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CRISTIANISMO

O Imperio romano é muito extenso (estende-se por 3 continentes).

Acolhe várias religiões, entre as quais o cristianismo.

Cristianismo:

 Única religião monoteísta do império romano


 Religião dos Hebreus, povo da palestina, nas margens orientais do
Mediterrâneo
 O seu messias é Jesus, nasce na Palestina 5 anos antes da nossa era
 Jesus diz ser o messias e aos 30 anos inicia a sua vida pública) aceita que lhe
chamem Cristo – messias em grego)
 Durante 2 anos e meio, acompanhado pelos discípulos, percorre cidades e
aldeias anunciando a boa-nova:
-Todos os homens são iguais aos olhos de Deus
- Todos podem alcançar a vida eterna

Mensagem Universal: Não privilegia qualquer povo


Mensagem revolucionária: contraria as desigualdades sociais do seu tempo e,
defende a igualdade entre todos os seres humanos

Após a morte de Jesus:


 A mensagem cristã, reunida no novo testamento, difunde-se
rapidamente, beneficiando da unidade política do Império e das
excelentes vias de comunicação
 Cria inimigos. Os cristãos são mal vistos pela sociedade romana, não
respeitamos seus deuses, condenam hábitos enraizados e, defendem a
igualdade entre o senhor e o seu escravo.
 Os cristãos são considerados perturbadores da paz social e da ordem do
império
 Os cristãos são perseguidos e mortos. (1ª perseguição: Nero em 64;
´ultima: Diocleciano entre 303 e 301)
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Durante o séc. III verifica-se um


crescimento do Cristianismo

Império Romano-Cristão
O número de cristãos cresce, na administração, no exército, e na corte.

► Em 303 o Cristianismo ganha o apoio do imperador Constantino, que :


- Publica a carta conhecida como EDITO DE MILÃO: em que garante a inteira
liberdade de culto aos cristãos e ordena que lhes sejam devolvidos os bens
confiscados na última perseguição.
- Concede aos cristãos um tratamento preferencial (coloca-os em altos cargos
do império, concede-lhes ofertas generosas, ergue templos em Roma e
Jerusalém)
-Convoca, em 325, o concílio de Niceia, onde se reúnem os bispos cristãos para
definir verdades doutrinais.

► A partir de Constantino, todos os imperadores, com exceção de Julião, o


Apóstata (361-363) professaram o cristianismo.
► Apoiado pelo poder, o cristianismo reforça-se ainda mais e sobrepõe-se aos
antigos cultos
► Em 380, o imperador Teodósio:
- Promulga o Edito de Tessalónica: ordena a conversão de todos os habitantes
do império ao cristianismo. O cristianismo torna-se a religião oficial do Estado
Romano.
► Nos anos seguintes:
-É proibido o culto aos deuses pagãos
-Muitos templos são encerrados, outros são convertidos em igrejas
-Estabeleceu-se uma forte aliança entre o imperador e o cristianismo
-O cristianismo passa a ser a única religião legal, que simboliza a união do
império romano – Um só Deus e um só imperador
- O imperador já não é olhado como um deus vivo, mas o cristianismo confere-
lhe um enorme poder: ele é o escolhido por Deus para governar a terra em seu
nome.
► Aliada ao poder do imperador, a igreja romano-cristã torna-se um elemento
essencial do mundo romano nos últimos séculos da sua existência.
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Estrutura da organização eclesiástica

A estrutura da igreja foi criada com base (copiando) na estrutura do Império:

Diocese – corresponde à cidade – é dirigida por um bispo

As dioceses agrupam-se em províncias – coordenadas por um metropolita – Bispo da


cidade capital de província

ROMA – CIDADE MÃE (a mais importante)

O bispo de Roma receberá o título de PAPA – mais tarde reivindicará para si a


suprema autoridade sobre todos os fiéis.

ROMA continuará a reinar sobre o ocidente como sede do cristianismo


A igreja como transmissora do legado político-cultural clássico

O cristianismo nasceu na civilização romana, assimilou muito da sua cultura e


transmitiu-a às gerações vindouras.

