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2ª Dinastia - Dinastia de Avis ou Joanina

Séculos XIV e XV
1385 – 1580

Expansão Marítima

 D. João I - O da Boa Memória (1385 – 1433)

 Décimo Rei de Portugal, D. João I era filho bastardo de D. Pedro com


D. Teresa de Lourenço.
 Nasceu em Lisboa e foi investido como Mestre da Ordem de Avis, pelo
seu pai, aos 6 anos de idade.
 Foi aclamado pelo povo como Regedor e Defensor do Reino, depois
de ter derrotado os castelhanos com a ajuda de D. Nuno Álvares
Pereira.
 Subiu ao trono em 1385, nas cortes de Coimbra.
 D. João I, logo que assumiu o reinado, nomeou D. Nunes Álvares
Pereira, chefe supremo de todos os exércitos e preparou-se para
continuar a luta contra Castela.
 Enquanto isso se passava, os Castelhanos invadiram Portugal pela
Beira, mas foram vencidos em Trancoso.

Batalha de Aljubarrota
 A Batalha de Aljubarrota é uma das mais gloriosas da nossa história.
 Os portugueses comandados por D. João e D. Nuno, derrotaram um
numeroso exército castelhano e asseguraram nesse dia (14 de Agosto
de 1385), a sua independência.
 Em 1388, mandou construir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória (o
Mosteiro da Batalha), para comemorar a vitória de Aljubarrota.
Tratado de Paz
 Estava garantida a independência, embora as hostilidades continuassem
durante alguns anos. O rei de Castela propôs então a paz, que veio a
ser assumida em 1411.

Os Filhos de D. João I
 D. João I e D. Filipa de Lencastre tiveram muitos filhos.

 Chamaram-lhe a Ínclita (ilustre) geração, pelo seu saber e importância.

 Os mais conhecidos foram:

- D. Duarte – foi um bom rei e um bom escritor;

- D. Pedro – correu o mundo, escreveu livros e governou bem, enquanto


seu sobrinho, D. Afonso V, era menor;

- D. Henrique – iniciou os descobrimentos marítimos portugueses e


fundou a escola Náutica de Sagres;

- D. Fernando – distingue-se pelo sofrimento que passou no norte de


África.

Conquista de Ceuta
 Portugal sentia necessidade de expandir-se. Os filhos mais velhos de D.
João I, D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique, querendo mostrar o seu
valor militar, resolveram continuar a luta contra os Mouros, em África.

 Por isso, propuseram ao pai a Conquista de Ceuta, cidade muçulmana


rica, importante, nessa altura um importante centro de comércio.

Primeiros Descobrimentos
 O Infante D. Henrique, depois de voltar de Ceuta, sempre sentiu
vontade de descobrir e tomar novas terras, então, abandonou a corte
e retirou-se para Sagres, onde fundou uma escola náutica.

 Assim, em 1418, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Ferreira,


partiram a descobriram a ilha de Porta Santo.

 No ano seguinte, os mesmos, acompanhados por Bartolomeu


Perestelo, voltaram a Porto Santo e encontraram outra ilha a que
deram o nome de Madeira.

 Por volta de 1431, Gonçalo Velho Cabral, chegou à ilha de Santa


Maria (Açores).

Após a morte de D. João, Mestre de Avis, subiu ao trono o seu filho


mais velho, D. Duarte.

 D. Duarte – O Eloquente (1433 – 1438)


 Décimo Primeiro rei de Portugal, filho de D. João I e D. Filipa de
Lencastre. Nasceu em Viseu, em 1391. Em 1428, casou com D. Leonor
de Aragão.
 D. Duarte era conhecido por “Eloquente” devido ao seu grande amor
às letras. Gostava de ler e recitar poesia. Era um rei muito culto.

Descobrimentos no reinado de D. Duarte

Passagem do cabo Bojador

 No reinado de D. Duarte e sob a direcção do Infante D. Henrique,


continuaram os descobrimentos marítimos.
 Em 1434, Gil Eanes passou o Cabo do Bojador, na costa atlântica de
África.

Expedição a Tanger
 Uma expedição comandada por D. Henrique e D. Fernando (irmãos),
cercou a cidade de Tanger. Os portugueses sofreram uma grande
derrota.
 D. Fernando – o Infante Santo – ficou preso e sofreu muito.

