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Perda de território (terras perdidas)

Com o exército enfraquecido e cansado por um grande período de guerras,


D. Sancho I, perdeu as terras que tinha conquistado e também algumas
conquistadas pelo seu pai D. Afonso Henriques. Essas terras a sul do Tejo
ficaram de novo sobre o domínio dos Mouros.

D. Sancho I protege a agricultura…


D. Sancho I chamou colonos estrangeiros (pessoas vindas de outros países)
e deu-lhes terras para cultivarem. Com estes estrangeiros e com cruzados
que iam ficando em Portugal, a população portuguesa aumentou, e assim
também aumentou a riqueza do país. Por este motivo deram-lhe o cognome
de “Povoador”.

D. Sancho I e a fundação de vilas e concelhos


Para povoarem as terras, o rei entregava-as aos nobres, ao clero e ao povo.
Estes tinham a obrigação de desenvolverem a terra, cultivando-a, e de a
defender dos mouros. Então foram construídos alguns castelos e fortalezas.
Mas para essas terras/povoações serem consideradas vilas ou concelhos, o
rei tinha que lhes conceder uma Carta de Foral. E desta forma nasceram
muitas vilas e concelhos.

Apesar das terras/ povoações serem entregues a nobres, ao clero e ao povo,


o Rei era sempre o maior proprietário.
Mas afinal o que era uma Carta de Foral?

Foral ou Carta de Foral – era um documento escrito pelo rei,


onde ficavam registados os direitos e os deveres de uma
determinada povoação.
Deposição ( demissão) de D. Sancho II

No reinado de D. Sancho II, a Nobreza começou a praticar muitas


violências e injustiças contra o Clero e contra o Povo.

D. Sancho II apesar de ser um excelente guerreiro, na luta contra os


mouros, tinha alguma dificuldade em castigar a Nobreza pelos seus actos
de violência, e desta forma a disciplina e o poder real foram enfraquecendo.

O Clero português aproveitou o descontentamento do povo e pediu ao Papa


que lhe tirasse o título de rei.

E assim foi, o Papa retirou-lhe o título de rei e entregou o governo


português ao seu irmão mais novo, D. Afonso III.

D. Sancho II, retirou-se para Toledo (Espanha) onde veio a falecer em


1248.

O cognome “O Capelo” foi-lhe atribuído, porque em criança usava vestes


de monge franciscano.
Conquistas feitas aos Mouros
No reinado de D. Afonso III, os portugueses conquistaram definitivamente
o Algarve em 1249. Com estas conquistas, o território português ficou mais
ou menos delimitado pelas fronteiras actuais (o que temos hoje).

Então Portugal entrou numa nova fase, uma fase de organização política e
administrativa. Esta nova fase trouxe a Portugal muita prosperidade
(riqueza, felicidade, melhoria). A partir desta data D. Afonso III passou a
usar o título de Rei de Portugal e dos Algarves.

As Cortes
Nesta época existiam muitas cortes. Cortes eram uma espécie de
assembleia, na qual se reuniam pessoas do Clero e da Nobreza, que
ajudavam o rei a resolver problemas e a tomar decisões. Os membros das
cortes eram pessoas muito importantes para o rei. (Como na actual
Assembleia da República)

Cortes de Leiria
D. Afonso III, com o desejo de conquistar a simpatia do povo, convocou as
chamadas Cortes de Leiria (1254), onde pela primeira vez alguns dos
representantes da corte eram membros do povo.

D. Afonso III, morreu em 1279, deixando o reino ao seu filho D. Dinis.


Tratado de Alcanises
Em 1297, foi assinado o Tratado de Alcanises, pelo rei D. Dinis e o rei de
Castela. Neste tratado ficaram estabelecidos os limites do território
português que praticamente, correspondem aos do actual Portugal
Continental.

