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MENSAGEM CULTO DE QUARTA-FEIRA – 20/7/22

“ESPINHO NA CARNE”

2 Coríntios 12.7-10

(ARC – Almeida Revista e Corrigida)

E, para que me não exaltasse pelas excelências das


revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um
mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não
me exaltar.

Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se


desviasse de mim.

E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder


se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me
gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o
poder de Cristo.

Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas


necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor
de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte.

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(NVI)

Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza


dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um
mensageiro de Satanás, para me atormentar.

Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim.


Mas ele me disse: "Minha graça é suficiente para você,
pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Portanto,
eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas
fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.

Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas,


nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas
angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.

(NTLH)

Mas, para que não ficasse orgulhoso demais por causa


das coisas maravilhosas que vi, eu recebi uma doença
dolorosa, que é como um espinho no meu corpo. Ela veio
como um mensageiro de Satanás para me dar bofetadas e
impedir que eu ficasse orgulhoso.

Três vezes orei ao Senhor, pedindo que ele me tirasse esse


sofrimento.
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Mas Ele me respondeu: “A minha graça é tudo o que você
precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está
fraco.”

Portanto, eu me sinto muito feliz em me gabar das minhas


fraquezas, para que assim a proteção do poder de Cristo
esteja comigo.

Eu me alegro também com as fraquezas, os insultos, os


sofrimentos, as perseguições e as dificuldades pelos quais
passo por causa de Cristo. Porque, quando perco toda a
minha força, então tenho a força de Cristo em mim.

(NVT)

ainda que eu tenha recebido revelações tão maravilhosas.


Portanto, para evitar que eu me tornasse arrogante, foi-
me dado um espinho na carne, um mensageiro de
Satanás para me atormentar e impedir qualquer
arrogância.

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(A Mensagem)

Por causa da grandiosidade daquelas revelações, para que


eu não ficasse orgulhoso, recebi o dom de um obstáculo,
que me mantém em contato permanente com minhas
limitações.

O anjo de Satanás fez o melhor que pôde para me


derrubar, mas o que conseguiu foi me pôr de joelhos.
Sem chance que eu ande de nariz empinado e orgulhoso!

No princípio, eu não pensava nele como um dom, e pedi a


Deus que o removesse. Repeti o pedido três vezes; então,
ele me disse: Minha graça é o bastante; é tudo de que
você precisa. Minha força brota da sua fraqueza.

Assim que ouvi isso, achei melhor me resignar. Desisti de


ficar pensado na limitação e comecei a apreciar o dom.
Foi uma oportunidade para que a força de Cristo
trabalhasse na minha fraqueza.

Agora enfrento com alegria essas limitações, com tudo que


me torna pequeno — abusos, acidentes, oposição,
problemas. Simplesmente permito que Cristo assuma o
controle! E, quanto mais fraco me apresento, mais forte
me torno.

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1. INTRODUÇÃO – A CARTA DE 2 CORÍNTIOS

 2 Coríntios: escrita por Paulo cerca de 57 d.C., da


Macedônia, para a igreja de Corinto, a fim de afirmar o
ministério e a autoridade de Paulo como apóstolo de
Cristo e refutar os falsos mestres em Corinto

 A carta mais autobiográfica de Paulo, muito pessoal,


escrita menos de 1 anos após 1 Coríntios: fuga de
Damasco em um cesto (11.32,33), o arrebatamento ao
3º céu (12.1-4), o espinho na carne e seus piores
sofrimentos (11.23-27)

 A mais completa teologia do NT sobre o sofrimento do


cristão, o custo e a glória do ministério/serviço cristão

 Paulo pode ter escrito 3 ou 4 cartas aos coríntios,


sendo que temos preservadas estas duas do NT

 Em 1 Co, tratou de problemas e divisão na igreja,


assuntos morais e questões de consciência e
carnalidade. Em 2 Co, foca na verdadeira
espiritualidade

 Paulo visitou Corinto em sua 2ª viagem missionária e


lá fundou uma igreja (At 18)

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 Corinto: capital da Acaia (atual Grécia) – próspero
centro comercial por causa do seu porto marítimo –
uma das cidades mais imorais do mundo antigo
(muitos templos pagãos com idolatria e imoralidade
sexual) – “corintianizar”: praticar imoralidade sexual

