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1ª Dinastia - Dinastia Afonsina ou de Borgonha

Recorda …

 D. Afonso Henriques (1143 - 1185)


D. Afonso Henriques tinha dois grandes desejos:

1 – Tornar o Condado Portucalense independente;

2 – Conquistar terras aos Mouros.

… Na Batalha de Cerneja, D. Afonso Henriques, derrotou seu primo, Rei de


Leão e Castela…

…Na Batalha de Ourique (1139), derrotou cinco reis mouros…

Tratado de Zamora

Em 1143, pelo Tratado de Zamora, D. Afonso VII e o cardeal que representava


o Papa, reconheceram a independência de Portugal e deram a D. Afonso
Henriques o título de Rei.

O alargamento do território português…

D. Afonso Henriques (O Conquistador) alargou o território português para sul,


conquistando terras aos árabes (mouros): Leiria, Santarém, Sintra, Lisboa,
Almada, Palmela, Alcácer do Sal, Beja, Évora, Moura, Serpa, entre outras.

Os cruzados, cavaleiros que combatiam em nome da religião Cristã, ajudaram


os portugueses nesta conquista.

D. Afonso Henriques também sofreu algumas derrotas, logo perdeu algumas


terras que já tinha conquistado na área do Alentejo. No entanto o seu objectivo
era conquistar mais terras aos mouros e nunca parou. Quando D. Afonso
Henriques morreu toda a Estremadura e quase todo o Alentejo faziam parte do
território português. D. Afonso Henriques deixou com os seus filhos e netos, o
grande desejo de alargar o território português e assim foi, mesmo depois da
sua morte, as lutas contra os mouros não acabaram.

D. Afonso Henriques morreu em 1185 com 76 anos.

Após a sua morte sucedeu-lhe o seu filho, D. Sancho I.


 D. Sancho I – O Povoador (1185 – 1211)
Segundo rei de Portugal, era filho de D. Afonso Henriques e de D. Mafalda.

Nasceu em Coimbra em 1154 e casou-se em 1174 com D. Dulce de Aragão.

Conquistas feitas aos Mouros

Apesar de D. Sancho I, se preocupar mais com o povoamento e a paz no seu


país, também conseguiu conquistar algumas terras aos mouros: Alvor,
Albufeira, Silves e outras.

Perda de território (terras perdidas)

Com o exército enfraquecido e cansado por um grande período de guerras, D.


Sancho I, perdeu as terras que tinha conquistado e também algumas
conquistadas pelo seu pai D. Afonso Henriques. Essas terras a sul do Tejo
ficaram de novo sobre o domínio dos Mouros.

D. Sancho I protege a agricultura…

D. Sancho I chamou colonos estrangeiros (pessoas vindas de outros países) e


deu-lhes terras para cultivarem. Com estes estrangeiros e com cruzados que
iam ficando em Portugal, a população portuguesa aumentou, e assim também
aumentou a riqueza do país. Por este motivo deram-lhe o cognome de
“Povoador”.

D. Sancho I, e a fundação de vilas e concelhos

Para povoarem as terras, o rei entregava-as aos nobres, ao clero e ao povo.


Estes tinham a obrigação de desenvolverem a terra, cultivando-a, e de a
defender dos mouros. Então foram construídos alguns castelos e fortalezas.
Mas para essas terras/povoações serem consideradas vilas ou concelhos, o rei
tinha que lhes conceder uma Carta de Foral. E desta forma nasceram muitas
vilas e concelhos.

Apesar das terras/ povoações serem entregues a nobres, a clero e a povo, o


Rei era sempre o maior proprietário.

Mas afinal o que era uma Carta de Foral?

Foral ou Carta de Foral – era um documento escrito pelo rei, onde ficavam
registados os direitos e os deveres de uma determinada povoação.

Após a morte de D. Sancho I, em 1211 sucedeu-lhe o filho D. Afonso II.


 D. Afonso II – O Gordo (1211 – 1223)
Terceiro rei de Portugal, filho de D. Sancho I e D. Dulce de Aragão, nasceu em
1185, em Coimbra e em 1208 casou com D. Urraca.

Conquistas feitas aos Mouros

Em 1217, com a ajuda dos cruzados, D. Afonso II, reconquistou aos Mouros,
Alcácer do Sal, que tinha sido perdida no reinado de D. Sancho I, seu pai. D.
Afonso II, era conhecido como “O Gordo” pois consta que era pesado e obeso.

Após a sua morte, subiu ao trono seu filho D. Sancho II.

 D. Sancho II – O Capelo (1223 – 1248)


Quarto rei de Portugal, era filho de D. Afonso II e D. Urraca. Nasceu em
Coimbra em 1209.

Subiu ao trono em 1223, com apenas 13 anos de idade.