Rainha Santa Isabel


A mulher de D. Dinis, D. Isabel de Aragão ficou conhecida por Rainha
Santa Isabel, porque dedicou grande parte da sua vida a ajudar pobres.
Ficou na lenda como santa milagreira, porque um dia ao caminhar nos
jardins do castelo, com as saias cheias de pão, para entregar aos pobres, foi
denunciada ao rei. O rei perguntou-lhe o que levava nas saias, e ela
respondeu rosas. O rei quis confirmar, e quando D. Isabel largou as sais, no
lugar de pão caíram rosas vermelhas.
D. Pedro e D. Inês de Castro

Uma história de amor…

Foi durante o seu casamento com D. Constança que D. Pedro


conheceu D. Inês de Castro, uma das aias (dama de
companhia) de D. Constança.
D. Pedro (ainda era príncipe) apaixonou-se por ela
perdidamente. Mas esta paixão não correu bem, pois D. Inês
era filha de um poderoso nobre espanhol, e D. Afonso IV
temia que D. Pedro se influenciasse pelos espanhóis e
colocasse em risco a independência de Portugal, uma vez que
D. Pedro seria o próximo rei. D. Afonso IV tentou afastá-los,
proibindo D. Inês de viver em Portugal, mas D. Pedro não
permitiu que isso acontecesse. Então o rei D. Afonso IV
influenciado por três nobres conselheiros mandou matar D.
Inês.
Depois da sua morte, D. Pedro revoltou-se contra o pai e
declarou-lhe guerra. A rainha-mãe evitou o confronto militar
entre pai e filho. Quando D. Pedro subiu ao trono uma das
primeiras coisas que fez foi vingar a morte da sua amada,
mandando matar os conselheiros que influenciaram seu pai a
matar D. Inês de Castro.
Aliança Inglesa
No reinado de D. Fernando assinou-se um tratado de aliança entre Portugal
e Inglaterra, que ainda hoje existe.

Interregno
Com a morte de D. Fernando terminou a 1ª Dinastia, pois este faleceu sem
deixar filhos varões (homens). Durante algum tempo não houve nenhum rei
a governar – Interregno – é o intervalo de tempo entre dois reinados.

Guerra da Independência
Como o rei morreu e não deixou nenhum filho varão para assumir o trono,
a rainha D. Leonor Teles assumiu a governação do reino. D. Leonor Teles e
D. Fernando tiveram uma filha, D. Beatriz. A rainha proclamou a sua filha
D. Beatriz como rainha de Portugal. Mas D. Beatriz era casada com um rei
de Castela. Então a independência de Portugal estava em perigo.

O povo reagiu mal e foi organizada uma revolução chefiada por D. João
Mestre de Avis que acabou com o governo de D. Leonor Teles. O povo
aclamou e nomeou D. João Mestre de Avis, Regedor e Defensor do Reino,
em 1383.

O rei de Castela, não gostando do que se estava a passar invadiu Portugal,


pois interessava-lhe ficar com o território português. Mas D. João Mestre
de Avis, juntamente com um grande cavaleiro e seu exército, D. Nuno
Álvares Pereira, conseguiram vencer heroicamente os castelhanos, e estes
não tiveram outra alternativa e regressaram a Castela.
Série Cronológica dos Reis da 1ª Dinastia

1ª Dinastia – Afonsina

Nome dos Reis Cognome


D. Afonso Henriques (1128-1185) O Conquistador
D. Sancho I (1185-1211) O Povoador
D. Afonso II (1211-1223) O Gordo
D. Sancho II (1223-1248) O Capelo
D. Afonso III (1248-1279) O Bolonhês
D. Dinis (1279-1325) O Lavrador
D. Afonso IV (1325-1357) O Bravo
D. Pedro I (1357-1367) O Justiceiro
D. Fernando (1367-1383) O Formoso
Batalha de Aljubarrota
A Batalha de Aljubarrota é uma das mais gloriosas da nossa história.

Os portugueses, comandados por D. João e D. Nuno, derrotaram um


numeroso exército castelhano e asseguraram nesse dia (14 de Agosto de
1385), a sua independência.

Em 1388, mandou construir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória


(Mosteiro da Batalha), para comemorar a vitória de Aljubarrota.

Tratado de Paz
Estava garantida a independência, embora as hostilidades continuassem
durante alguns anos. O rei de Castela, propôs então a paz, que veio a ser
assumida em 1411.
Os Filhos de D. João I
D. João I casou com D. Filipa de Lencastre (neta do rei de Inglaterra) e
tiveram muitos filhos.

Chamaram-lhe a Ínclita (ilustre) geração, pelo seu saber e importância.

