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A ocupação muçulmana da Península Ibérica

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A herança muçulmana na Península Ibérica
Os árabes gostavam de aprender com os povos que conquistavam, mas gostavam
também de pArtilhar aquilo que aprendiam ou criavam.

O que deixaram os muçulmanos na Península Ibérica?

 Cidades ganham caraterísticas do mundo árabe:


o Palácios protegidos por muralhas
o Ruas estreitas (exemplo: bairro da Mouraria , em Lisboa)
o Mercados
o Banhos públicos
o Mesquistas
o bibliotecas
o Exemplos: Silves e Córdova

 Ciências desenvolvem-se:
o Astronomia
o Medicina
o Matemática
o Literatura
o Geografia
o História
o Artes

 Novas palavras na língua portuguesa (nomeadamente, palavras


começadas por “al”)

 Introdução dos algarismos (numeração árabe)

 Novas Técnicas:
o Cisternas (armazenar água)
o Noras e levadas (aproveitar as águas do rio)
o Astrolábio
o Mapas

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 Agricultura – introdução de novas culturas que é responsável pelo
aumento da diversidade alimentar
o Laranjeira
o Limoeiro
o Amendoeira
o Figueira
o Ameixoeira
o Alfarrobeira
o Arroz

Onde há vestígios materiais da presença dos Muçulmanos?


Sobretudo a sul, porque foi lá que eles permaneceram mais tempo.

A reconquista cristã
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Onde se iniciou a Reconquista Cristã?
No reino das Astúrias, sob o comando do rei Pelágio (1º rei das Astúrias)

Inica-se a Reconquista das terras sob o domínio dos mouros

RECONQUISTA -movimento religioso e militar através do


qual os cristãos procuraram reconquistar as terras sob o domínio dos muçulmanos.
PROCESSO LENTO COM AVANÇOS E RECUOS
-começa em 722, com a Batalha de Covadonga
- Séc. X
- já tinham reconquistado até à linha do Douro, onde se formaram novos
Reinos Cristãos: LEÃO, CASTELA, NAVARRA, ARAGÃO

Dificuldade em vencer o inimigo:


Muçulmanos – pedem ajuda aos povos do Norte de África
Cristãos – pedem auxílio ao Papa. São auxiliados por cavaleiros francos

- Séc. XI – território Ibérico está dividido num conjunto de reinos rivais entre si – os
muçulmanos vão perdendo terreno porque estão desunidos e enfraquecidos
- 1093 – cristão reconquistam Santarém, Lisboa e Sintra (tornam depois a ser
conquistadas pelos muçulmanos. Só são definitivamente reconqusitadas por D. Afonso
Henriques, em 1147)
-1249- D. Afonso III termina a Reconquista do Algarve
- 1492 – fim da reconquista definitiva da Península Ibérica
Vestígios da reconquista Cristã: torres e castelos

O convívio entre cristãos e muçulmanos


Nos períodos de paz, havia tolerância religiosa, convívio e partilha de saberes. Nos
momentsod e conflito, havia perseguições e conversões forçadas

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1. Como era ser cristão em território muçulmano?
Moçárabes – cristãos a viver no Al-Andalus sob domínio dos muçulmanos
a) Tinham liberdade para prestar culto cristão, mas eram discriminados (tratados de
forma diferente) e vítimas de perseguições
- afastados para as zonas rurais;
- trabalhar nas suas antigas terras, pagando impostos aos nobres muçulmanos;
- vestiam-se de forma diferente;
- não podiam deslocar-se a cavalo, só em mulas ou burros;
- não podiam construir igrejas novas ou fazer obras de reparação nas que já
existiam;
b) Durantes as batalhas, eram forçados a converter-se ao Islamismo ou eram feitos
escravos

2. Como era ser muçulmano em território cristão?

- Cristãos também tratavam mal os muçulmanos capturados nos territórios


reconquistados:
- morriam por maus tratos;
- feitos escravos;
- vendidos ou doados a cavaleiros;
- usados como mão de obra na construção de igrejas e castelos;
- trocados por cristãos cativos (surge do alfaqueque – alguém
desinteressado, corajoso e instruído que vai ao terreno do inimigo fazer a troca
de cativos ou cristãos)