Conquistas feitas aos Mouros

D. Sancho II reconquistou aos Mouros, Elvas, Moura, Serpa, Aljustrel, Mértola,


Cacela, Tavira e outras terras. Foi um excelente guerreiro nas lutas contra os
Mouros.

Deposição (demissão) de D. Sancho II

No reinado de D. Sancho II, a Nobreza começou a praticar muitas violências e


injustiças contra o Clero e contra o Povo.

D. Sancho II apesar de ser um excelente guerreiro, na luta contra os mouros,


tinha alguma dificuldade em castigar a Nobreza pelos seus actos de violência,
e desta forma a disciplina e o poder real foram enfraquecendo.

O Clero português aproveitou o descontentamento do povo e pediu ao Papa


que lhe tira-se o título de rei.

E assim foi, o Papa retirou-lhe o título de rei e entregou o governo português ao


seu irmão mais novo, D. Afonso III.

D. Sancho II, retirou-se para Toledo (Espanha) onde veio a falecer 1248.

O cognome “O Capelo” foi-lhe atribuído, porque em criança usava vestes de


monge franciscano.
 D. Afonso III – O Bolonhês (1248 – 1279)
Quinto rei de Portugal, irmão mais novo de D. Sancho II, filho de D. Afonso II e
D. Urraca. Nasceu em Coimbra em 1210. Casou em 1238, com D. Matilde de
Bolonha. Mais tarde separaram-se, pois ela não conseguia engravidar. Naquela
época era muito importante os reis terem filhos, para garantir que haveria um
rei para ocupar o trono.

Apesar da separação, D. Afonso III ficou conhecido pelo “Bolonhês” por ter
casado em França, com D. Matilde que era Condessa de Bolonha.

D. Afonso III foi nomeado Primeiro defensor e procurador do reino em 1245, e


só quando seu irmão D. Sancho II morreu, é que foi aclamado rei de Portugal,
em 1248.

Conquistas feitas aos Mouros

No reinado de D. Afonso III, os portugueses conquistaram definitivamente o


Algarve em 1249. Com estas conquistas, o território português ficou mais ou
menos delimitado pelas fronteiras actuais (o que temos hoje).

Então Portugal entrou numa nova fase, uma fase de organização politica e
administrativa. Esta nova fase trouxe a Portugal muita prosperidade (riqueza,
felicidade, melhoria). A partir desta data D. Afonso III passou a usar o título de
Rei de Portugal e dos Algarves.

As Cortes

Nesta época existiam muitas cortes. Cortes eram uma espécie de assembleia,
na qual se reuniam pessoas do Clero e da Nobreza, que ajudavam o rei a
resolver problemas e a tomar decisões. Os membros das cortes eram pessoas
muito importantes para o rei. (Como na actual Assembleia da República)

Cortes de Leiria

D. Afonso III, com o desejo de conquistar a simpatia do povo, convocou as


chamadas Cortes de Leiria (1254), onde pela primeira vez alguns dos
representantes da corte eram membros do povo.

D. Afonso III morreu em 1279, deixando o reino ao seu filho D. Dinis.


 D. Dinis – O Lavrador (1279 – 1325)
Sexto rei de Portugal, filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela (segunda
esposa de D. Afonso III). Nasceu em 1261, em Santarém. Casou com D. Isabel
de Aragão, a Rainha Santa.

Ficou conhecido como “O Lavrador” pois sempre protegeu a agricultura,


mandando cultivar terrenos e plantar vinhas no Douro. Foi ele que mandou
semear o pinhal de Leiria.

Foi no seu reinado que os documentos deixaram de ser escritos em latim,


passando a sê-lo em português. Foi um rei muito ligado à literatura. Fundou em
1290 a Universidade de Lisboa que mais tarde foi transferida para Coimbra.

Tratado de Alcanises

Em 1297, foi assinado o Tratado de Alcanises, pelo rei D. Dinis e o rei de


Castela. Neste tratado ficaram estabelecidos os limites do território português
que praticamente, correspondem aos do actual Portugal Continental.

Rainha Santa Isabel

A mulher de D. Dinis, D Isabel de Aragão ficou conhecida por Rainha Santa


Isabel, porque dedicou grande parte da sua vida a ajudar pobres. Ficou na
lenda como santa milagreira, porque um dia ao caminhar nos jardins do
castelo, com as sais cheias de pão, para entregar aos pobres, foi denunciada
ao rei. O rei perguntou-lhe o que levava nas saias, e ela respondeu rosas. O rei
quis confirmar, e quando D. Isabel largou as sais, no lugar de pão caíram rosas
vermelhas.

D. Dinis morreu em 1325, com 64 anos, e sucedeu-lhe seu filho D. Afonso IV.
 D. Afonso IV – O Bravo (1325 – 1357)
Sétimo rei de Portugal, filho de D. Dinis e de D. Isabel de Aragão. Nasceu em
Lisboa e casou-se com D. Beatriz de Castela.