Os mais conhecidos foram:

- D. Duarte – foi um bom rei e um bom escritor;

- D. Pedro – correu o mundo, escreveu livros e governou bem,


enquanto seu sobrinho, D. Afonso V, era menor;

- D. Henrique – iniciou os descobrimentos marítimos portugueses e


fundou a Escola Náutica de Sagres (o responsável pelos
descobrimentos);

- D. Fernando – distingue-se pelo sofrimento que passou no norte de


África.

Conquista de Ceuta
• Portugal sentia necessidade de expandir-se. Os filhos mais velhos de
D. João I, D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique, querendo mostrar o
seu valor militar, resolveram continuar a luta contra os Mouros, em
África.

• Por isso, propuseram ao pai a Conquista de Ceuta, cidade


muçulmana rica e importante, nessa altura um importante centro de
comércio.
Curiosidades
Era conhecido como “O de Boa Memória” (o rei de quem se tinha boa
memória, boa recordação) porque salvou Portugal de perder a
independência após a morte de D. Fernando.

Foi durante o seu reinado que se iniciou a maior de todas as façanhas dos
Portugueses que tornaram Portugal conhecido em todo o mundo: a
Expansão (os Descobrimentos Portugueses).

Foi com D. João I que se deu a “redescoberta” do Arquipélago da Madeira


(1419) e a descoberta do Arquipélago dos Açores (talvez em 1427).
Provavelmente, a Madeira já era conhecida dos navegadores mediterrânicos
do séc. XIV.

D. João I está sepultado no Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Mosteiro


da Batalha).

Descobrimentos no reinado de D. Duarte

Passagem do cabo Bojador

No reinado de D. Duarte, e sob a direcção do Infante D. Henrique


continuaram os descobrimentos marítimos.

Em 1434, Gil Eanes passou o Cabo do Bojador, na costa atlântica de


África.

Expedição a Tanger

Uma expedição, comandada por D. Henrique e D. Fernando (irmãos),


cercou a cidade de Tanger. Os portugueses sofreram uma grande derrota.

D. Fernando – o Infante Santo – ficou preso e sofreu muito.


Morte de D. Duarte
O reinado de D. Duarte foi muito curto. Durou apenas 5 anos e alguns dias.
Este rei faleceu em Tomar (1438), vítima de uma peste terrível que atingiu
o país.

Após a sua morte sucedeu-lhe o seu filho, D. Afonso V…

Quando seu pai morreu, D. Afonso V, tinha apenas 6 anos. Então D.


Leonor, a rainha, e o Infante D. Pedro (irmão de D. Duarte e tio de D.
Afonso V), exerceram a função de Regedores do Reino, até D. Afonso V
atingir a maioridade.

Logo que D. Afonso V chegou à maioridade (1448), D. Pedro (o seu tio)


entregou-lhe o governo do reino.

Descobrimentos no reinado de D. Afonso V

Conquistas em África

D. Afonso V conquistou as praças de Alcácer-Ceguer, Arzila e Tânger, no


Norte de África.

Era conhecido como “O Africano” pelas conquistas no Norte de África e


pelas descobertas na costa africana.
Foi no reinado de D. Afonso V, que seu tio, o Infante D. Henrique morreu.
No entanto os “Descobrimentos” continuaram…

A partir do reinado de D. João II, os reis portugueses passaram a usar o


titulo: Rei de Portugal e dos Algarves e de Aquém e Além-mar em África.

D. Afonso V morre e sobe ao trono o seu filho D. João II

Descobrimentos no reinado de D. João II

Cabo das Tormentas / Cabo da Boa Esperança

Em 1482, Diogo Cão descobriu o rio Zaire e o Reino do Congo, enquanto


percorria a costa Angolana.

Em 1488, Bartolomeu Dias, dobrou o Cabo das Tormentas, situado na


ponta mais a sul do continente africano, deixando aberto o caminho
marítimo para a Índia.

Outros navegadores já tinham tentado passar este cabo, mas nunca com
sucesso devido às terríveis tempestades que ali se faziam sentir. Na altura
dizia-se que ali vivia um gigante, Gigante Adamastor, que era temido por
todos os marinheiros. Só Bartolomeu Dias e a sua tripulação, conseguiram
ultrapassar esta dificuldade, desfazendo assim a lenda do Gigante
Adamastor. A partir daí, deixou de se chamar Cabo das Tormentas e passou
a chamar-se Cabo da Boa Esperança. A partir daqui os portugueses
passaram a ter como objectivo, navegar para o Oriente (Índia).

