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GRÉCIA
Cultura
Causas que levam ao desenvolvimento cultural (cultura aberta à cidade):

1)Embora divididos em várias cidades-estados, os Gregos têm uma forte unidade cultural.

 Forte unidade cultural que os torna um só povo:


- a mesma língua
-os mesmos deuses
-as mesmas tradições
 Auto dominam-se de Helenos
 Os que não partilham a sua língua e cultura são apelidados de Bárbaros

2)Esta entidade cultural reforçava-se com os contactos que as pólis mantinham entre si::

 O mundo grego era constantemente percorrido por comerciantes


 Por poetas, que iam de cidade em cidade, declamar histórias antigas
 Por artistas e professores famosos
 Por peregrinos

3)Antenas, era a mais poderosa das cidades e, a sua favorável situação económica permitia-
lhe:

 atrair os melhores artistas


 organizar os espetáculos mais sumptuosos
 cultivar a filosofia e o teatro

O que define a cultura grega:

Religião
-Culto cívico
-Jogos
Educação para o exercício do poder
Arquitetura e escultura

A religião
Tinha um papel fundamental na vida dos gregos
Contribuiu para a sua identidade cultural
O culto podia ter um caracter individual, familiar ou público
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Nas ocasiões em que o culto religioso assumia um caracter público, toda a Pólis era
chamada a participar e, por vezes eram atraídos peregrinos de todo o mundo grego –
caracter pan-helénico (diz respeito a toda a Grécia e não apenas a uma cidade)

O culto era feito da seguinte forma

Adoravam as mesmas divindades mas cada polis tinha os seus cultos próprios e veneravam
principalmente os deuses protetores das suas cidades.

Culto Cívico:
O culto estava a cargo dos cidadãos. Deveres cívicos:

-realizavam oferendas
-manutenção dos templos
- custeavam as festas religiosa
-estes deveres eram tão importantes como participar na política ou servir no exército

Em Atenas:

As funções religiosas ficavam a cargo dos Arcontes e outros magistrados escolhidos


para o efeito
As despesas com o culto eram pagas pelo tesouro público e pelos cidadãos mais ricos,
que asseguravam as despesas mais dispendiosas (festas em honra de Atena -
Panateneias e de Dionísio - Dionisíacas)

Grandes manifestações
Grandes manifestaçõescívico-religiosas:
cívico-religiosas:

Panateneias
-Festividades em honra de Antena

- Realizavam-se no mês de Julho de 4 em 4 anos (duravam 2 semanas)

- Tinham caracter marcadamente cívico pois ao glorificarem a deusa, valorizavam a cidade de


Atenas e, alimentavam o sentimento de orgulho e uniam dos Atenienses

-Eram luxuosas

-Atraiam participantes de toda a Grécia


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- A deusa era honrada com concursos musicais, danças e provas desportivas

- Terminavam com uma procissão, em que a cidade presenteava a deusa com um manto
bordado pelas donzelas das melhores famílias

Dionisíacas
-Festividades em honra de Dionísio (deus do vinho)

-Realizavam-se em Março (quando a vinha despontava) (duravam 6 dias)

- Deram origem ao teatro

-Os últimos 3 dias de celebrações eram ocupados por representações dramáticas:

Aliavam o culto sagrado á competição. As peças tinham um caracter moralizante que


punha em evidência a sujeição do Homem aos deuses

Os autores concorriam com 3 peças, que depois de representadas eram avaliadas por
um júri.

O vencedor ganhava uma pequena soma em dinheiro, uma coroa de hera e, o seu
nome era inscrito nos registos de honra da cidade.

Eram admitidos a estes concursos dramáticos poetas de todo o mundo grego.

Os mais famosos: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes

Posteriormente às tragédias, surgem as comédias:

De tom jocoso, também tinham um tom moralizador.

Os temas baseavam-se na sátira social

O mais famoso: Aristófanes (criticava a vida pública de Atenas, funcionamentos das


instituições, educação dos jovens e emancipação da mulher)

O teatro espalhou-se por todo o mundo helénico, mantendo até hoje o seu caracter de
manifestação cívica e religiosa.
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OS JOGOS
As crenças em deuses comuns deram origem a pontos de referência religiosa, onde os
peregrinos gregos iam. Os santuários mais famosos eram o de Delfos, o de Olímpia, o de
Nemeia e o de Corinto.

