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SENHORIO – possui terras, nobre ou membro do alto clero. Para além dos rendimentos
econômicos tirados da posse da terra em agricultura, pasto e etc, os senhorios
também exerciam poderes sobre os cidadãos que lá residiam, podendo aplicar penas,
lançar impostos, e recrutar para o exército. Exerciam um conjunto de poderes políticos
(chamados ban ou bonnus na época) que hoje pertencem apenas ao Estado.
*duplo poder do senhorio: sobre a economia e sobre os homens.
REINO – unidades políticas extensas, que têm a cabeça um rei. Devem respeitar e
aceitar o rei e a sua superioridade, e o regime hereditário para o bem comum
prevalecer. O facto de nascer nas delimitações do reinado o torna independentemente
da sua vontade, dependente do rei.
O IMPERIO – sonho de um império universal e cristão. Carlos Magno, rei dos francos,
nomeado pelo papa no ano 800. Otão I, rei da Alemanha, também nomeado pelo papa
(sacro império romano-germânico). Os impérios não deram certo pelas constantes
disputas entre os imperadores e o papa.
AS COMUNAS – século XI, movimento da luta pela cidade citadina (contra o poder dos
senhores). Encabeçado pelos mercadores, obrigou a união de todos os habitantes da
cidade, selada por um juramento de lealdade. Associação de gentes da cidade, que
apresenta ao senhor reinvindicações e, se o senhor resiste, luta por elas. Podendo ser
de forma violenta ou negociada, recebiam a ‘carta comunal’ com as garantias e
liberdades concedidas pelos senhorios ou reis. Algumas dessas comunas conseguiram
poderes administrativos, políticos e sociais, e eram comandados pelos mercadores
mais ricos; conquistaram uma economia prospera.
RELIGIAO OCIDENTE – Europa ocidental, conjunto unido pela mesma fe. A igreja era a
única instituição que ultrapassava fronteiras e unia todos os países, consolidando uma
identidade comum.
Cristandade latina: povos cuja língua era o latim e obedeciam ao bispo de Roma, o
papa.
O poder do bispo de Roma: a supremacia sobre os outros bispos suscitou desavenças e
o corte de relações entre o clero do Ocidente e do Oriente.
Papa gregorio VII: reforma gregoriana, proclamou a supremacia absoluta do papado.
Consolidação do poder da igreja de roma. Se colocou em um plano superior ao de
qualquer monarca, incluindo o imperador (do sacro império) e isso originou conflitos.
Papa foi obrigado a reconhecer as prerrogativas dos monarcas no seu território. Porem
a igreja se tornou a instituição mais poderosa e organizada do ocidente:
- Tem um centro reconhecido (roma) e um chefe supremo (papa)
- Exerce o poder sobre o ocidente e seus habitantes
- Possui meios. Corpo de clérigos numeroso e dizima garantindo a riqueza.
- Código de leis próprias, o direito canônico, que individualiza os seus membros face a
restante população.
PORTUGAL:
A RECONQUISTA
Nos séculos XII e XIII, em plena reconquista crista, Portugal constituiu-se como
identidade política independente (estado) e fixou seu território nas fronteiras que
ainda hoje mantém.
Afonso Henriques transformou o condado em Reino autônomo de Portugal. Para o
efeito, rebelou-se contra o seu primo, Afonso VII, imperador das Espanhas e reino de
Leão e castela, a quem devia obediência na qualidade de vassalo.
*CONFERÊNCIA DE ZAMORA, 1143- Afonso VII reconhece Afonso Henriques como rex
(rei).
*Bula manisfestis probatum, 1179 – papa Alexandre III dignou-se a acolher sob a
proteção da santa fé, o reino de Portugal, em troca do pagamento anual de um tributo
em ouro. Os reis de Portugal, viram-se assim, desobrigados de desobedecer qualquer
outro soberano, e Portugal finalmente se desvinculou dos vínculos com o rei Afonso
VII, da Espanha.
*Entretanto, Afonso Henriques prosseguia a conquista de territórios muçulmanos.
1147- domínio sob a linha do Tejo, conquista de Lisboa e Santarém. obteve, a posse de
Sintra, Almada, Palmela para assegurar a defesa de Lisboa. Em 1158, firmou a presença
portuguesa na linha do sado com a conquista de alcácer do sal. Em 1162 e 1165 Beja e
Évora.
1185 – morre Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, a quem a historia chamaria
de o conquistador.
