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A verdadeira vida cristã e a cruz (parte 1)

Introdução
O que você pensa acerca da cruz de Cristo? Para muitos que significado tem a cruz?
1. Não significa nada;
2. Depositam nela uma crença, superstição;
3. É o símbolo do Cristianismo.

Na Bíblia encontramos vários textos que se referem a Cruz:


a) faz referência à cruz de madeira na qual o Senhor Jesus foi cravado - “foi
obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.8
b) é atinente às aflições e provações que os crentes atravessam pela causa da
religião que professam - “Aquele que não toma a sua cruz, e segue-me, não
é digno de mim” (Mt 10.38); Hb 11:33-38;
I Cor. 1:18
c) cruz também se refere, em alguns outros lugares da Escritura, à doutrina de
que Cristo morreu pelos pecadores sobre a cruz – Ef. 2:16

Mas, QUAIS AS IMPLICAÇÕES DA CRUZ PARA A VIDA CRISTÃ?

Jesus tem muitos amantes de seu reino celestial, mas poucos carregadores de sua cruz.
Muitos desejam a consolação, mas poucos, a tribulação. Muitos reverenciam os seus
milagres, mas poucos seguem a vergonha da sua cruz. Muitos compartilham a sua mesa,
mas poucos, seus jejuns. Todos desejam se alegrar com ele, poucos se dispõem a
suportar injúrias por ele. Mt 5:10-12
Não deveriam ser chamados de mercenários os que estão sempre buscando só a
consolação? Na verdade são mais amantes de si do que de Cristo, pois estão sempre
pensando em sua própria vantagem e lucro (Fp 2.21).

5.1 A cruz é necessária


Onde se encontrará alguém que esteja disposto a servir a Deus sem nada ganhar. Este foi o
grande questionamento que o Diabo fez a Deus a respeito de Jó (Jó 1.9).
Quantos são aqueles que deixam tudo, até a si mesmo, e seguem a Cristo (Mt 16.24)?
Quantos são ou onde estão aqueles que, tendo feito tudo, sabendo o que deve ser feito para
seguir a Cristo, e ainda assim se consideram “servos inúteis” (Lc 17.10)?
Todos aqueles a quem o Senhor tem escolhido e recebido na companhia de seus santos
devem preparar-se para uma vida árdua, difícil, laboriosa e cheia de incontáveis penas.
“Tomar a cruz” (Mt 10.38,39) é necessário para a prática da verdadeira vida cristã.
Isso não significa que os seguidores de Jesus devem suportar alguma carga que o Senhor
impôs. A referência é à total obediência e identificação com Jesus Cristo, mesmo diante
da morte. Viver o Evangelho, muitas vezes, torna a vida mais difícil, e não mais fácil,
porque Jesus exige um comprometimento muito maior do que os mais fortes laços da vida
humana.
Em Lucas 9.23, a expressão “tome a sua cruz” significa renunciar às ambições egoístas,
implicando na morte de todo um antigo estilo de vida. Jesus Cristo explica que o seu
papel como Messias exigiria sofrimento, rejeição e morte.
5.2 A cruz é uma bênção
O apóstolo Paulo nos ensina que o destino de todos os filhos de Deus é serem conforme à
sua imagem. Quando experimentamos provas e calamidades, temos por consolo sermos
participantes dos sofrimentos de Cristo. Ao passarmos por muitas tribulações, recordemos
daquele que se entregou a um abismo de maldades e se elevou à glória do céu. Paulo disse
que se conhecermos a “participação de seus sofrimentos e da sua morte” também
entenderemos “o poder de sua ressurreição”; por conseguinte, estaremos preparados
para compartilhar sua gloriosa ressurreição. Estas verdades divinas nos ajudam a superar a
amargura da cruz!

Por meio desta comunhão, as contrariedades se convertem em bênçãos; e, portanto, são de


grande ajuda para promover nossa felicidade e confirmação da salvação (Ml 3.7; At 14.22;
Fl 3.10; Hb 5.8,).

A cruz é a dramática maneira de Deus conferir também a nós o poder de Jesus.