Ou seja:
Os cristãos encontravam-se entre os habitantes das cidades
Foi nas cidades que os apóstolos que exerceram a sua ação
Os cristãos foram atraindo grupos sociais cada vez mais elevados que
puseram os seus conhecimentos ao serviço da igreja (cultura greco-
latina)

Os elementos culturais clássicos que foram o suporte da cultura cristã:

 A retórica (serviu aos bispos, ministros da palavra de Deus, nas suas pregações)
 Os métodos e conceitos da Filosofia Antiga (foram utilizados pelos teólogos
para fundamentar a nova fé)
 O Direito Romano (esteve na base do direito canónico, que regula no interior
da igreja, as questões administrativas e disciplinares
 Cerimonial imperial (serviu para enriquecer a liturgia)
 Construções romanas (serviu de modelo à arquitetura religiosa)
 Os frescos, mosaicos, estátuas e revelos cristãos inspiraram-se nos modelos
romanos, atribuindo um novo significado às imagens antigas
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Os elementos políticos da antiguidade que a igreja manteve:

 Ideia de um poder forte centrado numa só pessoa, tal como os imperadores, os


reis fundamentaram o seu poder nos escritos religiosos. Eram os escolhidos por
Deus para governar em seu nome.

O próprio Papa servia de modelo a esse ideal politico, sendo a autoridade


suprema sobre todos os fieis – expressão da vontade divina e símbolo da
unidade do mundo cristão ocidental.

CRISE DO IMPÉRIO ROMANO

Séc III – profunda crise político-militar


Causas:

Caos Politico (dura meio século) após assassinato do imperador Severo


Alexandre pelo seu próprio exército, que leva a uma enorme de imperadores
que eram escolhidos pelo exército e substituídos quando outro candidato
prometia mais – anarquia militar
Perigo Bárbaro – os povos que habitavam para lá dos limites dos Império
pressionavam as fronteiras e estas começavam a ceder.
O império romano viu-se invadido em vários pontos.
O exército romano, treinado para guerra de ataque e “adormecido” por um
longo período de paz, teve dificuldade em se defender.

O império conseguiu sobreviver a esta crise, os bárbaros foram vencidos e a


autoridade política recuperou a sua força.
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O Imperador Diocleciano (284-305) :

Efetuou grandes reformas na administração e no exército:


Dividiu o império por quatro coimperadores – Tetrarquia Imperial:
-Pois o império era muito grande e difícil de defender
- Os coimperadores fixaram residência nas cidades próximas das fronteiras para
melhor cumprirem a sua missão

A Tetrarquia Imperial não deu os resultados esperados, pois embora os Imperadores


Constantino ou Teodósio tenham conseguido dominar todo o império, ficou claro que
devido à extensão do império seria difícil mante-lo unido.

Séc. IV – Agrava-se a ameaça Bárbara e gravidade da


situação militar ditou a divisão definitiva do império:
- Teodósio, dividiu o império à sua morte (395), pelos seus dois filhos: Honório ficou
com o ocidente e, Arcádio com o Oriente.

Império do Oriente (Império Bizantino)

- Estabeleceu a capital em Constantinopla (cidade fundada por Constantino em 324),


antiga cidade Grega de Bizâncio

- Constantinopla tornou-se uma cidade populosa e imponente, continuadora da


grandeza romana

-Entre período de glória e de dificuldades, o império romano do oriente resistiu mais


de um milénio (até 1453 – ano em que cai nas mãos dos Turcos)

Império do Ocidentes

- Teve uma vida breve, sucumbindo, logo no séc. V ás invasões bárbaras

OS BÁRBAROS NO IMPÉRIO
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Germanos

- Viviam a norte do império, entre o mar Báltico e os rios Danúbio, Vístula e Reno

- Não formavam uma unidade nem étnica nem política

- Eram constituídos por vários povos e tribos que frequentemente lutavam entre si

-O historiador Tácito, descreve-os como homens altos, louros, de carater guerreiro e


sentido de honra

- A sua penetração no império iniciou-se cedo, ora de forma violenta, ora de forma
pacífica