Nesta época os portugueses exploraram bastante a Costa Africana.


Estiveram na costa da Guiné, descobriram a foz do rio Zaire e o reino do
Congo. Exploraram, também, a Costa de Angola.
Descoberta da América…
Cristóvão Colombo apesar de ser espanhol, vivia em Portugal e aqui
aprendeu a ciência de navegação. A este navegador parecia -lhe possível e
fácil descobrir a Índia, por isso ofereceu-se a D. João II para efectuar esta
viagem. D. João II recusou a proposta de Cristóvão Colombo, então este foi
propor o mesmo ao rei de Castela. O rei de Castela aceitou, e Cristóvão
Colombo partiu a serviço dos espanhóis. Não conseguiu chegar à Índia,
mas descobriu o novo mundo - América.

Tratado de Tordesilhas
Portugal e Espanha, entraram numa concorrência muito forte, pois ambos
queriam descobrir novos territórios. Então, em 1494 foi necessário
delimitar as áreas que podiam ser exploradas pelos dois países. Com a
concordância do Papa, assinou-se o Tratado de Tordesilhas, entre Portugal
e Espanha, delimitando as áreas do mundo a explorar.
Descobrimentos no reinado de D. João III
Nesta época os Portugueses continuaram a percorrer os mares orientais em
busca de novas terras. Chegaram até ao Japão, e na China, fundaram a
colónia de Macau.

Colonização do Brasil

Até então, as terras da Índia eram a grande preocupação dos portugueses,


pois de lá traziam muitas riquezas (especiarias, pimentas, chás, sedas, etc).
Ainda ninguém se tinha preocupado em cuidar do Brasil. Foi D. João III
que pensou de maneira diferente, e mandou colonizar o Brasil.

Colonizar significa povoar. A partir deste reinado, o Brasil passou a ser


habitado por povo português. No entanto, antes dos portugueses lá
chegarem já lá habitavam tribos indígenas (índios) com culturas menos
desenvolvidas.

D. Sebastião interessava-se pouco pelos estudos, preferia treinar para a


guerra pois sonhava travar grandes batalhas. Quando fez 14 anos assumiu o
governo do reino e organizou uma expedição ao Norte de África.

D. Sebastião e a Batalha de Alcácer Quibir

A expedição ao Norte de África não correu muito bem, pois no dia 4 de


Agosto de 1578, deu-se a célebre Batalha de Alcácer Quibir, onde as tropas
portuguesas foram derrotadas, e saíram vitoriosos os Mouros. Milhares de
portugueses perderam a vida. O próprio rei D. Sebastião, ali desapareceu
depois de ter lutado arduamente.
Luís de Camões

Foi no reinado de D. Sebastião que se destacou um grande escritor


português, Luís de Camões, considerado o Príncipe dos Poetas portugueses.
Autor dos Lusíadas, poema admirável que conta os feitos /acontecimentos
heróicos dos portugueses. Luís de Camões morreu a 10 de Junho de 1580.
Como homenagem a este grande poeta, dia 10 de Junho é feriado nacional
e comemora-se o “Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas”.

Curiosidades
“El Rei D. Sebastião” ficou conhecido como “O Desejado”. Nascido dois
meses depois da morte do seu pai, começou então a ser chamado assim
porque assegurou a sucessão de Portugal. Depois de ter desaparecido na
Batalha de Alcácer Quibir, no Norte de África, Portugal ficou sem rei para
ocupar o trono. Após o Cardeal D. Henrique e mais tarde D. António, Prior
do Crato, que não tiveram descendência, acabou por ser D. Filipe II de
Espanha o novo rei de Portugal. Diz a lenda que, um dia, D. Sebastião
voltaria numa manhã de cerrado nevoeiro, montado no seu cavalo
branco, para voltar a ocupar o trono e salvar Portugal do domínio
espanhóis. Durante a sua vida foram-lhe apresentadas várias noivas,
possíveis esposas que o ajudariam a ter filhos que garantissem a
independência nacional. Mas D. Sebastião nunca se interessou por
nenhuma. Não se sabe onde foi sepultado.
O facto de ser sacerdote, não poder ter filhos e ter uma idade avançada,
levou com que alguns membros da nobreza fossem da opinião que seria
melhor entregar o reino a D. Filipe II, rei de Castela. Já o povo era da
opinião que Portugal deveria continuar a ser independente.