 A igreja em Corinto era frágil – cercados por idolatria,


imoralidade, pressões e conflitos

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2. O ESPINHO NA CARNE DE PAULO

 Paulo fala aos coríntios das revelações e visões que


recebeu do Senhor, como um “homem em Cristo” –
foi arrebatado ao 3º céu (1º céu: atmosfera; 2º:
espaço/universo; 3º: morada de Deus – paraíso,
citado 3X no NT: Lc 23.43, Ap 2.7 – céu) 14 anos antes
(não sabe se no corpo ou em visão espiritual)  ouviu
coisas maravilhosas e indizíveis, que não podiam ser
expressas em palavras e que não lhe foi permitido
relatar – Paulo guardou esse segredo por 14 anos

 Paulo diz que, embora pudesse se orgulhar disso por


ser verdade, não seria sensato – “minhas fraquezas
são minha única razão de orgulho” (2 Co 12.5)

 Conta que recebeu um espinho na carne (fraqueza


pessoal; não pecado ou impureza)  “um mensageiro
de Satanás para me atormentar e impedir qualquer
arrogância” (12.7) – não sabemos o que é – talvez
doença física (malária, epilepsia, enfermidade nos
olhos/cabeça/psicológico); tentação; perseguição;
demônio que o afligia – problema crônico que o
debilitava e limitava no ministério  mantinha Paulo
humilde e dependente de Deus (não autossuficiente
ou orgulhoso)  só o poder de Deus nos faz eficientes
para Ele e nos ajuda a realizar o que tem valor eterno
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 Pr. Hernandes Dias Lopes:

- Fonte do espinho na carne: Deus ou Satanás?


Não pode ser Satanás o causador, pois o propósito do
espinho na carne foi que ele não se ensoberbecesse
diante da grandeza das revelações, e Satanás não tem
interesse em que sejamos humildes, mas soberbos,
orgulhosos, arrogantes, altivos – propósito santo
* John MacArthur: como no caso de Jó, Satanás era a
causa imediata; e Deus, a causa final

- Satanás usa às vezes as providências carrancudas do


sofrimento na nossa vida para nos esbofetear: “será
que Deus ama mesmo você? Por que está sofrendo
tanto e sua dor não cessa? Pessoas ao redor que não
levam Deus a sério tem uma vida melhor que a sua!”

- O que era aquele “espinho na carne”? Gl 4.14-16 dá


a entender que o “espinho” possa ter sido uma
doença física nos olhos (e não por não ser casado; por
ter sido perseguido por judeus; ou não ter tido tanto
êxito na evangelização dos judeus como dos gentios)

- Orou para Deus o livrar daquela dor, e Ele disse que


não – Deus pode curar, mas quando não cura, Ele tem
propósito na dor: buscar nos fortalecer, nos encher do
Seu poder e nos tornar mais parecidos com Jesus
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 Pr. Augustus Nicodemus

- Espinho/estaca na carne: dor humilhante: nenhum


de nós quer sentir dor, ser quebrado, humilhado

- Orou 3 vezes (como Jesus orou no Getsêmani para o


Pai afastar dEle o cálice)

- Você pode ser crente como Paulo e ter resposta


negativa para sua oração – nem sempre é falta de fé,
perseverança ou fervor

- Deus é soberano para atender as orações do jeito


que Ele sabe que é melhor para nós

- Deus deu algo melhor que Paulo pediu: melhor que


Ele tirar o sofrimento da sua vida, é Ele lhe dar graça
para suportar

- O que Paulo precisava não era que o espinho saísse,


mas que a graça entrasse – graça: poder
extraordinário do Espírito Santo na vida de Paulo para
fazê-lo paciente, submisso e grato por toda dor e
humilhação

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- Nossa tendência é reclamar, murmurar, se queixar de
Deus e achar que Ele é injusto – só a graça torna essa
experiência de uma estaca na carne em motivo de
gratidão, louvor e glória a Deus

- Não é mais do que possamos suportar, porque Deus


nos conforta e está conosco:

“De todos os lados somos pressionados, mas não


desanimados; ficamos perplexos, mas não
desesperados;
somos perseguidos, mas não abandonados;
abatidos, mas não destruídos.
Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus,
para que a vida de Jesus também seja revelada em
nosso corpo. (...)

