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Na época dos reis era assim…

Nesta época os habitantes distribuíam-se em três grupos sociais distintos: Clero, Nobreza e
Povo. O rei pertencia ao grupo da Nobreza.

Rei

Eu sou o mais rico e o mais

poderoso de todo o reino.

Posso reunir os nobres e os membros

do Clero para me aconselharem.


Nobreza
Nós os Nobres temos muitos
privilégios, somos donos de grandes
propriedades, não pagamos impostos e
vivemos em castelos. Em tempo de guerra,
os homens da nobreza (príncipes,
cavaleiros, marqueses, condes, viscondes…)
combatem ao lado do rei.
Gostamos de equitação, de caça, e de treinar
para os combates.
As mulheres da nobreza (princesas, marquesas, condessas, viscondessas…)
tomam conta da casa e dos filhos, bordam e passeiam.
Clero ( membros da igreja)

Nós somos muito importantes no reino. Orientamos a população espiritualmente,


dedicamo-nos ao ensino e ajudamos os pobres e os doentes.

Estamos divididos em: Clero Secular e

Clero Regular

Clero Secular – padres, frades e bispos,

que estão mais próximos das pessoas.

Clero Regular – monges e freiras que

vivem em mosteiros ou conventos, e são

donos de terras.
Povo

Nós trabalhamos nas terras dos

grandes senhores (nobreza), seis

dias por semana e pagamos impostos.

Para nos distrairmos temos as romarias, as

procissões e algumas festas nobres

importantes.

O povo – criados dos nobres e os

camponeses.
1ª Dinastia - Dinastia Afonsina ou de Borgonha
Recorda … D. Afonso Henriques
( 1143 - 1185)
D. Afonso Henriques tinha dois grandes desejos:
1 – Tornar o Condado Portucalense independente;
2 – Conquistar terras aos Mouros.
… Na Batalha de Cerneja, D. Afonso Henriques,
derrotou seu primo, Rei de Leão e Castela…
…Na Batalha de Ourique ( 1139), derrotou cinco reis mouros…

Tratado de Zamora
Em 1143, pelo Tratado de Zamora, D. Afonso VII e o cardeal que representava o Papa,
reconheceram a independência de Portugal e deram a D. Afonso Henriques o titulo
de Rei.
O alargamento do território português…
D. Afonso Henriques ( O Conquistador) alargou o território português para sul,
conquistando terras aos árabes ( mouros): Leiria, Santarém, Sintra, Lisboa, Almada,
Palmela, Alcácer do Sal, Beja, Évora, Moura, Serpa, entre outras.
Os cruzados, cavaleiros que combatiam em nome da religião Cristã, ajudaram nesta
conquista.
D. Afonso Henriques também sofreu algumas derrotas, logo perdeu algumas terras que
já tinha conquistado na área do Alentejo. No entanto o seu objetivo era conquistar mais
terras aos mouros e nunca parou. Quando D. Afonso Henriques morreu toda o Litoral
Centro do pais e quase todo o Alentejo faziam parte do território português. D. Afonso
Henriques deixou com os seus filhos e netos, o grande desejo de alargar o território
português e assim foi, mesmo depois da sua morte, as lutas contra os mouros não
acabaram.
D. Afonso Henriques morreu em

1185 com 76 anos.

Após a sua morte sucedeu-lhe

o seu filho, D. Sancho I.

- Pinta no mapa o território

português, conquistado por

D. Afonso Henriques.
D. Sancho I – O Povoador
(1185 – 1211)
Segundo rei de Portugal, era filho de
D. Afonso Henriques e de D. Mafalda.
Nasceu em Coimbra em 1154 e casou-se em 1174
com D. Dulce de Aragão.
Conquistas feitas aos Mouros
Apesar de D. Sancho I, se preocupar mais com o povoamento e a paz no seu país, também
conseguiu conquistar algumas terras aos mouros: Alvor, Albufeira, Silves e outras.
Perda de território (terras perdidas)
Com o exército enfraquecido e cansado por um grande período de guerras, D. Sancho I,
perdeu as terras que tinha conquistado e também algumas conquistadas pelo seu pai D.
Afonso Henriques. Essas terras a sul do Tejo ficaram de novo sobre o domínio dos
Mouros.
D. Sancho I protege a agricultura…

D. Sancho I chamou colonos estrangeiros ( pessoas vindas de outros países ) e deu-lhes


terras para cultivarem. Com estes estrangeiros e com cruzados que iam ficando em
Portugal, a população portuguesa aumentou, e assim também aumentou a riqueza
do país. Por este motivo deram-lhe o cognome de “Povoador”.