Era conhecido como “O Bravo” porque auxiliou o rei de Castela numa luta
contra os Mouros, onde se destacou pelos actos de valentia e coragem. O seu
reinado ficou marcado por várias catástrofes, pois foi uma época de fome e
guerras constantes. Mas o mais grave foi a peste negra, uma doença mortal e
altamente contagiosa que abateu grande parte da população.

D. Afonso IV foi também responsável pela morte de D. Inês de Castro que era
amante do seu filho D. Pedro.

Após a morte de D. Afonso IV sucedeu-lhe o filho D. Pedro I.

 D. Pedro I – O Justiceiro (1357 - 1367)


Oitavo rei de Portugal, filho de D. Afonso IV e D. Beatriz de Castela. Nasceu
em Coimbra e casou-se com D. Constança.

D. Pedro e D. Inês de Castro – uma história de amor

Foi durante o seu casamento com D. Constança que D. Pedro conheceu D.


Inês de Castro, uma das aias (dama de companhia) de D. Constança.

D. Pedro (ainda era príncipe) apaixonou-se por ela perdidamente. Mas esta
paixão não correu bem, pois D. Inês era filha de um poderoso nobre espanhol,
e D. Afonso IV temia que D. Pedro se influenciasse pelos espanhóis e
colocasse em risco a independência de Portugal, uma vez que D. Pedro seria o
próximo rei. D. Afonso IV tentou afastá-los, proibindo D. Inês de viver em
Portugal, mas D. Pedro não permitiu que isso acontecesse. Então o rei D.
Afonso IV influenciado por três nobres conselheiros mandou matar D. Inês.
Depois da sua morte, D. Pedro revoltou-se contra o pai e declarou-lhe guerra.
A rainha mãe evitou o confronto militar entre pai e filho. Quando D. Pedro subiu
ao trono uma das primeiras coisas que fez foi vingar a morte da sua amada,
mandando matar os conselheiros que influenciaram seu pai a matar D. Inês de
Castro.

O local onde D. Inês foi morta, em Coimbra, é hoje conhecido como Quinta das
Lágrimas. É um local muito romântico, onde os namorados juram amor eterno,
inspirados pelo amor de D. Pedro e D. Inês.
D. Pedro está sepultado no Mosteiro de Alcobaça Juntamente com D. Inês de
Castro.

D. Pedro ficou conhecido como “ O Justiceiro” porque mandou aplicar uma lei
em que a justiça era igual para todos, fossem ricos ou pobres.

Ele sempre deu grande importância ao contacto directo com o povo, que o
acarinhou bastante.

Após a morte de D. Pedro subiu ao trono seu filho D. Fernando.

 D. Fernando – O Formoso (1367 - 1383)


Nono rei de Portugal, filho de D. Pedro I e D. Constança. Nasceu em Lisboa em
1345 e casou com D. Leonor Teles.

Durante o seu reinado mandou reparar muitos castelos e construiu outros,


assim como novas muralhas para Lisboa e Porto. Colocou em prática duas leis
que foram muito importantes e enriqueceram o país:

Lei das Sesmarias – mandava cultivar as terras incultas e ordenava que os


vadios trabalhassem na lavoura.

Lei da Marinha – mandou construir muitos navios, facilitando assim a


exportação das mercadorias.

Aliança Inglesa

No reinado de D. Fernando assinou-se um tratado de aliança entre Portugal e


Inglaterra, que ainda hoje existe.

Interregno

Com a morte de D. Fernando terminou a 1ª Dinastia, pois este faleceu sem


deixar filhos varões (homens). Durante algum tempo não houve nenhum rei a
governar – Interregno – é o intervalo de tempo entre dois reinados.

Guerra da Independência

Como o rei morreu e não deixou nenhum filho varão para assumir o trono, a
rainha D. Leonor Teles assumiu a governação do reino. D. Leonor Teles e D.
Fernando tiveram uma filha, D. Beatriz. A rainha proclamou a sua filha D.
Beatriz como rainha de Portugal. Mas D. Beatriz era casada com um rei de
Castela. Então a independência de Portugal estava em perigo.

O povo reagiu mal e foi organizada uma revolução chefiada por D. João.
Mestre de Avis que acabou com o governo de D. Leonor Teles. O povo
aclamou e nomeou D. João Mestre de Avis, Regedor e Defensor do Reino, em
1383.

O rei de Castela, não gostando do que se estava a passar invadiu Portugal,


pois interessava-lhe ficar com o território português. Mas D. João, Mestre de
Avis, juntamente com um grande cavaleiro e seu exército, D. Nuno Álvares
Pereira, conseguiram vencer heroicamente os castelhanos, e estes não tiveram
outra alternativa e regressaram a Castela.

Fim da 1ª Dinastia…

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