- Eram atraídos +ela civilização romana e foram-se instalando em pequenos grupos


(Godos na Macedónia, Francos na Gália, Alemanos na Provença)

-Os romanos serviam-se deles para funções domésticas, atividades económicas e


exército (como mercenários)

-Estes grupos presentes desde o séc. III foram-se romanizando

AS GRANDES INVASÕES
No final do séc IV – mundo bárbaro entra em turbulência:

Os hunos (povo violento vindo do oriente) chegam às margens do império e


semeia o terror entre os povos germânicos
As hordas bárbaras percorrem o império, saqueiam-no e ocupam-no
Todo o ocidente está em guerra, da Itália às ilhas britânicas
Em 410, os Visigodos, sob o comando de Alarico, entram em Roma e pilham-na
durante 3 dias – SAQUE A ROMA (consolidou a consciência da proximidade do
fim do império romano)
Alguns anos depois, os Hunos voltam a atacar comandados por Átlia, são
vencidos por uma coligação de visigodos e romanos (em 451), mas nessa altura
já não resta praticamente nada do império romano do ocidente
Em 476, o general hérulo Odoacro, põe-lhe oficialmente fim, depondo o último
imperador – Rómulo (mesmo nome do fundador da cidade)
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FIM DO MUNDO ANTIGO


Após a queda de Roma, uma multiplicidade de novos reinos substitui a antiga
unidade imperial:

- Reinos efémeros de fronteiras mal definidas

- Vulneráveis á morte do líder e à ganância dos vizinhos

- São apenas sólidos o reinos dos visigodos na Península Ibérica e o dos Francos na
Gália

A Europa viveu assim um período de instabilidade.

Efeitos da crise do império e das invasões bárbaras sobre o mundo ocidental (ler doc.
10 e 11 pag 136):

O caos político favoreceu a anarquia e a injustiça, as leis e o Direito foram


substituídos pela prepotência do mais forte
A economia foi destruída pelas guerras, os campos deixaram de ser cultivados,
as indústrias fecharam e o comércio paralisou. Surgiram fomes e epidemias
(peste) – diminuição acentuada da população
As cidades foram alvo de pilhagens, muitos habitantes morreram e outros
fugiram para o campo. Isto levou a que o n.º de cidades e a sua importância se
reduzissem drasticamente, acompanhando a quebra demográfica e a
decadência económica.
Retrocessos culturais – perderam-se as artes, as letras e os requintes da vida
quotidiana que marcaram época clássica.

Nesta Europa em mutação a igreja assumiu um papel importante:

Revelou-se um pilar para a população


Permaneceu sólida graças á sua hierarquia rígida e á sua eficiente organização
Iniciou a evangelização dos reinos bárbaros, que acabaram por e cristianizar,
voltando a assumir uma posição destacada nas altas esferas do poder
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Do confronto entre o mundo romano e o mundo bárbaro resultou um tempo


novo: IDADE MÉDIA

Idade Média:

- Muito diferente da Idade Clássica

-Preservou e transmitiu o legado da idade Clássica

- Este legado greco-latino, transformado e enriquecido por séculos de história


comum, constitui uma identidade cultural comum a todos os europeus.
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A ORGANIZAÇÃO DA EUROPA APÓS A QUEDA


DO IMPÉRIO

Organização política e geográfica

A Europa encontrava-se dividia e instável. Durante a idade média coexistiam na europa


senhorios, principados, cidades independentes, reinos e um império (diferentes
unidades politicas).

