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Resumos História - Teste Nº 4

Respostas aos tópicos

1- Na europa, em pleno século XIV, podemos observar uma fragilidade


do equilíbrio demográfico. Esta foi causada por diversos fatores, o
desconhecimento dos princípios básicos da puericultura , a falta da
mais elementar higiene, o atraso da medicina, etc. Mas,
destacaram-se 3 grandes motivos: a fome, a peste e a guerra.
A fome surgiu no século XIII uma vez que a quantidade de alimentos
que era possível produzir já não bastava para alimentar tantos
homens. As causas foram: o esgotamento dos solos, as mudanças
climáticas e as chuvas e o frio (fazendo apodrecer as sementes e as
colheitas perdiam-se)
As consequências foram: a diminuição da produção, o regresso da
fome ao Ocidente, a miséria e a morte, a escassez e a subalimentação e
o aumento dos preços. Outro motivo foi a peste, trazida do oriente por
marinheiros genoveses que haviam entrado em luta com os tártaros,
nas feitorias da Crimeia, a Peste Negra foi a mais grave epidemia de
que há memória.
A peste negra propagou-se rapidamente devido ao atraso da
medicina, falta de higiene, a grande concentração populacional e as
intensas trocas comerciais.
Teve como consequências a fuga das cidades, o refúgio nos campos e
a morte de um terço da população Europeia.
Por fim, a guerra também contribui para a quebra demográfica.
Guerras civis, conflitos entre Estados, revoltas populares
ensombravam o quotidiano dos Europeus.
Nesta época, os efeitos devastadores da guerra resultavam mais das
violências perpetradas pelos exércitos sobre as populações do que das
batalhas propriamente ditas. A aproximação das tropas, amigas ou
inimigas, punha os camponeses em pânico: searas espezinhadas
(destruição das colheitas), roubos e pilhagens (celeiros roubados),
gado confiscado, violações e assassínios eram atitudes comuns, que
deixavam atrás de si a fome e a destruição. Nas cidades, as
malfeitorias não eram menores, tremendo os povos pelos seus
haveres e pelas suas vidas.

2- Com as diversas conquistas durante a reconquista, a necessidade de


povoar essas terras foi aumentando, daí que tenhamos assistido a um
crescimento demográfico. Acompanhando este crescimento
demográfico, houve também um crescimento económico. Já na parte
religiosa, foi devido às cruzadas que nos ajudaram na reconquista.

3- As condições do estabelecimento definitivo das fronteiras de


Portugal foram inicialmente, no ano de 1143, o tratado de Zamora (paz
definitiva), já no ano de 1179, o papa Alexandre III reconhece, através
da Bula Manifestis Probatum, Afonso Henriques como rei e Portugal
como reino independentes, já em 1297, com o Tratado de Alcanises (D.
Dinis e D. Fernando IV de Castela):

- Estabelecimento definitivo da fronteira portuguesa


- Com poucas exceções, o território português adquiria a sua
configuração definitiva, o que faz de Portugal o Estado europeu
com as fronteiras mais antigas e estáveis

4- Foi no contexto da Reconquista Cristã da Península Ibérica aos


muçulmanos, que Portugal nasceu, como entidade política
independente, e definiu o seu território. Os motivos que levaram ao
início da reconquista foram as invasões muçulmanas (711), e a mesma
teve início a partir das Astúrias.
No Século XI, o rei Afonso VI, rei de Leão e Castela, é derrotado pelos
Muçulmanos em 1086 (Batalha de Zalaca). Com esta derrota, o mesmo
pede auxílio e chegam à Península muitos cruzados.
Entre estes destaca-se D. Henrique, que como recompensa pela sua
prestação casa com D. Teresa e obtém o Condado Portucalense, o
mesmo deseja maior autonomia e entra em discórdia com o rei de
Leão.
Após a sua morte, D. Teresa liga-se a um fidalgo galego, Fernão Peres
de Trava. Com esta ligação entre o Condado Portucalense e a Galiza
estava em causa a independência do mesmo, provocando o
descontentamento de toda a população. Afonso Henriques (filho)
incitado pela Nobreza e Clero Portucalenses revolta-se contra a mãe,
tendo como consequência a Batalha de S. Mamede, em que o mesmo
saiu vitorioso e D. Teresa juntamente com o Conde Fernão Peres são
expulsos para a Galiza.