Por isso não desanimamos. Embora exteriormente


estejamos a desgastar-nos [corromper], interiormente
estamos sendo renovados dia após dia,
pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão
produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais
do que todos eles.
Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no
que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que
não se vê é eterno.
(2 Coríntios 4:8-10;16-18)”
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- Oração certa: em vez de pedir pra Deus livrar e
impedir a dor, é melhor dizer: "Deus, se o alvo que o
Senhor tem pra mim é pra me manter humilde, forjar
meu caráter, me ensinar a ser crente, eu só preciso da
sua graça, pra que eu não reclame, tenha vida
satisfeita e contente mesmo em meio aos sofrimentos”

- Gostamos de conforto, lazer, dinheiro, saúde, família.


Mas às vezes Deus tira essas coisas (saúde, dinheiro,
marido, esposa, filho), e precisamos do poder e da
graça de Deus para permanecermos crentes quando
o espinho chega, o mensageiro de Satanás vem, e o
esbofeteamento diário começa

- O poder de Deus se manifesta em nós: discípulos de


Cristo submissos, obedientes, perseverantes,
resilientes, mesmo diante dos sofrimentos

- Nem tudo que nos acontece é bom, mas tudo é para


o nosso bem – até as experiências angustiantes (Rm
8.28)

- Todo cristão enfrenta obstáculos, fraquezas, lutas –


reconhecer nossa fraqueza aumenta o poder (em vez
de diminuir)

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 Pr. Lucinho

- Deus permite espinhos: coisas pequenas e chatas,


que nos incomodam (pedra no sapato, cisco no olho)

- Deus permite espinhos para não ficarmos


orgulhosos – enfermidade, problema financeiro,
alguém falando mal de você sem razão, algo pra te
esbofetear, te despertar pra vida, pra te lembrar que
você é humano é precisa se manter humilde

- Deus prefere ver espinho na carne do que orgulho


no coração dos Seus filhos – o orgulho é o pai de
todos os pecados  vivamos em humildade e
glorificando ao Senhor

 Brennan Manning: “não precisamos esconder tudo o


que há de feio e repulsivo em nós. Jesus vem não para
os superespirituais, mas para os vacilantes, de joeljos
bambos, que não têm a vida toda em ordem e não são
orgulhosos demais para aceitar a oferta da Sua
maravilhosa graça”

Jesus disse: "Não são os que têm saúde que precisam de


médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar
justos, mas pecadores ao arrependimento". (Marcos 2.17)
“... buscar e salvar o que estava perdido" (Lucas 19.10)
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 Paulo aprendeu que é na fraqueza, nas lutas,
tribulações, adversidades, necessidades, perseguições
e angústias que o poder de Deus se aperfeiçoa em nós
– por isso, aprendeu a se alegrar nos tempos de lutas,
porque se aproximaria mais de Deus, aprenderia mais
dEle, dependeria mais dEle

 Precisamos das dificuldades para nos mantermos


dependentes de Deus

 Música “Espinho na carne” (Ana Rock)

Mais uma vez me achego/ Ao trono da graça e te peço


Que essa dor me leve/ Pra mais perto de ti
Pois nada se compara/ A sua doce presença
E eu te peço/ Que nunca retires de mim

Jesus você é tudo que eu tenho/ Enche-me com seu


Santo Espírito
Pois se a sua graça me basta/ Enche-me mais dessa
graça

Mais uma vez senti/ Na pele a dor de viver aqui


E eu orei pra que/ Tirasse esse espinho de mim
Mais uma vez ouvi/ Sua doce e forte voz
Me acalmando pra não desistir
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3. ESPINHO NA BÍBLIA

 Nas Escrituras, os espinhos por vezes simbolizam a


consequência do pecado: depois do pecado e Adão e
Eva, Deus amaldiçoou a terra (Maldita é a terra por
sua causa... ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, Gn
3.17,18)

 O fruto do pecado são os espinhos (afiados,


pontudos, cortantes): vergonha, medo, ansiedade,
desânimo, culpa

 Flores nascem de carnes e abrolhos todos os dias. Não


espere ficar sem espinho para começar a florescer.
Paulo recebeu um espinho para continuar florido,
senão ele murcharia pela arrogância e soberba.