A) SENHORIOS:
Terra de um senhor, nobre ou de um membro do alto clero
Era uma propriedade fundiária de dimensão variável
Eram formados por um núcleo mais significativo, dominado pelo castelo do
senhor, que agrupava terras aráveis, bosques e um ou vários aglomerados
populacionais, este núcleo era ainda composto por terras dispersas,
frequentemente entremeadas por outros senhorios
O senhor retirava das terras rendimentos económicos e detinha autoridade
sobre os homens que a habitavam (tinha o direito de os julgar, aplicar penas,
lançar imposto e de os recrutar para o exército) – Duplo poder do senhor
(domínio económico e autoridade sobre os homens)
Exercia um conjunto de poderes políticos – os ban ou bannus – com o
consentimento do rei
Em 1200, quatro quintos das terras e dos homens da europa estavam sob
domínio de senhores

B) DUCADOS E CONDADOS
Pertenciam a duques e condes (escalões superiores da nobreza medieval)
Eram de grandes dimensões e muitas vezes eram alargados através de doações
régias e de casamentos que juntavam parcelas senhoriais
Englobavam terras agrícolas e aldeias, vilas e até cidades.
Estes tipos de senhorios encontravam-se por toda a europa.
Estes grandes senhores eram muito ricos e poderosos e chegavam a afrontar o
rei ou imperador.
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C) REINOS
 Unidades políticas extensas que têm à cabeça um rei
 Para que se constitua um reino estável são necessárias duas condições:
- Reconhecimento da superioridade de uma família, à qual compete exercer a
realiza, em regime hereditário. O rei detém sobre todos autoridade suprema
que deve utilizar a favor do bem comum.
-Delimitação de um território sobre o qual o rei exerce a sua autoridade. Todo
o homem que nasce no rei fica dependente do rei.
 A constituição de um reino corresponde a um processo de identificação entre
um rei, um território e os seus habitantes. Este processo gera a convicção de
que existem laços de tipo étnico, histórico, cultural e politico que unem toda a
comunidade.
 Séculos XIII – reinos estáveis na europa ocidental: Portugal, Castela, Aragão,
França e Inglaterra

D) IMPÉRIO

Embora o império romano do ocidente tenha caído, o ideal de uma autoridade


máxima comum manteve-se.

1. No ano 800, com o objetivo de reconstruir um império universal e cristão, o


papa coroou em Roma, Carlos Magno (rei dos francos) Imperador do
Ocidente
2. O império de Carlos Magno teve uma curta duração, após a sua morte
dividiu-se
3. No século X , há uma nova tentativa para fazer renascer o sonho imperial
através de Otão (rei da Alemanha e o mais poderoso monarca do ocidente)
4. Otão aliou-se ao Papa e recebeu a coroa imperial
5. Este império (que engloba territórios germânicos e italianos) recebe o nome
de Sacro Império Romano-germânico.
6. O sacro Império nunca chegou a constituir um poder político forte e
centralizado:
- Os reinos que se formaram na europa ocidental estavam cada vez mais
organizados e fortalecidos
- O poder imperial foi enfraquecendo devido às disputas entre o papa e o
imperador (ambos queriam dirigir a cristandade)
- Afirmação dos grandes senhores que constituíram principiados
praticamente autónomos
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7. No século XIII, o Sacro Império era apenas um conjunto de territórios,


governado por príncipes locais que escolhiam entre si um imperador , mas
cujo cargo não conferia um poder efetivo.

E) AS COMUNAS
Á partir do século XI, com um clima de paz e prosperidade, as cidades voltam a
recuperar o seu desenvolvimento e comércio através dos seus ativos
habitantes e, começam a reivindicar a sua autonomia, tentando-se libertar do
domínio dos grandes senhores.
O movimento de Luta pela liberdade citadina, inicia-se no século XI no Norte
de Itália porque:
- Nunca perderam as tradições urbanas
-Os mercadores (grupo ativo e influente) obrigaram à união de todos os
habitantes da cidade, selada por um juramento de entreajuda e lealdade –
COMUNA
A comuna (inicialmente) é uma associação das pessoas da cidade que tem por
objetivo libertá-la do domínio dos grandes senhores
As lutas comunais estendem-se por toda a Europa. A conquista da autonomia
das cidades foi conseguida, umas vezes através de violências, outras vezes de
forma pacífica, a troco de compensações financeiras que o senhor aceitava pela
perda dos seus direitos.
No século XII, grande parte dos burgos europeus recebe a carta comunal:
- Nestas cartas estavam exaradas as garantias e liberdades concedidas pelo
senhor ou rei à cidade
-Estas cartas, eram guardadas pelos burgueses em cifres de ferro
- Estipulavam estatutos e privilégios muito diferentes, conforme as cidades e o
uso das regiões
Nas regiões da Alemanha e da Itália:
- As comunas conseguiram maiores privilégios administrativos
- Algumas cidades reorganizaram-se em moldes completamente novos
- Eram governadas por um conselho de burgueses e um corpo de magistrados
próprios aos quais competi a regulação de todos os aspetos da vida urbana
(definição de normas, cobrança de impostos, justiça), com exceção dos
religiosos
-Este cargos eram desempenhados pelos mercadores mais ricos
Estas cidades independentes (sobretudo as de Itália) tornaram-se muito
prósperas e relevantes para a economia europeia.