Era nestes locais que se realizavam os Jogos (competições artístico-desportivas de caracter


religiosos que atraiam multidões)

Características dos jogos:

 Tinham um carácter pan-helénico (reunião os gregos de todos os estados)


 Realizavam-se no recinto do santuário
 O esforço dos atletas era dedicado aos deuses que escolhiam o vencedor
 Os mais famosos eram os que se realizavam de 4 em 4 anos em honra de Zeus, no
santuário de Olímpia. Na altura da sua realização proclamavam-se tréguas sagradas
(todos os conflitos eram interrompidos)
 Eram constituídos por cerimónias religiosas e provas desportivas
 Só podiam participar homens e adolescentes livres, de ascendência grega, que
partilhassem os valores cívicos e religiosos helénicos
 Os expectadores podiam ser bárbaros, escravos ou raparigas solteiras
 As mulheres casadas não podiam assistir e para elas existiam festas quadrienais, no
templo de Hera
 Os vencedores recebiam uma coroa de oliveira brava, as suas vitórias eram
imortalizadas na poesia, pintura e escultura. Eram considerados heróis nas suas
cidades
 Estas celebrações contribuíram para a união entre os gregos
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A educação para o exercício público do poder


Como se tratava de uma sociedade aberta, onde cada um valia por si próprio, havia uma
necessidade de educar os jovens de forma a se tornarem em homens cultos, corajosos,
sensíveis ao belo e empenhados na vida pública da cidade.

Educação dos jovens:

 Até aos 7 anos eram educados pelas mães no gineceu


 A partir dos 7 anos:
-raparigas ficavam em casa a aprender tarefas desempenhadas pelas mulheres
- os rapazes iam à escola e preparavam-se para ser cidadãos

Como era a educação masculina:

Educação intelectual
1º) Aprender a ler, escrever e aritmética
2º)Numa segunda fase eram iniciados nos poemas de Homero e de Hesíodo, que
deviam recitar de cor para que:
-aprendessem com os heróis a coragem e a honra
-aprenderem a apreciar as coisas belas
- a poesia era sempre acompanhada de música
-os jovens mais ricos eram acompanhados por um pedagogo (escravo culto que os
apoiava nos estudos)

Preparação física
-Estava a cargo do pedótriba
-Exercitar o corpo era considerado tão importante como desenvolver a mente
-para cumprir o serviço militar era necessário um corpo saudável
-A partir dos 15 anos a preparação física continuava nos ginásios, em recintos
chamados palestras
-nos ginásios também se ensinavam matemática e filosofia (ginásio de Platão:
Academo, ginásio de Aristóteles: Liceu)

Exercício da vida cívica


-Participação em assembleias
-exercício das magistraturas
-discussões na ágora
- podiam aperfeiçoar a arte de argumentação junto de um mestre, pois o dom da
palavra era essencial para brilhar na política
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A Arquitetura e a escultura
Os gregos honravam os deuses com as mais belas construções e com as mais belas estátuas.

Arquitetura

Era essencialmente religiosa – embora construíssem casas e, edifícios públicos e


muralhas, era nos templos que mais investiam
Transmitem proporção e harmonia – que para os gregos era o que distinguia as coisas
belas
Linhas simples
Construíam a partir do sistema trílio, dois suporte verticais (colunas) unidos por uma
laje horizontal (a arquitrave) – esta base construtiva extremamente racional dá aos
templos uma grande simplicidade
A vontade de construir obras perfeitas levou à criação de ordens arquitetónicas que
definiam com rigor matemático cada um dos elementos do edifício:
-Dórica – mais antiga e mais sóbria
-Jónica – mais leve e graciosa
-Coríntia – menos utilizada, é uma variante da ordem jónica
Os espaços livres , como o frontão e os frisos, eram decorados
A função do templo era sobretudo de abrigar a estátua da divindade, a sua planta era
muito simples, retangular, com uma antecâmera, uma sala grande para a estátua e
uma pequena para as oferendas
Nestes edifícios eram construídos para serem vistos do exterior, sobressaíam
majestosas colunas, que nas construções mais importantes rodeavam os 4 lados
Utilizavam as correções óticas – entasis – que eram utilizadas nas linhas direitas dos
templos para lhes dar uma simetria perfeita (esta técnica foi utilizada no Pártenon –
obra prima da arquitetura grega)