 A coroa de espinhos (Mt 27.29) é a imagem do fruto


do nosso pecado traspassando o coração de Cristo –
Jesus Se fez pecado por nós (2 Co 5.21);

 Todos os espinhos que nos matam, Jesus já levou


como coroa dele mesmo na cruz! Ele Se deixou coroar
por espinhos, para que na minha vida a coroa dos
meus espinhos seja a graça de Deus se aperfeiçoando
na minha fraqueza, me dando poder para ir
arrancando minhas espinhosidades
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 Pr. Caio Fábio

- Espinho: dor, desconforto

- Algumas condições nos seres humanos fazem parte


da nossa natureza atual, mas foram inserções
produzidas de forma anômala após a Queda (Gn 3.18:
cardos e abrolhos/espinhos e ervas daninhas – na
natureza e na nossa natureza humana)

- Nenhum de nós é livre dos cardos e abrolhos – temos


uma natureza espinhosa, com dores que que vêm de
fora e outras que brotam dentro de nós (ex.:
personalidade intensa, pulsões sexuais que podem nos
levar a pecar, altivez, hipocrisia, culto à imagem e a si
mesmo, mentira, produções abstratas do nosso ser)

- Espírito Santo incomoda você mostrando quais são


os espinhos e as espinhosidades da sua alma

- Davi: caía de joelhos, não se via suficiente em si


mesmo – homem segundo o coração de Deus, mesmo
tendo cometido deslizes de ordem moral  ele se
quebrantava sempre, para render-se e ajustar-se em
Deus, que vê o coração

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- Não importa qual seja o espinho – o que não
consegue alterar ou ver alterado na sua vida, não
desista!

- Há espinhos que vamos tirando todos os dias


(arrancados pela raiz) – tem coisas que passam rápido,
vamos tirando de nós mesmos, e outros que Deus
deixa para nos salvar, como em Paulo provavelmente
problema no olho (conjuntivite crônica talvez)

 Martinho Lutero: espinhos secretos que nos ferem o


coração – “é melhor ter uma cruz do que estar sem
cruz” – o evangelho se manifesta pelo sofrimento da
cruz

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4. A GRAÇA QUE NOS BASTA

 Graça: palavra usada 16 vezes em 2 Coríntios –


recursos de Deus disponíveis aos cristãos de todo
lugar; suficiente e eficiente  é o amor de Deus em
ação, para nos edificar e glorificar a Cristo – ter
disponibilidade importa mais que ter habilidade

 Max Lucado:

O câncer no corpo. A tristeza no coração. A criança no


centro de reabilitação. O desejo de uísque no meio do
dia. As lágrimas no meio da noite. O espinho na carne.

“Tire isso!” você implorou. Não uma, 2 ou mesmo 3


vezes. Você orou mais do que o apóstolo Paulo e está
prestes a bater na parede. Mas o que você ouve Jesus
dizer é o seguinte: “Minha graça é suficiente pra você.”

Graça sustentadora. Graça que nos atende em nosso


ponto de necessidade e nos equipa com coragem,
sabedoria e força. Graça sustentadora. Não promete a
ausência de luta, mas promete a presença de Deus.

Deus não nos poupa das tribulações, mas trabalha as


nossas fraquezas, e Sua força realiza a tarefa. Deus
usa o melhor e vence o pior de cada homem.
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 Jimmy Swaggart: é a graça capacitadora – a bondade
de Deus efetuada pelo Espírito Santo  tudo que
debilita, subestima e humilha nossa natureza
orgulhosa deve ser considerado pelo crente como algo
valioso – quando reconhecemos ser fracos, o poder de
Cristo pode ser exibido por nosso intermédio – dignos
de sofrer por Cristo

