos de Camões foram amargurados pela doença e pela miséria.


Reza a tradição que se não morreu de fome foi devido à solicitude de um
escravo Jau, trazido da Índia, que ia de noite, sem o poeta saber, mendigar
de porta em porta o pão do dia seguinte. O certo é que morreu a 10 de
Junho de 1580, sendo o seu enterro feito a custos de uma instituição de
beneficência, a Companhia dos Cortesãos. Um fidalgo letrado seu amigo
mandou inscrever-lhe na campa rasa: "Aqui jaz Luís de Camões, príncipe
dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu."

Os Lusíadas
Célebre poema épico de Luís de Camões, publicado em 1572. Narra a
descoberta do caminho marítimo para o Oriente por Vasco da Gama,
contém ainda uma síntese da História da Pátria. É uma epopeia clássica,
inteiramente fiel às regras e convenções impostas pelo género.

Superando os poetas estrangeiros que se limitavam a imitar modelos


literários, Camões enforma a sua obra com vivencias colectivas e
dinamizadoras fundamentadas na História de Portugal, principalmente na
história da expansão: «A verdade que eu conto, nua e crua, vence toda a
grandíloqua escritura!» - Os Lusíadas, Canto V, 89. Mas, embora seguindo
os modelos clássicos, Luís de Camões imprimiu à sua epopeia um cunho
pessoal, nomeadamente no que se refere ao tema, com o objectivo de lhe
conferir uma maior veracidade. Introduzindo um tema histórico, o poeta
narra acções realmente acontecidas, tendo para tal recorrido a fontes
diversas: Crónica de D. Afonso Henriques, de Duarte Galvão, crónicas de Rui
de Pina e de Fernão Lopes, a História do Descobrimento e Conquista da
Índia, de Fernão Lopes de Castanheda, e as Décadas da Ásia, de João de
Barros, entre outras. Para além disso, as experiências vividas, assumem
uma importância fundamental na narrativa.

Procurando ser objectivo e verídico, o autor pretende fundamentalmente


transmitir a sua interpretação da História de Portugal, o que permite olhar
a obra de dois prismas: por um lado, esta aparece como um texto a elogiar
os feitos heróicos dos portugueses, nomeadamente através da Proposição,
indo de encontro à ideologia oficial; por outro, ela deixa transparecer uma
posição crítica face à politica oficial da expansão que comporta demasiados
perigos e riscos para os portugueses, através entre outros do episódio do
«Velho do Restelo» que personifica a posição do «homem da rua» («o fogo
que Prometeu trouxe do céu e ajuntou ao peito humano, e logo o mundo
em armas acendeu,/ em mortes, em desonras – grande engano.».

E são estes acontecimentos narrados com grandes preocupações de


veracidade, associados a uma grande beleza literária, que fazem de Os
Lusíadas uma obra universal.

O Título
O vocábulo Lusíadas é um patronímico (nome derivado do pai; indica
filiação ou descendência) criado pelo humanista André de Resende. Os
Portugueses são entendidos como descendentes de Luso, filho ou
companheiro de Baco e lendário pastor da Lusitânia. Repare-se que o título
não remete para um herói individual (como a Odisseia ou a Eneida), nem
para um feito militar (como a Ilíada); o nome no plural anuncia-nos a acção
histórica de um povo (herói colectivo).

Estruturas da Obra
Externa:
Os Lusíadas estão divididos em dez cantos (I-X), cada um deles com um
número variável de estrofes (em média 110, mas o mais longo é o canto X
com 155 estrofes) que, no total, somam 1102. Essas estrofes são todas
oitavas (contém oito versos). Cada verso é constituído por dez sílabas
métricas (decassílabo), obedecendo ao esquema rimático "abababcc"
(rimas cruzadas, nos seis primeiros versos, e emparelhada, nos dois
últimos).