*D. Sancho I, sucessor e filho, rei de 1185 a 1211. Depois de duas expedições vitoriosas
ao algarve, sofreram ataques dos almoadas (povos de Marrocos) e perderam todas as
suas posições a sul do tejo, à exceção de Évora.
*D. Afonso II, rei de 1211 a 1223, monarca de ação militar inferior, fortalecimento do
poder real. As tropas portuguesas avançaram no Alentejo e até intervieram, ao lado de
outros países na defesa da península contra os mouros (norte da africa convertidos ao
islamismo), derrotando-os na batalha de Navas de Tolosa 1212.
*D. Sancho II, rei de 1223 a 1245, o território português expandiu-se no Alentejo, com
as conquistas de Elvas, juromenha, serpa, cerpa, moura, beja, aljustrel e mertola.
Chegaram ao algarve oriental.
*D. Afonso III rei de 1248 a 1279, concluiu-se a conquista do Algarve, quando o
monarca se apoderou do território que estava em posse dos muçulmanos, no que se
incluía faro, albufeira e silves. Portugal concretizou a reconquista portuguesa.
-entre a reconquista (1249) e o estabelecimento definitivo das fronteiras portuguesas
(1297) decorreu quase meio século.
As fronteiras:
*Em 1252, Afonso X rei de Leão e Castela, acabado de chegar ao trono, reivindicou o
ex Reino algarvio de Niebla (onde se incluía silves), alegando que a sua soberania lhe
havia sido cedida pelo respectivo rei mouro. Face a uma presumível guerra entre os 2
reinos cristãos, o papa inocencio IV interveio na celebração do tratado de paz em
1253. Afonso III casaria com Beatriz, filha ilegítima de Afonso X, renunciaria,
temporariamente os seus direitos como suserano do Algarve.
*1267- tratado de Badajoz - decidiu, de vez, a soberania sobre o Algarve. O território
ficou para o filho do casamento entre Beatriz, filha do rei de leão e castela, com Afonso
III.
*posteriormente em 1295-1297, Portugal reascendeu hostilidades com Castela ao
participar da guerra civil que assolou aquele reino.
*1297-tratado de Alcanises – entre D. Dinis e Fernando IV de castela, acordaram
casamentos reais e paz de 40 anos baseada na amizade e defesa mútuas. Fixaram
limites territoriais. Portugal abriu mao de Aroche e Aracena, e dos direitos que possuía
sobre valenca, ferreira, espargal, e aiamonte. Em troca recebeu Olivença, campo
maior, zona da beira, alfaiates, castelo rodrigo, vila maior, castelo bom, almeida,
castelo melhor e monforte. Com pequenas exceções, Portugal adquiriu a sua
configuração definitiva, o que o faz o país europeu com as fronteiras mais antigas.
PAÍS RURAL
O país rural se complementou com um país urbano, de vilas e cidades concelhias, que
impulsionou o desenvolvimento do reino.
*a Reconquista, no seu avanço de norte para o sul, ocasionou a integração de
territórios muçulmanos com marcadas características urbanas. (ex: urbes moçárabes
de Coimbra, Santarém, Lisboa e Évora. Grande densidade populacional nas urbes, que
apesar do domínio islâmico, a população crista pode permanecer e preservar as
crenças. Estes cristãos (conhecidos como moçárabes) se deveu a transmissão do
legado muçulmano assimilado, como as instituições, o urbanismo, as técnicas
agrícolas, artesanais e comerciais e a própria expressão artística.
*a movimentação da corte régia impulsionou a transformação em urbes. (a corte
transferiu-se de guimaraes para Coimbra).
*Leiria, Santarem, Lisboa e evora acolheram frequentemente a corte régia (os
funcionários, serviços burocráticos e militares), incrementando o prestigio dos locais,
que se sentiam mais poderosos em relação ao mundo rural.
*acolher permanentemente um bispo, ou seja, ser sede de bispado e possuir uma Sé
Catedral era uma condição para receber o nome de cidade. (no reino de Portugal
foram nove: Beja, Coimbra, Evora, Guarda, Lamego, Lisboa, Porto, Silves e viseu).
*conselhos perfeitos ou urbanos: signicativa capacidade para administrar assuntos
comunitários e de isenções fiscais e judiciais. A instituição dos conselhos fazia-se
através de uma carta de foral (quando a povoação era um bem reguengo, do rei) ou
por um nobre ou eclesiástico (quando se inseria num senhorio). Situavam-se
maioritariamente na Beira Interior, Estremadura e Alentejo, regiões onde a
necessidade de atrair defensores (contra muçulmanos ou castelhanos) e povoadores
levou as entidades a abrirem mao dos seus poderes.