5- 1º- Afonso Henriques - conciliou o domínio da linha do Tejo com a


conquista de Santarém e Lisboa (1147). Seguiram-se Sintra, Almada e
Palmela, para assegurar a defesa de Lisboa

- 1158 - conquista de Alcácer do Sal


- 1162 - Évora
- 1165 - Beja
- 1185 - morte de Afonso Henriques

2º - Sancho I - grande chefe guerreiro, mas perde todas as posições a


sul do Tejo, à exceção de Évora

3º - Afonso II - Esteve mais preocupado com a organização a


organização administrativa do território e com a consolidação do
poder real

4º - Sancho II - a fronteira portuguesa avança definitivamente para o


Alentejo, chegando ao Algarve oriental

5º - Afonso III - conclui a conquista do Algarve-» fim da reconquista


(1249)

Datas importantes por ordem cronológica:

● 1128 - Batalha de S. Mamede


● 1140 - Afonso Henriques intitula-se Rei dos Portugueses (Rex)
● 1142 - Enfeudação de Portugal ao Papa
● 1143 - Tratado de Zamora (paz definitiva)
● 1147 - Conquistas de Santarém e Lisboa
● 1165 - Conquista de Évora
● 1179 - Bula Manifestis Probatum ( Papa Alexandre III reconhece
Afonso Henriques como rei e Portugal como reino independente)
● 1217 - Conquista de Alcácer do Sal
● 1232 - Conquistas de Beja, Serpa, Moura
● 1249 - Conquistas de Silves e Faro
● 1267 - Tratado de Badajoz
● 1297 - Tratado de Alcanises

6- O Senhorio é uma área territorial, cujo detentor - o Senhor - exerce


poderes quer sobre a terra, quer sobre os homens que nela residem.
Em Portugal, os senhorios pertenciam ao rei, à nobreza e ao clero.
A sua origem remonta aos inícios da Reconquista Cristã - presúrias. A
maioria das terras assim obtidas pertenciam ao rei e o mesmo fez
doações como já referido anteriormente, ao clero e à nobreza com o
objetivo de: ocupar território, recompensar os serviços prestados e
obter o favor divino. Estas doações permitiram estruturar a
vassalidade medieval. O Rei pretende obter uma rede de vassalos fiéis,
pronta a segui-lo na guerra, ajudá-lo financeiramente e/ou
aconselhando-o e apoiando-o.

Os senhorios da nobreza, denominados honras, situavam-se,


predominantemente, na região Norte, onde tiveram lugar as mais
antigas conquistas e doações territoriais. De forma geral, os senhorios
nobres identificavam-se pela presença de um castelo, de uma torre ou
de um solar, que atestavam o poder do respetivo senhor. Os senhorios
do clero, os chamados coutos, também pontuavam o Norte, muito
embora os de maior dimensão se situassem no Centro e no Sul do país.
Identificavam-se pela presença de um mosteiro, de uma Sé Catedral e
até de um castelo. Resultado de doações régias e de ofertas, à hora da
morte, da parte de senhores até de populares, as terras da Igreja
ultrapassavam, nos começos do século XIII, as de qualquer outro
proprietário do país.
As ordens religiosas-militares por estarem encarregadas da defesa da
fronteira portuguesa, foram contempladas com imensas doações.

Origem do poder da nobreza: sangue (nascimento), poder económico,


força de armas ou autoridade sobre os outros homens. A nobreza
dividia-se em dois graus, Infações (média nobreza, proprietários de
terras, vassalos desprovidos de cargos militares e administrativos) e
Fidalgos. Dentro dos Fidalgos tínhamos os ricos homens, vassalos
diretos do rei e possuíam grandes senhorios, onde exerciam a
jurisdição e gozavam de isenções fiscais.
Os cavaleiros, pertenciam à ordem militar da cavalaria, dedicavam-se
à guerra e cumpriam um rigoroso código de honra e cortesia.
Os escudeiros são de grau inferior e vivem na dependência dos outros
nobres.

