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Uma grande obra

Iniciamos o ano com o necessário e urgente tema: Restauração.

Faremos uma abordagem à luz da Bíblia para que consigamos, de fato, entender
o que precisamos restaurar, pois somente a partir desta consciência que
conseguiremos alcançar êxito nesse processo que é árduo e repleto de ataques.

Infelizmente, a triste realidade é que desejamos o avivamento no coletivo, mas


estamos longe da presença e do relacionamento com Avivador no secreto. Como
também, desejamos intrepidez, ousadia e poder para proclamar o Evangelho aos
perdidos, mas estamos cansados e atarefados demais para nos relacionar com a
Palavra que é o Poder para salvar a vida destes que desejamos anunciar a
salvação.

1- Uma análise pessoal e sincera


O ponta pé inicial para a restauração é ter a consciência de que a forma original e
a finalidade de sermos igreja estão danificadas e que precisam ser refeitas. E
quais são estas? A Palavra de Deus responde: Vós, porém, sois raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz (1 Pe 2.9).

Conseguir olhar com sinceridade para nós mesmos nos capacita em ouvir o
diagnóstico de Deus. Somente através do olhar sincero e profundo diante do
espelho que conseguiremos entender o bradar do Senhor aos nossos ouvidos: “Se
o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e
se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os
seus pecados e sararei a sua terra”. 2Cr 7.11

2- A responsabilidade é de todos (Neemias 1. 1-11)


Neemias perguntou a Hanani e aos demais que foram visitá-lo sobre o seu povo e
tendo tomado conhecimento do estado de miséria que estavam, se importou,
chorou, jejuou, fez oração de confissão pelos pecados do povo. Todavia, ele
reconheceu que também era pecador e tendo a consciência dos seus próprios
pecados não ficou apontando os erros alheios, mas orou pelos seus irmãos e por
si mesmo.

É importante observar que Neemias foi além e teve algumas atitudes que devem
ser seguidas por nós:

- ergueu a voz a Deus e orou segundo as Suas promessas contidas na Palavra,


pois ele conhecia as Escrituras (Dt 30. 1-5).

- se colocou a disposição e arregaçou as mangas, seguiu firme em direção ao


propósito de restaurar, afinal, aquele povo era o seu povo, aquela gente era a sua
gente.

3 - Os entraves no caminho da restauração


Não podemos ser ingênuos e precisamos ter a consciência e a maturidade
espiritual para entender que onde a obra de Deus está sendo realizada o inimigo
sempre levantará. Afastar o homem da comunhão com Deus sempre será o
empenho ferrenho de satanás. “Disto ficaram sabendo Sambalate, o horonita, e
Tobias, o servo amonita; e muito lhes desagradou que alguém viesse a procurar
o bem dos filhos de Israel” (Ne 2.10).

Durante o trabalho de restauração do muro, Neemias sofreu muitas investidas a


fim de que a obra fosse interrompida, e não será diferente com a gente; por isto,
não podemos ser enredados pelas sutilezas do inimigo que, por vezes, se utiliza
do escárnio, da chacota, da zombaria e suscita confusão internas e externas com a
finalidade insistente de nos distrair e tirar do foco. “Tendo Sambalate ouvido
que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos
judeus. Então, falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria e
disse: que fazem esses fracos judeus? Permitir-se-lhes-a isso? Sacrificarão?
Darão cabo da obra num só dia? Renascerão, acaso, dos montões de pó as
pedras que foram queimadas? Estava com ele Tobias, o amonita, e disse: Ainda
que edifiquem, vindo uma raposa, derribará o seu muro de pedra [...]
ajuntaram-se todos de comum acordo para virem atacar Jerusalém e suscitar
confusão” (Ne 4.1-3,8).

Precisamos entender que a nossa fraqueza e a presença do inimigo não são o


cerne do problema na vida do cristão, mas, sim, o distanciamento do Deus
poderoso e da Sua Palavra. “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos
e propósitos do coração” (Hb 4.12).
3- O retorno a Deus e a Sua Palavra – a certeza de que uma grande
obra começara
Quando o muro estava edificado e todas as brechas tapadas, todos os inimigos se
apresentaram dispostos a dialogar, mas Neemias teve a percepção que o intento
deles era o mal (Ne 6. 1,2). Ele não perdeu tempo e não quis ouvir o inimigo,
pois tinha consciência de que a obra que estava realizando era grandiosa demais
para desperdiçar tempo. “Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo
grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria a obra,
enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?” (Ne 6.3).

A cena de miséria era uma realidade em todos os aspectos: político, social,


religioso, moral, familiar, mas, acima de tudo, a grande miséria espiritual era
assustadora. O cenário era caótico. A reconstrução do muro era o que Neemias
tinha proposto fazer, mas ele sabia que era apenas o começo para que a dignidade
do seu povo fosse restabelecida, e foi através da exposição da Palavra (8.1) lida,
explicada e aplicada (8.8) que foi gerada a consciência do distanciamento de
Deus e das consequências que lhes acarretara (8.9,13,18; 9.1-3).

Conclusão:
Um brado dos céus está ecoando na terra, mas a decisão de reconhecer o estado
de miséria espiritual e quebrantar-se diante de Deus é responsabilidade
individual.

Ouvir a Sua voz e não endurecer o coração é vital ao cristão.

“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.


Eis que estou a porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor, dar-lhe-ei
sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei
com meu Pai em seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz as
igrejas”. Ap 3.19-22

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