 Joyce Meyer: graça é o poder de Deus para suprir


nossas necessidades e solucionar nossos problemas –
a força de Deus é grande em meio à nossa debilidade
 Não tente contar com a sua própria força; peça a
Deus para você ser forte na sua fraqueza. Quando
você admite sua fragilidade, Deus derrama a força
dEle sobre a sua vida

 John MacArthur: “Quanto mais fraco é o instrumento


humano, mais claramente a graça de Deus brilha” –
Paulo não sentia prazer na dor em si, mas no poder de
Cristo que a dor revelava através dele

 Mathew Henry: “Quando Deus não remove nossos


problemas e tentações, Ele nos dá graça suficiente” –
não reclame, agradeça pelo grande conforto nas
aflições e agonias por Cristo

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 A graça de Deus nos dá força para arrancar os que a
gente pode e para suportar os que a gente não pode

“também nos gloriamos nas tribulações, porque


sabemos que a tribulação produz perseverança;
a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter
aprovado, esperança.” (Romanos 5.3,4)

“eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas


fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em
mim” (2 Coríntios 12.9) – fraqueza não é impureza,
mas limitação, pontos fracos, de vulnerabilidade

“Aquele, porém, que se gloria [que se orgulha], glorie-


se no Senhor. Porque não é aprovado quem a si
mesmo se louva [se aprova], mas, sim, aquele a quem
o Senhor louva [aprova]” (2 Coríntios 10.17)

“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na


cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o
mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo”
(Gálatas 6.14)

“Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua


sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas
suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em
me conhecer e saber que Eu sou o Senhor” (Jr 9.23-24)
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5. O SOFRIMENTO E A DOR

 Neste mundo caído, passamos por dores. A dor nos


ensina, nos fortalece, nos amadurece, nos humaniza,
nos sensibiliza, nos irmana, nos torna solidários com
a dor dos outros (empatia, compaixão, misericórdia –
lançar o coração na miséria do outro)

 “Sofrimento e glória caminham juntos na vida de um


dedicado cristão. (...) O sofrimento trabalha a nosso
favor, e não contra nós, pois o poder de Cristo repousa
em nós. Nossa dor física pode produzir maturidade
espiritual, e nossa fraqueza pode produzir força”
(Warren Wiersbe)

 Somos purificados pelo fogo como ouro e prata: “O


ouro e a prata são provados pelo fogo, mas é o
SENHOR Deus quem mostra o que as pessoas
realmente são” (Pv 17.3)

 Não tenha medo de sofrer. Não busque o sofrimento,


mas aproveite quando ele vier.

 Embora haja uma explicação para a permissão de


Deus quanto ao sofrimento dos Seus filhos, é possível
que não a conheçamos aqui na terra. Não podemos
exigir que Deus nos explique tudo
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 Devemos aceitar o que Deus permitir que nos
aconteça, andar por fé e permanecer firmes, fiéis e
comprometidos com Ele

 Ser provado é difícil, mas o resultado pode ser uma


“redescoberta” de Deus e um relacionamento mais
profundo com Ele (Jó 42.5: Antes eu te conhecia só por
ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios
olhos)

 Jó e Paulo aprenderam que, quando nada mais


restava, eles tinha Deus, e isso bastava. Deus é
suficiente para a nossa vida e o nosso futuro.
Precisamos amá-lO independentemente de bençãos
ou sofrimentos.

Paulo: “aprendi a adaptar-me a toda e qualquer


circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o
que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente
em toda e qualquer situação, seja bem alimentado,
seja com fome, tendo muito, ou passando
necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.”
(Filipenses 4.11-13)

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 O sofrimento é intrínseco à nossa condição humana
após a Queda, pois até mesmo o próprio Filho de
Deus, Justo e Santo, precisou experimentar esta dura
realidade quando veio à terra. (André Coelho)

 Devemos confiar em Deus mais do que em nossa


capacidade de entender os caminhos dEle. Deus não
responde todas as nossas perguntas, porque somos
incapazes de entender muitas de Suas respostas. (John
MacArthur)

 Embora Deus nos ame, crer nEle e obedecê-lO não nos


isenta de calamidades na vida. Tragédias e tristezas
atingem crentes e incrédulos. Mas Deus espera que,
durante nossas provas e sofrimentos, expressemos
nossa fé ao mundo.

