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A INSENSIBILIDADE DE JONAS
O nome Jonas quer dizer “pombo”. Ele é identificado em Jn 1:1 como filho de Amitai.
Este profeta é mencionado em 2Re 14:25 como aquele que predisse as conquistas de
Jeroboão II. Pela sua palavra o Senhor falou acerca do restabelecimento de limites
territoriais de Israel, e isto se concretizou. Sua cidade natal era Gate-Hefer, da tribo de
Zebulom, no norte de Israel.
Jonas foi o mais estranho de todos os profetas. Porém, sua mensagem produziu
efeitos até naqueles que não o ouviram diretamente.
Nenhum outro pregador foi tão bem sucedido. Nem mesmo Jesus, pois muitos
se opuseram à sua pregação. ( Jn 3;5)
No texto original fica evidente que o sermão de Jonas se compunha de apenas
algumas palavras e nada mais.
E que impacto! Jonas fez todo o possível para que sua missão fracassasse.
Tinha um espírito indignado,
Um preparo insatisfatório,
Um sermão medíocre.
Resultado: um sucesso tremendo! A maioria dos pregadores trabalha duramente
para obter bons resultados. Entretanto, Jonas trabalhou duro para não ter bons
resultados. Mesmo assim ele teve sucesso, apesar da sua atitude.
Jonas foi o único pregador da história que ficou frustrado com o seu
sucesso.
Alguns estudiosos, dando rédeas à sua imaginação, fazem do grande peixe que
engoliu Jonas o centro deste livro. Mas o peixe não é o personagem principal do livro,
nem mesmo Jonas.
O Senhor Deus é o personagem central. O livro ensina que Deus é o Senhor
não apenas de Israel, mas da natureza, da história e de todas as nações. Sua
vontade se cumpre, sempre, no final. Os homens não podem criar-lhe
obstáculos nem frustrá-lo.
Esse Jonas é o personagem que dá nome ao livro que estudaremos. Por meio
dele veremos que Deus é soberano. Sua vontade acontece apesar de nós, seres
humanos. Aprenderemos que sua misericórdia é extensiva a todos e que sua graça é
irresistível.
O tema de Jonas versa sobre a misericórdia de Deus sobre as nações. Isto é
usado por Jesus como uma repreensão ao Israel impenitente. Os ninivitas se
arrependeram com a pregação do profeta Jonas, que foi salvo do confinamento no
ventre de um grande peixe.
Ainda mais Israel deveria se arrepender com a pregação de Jesus, o Filho do
Homem, que seria ressuscitado do túmulo.
Propósito e destinatários
O livro de Jonas visa:
Mostrar que Deus não é indiferente à miséria humana.
Mostrar a possibilidade de arrependimento.
Mostrar a supremacia do caráter misericordioso de Deus.
Em sua opinião, quais foram os motivos que levaram o profeta Jonas a fugir em
vez de cumprir seu papel profético?
Um dos motivos da fuga de Jonas:
1. Pode ter sido o medo. Jonas sabia muito bem, afinal de contas, quem eram
os assírios, famosos guerreiros cruéis.
Algumas características básicas sobre Nínive:
Capital da Assíria.
Em 721 a.C., o império assírio destruiu o Reino do Norte (Israel) e enviou para
o exílio muitos dos israelitas.
À época em que o livro de Jonas foi redigido, Nínive, em relação ao povo de
Deus era:
Símbolo de crueldade.
Símbolo de vidência.
Símbolo de hostilidade contra o povo de Deus.
A máquina de guerra assíria era culpada de atrocidades horrendas e, com o
tempo (612 a.C.), o império cairia vítima do seu próprio tipo de maldade.
( marca da crueldade – arrancavam a língua desde sua raiz)
Imagine que Deus lhe desse a seguinte ordem: “Saia da sua casa, vista-se
como policial civil e vá até o Complexo do Alemão (no Rio), sem armas ou
proteção. Diga a todos os chefes do tráfico e das milícias que a maldade deles
chegou até mim. Eles precisam se arrepender e se entregar às autoridades ou
eu vou agir.” Você iria numa boa?
2. Entretanto, o principal motivo era que Jonas tinha um preconceito
teológico. O que distingue Jonas de Paulo é a teologia. Jonas acreditava
numa eleição fechada ( hipercalvinista). Paulo vê o mundo todo como
amado por Deus.
Ele cria que Nínive não era merecedora da misericórdia de Deus. Na sua
percepção limitada, ele cria que somente Israel era o povo que “merecia” a
graça de Deus.