Escultura

Os gregos acreditavam que os deuses, embora imortais e com poderes extraordinários,


tinham raciocínio, sentimentos e aparência física parecida com a dos humanos.
Os escultores procuravam encontrar o corpo perfeito para representar os deuses,
conjugando elementos retirados de vários modelos
O espirito grego procurava a beleza física ideal
É uma escultura idealista, pois procura retratar a beleza ideal, corrigindo imperfeições
e dando ao rosto uma expressão serena e contemplativa
Rigor nas proporções (foi Policleto que as definiu, estabelecendo o cânone)
Uso do nu e leveza do vestuário
Feitas de mármore e revestidas de policromia (eram pintadas com cores variadas para
dar maior realismo ás figuras)
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A pintura tinha assim um importante papel na escultura grega e, embora não


chegassem até nós obras da pintura grega, as peças de cerâmica são verdadeiras obras
de arte.

ROMA
753 a.c. – Roma foi fundada a 21 de Abril por Rómulo (um dos filhos gémeos da sacerdotisa
Reia Sílvia e Marte.

Roma começou por ser um pequeno povoado que aos poucos foi crescendo.

Situada na planície do Lácio, uma terra fértil junto ao rio Tibre, que atraiu os Etruscos (povo
civilizado que habitava a atual Toscânia).

Os Etruscos ocuparam Roma e desenvolveram-na:

-Criaram novas muralhas

-Criaram uma rede de esgotos

-Casas

Organizaram a cidade política e socialmente

A partir de 509 a.c. – Os romanos expulsam o último rei Etrusco e instituíram uma república.

Roma passa a ser uma grande nação conquistadora:

-Por necessidade de defesa

-por sede de glória e riquezas

-os romanos apoderam-se de uma vasto império


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Império romano: (ver mapa do livro)

- Estado constituído por vários territórios, em que o território romano exerce o domínio
politico e a exploração económica sobre os outros, governado por um imperador

-Estendeu-se pelas duas margens do mediterrâneo, unindo-as pela primeira vez na história

-o mar mediterrâneo era um a espécie de lago interior do império ao qual chamavam mare
nostrum.

- Tinha mais de 3 milhões de km quadrados de extensão e 10 mil km de fronteiras

-uma enorme diversidade de povos

- marcou a história da civilização ocidental

- Foi invulgarmente duradouro

ORGANIZAÇÃO DO IMPÉRIO ROMANO

Mundo das cidades:

☺ Após a conquista o império foi reorganizado através da criação de centros


urbano
☺ Na Grécia, onde as cidades já existiam, os romanos apenas introduziram
pequenas alterações
☺ Nos locais, como a Gália ou a Península Ibérica, os romanos criaram cidades
proporcionando-lhes condições para o seu desenvolvimento.
☺ As cidades tinham instituições governativas próprias, capazes de resolver
muitos dos seus problemas.
☺ Roma a cidade modelo, o centro do poder e a capital do império que tinha a
autoridade máxima.
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Governo do Império Romano

1º FASE (ver gráfico pág. 76)

Durantes os primeiros séculos das conquistas, Roma eram governados pelas antigas
instituições:

- Senado

-Comícios

-Magistrados

Esta forma de governo havia sido concebida para um pequeno território, não se adequava às
exigências do grande império.

Séc. I A.C. – Crise politica, perseguições, guerras civis.

Necessidade de encontrar um chefe que restaurasse a ordem e a estabilidade.

