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BENDITA FRAQUEZA!

... a fim de que não me exalte.


A fraqueza, para alguns, é vista como uma debilidade que deve ser vencida, e uma
variedade de recursos são empenhados para que seja alcançado o êxito nessa busca
pelo fortalecimento que levará a melhora ou mudança do quadro que osacometem. Esta
procura por ajuda é válida, muito importante e, deve, sim, ser aplicada com diligência por
quem está passando por essa circunstância. Contudo, há situações em que a fraqueza é
o meio pelo qual o Senhor aperfeiçoa os seus filhos, sendo estas, permitidas na vida do
cristão com o propósito de imprimir o caráter de Cristo em sua conduta, e o mantendo
exatamente onde jamais deveria deixar de estar, que é em Sua (de Deus) total
dependência.
O apóstolo Paulo antes de pedir ao Senhor que fosse afastado da sua carne um
espinho que o afligia, tinha a consciência de que pelo próprio Deus fora permitido ser
afligido, como também, tinha ciência da finalidade da situação que o acometera (2 Co 12.
7). Contudo, mesmo sendo sabedor destas coisas, não deixou de recorrer a quem poderia
afastar de sua vida a aflição (2 Co 2.8). Quando o cristão recorre a Deus por causa das
suas fraquezas está reconhecendo as suas limitações e, que, diante destas, não tem
poder em si mesmo para vencer sozinho a luta. Um coração humilde e contrito agrada a
Deus e em Sua infinita misericórdia tem prazer em socorrer aqueles que a Ele recorrem
(Sl 51.17).

I. O CRENTE EM CRISTO JESUS VIVE DA GRAÇA DE DEUS


Então ele me disse: A minha graça te basta porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza
(2Co 12.9).
Paulo que provara a experiência arrebatadora das visões celestiais passa destas,
aos agoniantes (que causam aflições) golpes de Satanás (2Co 12.1-5). Um espinho na
carne lhe fora colocado para o esbofetear. É importante ressaltar que qualquer conjectura
sobre o que lhe acontecera não passará de especulações, pois a narrativa do acontecido
não revela o que é o espinho, somente a origem e a finalidade, sendo estas, oriundas de
um mensageiro de Satanás, e a fim de que não se ensoberbecesse com a grandeza das
revelações (2 CO 12.7).
Orando especificamente a Deus o apóstolo recebe uma resposta, todavia, não fora
a resposta desejada. Deus não afastou o espinho da sua carne, mas o deu força para
suportar a situação apesar da não remoção do sofrimento.
O sofrer de Paulo nesta situação estava ligado diretamente a sublime experiência
que vivenciara e que fora relatada versículos antes, e tinha o propósito de mantê-lo
humilde, longe da altivez pessoal e ministerial.
As aflições vindas pelo mensageiro de Satanás o aperfeiçoavam porque o
mantinha longe do orgulho e da vaidade espiritual que poderiam desqualificá-lo do
ministério.
O cristão que entende que a provação pode ser pedagógica sempre recorrerá ao
Deus de toda a graça, e a graça de Deus será suficiente para que a sua vida siga adiante.
Orar pedindo graça a Deus para permanecer firme, e em Sua dependência face as
situações adversas é entender que cada aflição que o acomete é o poder de Deus sendo
aperfeiçoado em sua fraqueza.
Quando Senhor não remove o “espinho” o cristão pode ter certeza de que há um
propósito, e que cabe buscar no n’Ele o discernimento espiritual e prosseguir confiante no
Deus de toda a graça.

II. A GLÓRIA DE DEUS SEMPRE DEVE SER O ALVO DO CRISTÃO


De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o
poder de Cristo (2Co 12.9b).
O crente orgulhoso é uma porta aberta para ação do diabo. A autossuficiência e o
desejo de andar a parte do controle da vontade soberana de Deus é inerente a natureza
Adâmica do ser humano.
A luta contra carne e espírito sempre estará presente na vida do cristão enquanto
no corpo marcado pelo pecado. Todavia, o reconhecimento de que não tem o poder e
nem possui as armas necessárias é único meio de conseguir prosseguir seguro nessa
batalha.
Paulo amava Cristo e a sua igreja, e glorificava a Deus através de seu sofrimento.
Tudo o que lhe era suficiente estava em Jesus, e tornar o nome d’Ele conhecido era o seu
propósito. O apóstolo considerava como refugo tudo o que perdera, deixara ou sofrera por
amor a Cristo Jesus, e as suas declarações a respeito disto podem ser apreciadas em
cartas.

