Chegamos ao penúltimo capítulo de Hebreus. A forma como ele começa
(“portanto”) deixa claro que a “grande nuvem de testemunhas” são os exemplos de fé do capítulo anterior: Eles servem como inspiração, mas há coisas melhores ou superiores pela frente (11.40).
I- A ATITUDE DO CRISTÃO (Hb 12.1-4)
Se todos os heróis do capítulo anterior já chegaram, nós também
chegaremos. Mas são necessárias algumas atitudes.
1-Deixar o embaraço( impedimento, dificuldades, atrapalho.
Carga ou peso ) e pecado (Hb 12.1a) “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando- nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia.”
O escritor compara a vida cristã a de um corredor, é preciso uma
disciplina muito além a de uma pessoa normal. Essa disciplina inclui treinamentos forçados, boa alimentação, repouso renuncia e tantas outras coisas. Mas de nada vai adiantar se este mesmo corredor, no dia da corrida correr com algo que atrapalhe o seu desempenho, como por exemplo um sapato desconfortável. E com isso ele nos exorta a nos desembaraçarmos do pecado que se agarra firmemente em nós
De modo sábio, o escritor sagrado mostra a diferença entre o Velho e
o Novo Pacto. Os heróis do passado agora são colocados como espectadores, ao passo que os cristãos estão na arena. (Os grandes heróis da fé dão para nós testemunho de que é possível chegar na final da corrida e deixaram exemplo de fé para todos aqueles que desejam viver uma verdadeira comunhão com o Senhor. ) O autor tem em mente uma corrida. A figura usada pelo escritor é tirada da rigorosa e conhecida vida dos atletas gregos. Nada que acrescenta peso pode ser mantido. (Os corredores não carregam nenhum tipo de peso quando vão para uma olimpíada) O atleta precisa se desfazer de tudo, exceto o mínimo essencial. Nesse aspecto, há a necessidade de abrir mão dos embaraços e estorvos. Nenhum corredor pode conviver com pesos supérfluos, pois isso vai atrapalhar sua desenvoltura. O que atrapalha precisa ser deixado de lado. Espiritualmente, tanto o embaraço como o pecado nos faz correr mais lentamente, (Temos que correr olhando pra jesus Pois Ele diz na sua palavra um jugo é suave, e um fardo é leve (MT 11.28-30). )portanto fora com eles. Fica claro que o maior e principal empecilho que o autor tem em mente é o pecado que nos assedia (espreita como um caçador(. O pecado é Trapaceiro, enganador, impostor ,mentiroso: promete liberdade e escraviza; promete prazer e atormenta; promete vida e mata. O pecado é uma fraude. Seu colorido é falso, sua alegria é passageira, seu salário é a morte. O pecado atrapalha a nossa corrida, o pecado trás vergonha, tras o sentimento de culpa e faz com que nos afastemos de Deus ). Esse sim é carga mais pesada. Mas a expressão “embaraço” também não deve ser desprezada Diferente do pecado, o embaraço pode não ser algo necessariamente ruim em si, mas que vai dificultar nossa desenvoltura e agilidade na corrida. Há amizades, lugares e hábitos que são embaraços. (O embaraço é empecilho, é algo que atrapalha e que impede a sua progressão na caminhada. É como uma pedrinha no nosso sapato atrapalhando nossa caminhada e se não nos livrarmos dela poderemos não chegar ao destino almejado. Às vezes só atentamos para o pecado, mas veja que o diz o versículo: que também devemos deixar todo embaraço, pois, do embaraço para o pecado é só um passo. ( são os Negocios desta terra) Não devemos esquecer o que diz o apostolo Paulo: Aquele que milita não pode se embaraçar com negócios desta terra (2 Tm 2:4). )
Nós somos exortados a deixar “todo o embaraço e o pecado que tão
de perto nos rodeia”. O embaraço certamente não é pecado, mas pode tornar-se num impedimento, ou num atraso à nossa vida e carreira espiritual, e aí sim, conduzir-nos ao pecado. (Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. 1 Coríntios 10:23 )Um crente embaraçado é facilmente atingido pelo Diabo. A televisão, por exemplo, mesmo transmitindo programas de cunho informativo ou cultural, pode embaraçar o crente se este deixar de ir à casa de Deus para prostrar-se diante dela. Há crentes que se embaraçam com dívidas, amizades, esportes, lazer, etc. Ademais disso, não podemos esquecer que a Bíblia nos manda remir o tempo (Ef 5.15,16 Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.). 2- Correr com perseverança (Hb 12.1b) “Corramos, com perseverança,(Mesmo que você sinta vontade de parar, mesmo que se sinta cansado , não pare não agora que você começou, nem pense em parar, o crente tem que ir até o fim, mesmo cansado, as vezes sem forças Hebreus 10:39 ARA Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma. ) a carreira que nos está proposta.”