 Como você reage aos problemas? Em vez de perguntar


“por que eu?”, diga: “usa-me, Senhor!”

 “Nos momentos em que a fé parece impossível, é


exatamente quando mais precisamos dela” (Philip Yancey)

 “Quando o seu pesar o pressionar para o pó, adore lá


mesmo! Vire o vaso de cabeça para baixo e deixe
escorrer cada gota diante do Senhor. É bom esvaziá-
lo.” (Charles Spurgeon)
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 Precisamos persistir com nossa fé mesmo que não
haja alívio, confiando em Deus e obtendo forças por
meio dEle para prosseguir. O valor e o significado da
vida não se baseiam no que sentimos, mas naquilo
que ninguém pode tomar: o amor de Deus por nós!

 Embora presente em todos os lugares, Deus às vezes


parece distante. Isso pode nos causar um sentimento
de solidão. Mas o Emanuel, Deus conosco, é
suficiente. Sua graça nos basta! Não devemos
reclamar, mas em tudo dar graças e adorar.

 Precisamos ser cuidadosos para não julgarmos as


pessoas que estão sofrendo. Podemos estar
demonstrando o pecado do orgulho. Quando
parabenizamos a nós mesmos por estarmos certos,
então nos tornamos orgulhosos.

 Quando tudo acaba, precisamos reconhecer que Deus


é tudo o que realmente sempre tivemos. Deus Se dá a
nós, mas não nos fornece todos os detalhes dos Seus
planos. Devemos nos lembrar de que essa vida, com
suas aflições, não são nosso destino final.

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6. QUEM É SATANÁS

 Devemos aprender a reconhecer, mas não temer, os


ataques de Satanás, pois ele não pode exceder os
limites estabelecidos por Deus. Não podemos
controlar os ataques do diabo, mas podemos escolher
como reagir a eles

 Orig. anjo de Deus (querubim) que se tornou corrupto


pelo orgulho e se rebelou contra Deus (Is 14.12-15; Ez
28.17,18) – acusador, adversário, enganador

 Tem sido mau desde então (1 Jo 3.8); odeia a Deus e


as pessoas (1 Pe 5.8,9), pois seu desejo é que as
pessoas odeiem a Deus – é real e ativo na terra

 Limitado pelo poder de Deus e só pode fazer o que lhe


é permitido (Lc 22.31,32) – povo de Deus pode vencer
seus ataques pelo poder de Deus, maior que Satanás

 Não é onipotente, onipresente, onisciente – não pode


prever o futuro (senão, sequer tentaria Jó)

 Curiosidade: a Bíblia não diz que Lúcifer é um nome


próprio do diabo. Apenas significa “estrela da manhã”.
A palavra surgiu da tradução da Bíblia para o latim
(Isaías 14.12, lucifer, portador da luz)
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7. ORGULHO E HUMILDADE

Andrew Murray, livro Humildade, a beleza da santidade:

 O que você tem de orgulho dentro de você é o que


tem de anjo caído vivendo em você; o que você tem
de verdadeira humildade é o que você tem do
Cordeiro de Deus dentro de você.

 Humildade é o senso do completo nada-ser que vem


quando vemos como Deus verdadeiramente é tudo –
Enoque andou com Deus e já não era (Gn 5.23,24)

 A humildade é o desaparecimento do ego na visão de


que Deus é tudo. O mais santo será o mais humilde.

 Cristo é a humildade de Deus incorporada na natureza


humana: o Amor Eterno humilhando-se a Si mesmo,
revestindo-se com as vestes da mansidão e da
bondade para vencer, e servir e nos salvar. (...) mesmo
no centro do trono, Ele é o manso e humilde Cordeiro
de Deus. Ele não perdeu nada dando tudo para Deus.
Deus honrou Sua confiança e fez tudo para Ele, e,
então, O exaltou à Sua mão direita em glória.

 Cristo disse: "O maior dentre vós será vosso servo"


(Mt 23.11). A humildade é a única escada para a honra
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no reino de Deus. Somente a auto-humilhação será
exaltada.