- A partir do século XII, Mouros conseguem liberdade em território cristão:


- praticavam a sua religião;
- mantinham os seus costumes, mediante o pagamento de impostos;
MAS:
- viviam afastdados dos cristãos, em bairros fora das muralhas -
MOURARIAS

O Condado1 Portucalense

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Condado é território governado por um conde

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- Condado Portucalense + Condado da Galiza faziam parte do Reino de Leão,
governado por Afonso VI.

Tinham chegado cavaleiros2 para ajudar na reconquista e dois deles destacam-se


pela sua coragem :
- D. Raimundo;
- D. Henrique

Recompensas por parte do Rei de Leão, Afonso VI:


- D. Raimundo – é-lhe entregue a sua filha legítima D.Urraca e o
Condado da Galiza (easta recompensa acontece antes da chegada de D.
Henrique);
- D. Henrique – recebe o Condado Portucalense e é-lhe entregue a sua
filha ilegítima D. Teresa

Territórios entre o rio Minho e a região de Coimbra

Obrigações por parte de D. Henrique:


- Prestar auxílio ao rei de Leão, sempre que este necessitasse;
- participar nas cortes do rei de Leão
- continuar a Reconqusita aos Mouros (chegou a conquistar Santarém e Lisboa)

MAS:
fez vários esforços , no sentido de tornar o seu poder mais forte e conseguir
autonomia em relação ao reino de Leão

Do Condado Portucalense ao Reino de Portugal


Após a morte de D. Henrique:

D. Teresa passa a governar o Condado Portucalense. Nos 1ºs tempos, deu


continuidade ao projeto de D. Henrique: conquistar terras aso mouros e luatr por
uma maior autonomia face ao Reino de Leão

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Membros da nobreza que combatiam cavalo

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CONTUDO:
Sua ligação à nobreza da Galiza era cada vez mais forte e não agradava aos
nobres do Condado Portucalense que receavam que o Condado fosse anexado à
Galiza

A nobreza convence D. Afonso Henriques a assumir o governo,


afastando a mãe e cumprindo o desejo de autonomia do seu pai.

- 1128 – Batalha de São Mamede – vence o exército de D. Teresa, sua mãe


- 1139 – Batalha de Ourique - grande vitória sobre os mouros a sul do rio Tejo. Passa
a intitular-se Rei de Portugal
- 1143 – Tratado de Zamora – D. Afonso Henriques e D. Afonso VII reunem-se em
Zamora e este reconhece D. Afonso Henriques como Rei de Portugal;
- 1179 – Bula3 Manifestis Probatum – Papa reconhece:
- D. Afonso Henriques como Rei de Portugal
- Portugal como um reino independente

As fronteiras de Portugal
Quando terminou a formação do reino de Portugal?
Ao longo dos séculos XII e XIII, os reis que sucederam a D. Afonos Henriques
conquistaram territórios aos mouros:
- D. Sancho I – chegou à cidade de Silves que foi, entretanto, perdida e
definititivamente conquistada por D. Afonos III, no ano de 1249;
- D. Sancho II – conqusitou o maior número de cidades a sul

Reconquista feita por etapas


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Documento emitido pelo Papa

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FRONTEIRAS:
- Naturais:
Uma fronteira natural delimita um território através de um acidente
geomorfológico .
Fronteira natural de Portugal – a sul temos o Oceano Atlântico. Esta
fronteira ficou definida, aquando da conquista do Algarve por D. Afonso III, em
1249
- Convencionais:
Uma fronteira convencional é uma linha acordada entre dois ou mais
estados e delimita a área de um território, podendo ser representada por muros,
cercas ou marcos de fronteira
Fronteira convencional de Portugal – ficou delimitada em 1297, pelo
TRATADO DE ALCANISES, celebrado entre D. Dinis e D. Fernado IV, rei de
Leão e Castela