F) A IMPRECISÃO DAS FRONTEIRAS


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 Nível externo: Fronteiras imprecisas e pouco estáveis devido à turbulência


politica
 Nível Interno: Delimitações de efémeras e de contornos mal definidos
devido:
- Ao desmembramento ou junção de senhorios
-Liberdades conquistadas pelas cidades
-Usurpações senhoriais
- Progressos da autoridade real

Organização Religiosa

O PAPEL/ PODER DA IGREJA

A unidade da crença

A Europa ocidental estava unida pela mesma fé


A igreja era a única instituição prevalecia em todos os países e regiões –
contribuindo para a construção de uma identidade comum
Cristandade Latina, conjunto de terras e povos cuja língua litúrgica era o latim
e nas questões religiosas obedecia ao bispo de Roma – PAPA

O poder do Bispo de Roma

► A supremacia do Bispo de Roma sobre os outros bispos suscitou grandes


desavenças, que terminaram no século XI, com o corte de relações entre o
clero do Ocidente e do Oriente
► Com o Papa Gregório VII (1075-1085) deu-se a consolidação do poder da Igreja
de Roma. A reforma Gregoriana:
-Moralizou os costumes e a atuação dos clérigos
- Proclamou a supremacia absoluta do papado
-O papa passou a ser o representante máximo de Deus e detentor do poder
máximo sobre toda a cristandade – estava num plano superior a qualquer
monarca e ao imperador do sacro império

Esta conceção deu origem a vários conflitos entre


o papa, os monarcas e o imperador, que não
estavam dispostos a se sujeitarem à Santa Sé.
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O Papa teve que reconhecer as prerrogativas dos monarcas, mas estes contribuíram
para reforçar a autoridade e prestígio da Igreja.

No Século XIII, a igreja é a instituição mais poderosa e organizada do ocidente,


porque:

Tem um centro reconhecido – Roma e, um chefe supremo – PAPA


Exerce o seu poder sobre todo o ocidente e seus habitantes
Possui bens humanos e materiais (tem um numeroso corpo de clérigos, cobra a
dízima – um décimo das colheitas, detém vastas propriedade e beneficia de
doações)
Rege-se por um código de leis próprias – O direito Canónico- que individualiza
os seus membros face à restante população

O império do Oriente (Bizâncio):


Teve uma vida longa, só cai em 1453 (vencido pelo império turco)
Considerava-se o herdeiro direto do mundo romano
Considerava-se civilizado, com uma cultura requintada e superior à dos
bárbaros ocidentais
Constantinopla (Bizâncio), a nova Roma, erguida pelo imperador Constantino
era o símbolo do seu esplendor e o seu centro religioso
O patriarca de Constantinopla era a figura mais importante do clero cristão do
oriente e, o grego era a língua oficial
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Rivalidade entre os bispos de Roma e de Constantinopla:

1) Discordavam de pormenores doutrinais relativos ao dogma da Santíssima


Trindade e à forma de comunhão
2) O patriarca bizantino recusa aceitar a supremacia romana

Em 1054 rutura efetiva entre ambas as facões

Consequências desta rutura:

 A oriente, apoiada no império do oriente, existe uma igreja :