7- O senhorio constituía a realidade organizadora da vida económica e


social do mundo rural uma vez que, nos seus territórios, a nobreza e o
clero controlavam uma multiplicidade de pessoas - os dependentes, a
quem exigiam tributos e prestações.
No século XII, de uma forma geral, as comunidades rurais
dependentes assistiram ao agravamento da sua situação social e
económica. Os herdadores, proprietários de terras (os alódios) e, como
tal, isentos de pagamento de direitos dominiais, ficaram sujeitos à
cobrança de direitos senhoriais pelos senhores ou pelo rei, em virtude
de uma lei de D. Afonso II determinar que todo o homem livre devia
depender de um senhor. Quanto aos colonos, homens livres que
trabalhavam em terra alheia, viram, desde o século XIII, os contratos a
prazo prevaleceram sobre os arrendamentos perpétuos,
misturando-se neles as prestações dominiais com novas imposições,
de cariz senhorial.
Seguiam-se os servos, descendentes de escravos libertos, a quem
foram entregues casais para exploração e que viviam especialmente
sobrecarregados com as jeiras, não podendo abandonar as terras onde
viviam.
Enquanto os servos foram progressivamente libertados da sua
condição, deixando de se distinguir dos colonos, o número de escravos
aumentou. Tal aconteceu à medida que as fronteiras do reino
avançaram para sul e os cativos mouros nele foram integrados.
No patamar inferior dos dependentes, encontravam-se os
assalariados, que viviam do aluguer do seu trabalho - demasiado
numas épocas, escasso noutras.
8 e 9- O exercício do poder senhorial pelos nobres e pelos clérigos no
domínio militar: posse de armamento, comando dos exércitos e
controlo de estruturas defensivas; no domínio económico/fiscal:
posse e exploração de terras, distribuição de parcelas fundiárias a
colonos, cobrança de tributos fiscais (banalidades - pagamento do uso
do forno, moinho, portagens, etc).
A imunidade é um privilégio que consiste em interditar aos delegados
do rei a entrada nas terras de um nobre, de um bispado ou de uma
abadia para aí exercer o seu poder político
A obtenção da imunidade pelos senhores fez-se, entre outros
processos, através da concessão da carta de Couto, da doação de terras
e poderes públicos a nobres e do exercício abusivo do poder público
pelos senhores. Desempenhavam também poderes públicos, que
correspondia ao poder banal (bannus) - comando militar, punição
judicial e coação fiscal

10- A exploração económica do senhorio: a terra do senhor dividia-se


em 2 grandes partes, a quintã (reserva), era explorada graças ao
trabalho obrigatório e gratuito - jeiras/corveias, era aqui que se
localizava também a morada do senhor, os celeiros, fornos, moinhos
e lagar. A outra parte são os casais ou vilares (mansos), eram terras
arrendadas por duas ou três vidas aos colonos ou caseiros. Estes
pagavam as rendas de forma física ou cedendo uma parcela das
colheitas. Contratos: efémeros, parceria, arrendamento, enfitêuticos.
Os camponeses tinham as seguintes obrigações para com os
senhores: Corveias: prestação de trabalho gratuito na reserva;
banalidades: uso obrigatório do moinho, do forno e do lagar e entrega
de uma parte dos produtos obtidos ao senhor; Pagamento: em
dinheiro e em géneros de rendas e impostos.

11- Configuração da cidade medieval portuguesa:

● Espaço amuralhado: a muralha delimitava o espaço urbano,


dava-lhe segurança, rendimento (pelas portagens pagas nas
suas entradas) e embelezava-a.
● Núcleo central: habitado pelos dirigentes e pelas elites locais,
era aqui se instalavam os poderes político, religioso e
económico. Este núcleo coincidia com: a zona do castelo, a praça
principal, em cujas imediações se encontrava a Sé ou Igreja, o
paço episcopal, os paços do concelho, as moradias dos
mercadores abastados, etc.