Seguindo a metáfora escolhida, o escritor sagrado vai nos lembrar do
( valor da perseverança. Ser perseverante é ser resistente, é não desistir diante das tribulações. Perseverar é passar por uma situação difícil, mas conseguir suportá-la com forte esperança.) Nenhuma pessoa que conheça minimamente um pouco sobre jogos olímpicos discorda do alto valor da perseverança. O lançar fora dos fardos desnecessários (sejam pecados ou embaraços) agora provam seu valor. Nenhum atleta ganha nada sem decisão, renúncias e ( perseverança. Vez ou Outra nos sentimos cansados; queremos parar, largar tudo, mas a persistência a perseverança tem que fazer parte da nossa vida em todos os momentos)O mesmo ocorre na vida ( cristã. mas em Apocalipse 3.21 diz assim: Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.”) ( Em Hebreus 10 diz assim: Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; Hebreus 10:35-37)A persistência precisa ser mantida do começo ao fim da corrida, sem tréguas, nem distrações. ( A partir do momento que aceitamos a Jesus, entramos na batalha , entramos na corrida e é uma corrida a longa distancia Temos que permanecer nessa corrida até o fim : Apalavra de Deus diz assim em Hebreus 10:38 “Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. “se o justo recuar, retroceder ou pensar em voltar atrás, o Senhor não terá prazer nele, ou seja, na pessoa que um dia confiava Nele e agora não confia mais ) O autor, usando a primeira pessoa do plural, coloca se no mesmo nível dos leitores. Também faz parte da maratona. Essa mesma palavra foi usada em 10.36 para dizer que sem perseverança ninguém alcançará a promessa. Perseverança é “aguentar sob pressão”: “continuar quando as coisas estão difíceis”. A palavra usada traz a ideia de “agonia”. Os Leitores originais estavam passando por provações e, embora nenhum ainda fora chamado para morrer por Cristo, eles estavam sendo tentados a desistir. O escritor exorta-os: “aguentem firmes, não desistam”. “Por que vocês desistiriam se outros não desistiram mesmo tendo que morrer?” (12.4 ) Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue Hebreus 12:4 )
3- Olhar para Jesus (Hb 12.2) “Olhando firmemente para o
Autor(causador, responsável, ) e Consumador da fé, Jesus (Jesus é seu treinador olhe somente para Ele ,siga o comando, as ordens dele), o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, ( grande desonra ) e está assentado à destra do trono de Deus.” Como argumento central, o autor diz que devemos olhar para Jesus. A imagem pretendida é linda demais! O escritor parece colocar Jesus na linha de chegada como que dizendo: “olhem para mim”; “não olhem para as circunstâncias difíceis, olhem para mim”; “a provação está grande, mas olhem para mim”. ( Pois em ti, Senhor Deus, estão fitos os meus olhos: em ti confio; não desampares a minha alma. Salmos 141:8) ( Pedro andando sobre as aguas Pedro foi caminhando até que a violência das águas retirou a confiança inicial. Foi afundando: “Senhor, salva-me”! Quanto mais atenção dermos para a tempestade, mais medo e pânico teremos. Não podemos impedir que a tempestade venha, mas podemos escolher onde colocaremos os nossos olhos.
Faça o que for necessário para manter os seus olhos em Jesus.