-de língua grega
-que se proclama fiel aos primitivos dogmas
-intitula-se de Ortodoxa (que segue a doutrina certa)
 A Ocidente, apoiada no Sacro Império e nas monarquias em geral, existe uma
igreja:
-latina
-sob a égide de Roma

A partir de então, estas duas partes da cristandade entram em confronto:

-Em 1204, os cavaleiros da 4ª cruzada, que tinha partido para o Oriente para combater
os muçulmanos, tomam de assalto e saqueiam Constantinopla. Este episódio retrata a
forma como os ocidentais viam Bizâncio – consideravam-no hostil e esqueceram-se
que partilhavam a mesma fé de Cristo.
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ISLÃO:
☺ Em 610, Maomet, iniciou uma intensa atividade religiosa
☺ Acreditava ter sido mandatado por Deus para doutrinar os árabes e conduzi-los
à salvação
☺ Dedicou-se, até á sua morte, à glória de Allah (Deus) e a professar a sua fé
☺ Fundou uma nova religião – o Islão – cujos princípios fez registar num livro, o
Alcorão (ou Corão)
☺ Segundo Maomet, estes princípios constituíam a verdadeira revelação de Deus

O legado de Maomet teve consequências no mundo árabe:

Os árabes tornaram-se num povo unido pela mesma fé


Para espalharem sua fé pregaram a GUERA SANATA (Jihad) e dispuseram-se a
conquistar o mundo
Um século após a morte do profeta , o Islão estendia-se por 3 continente e uma
multiplicidade de povos
Ente o século VIII e o início do século XII o Islão ganhou terreno á Cristandade:
-Imposto o seu poder militar e apropriou-se do comércio do mediterrâneo
-Desenvolveu uma civilização próspera e requintada, com grandes cidades
-Desenvolveram-se as ciências, a poesia e a filosofia
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Para inverter esta situação, a cristandade


resolveu reagir, atendendo ao apelo do Papa
Urbano II:

O Ocidente desencadeou a primeira de uma série de grandes ofensivas militares – AS


CRUZADAS

As primeiras Cruzadas:

1ª Cruzada (1095-1099) - Inicia-se com o apelo de Urbano II e termina com a


Conquista de Jerusalém pelos Cruzados

2ª Cruzada (1147-1149) – Os cristãos fracassam a conquista de Damasco

3ª Cruzada (1189-1192) – Acordo entre Ricardo Coração de Leão e Saladino assegura


as peregrinações ao santo sepulcro

4º Cruzada (1202-1204) – Tomada de Constantinopla pelos cruzados

Objetivos das cruzadas: libertação dos lugares santos da Palestina sob o poder dos
muçulmanos

A nível militar o seu êxito foi reduzido


Fortaleceram a ideia de uma sociedade encabeçada por um ideal religioso,
forte e unido contra os inimigos da fé
Este movimento teve impacto em todas zonas de confluência dos cristãos com
os muçulmanos:
-Na Península Ibérica a reconquista avançou rapidamente
-No Sul de França diminuíram os ataques muçulmanos às zonas costeiras
-No Mediterrâneo foram retomadas as rotas abandonadas
No século XIII, A Europa Ocidental tinha recuperado face ao Islão
Seguiram-se tempos de rivalidades, mas já estavam delimitas as áreas de
influência das duas religiões: O Ocidente era Cristão e o Oriente muçulmano
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Quadro económico e demográfico (séc. XI, XII e


XIII)

1) A EXPANÇÃO AGRÁRIA

No ano de 1000, as florestas ocupavam uma grande parte do solo na Europa. Nos 3
séculos seguintes:

Expansão da superfície cultivada:


-Desbravaram-se bosques, prepararam-se baldios e secaram-se pântanos, para
os tornar terras agrícolas - junto a estes campos nasceram vilas e aldeias
- Este trabalho foi levado a cabo por camponeses, com a ajuda de reis,
senhores laicos, ordem monásticas e até cidades, pois era quem tinha
capacidade para atrair os camponeses e lhes fornecer instrumentos de
trabalho, sementes e materiais de construção

Avanços tecnológicos:
- Uso crescente do ferro nos utensílios agrícolas (ex: charrua)
- Novas formas de atrelagem (canga frontal para os bois e coelheira rígida para
os cavalos – permitiram um melhor aproveitamento da força animal
- O afolhamento com rotação trienal de culturas, permitiu cultivar, cada ano,
uma parcela maior de terreno
- A fertilização dos campos com marga (argila calcária) e cinzas e a maior
utilização de estrume animal, melhorou a qualidade dos solos
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Todos estes fatores levaram a um amento da produtividade, que acompanhado pelo


desenvolvimento da pecuária, fez crescer a disponibilidade de alimentos na Europa.