● Arrabalde (espaço extramuros): com o crescimento demográfico


e económico, muita gente foi morar para o exterior das muralhas
pois não havia mais espaço, existência de hortas e pomares,
locais de marginalização (mouros, minorias etnico-religiosas,
pedintes…), ofícios mais poluentes

● Termo: era o espaço circundante (campos e aldeias), e


alimentava/abastecia a cidade, ligação feitas através de
almocreves, a cidade exerce jurisdição impondo obrigações
fiscais, militares e judiciais.

● As ruas antigas eram estreitas e sinuosas, já as ruas novas e


direitas eram mais largas e ligavam uma entrada à saída da
cidade

12- Durante os séculos XII e XIII, à maior parte das vilas e cidades foi
concedido foral:

● Sancionar (validar) formas embrionárias de organização local


e/ou respeitar tradições de autonomia existentes no sul
muçulmano
● Necessidade de povoar o interior e sul do país

- Monarcas e senhores reconhecem autonomia política administrativa


de várias parcelas do território

- Surgem os concelhos, comunidades de homens livres cujos


privilégios e obrigações ficavam consignados na carta de foral,carta
atribuída pelo rei ou senhores nobres e eclesiásticos.
- Os seus privilégios eram: direito de escolher os seus próprios
magistrados (garantia das liberdades individuais), de autoadministrar
a justiça, proibir os privilegiados de exercerem as suas prerrogativas
(direitos/poderes) no concelho

- As suas obrigações eram: fixação das prestações devidas pelos


mercadores, os tributos e rendimentos a entregar ao rei.

O número mais significativo de concelhos situava-se nas regiões


fronteiriças das Beiras, nas Estremadura e no Alentejo.

Concelhos urbanos ou perfeitos - tinham uma autonomia efetiva,


predomina no centro e sul

Concelhos imperfeitos - autonomia limitada (havia limites)

Para ser considerado cidade era preciso ter Sé

A partir do século XII, o país vai readquirir uma fisionomia urbana.


Principais causas:

● Peregrinações a Santiago de compostela -» revitalizaram


muitos núcleos urbanos (ex: Porto e Guimarães)
● Avanço da reconquista levou a que muitos territórios com forte
marca urbana fossem acrescentados ao norte rural e senhorial
● Itinerância da corte régia -» Com o seu séquito de funcionários,
serviços burocráticos e forças militares, a corte veio possibilitar
que os centros urbanos cada vez mais se distanciassem do país
rural
● Restauro das Sés episcopais -» o prestígio de uma cidade
também derivava da sua função eclesiástica
● Criação de conselhos -» resultado da necessidade de atrair
moradores para as zonas que urgia (necessitava) defender e
povoar (Beiras, Estremadura, Alentejo)
● Ressurgimento comercial dos séculos XII e XIII -» Para
alimentar a sua população e exportar os seus produtos
artesanais, as cidades tinham de se inserir numa rede comercial
de trocas

Grupo social predominante: Cavaleiros-Vilãos / Homens-Bons

O exercício comunitário de poderes concelhios

Todos os habitantes livres, maiores de idade, que habitavam a área


concelhia há algum tempo, eram chamados de vizinhos:

● Administração do território -» caráter comunitário


● Todos os vizinhos integravam o concilium ou assembleia (dos
homens-bons) - órgão deliberativo do concelho -» posturas
municipais -» regulamentavam as mais variadas questões do
quotidiano, mas as competências mais significativas eram as
que se relacionavam com a administração da justiça e a eleição
dos magistrados (os mais importantes eram os alcaides)

Na sua dependência estavam os: meirinhos, mordomos, almotacés,


procurador e chanceler

A estes magistrados acrescentavam-se, desde o século XIV, os


vereadores (2 a 6), nomeados pelo rei de entre os vizinhos, com vastas
competências legislativas e executivas.

Pelourinho, selo e bandeira eram símbolos do poder concelhio

13- Apesar do poder ser exercido com grande autonomia em relação ao


poder central, era ao rei que cabia o importante papel de dar coesão a
todo o espaço territorial.