5.3 A cruz nos torna humildes


Somos inclinados por natureza a depositar toda confiança em nossas próprias capacidades.
Não há nenhuma maneira melhor de reprimir essa vaidade do que provando o quanto
somos néscios e o quanto é frágil e vulnarável nossa natureza humana. Nesse caso, é
necessário passar pela experiência da aflição. Assim, Deus nos aflige com humilhação,
pobreza, perda de entes queridos, enfermidades e outras provações. E quanto mais a
carne é enfraquecida na aflição, tanto mais o espirito é renovado por graça interior (2Co
4.16-17).
Os mais santos, sabendo que somente podem ser fortes na graça do Senhor, têm um
conhecimento mais profundo de si mesmo, um vez que têm passado por muitas provas e
dificuldades na vida. Davi teve de dizer: “Eu dizia na minha prosperidade: não vacilarei
jamais” (Sl 30-6). Davi afirma que a prosperidade havia obscurecido da tal forma seus
sentidos, que deixou de pôr seus olhos na graça de Deus, da qual deveria depender
continuamente. Em vez disso, creu que poderia andar por suas próprias forças e imaginou
que não cairia jamais.
Quando “tomo a cruz de Cristo” eu estou renunciando toda a minha justiça própria; estou
abrindo mão de confiar em mim mesmo; estou reconhecendo que por mim mesmo sou
totalmente inútil, incapaz e desprezível em todos os meus pensamentos, sentimentos e
ações.
Eu olho para a justiça de Deus, olho para os meus pecados, e vejo que a distância é
enorme, maior que a mente humana pode imaginar, calcular ou projetar. Eu aceito
totalmente o veredicto que se encontra nas Escrituras ao meu respeito: “[...] todos estão
debaixo do pecado” (Rm 3.9).
Advertidos por suas debilidades, os crentes recebem uma grande benção por meio da
humilhação. Despojados de sua estúpida confiança na carne, os santos se refugiam tão
somente em Deus, experimentando a presença e a comunhão da divina proteção, que lhes
é uma força inexpugnável.
Conclusão
Carregar a cruz e todas as implicações advindas dela é necessário, por mais doloroso e
penoso que seja. Contudo, Deus não nos deixa apenas o “peso” da cruz. Ela traz consigo
grandes bênçãos: a certeza do auxílio do Espírito Santo, a certeza da ressurreição do
corpo, de que estamos neste mundo de passagem, peregrinando rumo à concretização da
vida eterna com Cristo Jesus. Isso tudo nos torna humildes e cada vez mais dependentes
da maravilhosa graça do Senhor.
A verdadeira vida cristã e a cruz
Introdução
No estudo anterior vimos que carregar a cruz, por mais difícil que seja, é necessário e nos traz grandes
bênçãos, tornando nos cada vez mais humildes, à semelhança do próprio Cristo. Agora veremos dois
resultados muito práticos da cruz para a vida cristã. Resultados estes que tornam a caminhada com Deus
mais corajosa diante dos desafios e mais consistente com as ordenanças das Escrituras.
6.1 A cruz nos torna esperançosos
Sabe aqueles dias que a sua alma se encontra aflita, com medo, ansiosa? Sabe aqueles dias que você
olha para as circunstâncias e parece que não vai conseguir passar por elas, e que talvez o melhor caminho
seja desistir? Aqueles dias que a dor parece tomar conta do seu coração e você sente como se uma mão
estivesse apertando o seu coração? Falta o ar, faltam as forças, falta a vontade pra qualquer coisa.
Eu conheço estes dias, você conhece esses dias, Elias conheceu estes dias quando se escondeu no deserto.
Davi conheceu estes dias quando via que os inimigos eram muitos. Moisés conheceu essa angústia
quando viu o povo reclamar, depois de tantas conquistas. Pedro passou por isso quando negou o Senhor.
Outros tantos servos do Senhor poderiam ser citados aqui.
Paulo faz referência a estas situações quando se reporta aos Romanos 5,3,4: “Não só isso, mas também
nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança,
experiência; e a experiência esperança”.
Os cristãos experimentam por si mesmos a promessa de Deus do auxílio prometido em qualquer
momento de necessidade.
Passando pelas aflições da cruz, entregando-nos a Deus e dependendo somente do Senhor. Podemos
perseverar vitoriosamente até o fim e continuar em sua graça, sabendo que ele é fiel e verdadeiro em
todas as suas promessas. Assim, poderemos experimentar a certeza de sua Palavra, de maneira que nossa
esperança se firme cada vez mais.
6.2 A cruz nos leva à obediência
Não há inimigo pior nem mais difícil para nossa alma do que nós mesmos. É totalmente necessário que
você assuma um desprezo verdadeiro de si mesmo, se você deseja prevalecer contra a carne e o
Diabo.
Aquele que procura se retrair da obediência, se retrai da graça; e aquele que busca para si benefícios
particulares (Mt 16.24), perde muito em sua vida.
Aquele que não se submete livremente ao seu superior, demonstra que sua carne não lhe é ainda
perfeitamente obediente. Aprenda, portanto, a submeter-se depressa a seu superior, se você deseja
conservar a sua própria carne subjugada. Pois mais rapidamente o inimigo externo é vencido, se o homem
interior não é infrutífero.
O Senhor tem razão para afligir seus filhos: provar a sua paciência e ensinar-lhes a obediência. Os
cristãos não podem mostrar outra obediência a não ser aquela recebida pelas mãos de Deus.
Quando os servos de Deus manifestam abertamente seus dons de fortaleza e firmeza em meio a seus
sofrimentos, as Escrituras confirmam que Deus os está provando em sua paciência e obediência.
Em Gênesis 22.1 Abraão, o patriarca, provou que sua devoção era autêntica, pois não recusou sacrificar
seu filho Isaque. Por esse motivo, Pedro declara que nossa fé é provada por meio das tribulações, assim
como se prova o ouro por meio do fogo (1Pe 1.7). Assim como os seres humanos usam o fogo para polir
os metais precisos, Deus também faz uso das provações para distinguir a fé genuína e fortalecê-la.
Os cristão são instruídos por meio da cruz para a obediência, porque desta maneira aprendem a seguir
os desejos de Deus e não os seus próprios.
Conclusão
Cristo nos chama para sermos seus discípulos, que carregam uma cruz pesada, mas cheia de benção,
repleta de paz e esperança eternas, incomparáveis a tudo que podemos pedir ou pensar.
Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que,
renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e
piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e
Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e
purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras. (Tt 2.11-14).

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