2ª FASE (ver gráfico pág. 77)

Surgiu OCTÁVIO (63ª.C. a 14D.C.) – Primeiro Imperador Romano:

 General e bom político


 Dividiu as províncias do império em Províncias Senatoriais (as que estavam em paz e
ficavam a cargo do Senado) e as Províncias Imperiais (as pouco seguras e suscetÍveis de
se revoltar que ficavam a cargo do imperador), deixando assim o senado sem armas e
sem exército
 Conquistou os soldados e o povo, eliminou os seus adversários, fez regressar a paz e
pouco a pouco ganhou a admiração do Senado
 Manteve as velhas instituições políticas (fez questão de manter os costumes dos
antepassados), no entanto tornou-as a base de apoio do seu poder
 Inaugurou uma nova época da história de Roma, marcada pelo poder pessoal de um
imperador:
-As várias magistraturas estavam sob o seu poder
-Elegeu-se cônsul, censor, pretor, tribuno (concentrou em si todo o poder destes
cargos)
-Tinha o poder de modificar o senado, afastando dele quem lhe desagradasse
 Criou novos cargos e instituições diretamente ligados ao imperador
 Governava com o auxílio do seu Conselho privado
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 Nomeava os altos funcionário do estado, os governadores das províncias e os generais


do exército romano
 Recebeu a maiores honrarias (pinceps senatus - o 1º dos senadores; Augusto – título
divino dado pelos senadores, até então reservado apenas a certos deuses, este título
foi um prenúncio da divinização do imperador; triunfo currul –honra prestada aos
generais vitoriosos; imperador – título concedido aos generais que tinham grandes
vitórias) e passou a ser olhado como um ser divino (pai da pátria – título de conotação
divina) - o que fortaleceu a sua autoridade em todo o mundo romano

O CULTO A ROMA E AO IMPERADOR


Causas que levaram à divinização do imperador:

 Ao mesmo tempo que foi proclamado prínceps, Octávio aceitou também, das mãos
dos senadores o título de AUGUSTO (que acrescentou ao seu nome).
 Este título era até aí reservado a certos deuses e que queria dizer “engrandecedores”,
criadores de algo novo e melhor.
 Este título passou para os seus sucessores e foi um prenúncio da divinização do
imperador.
 A divinização do imperador foi também favorecida pelo facto de existir uma crença
romana de que os seus dirigentes eram protegidos pelos deuses e cumpriam uma
missão divina.
 As honras prestadas aos seus generais vitoriosos assumiam um caracter religioso
 Influência das regiões orientais do império

O Culto ao imperador
A posição de Octávio:

Foi cauteloso (para não haver excesso de subserviência) temendo que


qualquer excesso pudesse prejudicar o seu governo
Autorizou o culto à sua pessoa nas províncias
Em Roma ordenou que se adorasse apenas o seu génio (espécie de espirito
protetor a que os romanos atribuíam a força vital e a perpetuidade da
descendência)
Numa hábil manobra de propaganda, promoveu a divinização das virtudes
imperiais (benefícios que o seu governo trouxera ao mundo romano):
- Vitória Augusta
-Paz Augusta
-Justiça Augusta
-entre outras
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Quando Octávio morreu:

O senado atribui-lhe oficialmente o estatuto divino – declarou-o deus


O senado criou um novo corpo de sacerdotes – os augustais – para assegurar o seu
culto
Os imperadores que se seguiram foram também agraciados com o título de Augusto e
muitos partilharam a sua condição divina
No fim do séc. I, o culto do imperador e da sua família tinha-se institucionalizado em
todo o império.

O Culto à Deusa Roma


O culto imperial associou-se, desde logo, ao da deusa Roma:

 A deusa Roma representava a cidade e o povo romano, vistos como uma força
superior, predestinada para dominar o mundo sob o signo da paz, da prosperidade e
da justiça
 A deusa Roma era personalizada através de uma figura feminina armada
 Em louvor da deusa Roma foram erguidos templos, designados sacerdotes e, em várias
cidades gregas eram organizados jogos anuais – os Romania

O culto a Roma e ao Imperador foi:

- Um importante elemento de união política.

- Símbolo do respeito à autoridade comum

-Símbolo do apreço pelos benefícios da dominação romana

- Constituiu uma verdadeira devoção cívica

- União dos diferentes povos do império


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A CODIFICAÇÃO DO DIREITO (criação de leis


escritas)
Foi necessário porque:

 Era necessário administrar um vasto império e, portanto a convivência pacifica das


suas gentes não era possível sem um conjunto de leis que definisse as normas a seguir
 Inicialmente, os romanos não tinham leis escritas, todo o procedimento jurídico se
baseava no costume – Direito Consuetudinário, que era transmitido oralmente de
geração em geração, o que originava deturpações e arbitrariedades
 Revolta dos plebeus contra esta situação

Perante as exigências plebeias, os nobres romanos encarregaram uma comissão de 10


membros (os decênviros), de dar forma escrita às leis:

-Fora redigidas de forma clara e concisa

-Foram gravadas em 4 tábuas, dando origem ao 1º código romano que começou a vigorar em
425 a.c.