Como dava essa coesão:

● Maior e mais poderoso dos senhores feudais


● Caráter pessoal e patrimonial da realeza - o reino era possuído
como um bem próprio, que se herdara juntamente com a função
(de rei) e se transmitia ao filho primogénito (mais velho)

● Superioridade da função régia: em troca da cedência de um


conjunto de bens fundiários e poderes públicos, o rei criou à sua
volta uma corte de vassalos que lhe devia fidelidade e apoio
A centralização do poder

Fortalecimento do poder régio:

● Doutrina do direito divino - o rei é o representante de Deus na


terra
● Rei: chefe militar máximo
● Rei: autoridade judicial máxima
- Cabia-lhe lutar contra todas as formas de abuso e violência
- Juiz supremo
- Tribunal de apelação
- pairava acima das jurisdições senhoriais e concelhias

● Rei: legislador supremo - a produção de leis gerais aplicadas a


todo o reino e a todos os súbditos revelou um poder régio
fortalecido -» algumas das leis destinavam-se a combater os
privilégios senhoriais; outras a recuperar património da coroa, a
regulamentar questões monetárias, tabelar os preços e a regular
a moral e os bons costumes.
● Controlo fiscal - acabar com algumas isenções

Finais do século XIV, a construção do Estado moderno ganha


visibilidade.

Monarquia feudal, evolui para uma monarquia centralizada, com o rei


transformado em chefe do exército, juiz supremo e legislador geral

Reis munem-se de uma organização burocrática mais complexa,


procedendo a reformas na administração central e intervindo na
administração local (concelhos)
A reestruturação da administração central e local

A idade média foi marcada pela itinerância da Corte e, com ela, do


governo central e do aparelho administrativo

Funcionários da Corte:

● Alferes-mor: desempenhava o mais importante cargo na


hierarquia militar
● Mordomo-mor: dirigia a Administração civil do reino
● Chanceler: competia-lhe a redação dos diplomas régios e a
guarda do selo real
● Cúria Régia: órgão de caráter consultivo -» rei tinha sempre em
consideração as posições assumidas por ela

-Debate de qualquer questão relativa à administração e governação do


reino
-Função judicial
-Composta por: rainha, familiares, ricos-homens e prelados,
governadores de terras e alcaides das localidades onde a corte
estanciava, altos funcionários
-Com Afonso III as reuniões ordinárias passam a denominar-se
Conselho Régio e as extraordinárias Cortes

● Conselho Régio: conselheiros tinham uma sólida formação em


matéria jurídica-legistas
● Cortes:

-Assembleias convocadas pelo rei em que tomavam parte


representantes das 3 ordens sociais
-Periodicidade da convocatória das cortes dependia da vontade do rei
-Possibilidade de apresentação de queixas, ouvir e discutir
reclamações, pedir agravamentos ou entregar pedidos

A intervenção na Administração local


O reforço da autoridade régia também se fez sentir junto da
administração local, com o rei a fazer valer as suas prerrogativas
judiciais, fiscais e militares

Afonso III reorganizou a administração do reino

Ao longo dos séculos XIII e XIV, os monarcas foram aumentando a sua


intromissão nos concelhos, através dos seus representantes,
alcaide-mor, almoxarife, corregedor ou juiz de fora e vereadores

Rei pretende zelar pelos seus direitos e eliminar os abusos e as


arbitrariedades do poder local

14- O fortalecimento da autoridade régia também passou pelo


combate aos abusos do poder
senhorial

Daí o caráter antissenhorial de muitas das leis gerais de Afonso III

1. Leis da desamortização – proibição de mosteiros e Igrejas


adquirirem bens fundiários
de raiz.
2. Confirmações – reconhecimento periódico, efetuado pelo rei, dos
títulos de posse de
terra ostentados pela alta nobreza e pelo alto clero, em resultado de
doações
antigas. As confirmações também incidiam sobre regalias concelhias
consignadas em
carta de foral.
3. Inquirições – inquéritos promovidos pelo rei no sentido de
averiguar do estado dos
bens da coroa; averiguações feitas nos bens reguengos sobre os
direitos e rendas devidos ao rei.