Morte de D. Duarte
 O reinado de D. Duarte foi muito curto. Durou apenas 5 anos e poucos
dias. Este rei faleceu em Tomar (1438), vítima de uma peste terrível que
atingiu o país.

Após a sua morte, sucedeu-lhe o seu filho D. Afonso V.

 D. Afonso V – O Africano (1438 – 1481)


 Décimo segundo rei de Portugal, era filho de D. Duarte e D. Leonor de
Aragão. Nasceu em Sintra, em 1432. Casou com sua prima D. Isabel.

 Quando seu pai morreu, D. Afonso V, tinha apenas 6 anos. Então D.


Leonor, a rainha, e o Infante D. Pedro (irmão de D. Duarte e tio de D.
Afonso V), exerceram a função de Regedores do Reino, até D. Afonso
V atingir a maioridade.

 Logo que D. Afonso V chegou à maioridade (1448), D. Pedro, o seu tio,


entregou-lhe o governo do reino.

Descobrimentos no reinado de D. Afonso V

Conquistas em África

 D. Afonso V conquistou as praças de Alcácer-Ceguer, Arzila e Tânger,


no Norte de África.
 Era conhecido como “O Africano”, pelas conquistas no Norte de África
e pelas descobertas na costa africana.
 Foi no reinado de D. Afonso V, que seu tio, o Infante D. Henrique
morreu. No entanto, os “Descobrimentos” continuaram.

 A partir do reinado de D. João II, os reis portugueses passaram a usar o


título: Rei de Portugal e dos Algarves e de Aquém e Além-mar em
África.

D. Afonso V morre e sobe ao trono o seu filho D. João II.


 D. João II – O Príncipe Perfeito (1481 - 1495)
 Décimo terceiro rei de Portugal, filho de D. Afonso V e D. Isabel.
Casou com D. Leonor.

 Este rei não queria que os nobres fossem poderosos e tirou-lhes


algumas regalias. Por esse motivo, os nobres prepararam conspirações
contra o rei. D. João II não temeu a luta contra a nobreza e castigou os
conspiradores.
 Apesar dos conflitos que viveu com a nobreza, uma das suas grandes
preocupações foi dar continuidade aos Descobrimentos Ultramarinos,
apoiando sempre as novas missões e garantindo o apoio real.

Descobrimentos no reinado de D. João II

Cabo das Tormentas / Cabo da Boa Esperança

 Em 1482, Diogo Cão descobriu o rio Zaire e o Reino do Congo,


enquanto percorria a costa Angolana.

 Em 1488, Bartolomeu Dias, dobrou o Cabo das Tormentas, situado na


ponta mais a sul do continente africano, deixando aberto o caminho
marítimo para a Índia.

 Outros navegadores já tinham tentado passar este cabo, mas nunca


com sucesso devido às terríveis tempestades que ali faziam. Na altura
dizia-se que ali vivia um gigante, Gigante Adamastor, que era temido
por todos os marinheiros.

 Só Bartolomeu Dias e a sua tripulação conseguiram ultrapassar esta


dificuldade, desfazendo assim a lenda do Gigante Adamastor.

 A partir daí, deixou de se chamar Cabo das Tormentas e passou a


chamar-se Cabo da Boa Esperança.

 A partir daqui os portugueses passaram a ter como objetivo, navegar


para o Oriente (Índia).
 Nesta época, os portugueses exploraram, bastante a costa africana.
Estiveram na costa da Guiné, descobriram a foz do rio Zaire e o reino
do Congo, exploraram também, a costa de Angola.

Descoberta da América…

 Cristóvão Colombo apesar de ser espanhol, vivia em Portugal e aqui


aprendeu a ciência de navegação. A este navegador parecia-lhe
possível e fácil descobrir a Índia, por isso ofereceu-se a D. João II para
efetuar esta viagem. D. João II recusou a proposta de Cristóvão
Colombo, então este foi propor o mesmo ao rei de Castela. O rei de
Castela aceitou, e Cristóvão Colombo partiu a serviço dos espanhóis.
Não conseguiu chegar à Índia, mas descobriu o novo mundo - América.