- Os romanos tinham imenso orgulho neste código

- Eram fáceis de consultar

- A lei das 12 tábuas foi considerada durante 10 séculos a “fonte de todo o direito público e
privado”

- Os alunos decoravam-nas na escola por se entender que aí se concentrava a sabedoria e se


multiplicavam os exemplos a seguir.

As leis contidas nas XII tábuas nunca foram


revogadas, mas rapidamente se mostraram
suficientes. Novas situações exigiram novas
leis.

Criação de mais/novas leis:

Maior parte resultou da atividade dos magistrados encarregados da justiça –os


pretores
Do trabalho dos jurisconsultos )espécie de advogados que eram chamados a adr
parecer sobre os casos de resolução mais complexa
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De decisões do senado (senatus consultos) ou do próprio imperador (decretos


imperiais)

Os romanos foram redigindo um enorme corpo de leis orientados por princípios claros de
justiça:

-Viver honradamente

-Atribuir a cada um o que é seu

-Não prejudicar ninguém

O legado romano em matéria de direito foi preservado e compilado pelos últimos


imperadores.

O imperador Justiniano (482-565) mandou reunir 10 séculos de leis escritas, que ficou
conhecido por Corpus Juris Civilis – o código de Justiniano, que sobreviveu aos séculos
servindo de base ao Direito ocidental.

Direito (romano) – Conjunto de normas jurídicas que regeram o povo romano nas várias
épocas da sua história. Começando praticamente do nada, os juristas romanos definiram não
só os princípios básicos, como sistematizaram as suas diferentes áreas de aplicação (Direito
público, Direito privado, Direito civil, Direito penal…)

A obra legislativa dos romanos atuou como um importante fator de união e pacificação dos
povos do império, pois estes sentiam-se protegidos por leis claras, justas e adequadas à vida
em comunidade.
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Organização social – A progressiva extensão da


cidadania
Progressiva extensão da cidadania

Séc. III A.C. Séc. II A.C. Séc. I A.C. Séc. I D.C. Séc. II D.C. Séc. III D.C. Séc. IV D.C.

1) Cidadania plena 2) 49 a.c. Cidadania extensa a 3) 212 d.c. com o Edito


reservada aos naturais toda a Itália de Carcala -
de Roma e a quem se Cidadania alargada a
destacava pelo seu todos os habitantes
valor livres do império
romano

A sociedade romana organizava-se segundo uma estrutura complexa:

Não cidadãos

Homens livres

Cidadãos

1) Plena cidadania romana (civitas) – Reservada unicamente aos naturais de Roma e seus
descendentes e, aos que se distinguiam pelo seu mérito ou pelos bons serviços
prestados.

Principais direitos:

 Direito de possuir terras e de as transacionar


 Direito de contrair matrimónio e transmitir aos filhos a cidadania
 Direito de votar
 Direito de manter a cidadania em caso de migração
 Direito de recurso das decisões dos magistrados e dos tribunais
 Direito de ser eleito para as magistraturas
 Direito de não ser torturado nem condenado á morte (só em caso de traição)

Deveres:

 Viver honradamente
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 Participar na vida política da cidade


 Servir no exército
 Pagar impostos

Aos habitantes das terras conquistadas era concedido um estatuto inferior, variável de região
para região.

Conforme aceitavam o domínio romano e a sua cultura, a condição jurídica dos povos
conquistados ia melhorando.

2) Itália foi a primeira região a usufruir de uma condição superior às restantes.