III. A FRAQUEZA DO CRISTÃO DEVE CONDUZI-LO À DEPENDÊNCIA DE DEUS


Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor a Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é
que sou forte (2 Co 12.10).
O cristão tem a certeza de que pode recorrer a Deus em todo o tempo e contar
com a sua graça em todos os momentos de sua caminhada. Seja o percurso trilhado em
determinados momentos no vale da sombra da morte ou, em outros, por pastos
verdejantes (Sl 23).

Em ambos, o Senhor sempre será o bom Pastor que guia, sustenta e zela por todo
Seu rebanho e o conduz ao aprisco seguro. Todavia, essa certeza que o crente tem, por
vezes, é abalada pelos medos, anseios e dores no trajeto que lhe é proposto. E o que
fazer quando tais abalos chegam?

Observe a situação de Paulo, ele estava passando por um momento adverso ao


escrever esta carta, os falsos apóstolos estavam bombardeando Corinto contra a
credibilidade dele, investindo contra a igreja e contra o Reino, ou seja, ele estava no
“ardor da batalha”.

Algumas situações podem nos levar a estar do lado errado da história, seja
orgulho, ganância, soberba, autoconfiança, prepotência (as obras da carne).
O cristão deve prosseguir olhando para Cristo e firmados em seu poder pois ainda
que o presente seja doloroso ele tem a convicção de que o seu futuro é glorioso (2Co
4.16-18). Mesmo que o homem exterior se corrompa, o interior se renova de dia em dia,
pois a leve e momentânea tribulação, produz para nós, um peso eterno de glória mui
excelente, não atentando nós para as coisas que se vêem, mas, não que não se vêem,
pois as que se vêem são temporais, as que não se vêem são eternas.

Paulo, por amor a Cristo e a Sua igreja, trabalhou incansavelmente com ou sem
saúde, preso numa prisão ou livre pelas cidades, em viagens tranquilas ou tempestuosas
com naufrágios, abastado de suprimentos ou com escassez destes.

Na vasta lista de sofrimentos que experimentou em sua jornada (2 Co 11. 23-29),


encontramos uma declaração marcante: “Se tenho que gloriar-me, gloriar-me-ei no quis
diz respeito à minha fraqueza (2 Co 11.30)”.

Após defender sua autoridade apostólica, apresentar seus sofrimentos por amor a
Cristo, Paulo começa a apresentar a sua dependência de Deus.

Ele sabia que as condições para enfrentar e suportar as duras investidas em suas
andanças não provinham de si, mas do Deus Poderoso que o comissionou e deu lhe
autoridade para ir em Seu nome levando o evangelho da salvação,sendo as suas
fraquezas permissões divina que lhe conduziram ao aprendizado sobre a total
dependência do poder de Deus em sua vida (Fl 4. 10-13).

Algumas soluções não são opções para quem crê no Senhor, tais como: Fuga,
morte, assassinato, esconder-se, etc.

A saída é dependência de Deus, pois, ela leva a segurança, perceba que o que
Paulo passou o levou a humildade e demonstrou o poder de Deus.

Quanto maiores as nossas fraquezas e provações no serviço a Cristo, muito mais a


graça de Deus virá sobre nós para que se cumpra a Sua vontade.

Perto d’Ele nós teremos força.

Glorie-se na visão espiritual, pois, Deus triunfa sobre todas as coisas e sobre o
humilde, o dependente de Cristo, repousa o poder de Deus.

CONCLUSÃO
O cristão que deseja glorificar a Deus a despeito das situações adversas que o acomete
deve buscar alcançar o nível de entendimento que o apóstolo Paulo teve nas duras
provações em suana jornada cristã.
Entender que a soberania de Deus é necessário para o exercício da fé cristãe para forjar
o caráter do crente; e por mais penoso que seja o caminho a percorrer, o cristão deve ter
a absoluta certeza de que Deus tem a sua vidasegura em Suas poderosas mãos, sendo
Ele, somente Ele, o detentor de todo o recurso necessário e suficiente para dar
prosseguimento a jornada que lhe é proposta, na certeza de que receberá todo o suporte
e amparo, ainda que o desfecho da situação não seja o esperado.
O cristão que alcançou o entendimento de que o sofrimento do tempo presente não se
compara com as glórias do por vir a serem reveladas, não colocará demasiada
expectativa neste mundo, viverá aqui como estrangeiro, um peregrino rumo ao seu
destino, a sua pátria celestial. O diabo e as suas investidas não paralisarão a sua
caminhada, antes, ainda que doendo na carne o “espinho", prossegue gloriando em sua
fraqueza porque sabe que a circunstância adversa não determina quem ele é em Cristo, e
tem a certeza de que a forma com que reage as investidas do inimigo, é o que determina
os seus passos seguintes, e que o nome de Jesus é glorificado em suas reações.

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