Interna:
«Os Lusíadas», na sua estrutura interna, possui:

A Proposição (Canto I estâncias 1 a 3) onde o Poeta indica aquilo que se


propõe cantar.
As Invocações:
1.ª (Canto I, estâncias 4 e 5) – súplica às Tágides (ninfas do Tejo) para que o
ajudem na organização do poema e lhe dêem inspiração para cantar os
feitos heróicos lusitanos;
2.ª (Canto III, estâncias 1 e 2) – súplica a Calíope, porque estão em causa os
mais importantes feitos lusíadas;
3.ª (Canto VIII, estâncias 78 a 87) – súplica às ninfas do Tejo e do Mondego,
queixando-se dos seus infortúnios;
4.ª (Canto X, estâncias 8 e 9) – novo pedido a Calíope para que o inspire
para terminar a obra.
A Dedicatória (Canto I, estâncias 6 a 18), com o oferecimento do poema a
D. Sebastião.
A Narração (a partir do Canto I, estancias 19 e seguintes, iniciada in media
res (quando a frota se encontra no Canal de Moçambique), tem momentos
retrospectivos (da história de Portugal e da viagem), momentos
prospectivos (sonhos, presságios, profecias) e Epílogo (regresso dos nautas
incluindo o episódio da Ilha dos Amores).
Elementos
Os elementos de uma epopeia são quatro:
ACÇÃO (assunto no seu desenvolvimento).
PERSONAGEM/HERÓI (o agente principal/actante sujeito);
MARAVILHOSO (intervenção de seres superiores);
FORMA (forma natural de literatura, estrutura versificatória);
Na obra “Os Lusíadas”, e em obediência às regras acima enunciadas,
encontramos os seguintes elementos:

Acção – Viagem marítima de Vasco da Gama à Índia;


Herói – o Povo Português, representado simbolicamente na figura do
comandante das naus, Vasco da Gama;
Cristão: intervenção do Deus dos Cristãos;
Pagão: intervenção das divindades da mitologia;
Céltico ou mágico – intervenção da feitiçaria, da magia, de crenças
populares.
Forma – Narrativa
Versos decassílabos (geralmente heróicos, com acento rítmico na 6.ª e
10.ª sílaba);
Rimas com esquema abababcc;
Estâncias: oitavas;
Poema dividido em dez cantos (num total de 1102 estâncias, sendo o
canto mais longo o X com 156 e o mais pequeno o VII com 87 estrofes)
Fontes
Históricas:
Para a viagem do Gama e feitos no Oriente: os historiadores quinhentistas
(Barros, Castanheda e outros).
Para a Idade Média: os cronistas (Fernão Lopes, Zurara, Rui Pina, Galvão).
História Trágico-Marítima.
Estéticas:
As epopeias homéricas (a Ilíada e a Odisseia) sobretudo a Eneida, de
Virgílio.
Ovídio (sugestões mitológicas).
Orlando Furioso do humanista italiano Ariosto (para a estrutura estrófica -
oitava rima).
Obras de carácter cientifico (geógrafos antigos, etc.) e filosófico; Bíblia e
Doutores da Igreja.
Conclusão
Após a elaboração deste trabalho posso concluir que Camões, apesar de
todas as dificuldades que atravessou ao longo da vida, podemos
considerá-lo como o pai da poesia portuguesa, pelo verdadeiro talento
que demonstrou ter na realização da importante obra intitulada por “Os
Lusíadas”, onde conta a História de Portugal com uma grande veracidade.

Bibliografia
TEIXEIRA, Maria Ascensão e BETTENCOURT, Maria Assunção. Língua
Portuguesa – 9º Ano. 3.º Volume, 3.ª Edição, Texto Editora, Lisboa, 2003,
págs. 10-13.
COSTA, Alice Gomes e GIL, Vera. De Viva Voz – 9.º Ano. 1.ª Edição, Texto
Editora, Lisboa, 1997, pág. 161.
«Luís de Camões». http://www.infopedia.pt/$luis-de-camoes, consultado
a 18/03/2008.
«Os Lusíadas». http://www.infopedia.pt/$os-lusiadas, consultado a
18/03/2008

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