Alimente seus medos e sua fé morrerá de fome. Alimente a sua fé seus medos morrerão de fome. As tempestades não são opcionais, mas o medo é. ) As testemunhas anteriores não podem nos ver, mas Cristo não somente nos vê, como também encoraja. (Os heróis da fé do capitulo 11 conseguiram e nós também conseguiremos o bastão agora esta conosco Jesus esta lá A nossa espera) O objetivo final de todos os crentes é Jesus. Ele já competiu em sua carreira e venceu. Diante da dor do sofrimento e de uma morte vergonhosa,( A cruz era a coisa mais humilhante que podia existir para um ser humano na face da Terra. Era símbolo de maldição, da maior humilhação que uma pessoa poderia sofrer. Nela, estavam os maiores pecadores e criminosos, que recebiam como pena de morte a crucificação ) Considerando a alegria que viria, Ele suportou a cruz e agora está
( entronizado à destra do trono de Deus. , Jesus, suportou grande
oposição, e olhando para cruz )
A exaltação de Cristo é novamente lembrada pelo escritor para mostrar o tamanho da vitória dele. Jesus é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Autor e Consumador da nossa fé. O mesmo conselho vale para nós hoje. Olhemos para Jesus. “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus “Pai. Filipenses 2.9-11
Numa corrida de resistência, o atleta precisa olhar para frente, caso
contrário, poderá perder o tempo e o rumo. Na vida cristã, mais ainda, o crente não pode perder de vista o alvo, Jesus. Ele é o autor e também o consumador de nossa fé. Deu-nos o exemplo (Sadraque , mesaque e Abdinego)
II- A DISCIPLINA CRISTÃ (Hb 12.5-13)
Nós disciplinamos os nossos filhos não porque gostamos , mas
porque é necessário, fazemos isso para que estejam preparados para a vida em provérbios 13.24 NVI diz: Quem se nega a castigar seu filho não o ama; quem o ama não hesita em discipliná-lo. Nenhum filho gosta de correção
Visando seu propósito de incutir(convencer, estimular) ânimo aos
leitores, o escritor agora se volta para outro argumento: ”Vocês se esqueceram do que a Palavra fala sobre os filhos? Não seria toda essa provação uma tratativa especial de Deus para aperfeiçoar vocês?”. Há três argumentos para eles aceitarem a correção divina. (Devemos encarar a provação com alegria, pois é através da mesma que somos testados, conduzidos ao amadurecimento e a expressão da vontade de Deus, como Tiago afirma em sua carta: ” Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. ) 1- Prevista na Escritura (Hb 12.5) “E estais esquecidos(Muitas vezes nós sabemos o porque da provação mas nos fazemos de desntendidos ) da exortação que, como aos filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor; nem desmaies quando por ele és reprovado.”
Sendo as pressões culturais, perseguições e provações uma forte razão
de alguns considerarem o abandono da fé cristã, o autor de Hebreus recorre à memória dos seus leitores mostrando que tudo isto estava previsto nas escrituras. Sabiamente cita Provérbios 3.11 e 12(Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor , nem te enfades da sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem. Provérbios 3:11,12 ) para provar que a .( disciplina não significa falta de amor Muitas vezes quando temos provações achamos que Deus nos abandonou, ou não nos ama. Mas a disciplina faz parte do processo de crescimento do cristão e esta ) prevista nas escrituras O ensino é que, sendo filhos, eles não deveriam tratar de modo leviano (“não menosprezes” não dar importância, não dar o devido Valor ) a disciplina de Deus. Ela é necessária e tem um propósito. De fato, o sofrimento deles, em vez de ser uma prova do abandono de Deus, era uma prova de que Deus os considerava como filhos e os estava tratando como tais: “Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos” (12.8).( sem disciplina não somos filhos, mas bastardos. ) Devemos ver as dificuldades e provações que passamos hoje da mesma forma. Deus está ( nos disciplinando porque essa é a missão de todo o Pai. "A vara da correção dá sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe" Provérbios 29.15). A Disciplina tem o sinônimo de filiação.( Deus nos disciplina porque nos ama ) Punir é trabalho do juiz, a disciplina é tarefa do Pai. 2- Prova que somos amados (Hb 12.6) “Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe.” A disciplina é a prova do amor de Deus
Espiritualmente os leitores eram infantis (Hb 5.12 Pois, com
efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. ) e, assim como nós, tinham dificuldade de entender a ligação entre a disciplina e o amor, mas isso seria básico se compreendêssemos melhor o caráter do nosso Pai que é Deus. Se até o Filho por excelência, sem pecado, suportou o sofrimento (Hb 12.2 suportou a cruz ), eles também deveriam suportar e não desfalecer ( Nós também podemos suportar ) . Muitos pregadores prestam um desserviço ao reino de Deus quando suas pregações são sempre de conquistas e vitórias vistas a partir de uma ótica secular e mundana. Nesse sentido o amor sempre é ( entendido por dar coisas. Muitos pregam somente o amor, só vitória. Mas Deus demonstra por nós o seu amor através da disciplina )A disciplina, no entanto, é um privilégio que Deus também estende àqueles a quem ama. Ela não é estendida por Deus aos que não ( pertencem a Ele. Nós não disciplinamos os filhos dos outro e sim os nossos ) Nenhum Pai disciplina o filho do vizinho mesmo contrariado com seu comportamento (Hb 12.7). 3- Visa um nobre propósito (Hb 12.10) “Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.”