- São fixados os limites a este do território português


- Aos portugueses foram entregues várias povoações – Riba Coa, Olivença, Ouguela,
Campo Maior, Moura e Serpa, em troca de Arronches e Aracena. O rei de Castela ficou
ainda sem as povoações de Valência, Ferreira, Esparregal e Aiamonte.
- Confirma a paz e o entendimento dos dois reis da Península, com dois casamentos
reais:
- D. Fernando IV de Castela com D.Constança, filha de D. Dinis
- D. Afonso IV com D. Beatriz, irmã do rei castelhano
Desde o Século XIII: as fronteiras de Portugal mantêm-se praticamente iguais. Houve
ligeiras alterações no século XIV e início do século XV. Portugal é um dos países
europeus com a fronteiras mais antigas.

As atividades económicas nos séculos XIII e XIV


Finda a reconquista – período de paz e estabilidade política

- Condições para o desenvolvimento do reino


- aproveitamento de recursos naturais
Norte do país – mais povoado, nomeadamente o litoral (porque estas regiões tinham
sido reconquistadas há mais tempo e as suas terras eram mais húmidas e produtivas)

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Principal atividade económica4
-AGRICULTURA E CRIAÇÃO DE GADO (maior parte dos portugueses
dedicavam-se a estas atividades económicas)

- produziam cereais, vinho, azeite, legumes e frutos


MAS:
Produção:
- Por vezes, era escassa – porque o trabalho era manual e os instrumentos
rudimentares.
- Produção agrícola muito dependente das condições naturais, nomeadmente, o
clima. Em épocas de seca ou chuvas abundantes, as colheitas eram destruídas e
as populaçãoes passavam por períodos de fome e epidemias.
- Maior parte do território era composto por matagais, florestas e terrenos bravios (não
cultivados) onde se obtinha a madeira, a resina e a cortiça
- solos aproveitados para a criação de gado

Outras atividades económicas


- PESCA: Também aproveitavam a abundância de rios para a pesca fluvial (pescavam
lampreia, sável e truta) e a extensa costa marítima para a pesca marítima (pescada,
carapau, sardinha, atum)
- SALINICULTURA ou extração de sal = outra atividade económica ligada ao mar e
muito importante porque o sal era aproveitado para a conservação dos alimentos

Tendo em conta a extensão da costa e a existência de portos fez com que algumas
povoações recebessem foral para desenvolver atividades ligadas ao mar = são as
chamadas PÓVOAS MARINHAS

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Atividade de subsistência a que se dedicavam os membros de uma comunidade

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- ARTESANATO:
- fabricavam de forma artesanal: vestuário, calçado, instrumentos de trabalho e outros
objetos necessários para o dia a dia
- Tipos de artesãos: carpinteiros, oleiros, tecelões, ferreiros, alfaiates e sapateiros

COMÉRCIO
Período de paz
- facilita o crescimento das cidades e das populações urbanas
- aumenta a produção agrícola e artesanal
LOGO: desenvolve-se o comércio

Comércio interno (feito no próprio país)


– estava acargo de pequenos comerciantes chamados Almocreves e que eram
impotantes sobretudo para as regiões remotas
- Transportavam produtos de feira em feira, em animais de carga
- Portadores de mensagens, notícias e encomendas

- Reis D. Afonso II e D. Dinis – criação de feiras . Os reis davam as cartas de feira


que estipulavam as regalias e as responsabilidadees dos feirantes e indicavam quando
se realizaria a feira e a sua duração.

- Também havia feiras francas onde não se pagavam impostos

Comércio externo
- feito por via marítima e fluvial
- Portugal importava (comprava) – cereais, armas e tecidos finos
- Portugal exportava (vendia) – vinhos, peixe, sal , frutos secos, azeite, mel e peles
- Portos portugueses, sobretudo, Lisboa:
- pontos de paragem obrigatória para os que vinham do Oriente, pela rota
do Mediterrâneo e pela rota do Atlântico

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