D. Henrique tentou encontrar uma solução para o problema da sucessão do


seu trono. Mas morreu sem uma solução.

Após a sua morte apareceram quatro pretendentes ao trono de Portugal:

- D. António, Prior do Crato;

- D. Catarina, Duquesa de Bragança;

- Filipe II, Rei de Espanha;

- D. Manuel, Duque de Sabóia.

Após a morte de D. Henrique, o reino ficou entregue a governadores, então


surgiu um período de Interregno.
Série Cronológica dos Reis da 2ª Dinastia

2ª Dinastia – De Avis ou Joanina

Nome dos Reis Cognome


D. João I (1385 – 1433) O de Boa Memória
D. Duarte (1433 – 1438) O Eloquente
D. Afonso V (1438 – 1481) O Africano
D. João II (1481 – 1495) O Príncipe Perfeito
D. Manuel I (1495 – 1521) O Venturoso
D. João III (1521 – 1557) O Piedoso
D. Sebastião (1557 – 1578) O Desejado
D. Henrique (1578 – 1580) O Casto
D. António (1580) O Prior do Crato
A “Armada Invencível”
Filipe I, para se afirmar de algumas afrontas recebidas de Inglaterra, tomou
a resolução de invadir este país. Para isso, reuniu uma poderosa esquadra,
chamada a “Armada Invencível”, da qual faziam parte os melhores navios
portugueses. Devido a uma tempestade, quase todos os navios naufragaram
e os restantes foram destruídos por uma armada inglesa.

Ruinosa administração – Descontentamento do país


A governação do rei ia-se tornando, dia a dia, cada vez mais prejudicial. Os
interesses portugueses eram desprezados e as possessões ultramarinas
ameaçadas por ataques de Ingleses e Holandeses, inimigos de Espanha.
Cresciam os impostos e o comércio, a indústria e a agricultura foram
abandonados. O descontentamento aumenta no reino.

Filipe I morreu em 1598, e está sepultado no Escorial, em Madrid. Sobe ao


trono o seu filho D. Filipe II.

D. Filipe II era um homem bastante frágil e pouco inteligente. Por não se


sentir capaz de gerir o enorme império que seu pai lhe deixou, acabou por
entregar o governo aos seus ministros, incluindo o governo de Portugal,
que se foi tornando cada vez mais ruinoso. Por esta razão, era considerado,
tanto em Espanha como em Portugal, um rei fraco e desinteressado. Entre
1603 e1617, o governo de Portugal foi entregue a Cristóvão de Moura e ao
Clero nacional.

Por incompetência e por corrupção, e obter favores indevidos em troca de


recompensas, Portugal entrou num período de grande decadência interna e
desordem administrativa. Para além disso, o governo passou a desprezar os
portugueses que viviam além–mar (Brasil e África), que continuavam sem
defesas, debaixo do ataque de estrangeiros.
Filipe II morreu em 1621, em Madrid, e sobe ao trono o seu filho Filipe III.

Revolução de 1640
A situação estava insuportável e o povo português cada vez mais
descontente. Nessa altura, já D. Filipe III tinha dado o governo do reino à

Duquesa de Mântua, D. Margarida, que tinha como Primeiro Ministro


Miguel de Vasconcelos, considerado, também ele, um traidor à pátria.

No dia 1 de Dezembro de 1640, rebenta a revolução que triunfa em Lisboa.

Quarenta fidalgos, chefiados por D. João Pinto Ribeiro, foram ao Paço,


prenderam a Duquesa de Mântua e aí mesmo, proclamaram Rei de Portugal
D. João IV.

povo gritava:

“- Liberdade! Liberdade!”

Finalmente, depois de muitas lutas e após 60 anos de domínio espanhol, era


restaurada a Independência de Portugal.