A disciplina não é o derramar da ira de Deus. Ela já foi derramada
sobre seu Filho na cruz. Cristo já pagou nossa culpa. A disciplina tem um caráter diferente, a saber: amadurecer e aperfeiçoar. Para além das lutas e provas devemos perceber que Deus está, invisivelmente, trabalhando em nosso favor com o melhor dos propósitos. Um pregador certa vez disse que “adversidades muitas vezes são bênçãos disfarçadas”. O salmista concordaria com isso, pois certa vez disse: “Foi Me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos (SL 119.71). Quantos de nós somos gratos aos nossos pais pelas correções e disciplinas que nos tornaram um ser humano melhor? O autor de Hebreus diz, em relação a Deus, é a mesma coisa, só que o propósito é mais elevado ainda, é “para sermos participantes da sua ( santidade”. Deus nos disciplina para preparar-nos para o grande premio que havemos de receber na Eternidade) Os pais humanos podem falhar mas isso nunca ocorre com Deus.( Nossos Pais muitas vezes falham mas Deus Não) Ele trabalha no nosso caráter e quer nos ver santificados. Muitas pregações parecem colocar Deus como se fosse um “Papai Noel” cuja única finalidade é distribuir presentes e nos fazer sorrir. Quando a disciplina é aplicada ela não nos faz sorrir ( naquele momento, mas seu fruto virá Se nossos filhos receberem a disciplina depois verão os frutos .Que dirá nós se aceitarmos a correção de Deus ) (Hb 12.11 Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados.). Por isso seus leitores deveriam “levantar as mãos cansadas e os joelhos vacilantes”(Hb 12.12). O Pai dos espíritos sabe o que está fazendo.
III- A DECISÃO DO CRISTÃO (Hb 12-14-29)
A parte final do capítulo é também a parte principal. Aqui temos uma
exortação à santificação, a evitarmos a amargura e a valorizar nos privilégios espirituais. É preciso decidir.
1- Ser santo e evitar a amargura (Hb 12.14) “Segui a paz com
todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” Há dois ingredientes aqui: a correta relação com Deus e com os homens. O autor mistura a paz nos relacionamentos com a santificação. ( O relacionamento com nossos irmãos tem que ser Pacifico) Se permitirmos a amargura encher nosso coração seremos derrotados e contaminaremos os outros à nossa volta (12.15 Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando a muitos.). Amargurados nunca têm paz. A paz precisa ser buscada e às vezes requer esforço, mas ela não pode acontecer a qualquer preço. Ela precisa ocorrer dentro dos limites do que é certo, pois sem a santificação ninguém terminará a carreira. A advertência é muito grave: santidade é uma necessidade absoluta. Sem ela ninguém verá o Senhor.
2- Valorizar as coisas espirituais (Hb 12.16) “Nem haja algum
impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura.”
O autor apresenta Esaú como exemplo de alguém que não soube
valorizar as coisas espirituais, antes desprezadas. Os destinatários da carta não devem agir assim. Todos os exemplos que o autor usa, ele o faz dentro do contexto das escrituras judaicas, pois seus leitores a conhecem muito bem Por isso usa a expressão: “pois sabeis’ Esaú foi profano (mundano, comum), e trocou um privilégio imensurável por um prato de comida”. Valorizou mais o estômago e os apetites do que as coisas de Deus.
Valorize o que Deus Colocou em Suas Mãos.
Valorize a Palavra 3- Não rejeitar a oferta de Deus (Hb 12.25) “Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte.”
O clímax do capítulo é encontrado do verso 18 ao 24. O escritor de
Hebreus mostra, outra vez, que o cristianismo é superior ao judaísmo. Há uma retomada ao tema principal de toda a epístola. Desta vez o autor contrapõe o monte Sinai com o monte Sião, a lei com a graça e o antigo pacto com o novo pacto. O contraste é gigantesco. Ao trazer à memória a outorga da lei (Êx 19), ele lembra que nem os animais podiam tocar no monte sagrado. Tudo na entrega da lei foi apavorante: o fogo, o tremor do monte, os relâmpagos, o clangor da trombeta.( Som alto, estridente, ruidoso ) O povo e até Moisés ficaram atemorizados, pois não suportavam a intensidade da revelação. A santidade de Deus abalou tudo e todos. O Sinai produzia pavor e medo. Agora tudo é diferente. Deus se fez gente e chegou até nós “do nosso tamanho’: O tão esperado mediador chegou. Enquanto no Velho Concerto o homem não podia chegar à presença de Deus, Cristo por seu sangue nos leva “ao monte Sião e à cidade do Deus Vivo, à Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, (Hb 12:22,23). Glória a Deus! O sangue de Cristo cuidou de tudo. 1ão eficaz é sua obra que podemos até mesmo nos aproximar com ousadia (Hb 10.1 9), algo completamente diferente do Velho Concerto onde o povo pediu até para Deus parar de falar, pois não suportavam. Mas, o autor finaliza: “Quanto maior a revelação, maior é a responsabilidade. A advertência aos seus pusilânimes leitores é dramática: ‘Tende cuidado, não recuseis ao que fala”.
APLICAÇÃO PESSOAL
A superioridade da Nova Aliança em Cristo é clara. Portanto, sirvamos
a Deus com temor e prestemos atenção à sua Palavra. Cristo é o único caminho.