*a instituição dos conselhos, através de cartas de foral, ajudou a urbanidade do
território português, e, especificamente, os conselhos perfeitos ou urbanos foram
dotados de avultados privilégios fiscais e judiciais e autonomia administrativa. Estes
conselhos compreendiam, a cidade ou vila, sua sede, e as aldeias abrangidas pelo
respectivo termo.
*ressurgimento comercial a partir do sec XII, expansão da produção agrícola.
*nos centros urbanos havia um grupo socioprofissional encarregue dos ofícios ou
mesteres artesanais. Os mesteirais, praticantes de tecelões, tintureiros, curtidores,
ferreiros, ourives, pedreiros, carniceiros, padeiros. (tiveram homenagens, ex:rua dos
Sapateiros).
*topografia desordenada e labiríntica e atmosfera sombria, fosse o seu urbanismo
cristão – a norte – ou muçulmano – no centro e no sul.
*Cintura de muralhas: que delimitava o espaço urbano, dava-lhe segurança,
rendimentos (pelas portagens pagas nas suas entradas) e embelezava-a. com as suas
torres (cubelos) e ameias, a muralha abria-se para o exterior através de portas e
postigos, que à noite se fechavam. O crescimento demográfico dilatou a construção de
novas muralhas, que passaram a incluir no seu interior antigos bairros extramuros
(arrabaldes).
*Nucleo central habitado pelos dirigentes e elites. Nas cidades muçulmanas os núcleos
se chamavam alcáçova, zona alta e acastelada. Nas restantes urbes, coincidia com a
zona do castelo ou com a praça principal (onde se encontrava a sé, o paço episcopal,
os paços do conselho, moradias dos mercadores ricos e era onde se localizava o maior
mercado da cidade).
*fora dos centros, eram ruas tortuosas, vielas, escuras e poeirentas. Ameaças de
epidemias mortíferas e fogos devastadores estavam sempre presentes. Se localizava
habitações populares, oficinas dos mesteirais, tendas para vendas, albergarias e
hospitais dos pobres.
*abriram-se as Ruas Novas e as Ruas Direitas, mais largas que o habitual, onde ficavam
as melhores lojas. Dentro e fora dos muros abriram-se algumas praças e terreiros
conhecidos por rossios.
As minorias étnico-religiosas
*judeus (muitos deles mais estudados e mais ricos) e mouros submetidos.
Os judeus viviam em bairros próprios, as judiarias, com seus funcionários, juízes e
hierarquia religiosa.
*apesar do antagonismo religioso e inveja por parte dos portugueses com os judeus,
Portugal os tolerou, e os recebeu dentro de muros. Um grupo de judeus era entendido
como símbolo de dinamismo econômico do burgo. Em finais do sec XV, a convivência
se rompeu com o edito de D. Manuel (dez de 1496) obrigando os judeus à conversão,
sob pena de expulsão.
*os mouros tinham uma condição inferior. Afastaram-nos para bairros próprios – as
mourarias – situadas no arrebalde, e condenaram-nos, também, a expulsão.
*Arrebalde: situado fora de mudos, prolongamento da cidade ou vila. Nele convergiam
os excedentes demográficos (minorias étnico-religiosas), alguns mesteres considerados
poluentes (atividades menos limpas, como as dos carniceiros), as hortas e pomares e
os almocreves que animavam o mercado semanal. Marginalidade, mendigos e
leprosos. Eis o motivo por que as ordens mendicantes se instalaram nos arrebaldes,
atraídos pela pobreza e exclusão, franciscanos e dominicanos desempenharam com
êxito a missão de proteção aos humildes.
*Termo: cada cidade possuía o seu território termo, sobre ele a cidade ou vila interior
exerciam a sua jurisdição e impunham obrigações fiscais ou militares. Quanto mais
vasto o termo, maior a riqueza da cidade. Os monarcas o alargavam ou encurtavam se
desejassem agraciar ou castigar a cidade.
Ex: revolução de 1383-85 – vilas como santarem viram o seu termo, por seguirem o
partido de D. Beatriz e do rei castelhano seu marido. Já o Porto e Lisboa, que apoiaram
a causa do mestre de Avis, foram presenteados com o acrescento do seu termo.