Sebastianismo
Os portugueses estavam muito tristes e desagradados com toda a situação
vivida no país. Para se animarem, as pessoas convenceram-se de que D.
Sebastião não tinha morrido e que iria aparecer, montado num cavalo
branco, numa manhã de nevoeiro. Este sonho, a que se chama
Sebastianismo, manteve-se durante os 60 anos em que Portugal esteve
unido à Espanha.
Série Cronológica dos Reis da 3ª Dinastia

3ª Dinastia – Filipina ou de Castela

Nome dos Reis Cognome


Filipe I (1581 – 1598) “O Prudente”
Filipe II (1598 – 1621) “O Pio”
Filipe III (1621 – 1640) “O Grande”
1ª Guerra da Restauração
Os espanhóis, no entanto, não abandonaram a ideia de reconquistar
Portugal. Travou-se, então, a Batalha do Montijo, onde portugueses e
espanhóis lutaram pelo território português, saindo Portugal vitorioso. Esta
foi a 1ª Batalha da Guerra da Restauração.

Reconquista de algumas Colónias


D. João IV, teve a preocupação de reconquistar algumas colónias, perdidas
e abandonadas, devido à má governação dos espanhóis em Portugal.
Foram as colónias do Brasil, Angola e colónias portuguesas do Oriente, que
voltaram a ter domínio português.

Após a morte de D. João IV, subiu ao trono o seu filho, D. Afonso VI.

Guerra da Restauração
No seu reinado os espanhóis continuaram a tentar tomar Portugal.

D. Afonso VI travou várias batalhas com os espanhóis das quais saiu


sempre vitorioso, daí o seu cognome “ O Vitorioso”.

D. Afonso VI é afastado do trono…


Apesar de ter dado muitas vitórias aos portugueses, muitos (dentro da
Nobreza, Povo e Clero) eram aqueles que achavam que D. Afonso VI era
inapto para desempenhar as suas altas funções como rei, devido a atitudes
que tinha, menos próprias, e devido à sua deficiência mental.

Então organizou-se uma conspiração contra o rei. Desta forma D. Afonso


VI ficou sem o trono, e seu irmão D. Pedro passou a tomar conta do
governo. D. Afonso VI foi preso e exilado no castelo de Angra, nos Açores
e passados 5 anos foi transferido para o palácio de Sintra onde viveu alguns
anos em cativeiro, e ali veio a morrer.
Abolição da Escravatura dos Índios do Brasil
Desde a altura dos Descobrimentos, que os portugueses, mantinham os
índios brasileiros escravos (trabalhavam sem quais queres recompensas).

Foi no reinado de D. José I que foi abolida a escravatura e os Índios do


Brasil, foram tornados livres.

Terramoto de 1755
Durante este reinado, deu-se o maior terramoto de que há memória, na
história de Portugal. Em 1755, no dia 1 de Novembro, Portugal foi abalado
por um violento sismo. Este terramoto provocou milhares de mortos e
deixou um rasto de destruição. Pouco depois, para além dos incêndios
provocados pelo abalo, houve dois enormes maremotos, com ondas com
mais de 12 metros, que surgiram no rio Tejo e entraram pelo Terreiro do
Paço (Lisboa) adentro, destruindo tudo o que ainda tinha ficado de pé.

Depois do sismo, o Primeiro Ministro, Marquês de Pombal soube tomar as


medidas certas, na altura certa, mandou reconstruir a cidade de Lisboa,
mais propriamente a Baixa de Lisboa, chamada até hoje Baixa Pombalina.

Confrontos entre França e Inglaterra


Nesta época os franceses viviam em conflito com os ingleses. Por este
motivo os franceses pediram /ordenaram, a todos os países da Europa que
encerrassem as negociações com os ingleses e que não permitissem que os
navios ingleses aportassem em suas terras.

O Príncipe D. João não cumpriu as determinações dos franceses.

Napoleão Bonaparte, chefe supremo do exército francês, não gostou da


atitude do príncipe português e aliou-se aos espanhóis para acabar com a
nação portuguesa.
1ª Invasão francesa
Com o objectivo de dominar Portugal, devido à desobediência do Príncipe
D. João, Napoleão Bonaparte, mandou invadir Portugal com um exército de
30 mil homens. O inimigo entrou pela Beira Baixa e dirigiu-se para Lisboa.

Portugal pediu auxílio aos ingleses, que logo enviaram um exército


comandado por Artur Wellesley. As forças portuguesas juntas às forças
inglesas, derrotaram os franceses, que foram obrigados a retirarem as suas
tropas de Portugal.