 O homem humilde não sente ciúmes ou inveja. Ele


pode louvar a Deus quando outros são preferidos e
abençoados antes de ele ser. Ele pode suportar ouvir
outros sendo louvados e ele sendo esquecido, pois na
presença de Deus ele aprendeu a dizer como Paulo:
"Nada sou" (2 Co 2.11).

 A principal marca da santidade falsificada é sua falta


de humildade.

 Quando procuramos honras, desviamo-nos de Jesus.

 O orgulho não é grandeza, mas inchaço. E o que está


inchado parece grande, mas não é sadio. (Santo
Agostinho)

 O orgulho tem de morrer em você, ou nada dos céus


poderá viver em você.

“O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo,


antes da queda” Provérbios 16:18.

“Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos


humildes” (Tg 4.6)
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8. QUANDO FRACOS, SOMOS FORTES

 Livro “A verdade de cabeça para baixo”


(Warren Wiersbe) – paradoxos: verdades de cabeça
pra baixo

- Como Paulo lidou com seu espinho na carne:

a) Olhou para o espinho como um dom de Deus


b) Ouviu a mensagem de Deus sobre o espinho
c) Aceitou a vontade do Senhor sobre o propósito do
espinho
d) Dependeu da graça do Criador para conviver com o
espinho
e) Experimentou força daquela fraqueza e alegria
daquela dor

Hebreus 11.34 (heróis da fé):


“da fraqueza tiraram forças”

A força que sabe que é força torna-se fraqueza.


Mas a fraqueza que reconhece ser fraqueza
transforma-se em força.

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Nosso Pai sabe como equilibrar a nossa vida de
modo que o sucesso não nos exalte ou a dor e o
fracasso não nos derrotem.

Jesus foi crucificado em fraqueza, mas vive pelo


poder de Deus (2 Co 13.4)

O propósito da oração não é ter a vontade do


homem feita nos céus, mas a vontade de Deus feita
na terra.

Devemos ser gratos pelas orações sem resposta.


Deus não removeu o espinho na carne de Paulo,
mas concedeu-lhe graça para transformar aquele
fardo em bênção.

Não orem por vidas fáceis, mas para serem homens


e mulheres melhores (Philips Borooks) – não pedir
uma cruz mais leve, mas costas mais resistentes

 Martinho Lutero: “Não digas: ‘sou perfeito, não


posso cair’. Mas humilha-te e teme, a fim de que,
estando hoje em pé, não caias amanhã”

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9. CONCLUSÃO

 Deus jamais desperdiça uma dor! É possível que seu


maior ministério surja de sua maior dor. “Ele nos
conforta em todos os nossos problemas, de modo que
podemos confortar a outros. Quando alguém estiver
atribulado, seremos capazes de dar-lhe o mesmo
conforto que recebemos de Deus” (2 Co 1.4).

 “Experiência não é o que acontece com você. É o que


você faz com o que acontece com você.” (Aldous
Huxley)

 2 Co se encerra com a única bênção da Trindade


registrada nas Escrituras: “Que a graça do Senhor
Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito
Santo sejam com todos vocês” (2 Coríntios 13.14)

 Cada um busque em si mesmo florir e desabrochar


para Deus, apesar de qualquer espinho, em qualquer
estação

 “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa


compadecer- se das nossas fraquezas; porém um que,
como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb
4.15)
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 Jesus levou na cruz a coroa de espinhos! Nós nos
abrimos para que o Senhor nos “desespinhe” ou
ponha um espinho na carne que nos cure. Não
sabemos o que será melhor ou pior, bem ou mal,
sabemos tão pouco, apenas as escolhas que Ele já nos
ensinou – praticando o que é bom, no amor de Deus,
esperando que Ele manifeste Sua vontade em nós

 Orar: Salva-nos da estupidez espiritual para a


sensibilidade dos filhos de Deus. Teu poder é suficiente
para nos capacitar a enfrentar qualquer dificuldade.
Quando somos fracos, o teu poder sempre vence e
triunfa por nós. Quando somos provados, podemos
nos afastar do orgulho e aprender a depender de Deus,
que nos conforta para que possamos confortar outros.
Que as nossas dores nos aproximem de Ti e nos
tornem mais alegres, gratos, submissos e dependentes
do Senhor.

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