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Na vida dos Gregos a religião foi um fator fundamental para a sua identidade
cultural. O culto, tal como atualmente, podia ter um carácter privado ou público. A
participação de toda a pólis nas manifestações religiosas levava à vinda de peregrinos
de todo o mundo grego, daí o carácter pan-helénico que estas manifestações
assumiam.
O CULTO CÍVICO
Em toda a Grécia eram adoradas as mesmas divindades, mas, cada cidade tinha os
seus cultos próprios venerando os deuses que eram considerados os protetores da sua
cidade.
Era aos cidadãos que era dada a função da organização do culto: realizar
oferendas, velar pela manutenção dos templos e custear as festas religiosas. Este
dever cívico tinha tanta importância como participar na política ou servir no exército.
AS PANATENEIAS
No mês de Julho realizavam-se as Panateneias, festividades em honra de Atena. As
festividades tinham um cunho marcadamente cívico porque “ao glorificarem a deusa,
valorizavam também a cidade que ela protegia, alimentando o sentimento de orgulho
e de união do povo ateniense” (1).
AS GRANDES DIONISÍACAS
Celebrações dramáticas ocorriam em março, quando a vinha despontava, em honra
de Dioniso, o deus do vinho e da fertilidade. Depois de uma procissão, no primeiro dia,
seguiam-se as representações preparadas pelos mais altos magistrados. Estas
festividades duravam seis dias e os seus rituais deram origem ao teatro.
Todos os atenienses podiam assistir às representações, feitas por homens dado que
os papéis femininos eram também eles, representados por si. Os Atores usavam
máscaras com expressões faciais exageradas. Calçavam igualmente umas botas de
couro, com uns grandes saltos, apertadas nos joelhos por cordões.
Os teatros eram localizados nos flancos das colinas e podiam levar até 14 mil
espectadores. Na primeira fila sentavam-se os sacerdotes e magistrados.
Paralelamente ao culto sagrado havia competitividade. Os autores (poetas) que
desejavam competir tinham que submeter primeiro as suas obras à autoridade,
Archon, que escolhia uma das três peças (trilogia), apresentadas a concurso. Era assim,
escolhida uma trilogia por cada autor para ser representada. A cada poeta era
atribuído um Actor principal e um patrono, o Coregos, um homem abastado que tinha
como dever cívico pagar a produção. Os atores eram pagos pelo Estado. Um júri
nomeava um vencedor que recebia algum dinheiro e uma coroa de hera. O seu nome
era também distinguido no livro de honra da cidade com a respetiva inscrição.
Já na Grécia Antiga havia benefícios fiscais: o Corego que financiasse uma das
produções não pagava impostos nesse ano. Ainda hoje são representadas as peças
trágicas nas grandes companhias de teatro, de autores da tragédia antiga: Ésquilo
(525-456 a. C.), Sófocles(c.496-406 a. C.) e Eurípides(c.480-406 a. C.). Estes autores
eram naturais de Atenas e considerados os mais importantes da tragédia antiga.
O teatro é dos edifícios que teve maior evolução. Inicialmente era formado por
grades de madeira que se instalavam na encosta de uma colina para acolher rituais
religiosos. A mudança de significado das representações artísticas fez com que
passassem a ter bancadas de pedra escavadas nas encostas levando ao melhoramento
das condições acústicas e de visibilidade, entre outras.