Devido a esta invasão a família real e a corte, retiraram-se para o Brasil,


para ficarem mais protegidos.

2ª Invasão francesa
O Imperador dos franceses, não conformado com a derrota organizou outra
armada e decidiu invadir novamente Portugal. Desta vez o inimigo entrou
por Chaves e dirigiu-se para o Porto. Mais uma vez com a ajuda das tropas
inglesas, os portugueses derrotaram os franceses, que fugiram quando
perceberam que era inútil resistir.

3ª Invasão francesa
Napoleão não perdia a ideia de conquistar Portugal, e pela terceira vez
invadiu o nosso país, mas desta vez com as suas melhores tropas (85 mil
homens). Em Setembro de 1810 deu-se uma grande batalha, onde os
franceses foram completamente derrotados. Napoleão percebeu,
finalmente, que era inútil atentar contra Portugal.
Revolução de 1820
A ausência do rei em Portugal, a miséria causada pelas invasões francesas e
o aumento dos impostos, fizeram crescer, em Portugal, sentimentos de
descontentamento e desgosto, por parte dos vários membros da sociedade,
originando assim um ambiente revolucionário.

Juntando-se as estes sentimentos, menos bons, estavam as ideias liberais,


deixadas por Napoleão Bonaparte, na altura das invasões francesas. As
pessoas, em Portugal, falavam mal do governo, da família real, do
afastamento do rei, da miséria que se vivia. O descontentamento era geral.

Em 1820 deu-se uma Revolução Liberal, que exigia entre outras coisas, o
regresso do rei a Portugal, assim como uma nova Constituição.

Regresso a Portugal
Em Abril de 1821, D. João VI, regressa a Portugal com a sua família.
Deixando no Brasil o seu filho mais velho, D. Pedro, como Regente desta
Colónia. D. Pedro fica a governar o Brasil.

Independência do Brasil
Os portugueses que viviam no Brasil ficaram descontentes com a retirada
da Corte Real, pedindo assim ao rei D. João VI, a Independência desta
Colónia. E assim foi, D. João VI deu a independência a este país, elegendo
filho D. Pedro como Imperador do Brasil. Desde então aquela colónia
deixou de pertencer a Portugal, tornando-se um país independente.

Apesar de ser Imperador do Brasil, quando seu pai, D. João VI, morre, D.
Pedro é reconhecido como rei de Portugal, com o nome de D. Pedro IV.
Guerra Civil
Os liberais, liderados por seu irmão D. Pedro IV, que entretanto regressara
do Brasil, partiram dos Açores em direcção ao Porto e tomaram a cidade,
dando assim início a uma Guerra Civil em Portugal.

Em 1834, D. Miguel foi derrotado pelas tropas fiéis a seu irmão e, pela
Convenção de Evoramonte, foi obrigado a exilar-se na Alemanha, de onde
nunca mais voltou.

Melhoramentos significativos
No reinado de D. Luís, realizaram-se melhoramentos e importantes
reformas que contribuíram para o progresso de Portugal. Foi alargada a
rede de estradas e de caminhos-de-ferro. Construíram-se pontes de ferro
sobre o rio Douro e o Palácio de Cristal no Porto, aumentou-se a Marinha
de Guerra, criaram-se muitas mais escolas do ensino básico, escolas
agrícolas e comerciais, e bancos de crédito.

Foi também no seu reinado que foram fundados novos partidos, como o
Partido Republicano (contra a Monarquia e a favor da República).

Revolta de 31 de Janeiro
O país inteiro vibrava de indignação contra o ultimato de Inglaterra. Todos
estavam descontentes. Os Republicanos aproveitaram este
descontentamento, aproveitaram a oportunidade e fizeram uma grande
propaganda contra a Monarquia. Este ambiente serviu aos revolucionários
para iniciarem, no Porto, a 31 de Janeiro de 1891, uma revolução com a
finalidade de ser implantada a República.
Regicídio
Os partidos políticos da monarquia em vez de se unirem, entraram em
guerras. Os governos não tinham estabilidade. D. Carlos, atendendo a esta
confusão política e social, chamou ao poder o Conselheiro João Franco que
começou a governar em ditadura. Os ódios e as intrigas aumentaram, pois a
população discordava da nova orientação governativa. Deu-se então um
crime, o assassinato de D. Carlos e do príncipe herdeiro D. Luís Filipe, no
Terreiro do Paço, quando no dia 1 de Fevereiro de 1908, estes regressavam
de Vila Viçosa com a família real. D. Carlos foi morto a tiro por um
republicano revoltado.