3. Raiva - Em Jn 4:2, Jonas declara que sua fuga foi motivada pela certeza de
que Deus é misericordioso e tardio para se irar. Ele sabia que, se os assírios se
arrependessem, Deus mudaria de ideia sobre aquele povo gentio.
E isso era inconcebível para ele!
Como Deus poderia ter misericórdia daquele povinho sabendo tudo que fizeram
com Israel, o “único povo escolhido” de Deus? Interessante!
Se isso era o que se passava pela sua cabeça, o conhecimento que ele tinha de
Deus era destorcido. Ele tinha esquecido que o chamado de Abraão foi um
chamado missionário.
Isto ocorre imediatamente após o capítulo 11 de Gênesis, quando Deus espalha
os povos pela terra e confunde suas línguas. Além disso, a proposta para
Abraão era ser uma bênção para todas as famílias da terra. Isto se cumpriu
integralmente na pessoa de Jesus. Todavia, até sua vinda Israel tinha a
responsabilidade de mostrar para o mundo quem era seu Deus.
1. Leia Jonas 1:1-3. Fica claro que o profeta ouviu claramente e sem dúvida a Palavra
de Deus. Mesmo assim racionalizou e optou por não obedecer, descendo a Jope para
embarcar em um navio na direção contrária (Társis). Deus tem falado com você? Você
está fugindo dele?
2. Como saber se Deus está mesmo falando isso ou aquilo para mim?
Como posso me certificar de que é a “voz de Deus”?
A voz de Deus não é tão difícil assim de se ouvir. Às vezes é preciso até
fecharmos os olhos e ouvidos para não compreendermos sua mensagem.
Deus algumas vezes grita em meio à dor; ( Mt 25:35-45)
Sussurra enquanto relaxamos nas férias, permite que frases numa canção falem
ao nosso coração, ou ainda adverte por meio dos 66 livros da sua Palavra. Está tudo
ali, tinta no papel.
Além desta fonte infalível de sabedoria, ele nos ofereceu o seu Espírito Santo.
Ele habita em nós e nos guia a toda verdade.
Finalmente, Deus também provê conselheiros sábios, pessoas que têm um
relacionamento sério com Deus e podem nos aconselhar em situações difíceis.
Jonas 4 – Ilustrações: Lucas 15 e
10. Por que Jonas ficou irado com Deus (4:1)?
E o que Jonas fez para expressar sua ira (4:2-3)?
Como já vimos, a agenda de Deus era diferente da agenda de Jonas.
A misericórdia divina não se restringia à nação de Israel.
Por isso, Jonas ficou “profundamente descontente com isso”.
Para expressar sua ira, Jonas orou! Não ficou quieto e não fugiu da presença
de Deus como antes, mas verbalizou seu inconformismo com Deus.
Conhecia o caráter de Deus (Jn 4:2; Ex 34:6-7), mas não podia concordar com
ele.
Embora não pareça de início, esta atitude de orar, ainda que com ira, é positiva.
Jonas manteve o seu relacionamento com Deus, mesmo num momento difícil e
doentio. O importante é não ficar em silêncio. Jonas levou toda a sua carga para
quem podia resolver e fez de Deus seu conselheiro.
11. O que Deus fez para chamar ainda mais a atenção de Jonas?
Deus não desistiu de seu profeta furioso. Para ensinar-lhe uma preciosa lição,
ele mexeu no conforto de Jonas (4:5-11). Só assim conseguiu captar a atenção total
de Jonas. Não somos nós assim também? O livro termina sem a reação de Jonas ao
que Deus estava lhe ensinando. A pergunta continua aberta e é dirigida a nós.
Devemos pedir a misericórdia divina só para nós, como Israel?
Jonas 1.1-5 – Atos 28.20-26
1.Jonas não consegue amar os diferentes, só os iguais
Pagão é que se dá bem com os iguais. Abraça apenas aqueles que os abraçam.
A ética cristã vai além. Tem reação transcendental. Dá a face, anda a segunda milha e
oferece a túnica.
2.Jonas queria fazer missão só entre os que ele gostava
Missão para ele era preservar Israel.
Só o meu grupo vai para o céu.
Paulo prefere se perder para ver os israelitas salvos.
Considerando os textos de Mt 28:18-20 e 1Pe 2:9, o que em sua vida mais dificulta o
cumprimento destes mandamentos?
Resposta pessoal. Como desafio, compare os acontecimentos de Jonas 1, dentro do
navio, com os acontecimentos com Paulo em At 27 e 28.