Tratado de Tordesilhas

 Portugal e Espanha entraram numa concorrência muito forte, pois


ambos queriam descobrir novos territórios. Então, em 1494 foi
necessário delimitar as áreas que podiam ser exploradas pelos dois
países. Com a concordância do Papa, assinou-se o Tratado de
Tordesilhas, entre Portugal e Espanha, delimitando as áreas do mundo
a explorar.

 D. João II tivera apenas um filho que faleceu num acidente de cavalo,


então, após a sua morte, subiu ao trono o seu parente mais próximo
(primo), D. Manuel I.

 D. Manuel I – O Venturoso (1495 – 1521)


 Décimo quarto rei de Portugal, filho de D. Fernando e de D. Beatriz,
neto do rei D. Duarte. Casou três vezes, pois as suas duas primeiras
esposas faleceram. A terceira esposa foi D. Leonor.
 Como era muito rico e poderoso, mandou construir muitos monumentos.
Foi no seu reinado que nasceu o estilo Manuelino, um estilo de arte
arquitectónica, único e característico de Portugal. É um estilo muito
trabalhado e cheio de pormenores ligados ao mar, à natureza e à Ordem
de Cristo.

Descobrimentos no reinado de D. Manuel I

Descoberta do caminho marítimo para a Índia - Vasco da Gama


 D. Manuel continuou a tarefa dos descobrimentos.
 Vasco da Gama era um marinheiro corajoso e ficou encarregado desta
difícil missão, descobrir o caminho marítimo para a Índia. Partiu da
praia do Restelo (Lisboa), dia 8 de Julho de 1497.
 A viagem foi cheia de dificuldades e perigos. Os navios sofreram
violentas tempestades. Muitos homens morreram atacados de
escorbuto, doença que derivava da falta de alimentos frescos (falta de
vitaminas).
 Os portugueses não desistiram e continuaram a vencer todos os
perigos, orientados pela Bússola e o Astrolábio.
 Chegaram à capital da Índia (Calecut) a 20 de Maio de 1498.

 Cerca de um ano mais tarde, regressaram a Portugal, com as naus


carregadas de especiarias e pedras preciosas, mas grande parte da
população havia perdido a vida.

 Vasco da Gama ficou conhecido como o Almirante do mar das Índias.


 Para recordar e comemorar a descoberta do caminho marítimo para a
Índia, D. Manuel I mando construir o Mosteiro dos Jerónimos, em Belém
(Lisboa) que é uma primorosa obra de arte, do estilo Manuelino.

A descoberta do Brasil – Pedro Álvares Cabral

 A 8 de Março de 1500, partiu do Tejo uma poderosa armada


comandada por Pedro Álvares Cabral, composta por 13 naus e 1500
homens.

 Depois de atingir as Canárias e passar por Cabo Verde, em 22 de Abril


de 1500, avistou a costa brasileira. Deu-lhe o nome de Porto Seguro.
Estava descoberto oficialmente o Brasil. Foi ali erguido um padrão para
mostrar que aquela terra pertencia à coroa portuguesa.

 O cognome de D. Manuel I era “O Venturoso” (que tinha sorte), porque


as viagens dos descobrimentos no seu reinado, foram sempre muito
bem sucedidas. E também, porque foi no seu reinado que se fizeram as
descobertas mais importantes: o caminho marítimo para a Índia, em
1498 e a descoberta do Brasil, em 1500.

 A Torre de Belém foi construída para marcar o local da saída, das naus
Portuguesas para os Descobrimentos (1514, arte Manuelina).

D. Manuel I morre e sobe ao trono o seu filho D. João III.

 D. João III – O Piedoso (1521 - 1557)


 Décimo quinto rei de Portugal, filho de D. Manuel I e D. Maria de
Castela. Casou com D. Catarina das Astúrias.
 O seu cognome era “O Piedoso” devido à sua grande devoção
religiosa. Mandou vir para Portugal a Companhia de Jesus, instituição
esta, que tinha como objetivo levar o Cristianismo às terras que iam
sendo descobertas, assim como proteger e amparar os humildes, educá-
los e divulgar-lhes a língua Portuguesa.

 No seu reinado deu-se a reforma da Universidade. A Universidade de


Lisboa foi transferida para Coimbra.

Descobrimentos no reinado de D. João III

 Nesta época, os Portugueses continuaram a percorrer os mares


orientais em busca de novas terras. Chegaram até ao Japão, e na
China, fundaram a colónia de Macau.