Foi com a revolta Republicana de 5 de Outubro de 1910 que se deu a


Implantação da República. Após um período muito conflituoso da vida
política portuguesa, entre 1910 e 1926 (os partidos políticos não se
entendiam, confrontando-se de forma violenta) deu-se um golpe de Estado,
começando um período de ditadura. Foi com o ditador António de Oliveira
Salazar no poder, que foi dado a D. Manuel II um funeral de Estado,
quando morreu em 1932.
Série Cronológica dos Reis da 4ª Dinastia

4ª Dinastia – De Bragança

Nome dos Reis Cognome


D. João IV (1640-1656) O Restaurador
D. Afonso IV (1656-1683) O Vitorioso
D. Pedro II (1683-1706) O Pacífico
D. João V (1706-1750) O Magnânimo
D. José I (1750-1777) O Reformador
D. Maria I (1777-1816) A Piedosa
D. João VI (1816-1826) O Clemente
D. Pedro IV (1826-1828) O Rei Soldado
D. Miguel (1828-1834) O Absolutista
D. Maria II (1834-1853) A Educadora
D. Pedro V (1853-1861) O Esperançoso
D. Luís (1861-1889) O Popular
D. Carlos (1889-1908) O Diplomata
D. Manuel II (1908-1910) O Patriota
Golpe Militar – Ditadura Nacional
Os partidos políticos guerreavam ferozmente. A situação em que se
encontrava Portugal era angustiante, e o povo estava descontente porque os
governos mudavam constantemente e as crises sucediam-se… Então um
homem militar, General Gomes da Costa, no dia 28 de Maio de 1926,
iniciou uma revolução que acabou vitoriosa e triunfante, e desta forma
estabeleceu-se em Portugal um governo de Ditadura Nacional.

Ditadura – é um regime político onde os cidadãos perdem alguns direitos,


como o direito de escolha do Presidente da República, assim como o direito
de escolha do Primeiro-ministro, ou seja perdem o direito ao voto. É
imposto aos cidadãos ideias e princípios que devem cumprir rigorosamente,
caso contrário poderiam ser penalizados. Numa ditadura há apenas um
partido, que é o partido político que está no poder.

A Guerra do Ultramar
Apesar de não nos termos envolvido na 2ª Guerra Mundial, entrámos numa
outra guerra que fez com que perdêssemos cerca de oito mil portugueses - a
Guerra de Ultramar.

Esta guerra surgiu porque países africanos como Angola, Moçambique e


Guiné, a certa altura quiseram a independência dos territórios.

Para evitar a perda destes territórios africanos, Salazar e depois Marcelo


Caetano, enviaram para África tropas portuguesas que lutaram com os
africanos durante 13 anos.
A Revolução de 25 de Abril de 1974
Aproveitando o mal-estar civil e militar, causado pela Guerra do Ultramar e
pela Ditadura, surgiu um movimento militar, constituído por jovens
militares – “ O Movimento das Forças Armada.”

Este movimento derrubou o governo ditador chefiado por Marcelo


Caetano, a 25 de Abril de 1974.

Foi chamada a esta revolução, a Revolução dos Cravos que acabou com o
regime de Ditadura e restaurou a Democracia.

Democracia – é uma forma de governo em que o poder é exercido por


representantes do povo, livremente eleitos. Numa democracia existem
vários partidos políticos que defendem ideias diferentes, de forma livre.

C.E.E / U E – Comunidade Económica Europeia/ União


Europeia
A Comunidade Económica Europeia foi criada em 1957 com a assinatura
do Tratado de Roma. Foi fundada por seis países europeus. Actualmente é
composta por 25 países e chama-se União Europeia.

A 1 de Janeiro de 1986, Portugal passou a fazer parte da Comunidade


Económica Europeia/ União Europeia. Desta forma Portugal tem
beneficiado de ajuda comunitária.

Em 2002, a moeda portuguesa, o Escudo, foi substituída pela nova moeda


da União Europeia, o Euro.

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