1º - Foi concedido às suas cidades o Direito Latino:

Tinham um estatuto muito semelhante ao concedido pelo direito romano


Estavam no entanto impedidos de exercer as altas magistraturas do império

2º - Em 49 a.c. Todos os homens livres foram equiparados a cidadãos romanos

3) Em 212 d.c. O Imperador Carcala concedeu a plena cidadania romana a todos os


habitantes livres do império – Edito de Carcala

Esta igualdade entre os povos conquistados e o povo conquistador contribuiu para a


unidade do mundo romano.
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CULTURA ROMANA
Características dos romanos que influenciaram a sua cultura:

► Sentido prático, realista e virados para o concreto


► Tentavam sempre resolver os problemas mais próximos de utilidade imediata
► As conquistas reforçaram o pragmatismo romano, que marca todas as suas realizações
► Para os gregos tudo tinha que ser belo, para os romanos tudo tinha que ser útil (ex:
obra jurídica – que revela o sentido de organização deste povo)
► Povo aberto, capaz de apreciar a riqueza cultural das nações conquistadas e incorporá-
la na sua própria forma de vida

Cultura Romana:

É o resultado de várias influências que os romanos souberam absorver e transformar


de acordo com a sua maneira de ser e viver
A influência grega foi a mais marcante (a Grécia conquistou o seu conquistador):
-Admiravam a civilização helénica
-Imitaram-lhe a arte, a literatura, a filosofia e a religião
-Falar grego era sinónimo de cultura
-Foi através dos romanos que a cultura grega chegou até nós e se estendeu a todo o
império
É nesta síntese cultural greco-latina que residem grande parte dos fundamentos da
civilização europeia

URBANISMO ROMANO

 Conforme o império crescia fundaram-se novas cidades e renovaram-se antigas, de


acordo com as necessidades da administração e os padrões de vida dos romanos.
 A fundação de uma nova cidade era cuidadosamente planeada
 As cidades seguiam as práticas comuns nos acampamentos militares
 Seguiam os ensinamentos do arquiteto grego Hipódamo

Estura da cidade romana (urbanismo):

A cidade articulava-se a partir de duas ruas principais que serviam de alinhamento


das ruas:
-o cardo (com direção norte-sul)
-o decumanos ((no sentido este-oeste)
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Perto do cruzamento destas duas ruas situava-se a grande praça pública – o Fórum
(coração da cidade), onde se encontravam os principais edifícios administrativos:
-A Cúria (onde se reunia o senado – conselho de notáveis que governava a cidade)
- A Basílica (servia de sala de reunião para políticos e homens de negócios e
também de tribunal público)
- Era o centro administrativo e religioso da cidade, onde as pessoas se
encontravam
Junto ao Forúm, erguiam-se:
- os templos mais importantes – Capitólio: templo de veneração da tríade nacional
Júpiter-Juno-Minerva, que simbolizava a presença e poder dos Romanos. Na
província os templos eram dedicados ao culto do imperador.
-Bibliotecas
-Mercados públicos destinados ao abastecimento das cidades
O Forúm era muitas renovado e engrandecido:
-Forúm Romano (o primitivo) – os governantes acrescentavam-lhe novas e
grandiosas construções
-Fórum Imperial – novas praças construídas circundantes ao forúm primitivo

Gosto pela monumentalidade:


-Reflexo da glória da cidade e dos seus imperadores
-Patente tanto nos edifícios utilitários (aquedutos, circos, anfiteatros), como em
obras meramente decorativas (estátuas, arcos de triunfo, colunas)
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Sentido utilitário:
-Revelou-se na construção de termas (banhos públicos)
-Construção de aquedutos (obras grandiosas que conduziam as águas dos
reservatórios naturais até aos fontanários públicos e casas particulares)
O lazer e a distração eram contemplados na construção das cidades, quase todas
possuíam um anfiteatro (ex: coliseu de Roma), os espetáculos eram realizados em
circos (corridas de cavalos e de carros), as comédias, tragédias e farsas eram
representadas em teatros.

Casas de habitação:
Domus
-casa particular onde moravam os cidadãos mais ricos e que em Roma se
espalhavam pelas colinas
- Possuía um jardim interior
- Comodo e luxuoso
Insula
-prédio de aluguer, com várias habitações
- Alta e frágil
-Construída de madeira e tijolo

Roma era diferente das outras cidades:

- Partilhava e era o modelo para a base urbanística comum a todas as cidades do império
(forúm, calçadas de pedra, mesmo tipo de casas, as mesmas termas, desejo de
monumentalidade, templos sumptuosos, grandes aquedutos).

- Era muito grande

-Cresceu de uma forma um pouco desorganizada

- Era ruidosa e com muita população

- Ruas estreitas e insalubres

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