Colonização do Brasil
 Até então, as terras da Índia eram a grande preocupação dos
portugueses, pois de lá traziam muitas riquezas (especiarias, pimentas,
chás, sedas, etc.). Ainda ninguém se tinha preocupado em cuidar do
Brasil. Foi D. João III que pensou de maneira diferente e mandou
colonizar o Brasil.

 Colonizar significa povoar. A partir deste reinado, o Brasil passou a ser


habitado por povo português. No entanto, antes dos portugueses lá
chegarem, já lá habitavam tribos indígenas - índios (culturas menos
desenvolvidas).

Quando D. João III faleceu, já não era vivo nenhum dos seus nove
filhos. Por isso sucedeu-lhe o seu neto D. Sebastião.

D. Sebastião – O Desejado (1557 - 1578)

 Décimo sexto rei de Portugal, filho dos príncipes, D. João e D. Joana.


Quando o seu avô faleceu tinha apenas 3 anos, e foi sua avó D.
Catarina que assumiu a regência do reino.
 D. Sebastião interessava-se pouco pelos estudos, preferia treinar para a
guerra, pois sonhava travar grandes batalhas. Quando fez 14 anos,
assumiu o governo do reino e organizou uma expedição ao Norte de
África.

D. Sebastião e a Batalha de Alcácer Quibir


 A expedição ao Norte de África não correu muito bem, pois no dia 4 de
Agosto de 1578, deu-se a célebre Batalha de Alcácer Quibir, onde as
tropas portuguesas foram derrotadas e saíram vitoriosos os mouros.
Milhares de portugueses perderam a vida. O próprio rei D. Sebastião,
ali desapareceu depois de ter lutado arduamente.

Luís de Camões
 Foi no reinado de D. Sebastião que se destacou um grande escritor
português, Luís de Camões, considerado o Príncipe dos Poetas
portugueses.

 Autor dos Lusíadas, poema admirável que canta os


feitos/acontecimentos heróicos dos portugueses.

 Luís de Camões morreu a 10 de Junho de 1580. Como homenagem a


este grande poeta, dia 10 de Junho é feriado nacional e comemora-se o
“Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas”.

D. Sebastião desapareceu e não deixou descendentes directos. Por


esse motivo, subiu ao trono seu tio, o cardeal D. Henrique
(pertencia ao Clero), que já tinha 66 anos.

D. Henrique – O Casto (1578 - 1580)

 Décimo sétimo rei de Portugal. Era sacerdote (cardeal) e por esse


motivo, o seu cognome era “O Casto”, que significa puro.
 As pessoas da igreja não podiam casar, por isso, eram chamados
castos: faziam o voto de manter a Castidade (não casar nem ter filhos).
 O facto de ser sacerdote, não poder ter filhos e ter uma idade
avançada, levou com que alguns membros da nobreza fossem da
opinião que seria melhor entregar o reino a D. Filipe II, rei de Castela.
Já o povo era da opinião que Portugal deveria continuar a ser
independente.
 D. Henrique tentou encontrar uma solução para o problema da
sucessão do seu trono, mas morreu sem solução.

 Após a sua morte apareceram quatro pretendentes ao trono de Portugal:

- D. António, Prior do Crato;

- D. Catarina, Duquesa de Bragança;

- Filipe II, Rei de Espanha;

- D. Manuel, Duque de Sabóia.

 Após a morte de D. Henrique, o reino ficou entregue a governadores,


então surgiu um período de Interregno.

Entretanto, D. António, o Prior do Crato, foi aclamado rei de


Portugal pelo povo, e assim subiu ao trono.

 D. António – O Prior do Crato (1580)

 Décimo oitavo rei de Portugal.

Batalha de Alcântara . Perda da Independência


 O rei de Espanha, Filipe II, quando D. António subiu ao trono, já tinha
preparado um grande exército e entrou em Portugal pela fronteira do
Alentejo. As poucas tropas portuguesas esperaram o inimigo, mas foram
derrotadas, pois os castelhanos estavam em maioria.

 O Prior do Crato teve que fugir para França e Portugal perdia assim a
sua independência, em 1580. Assim terminou a segunda Dinastia.

 Portugal passou a ser governado pelos espanhóis.

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