RESISTÊNCIA SENHORIAL
A resistência foi enorme e a luta assumiu contornos violentos

1. Os Senhores prestavam falsas declarações caso os oficiais régios não


acreditassem e
insistissem na cobrança de direitos reais, expulsavam-nos ou
assassinavam-nos.
2. Bispos e prelados queixavam-se ao Papa de os reis atentarem contra
a liberdade da
Igreja, violando os seus foros e imunidades

3. Sobre os monarcas pendiam então excomunhões; sobre os reinos,


recaíam os interditos

No combate à expansão senhorial, os reis contaram com o apoio dos


concelhos
(Ex: Porto)

A afirmação de Portugal no quadro político ibérico

A existência de vários reinos na Península Ibérica conduziu a fortes


rivalidades quer Internas: lutas de sucessão e de conquistas; quer
Externas: conflitos entre reinos pela definição de fronteiras e na
procura de hegemonia ibérica.

Com o fim da Reconquista o quadro de intervenção dos reis


portugueses limitava-se quase exclusivamente, à Península Ibérica
mediante alianças e tratados de paz com Castela e Aragão.

Séculos XIII e XIV - reino português afirmou-se no contexto


peninsular

Os progressos da centralização régia atingiram um ponto alto com D.


Dinis:

● Administração central do reino mostrou-se especialmente


rigorosa na cobrança de rendas e foros da Coroa
● O poder senhorial foi energicamente combatido
● Normalizou as relações com a Igreja
● Fronteiras terrestres ficaram definitivamente fixadas
● Fortificaram-se vilas, concederam-se forais, protegeram-se os
Concelhos
● Expandiu-se a superfície cultivada; incrementaram-se as feiras
e o comércio externo, organizou-se a marinha de guerra
(desenvolvimento económico)
● Dignificaram-se as letras, o português tornou-se língua oficial
nos documentos régios, criou-se a 1ª Universidade portuguesa,
fomentou-se (desenvolveu) a arte gótica

No contexto político ibérico, D. Dinis surgia como um interlocutor


apreciado - a importância de Portugal no quadro político volta a
evidenciar-se com D. Afonso IV - Batalha do Salado

A unificação em torno do rei e do reino possibilitou o nascimento de


uma ideia de nacionalidade definida em torno de um território, de uma
moeda e de uma língua que tinha no rei o seu garante.

15- Características do gótico:

● Verticalidade (com o objetivo de destacar na paisagem e de estar


próximo a Deus) e luminosidade
● Exterior imponente e profusamente decorado
● Interior amplo, elevado e luminoso -» ideia de leveza
● Planta cruciforme

Elementos arquitetónicos:

● Arco quebrado (em ogivas)


● Abóbada com cruzamento de ogivas
● Arcobotantes - localizadas no exterior, têm por finalidade
reforçar os pontos de maior pressão
● Vitrais - luminosidade
● Contrafortes

Escultura:
● Imagens adossadas - figura bíblicas (apóstolos/doze
fundamentos)
● Relação entre arquitetura e escultura - estátuas e relevos (valor
artístico, doutrinal)
● Objetivo: transmitir histórias bíblicas

16- O gótico é uma arte burguesa (devido ao desenvolvimento


económico): Burgueses alimentavam a rivalidade entre cidades
contribuindo generosamente para as grandes construções citadinas:
muralhas, igrejas

Uma arquitetura religiosa: a arte gótica ficou sobretudo ligada à


arquitetura religiosa, sendo a catedral a sua melhor expressão

Função pedagógica:

- No estilo gótico, é muito estreita a relação entre a arquitetura e a


escultura
- Decoração escultórica das catedrais tem um enorme valor
doutrinal “Livro das imagens da cristandade”
- A lição das esculturas completava-se com a do vitral. Ambas
constituíam uma forma de ensinar à gente simples e analfabeta a
doutrina e os dogmas da religião cristã

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