2) O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

Nos tempos medievais, a quantidade de alimento disponível está diretamente


relacionada com a demografia.

Entre os séculos XI e XIII, a Europa Ocidental viu a sua população quase duplicar
porque:

Se vivia um clima de paz


Aumento da produção de alimentos
A França era o país mais povoado

3) O RENASCIMENTO DAS CIDADES E A DINAMIZAÇÃO DO COMÉRCIO

O renascimento das cidades

As cidades aumentam em número e tamanho – causas:

 As cidades deixam de ser apenas centros políticos, militares e religiosos e, a


partir do séc. XII, assumem um papel essencialmente económico
 É nas cidades que se estabelecem mercadores, banqueiros, artesãos, lojistas,
que as desenvolvem e animam
 Estes passam a ser os principais habitantes do burgo, ganham o nome de
burgueses e dão origem a um novo grupo social – BURGUESIA (ligado á cidade
e ás atividades comerciais)
 As cidades também recebem nobres á procura de divertimento e artigos de
luxo,
 Afluxo de peregrinos em busca de uma vida melhor
 As cidades tornam-se polos de atração em permanente crescimento, atingindo
seu auge no século XIV, antes da peste negra que vai dizimar uma grande parte
dos habitantes

Dinamização do Comércio
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Embora algumas cidades realizassem, em determinadas épocas do ano, grandes feiras


internacionais, eram os pequenos mercados de caracter agrícola que alimentavam a
vida económica, e estabeleciam a ligação entre a cidade e o campo.

Isto porque:

A necessidade de fornecer alimento à população urbana, representavam para o


camponês um mercado onde podia vender os seus excedentes (cereais, ovos,
queijo, legumes, etc)
As rendas senhoriais eram fixas, o que estimulava o agricultor a produzir, uma
vez que o excedente revertia em seu benefício
Como só chegavam aos mercados os camponeses dos campos mais próximos,
quem estava mais longe recorria aos almocreves com intermediários para fazer
a ligação cidade-campo
Os senhores, leigos e eclesiásticos, recebiam parte das rendas em géneros que
mandavam comercializar no mercado
Também os mosteiros e abadias comercializavam na cidade os seus excedentes

As autoridades urbanas tiveram necessidade de regulamentar os mercados e


abastecer eficazmente a cidade. Adotaram-se as seguintes medidas:

Para garantir que os produtos chegavam ao seu destino, foram proibidas as


vendas pelo caminho ou fora das horas definidas
Para evitar açambarcamentos, limitavam-se as quantidades que cada um
podia comprar
Para garantir a qualidade dos produtos, puniam-se severamente todos os
comerciantes que tentassem enganar o comprador

O mercado local representava o maior volume de trocas desta época, contribuindo


decisivamente para a afirmação da economia monetária (economia baseada nas trocas
e na circulação de moeda, em que esta se torna não só um indispensável meio de
pagamento como um valor em si, susceptível de ser entesourado. A economia
monetária tem subjacente o do lucro e a lei da oferta e da procura).

A rede de trocas foi-se alargando a circuitos mercantis mais vastos e organizados.

Um intenso comércio regional reanimou as estradas e os rios europeus, estabelecendo


de novo as ligações entre os centros de produção e de consumo.
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O renascimento urbano dinamizou toda a vida económica que se começou a orientar


para o mercado e o lucro.

O desenvolvimento do comércio e da economia de mercado desencadeou uma


revolução comercial, que promoveu o crescimento da burguesia e teve impacto no
rumo da história.

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