D. Sancho I ,e a fundação de vilas e concelhos

Para povoarem as terras, o rei entregava-as aos nobres, ao clero e ao povo. Estes
tinham a obrigação de desenvolverem a terra, cultivando-a, e de a defender dos
mouros. Então foram construídos alguns castelos e fortalezas. Mas para essas
terras/povoações serem consideradas vilas ou concelhos, o rei tinha que lhes
conceder uma Carta de Foral. E desta forma nasceram muitas vilas e concelhos.
Apesar das terras/ povoações serem entregues a nobres, a clero e a povo, o Rei era
sempre o maior proprietário.

Mas afinal o que era uma Carta de Foral?


Foral ou Carta de Foral – era um documento escrito pelo rei, onde ficavam registados
os direitos e os deveres de uma determinada povoação.
Após a morte de D. Sancho I, em 1211 sucedeu-lhe o filho D. Afonso II.
D. Afonso II – O Gordo
(1211 – 1223)

Terceiro rei de Portugal , filho de D. Sancho I e


D. Dulce de Aragão, nasceu em 1185, em Coimbra
e em 1208 casou com D. Urraca.

Conquistas feitas aos Mouros


Em 1217, com a ajuda dos cruzados, D. Afonso II, reconquistou aos Mouros, Alcácer
do Sal, que tinha sido perdida no reinado de D. Sancho I, seu pai.
D. Afonso II, era conhecido como “O Gordo” pois consta que era pesado e obeso.
Após a sua morte, subiu ao trono seu filho D. Sancho II.
D. Sancho II– O Capelo

(1223 – 1248)

Quarto rei de Portugal, era filho de D. Afonso II e

D. Urraca. Nasceu em Coimbra em 1209.

Subiu ao trono em 1223, com apenas 13 anos de idade.

Conquistas feitas aos Mouros

D. Sancho II, reconquistou aos Mouros, Elvas, Moura, Serpa,

Aljustrel, Mértola, Cacela, Tavira e outras terras. Foi um excelente guerreiro nas lutas
contra os Mouros.
Deposição ( demissão) de D. Sancho II
No reinado de D. Sancho II, a Nobreza começou a praticar muitas violências e
injustiças contra o Clero e contra o Povo.
D. Sancho II apesar de ser um excelente guerreiro, na luta contra os mouros, tinha
alguma dificuldade em castigar a Nobreza pelos seus atos de violência, e desta
forma a disciplina e o poder real foram enfraquecendo.
O Clero português aproveitou o descontentamento do povo e pediu ao Papa que lhe
tirasse o título de rei.
E assim foi, o Papa retirou-lhe o título de rei e entregou o governo português ao seu
irmão mais novo, D. Afonso III.

D. Sancho II, retirou-se para Toledo (Espanha) onde veio a falecer 1248.
O cognome “O Capelo” foi-lhe atribuído, porque em criança usava vestes de monge
franciscano.
D. Afonso III– O Bolonhês
(1248 – 1279)
Quinto rei de Portugal, irmão mais novo de
D. Sancho II, filho de D. Afonso II e D. Urraca. Nasceu
em Coimbra em 1210. Casou em 1238, com D. Matilde
de Bolonha. Mais tarde separaram-se, pois ela
não conseguia engravidar. Naquela época era muito
importante os reis terem filhos, para garantir
um herdeiro para o trono.

Apesar da separação, D. Afonso III ficou conhecido pelo “Bolonhês” por ter casado
em França , com D. Matilde que era Condessa de Bolonha.
D. Afonso III foi nomeado Primeiro Defensor e Procurador do reino em 1245, e só
quando seu irmão D. Sancho II morreu, é que foi aclamado Rei de Portugal ,em 1248.

Conquistas feitas aos Mouros

No reinado de D. Afonso III, os portugueses conquistaram definitivamente o Algarve em


1249. Com estas conquistas, o território português ficou mais ou menos delimitado pelas
fronteiras atuais (o que temos hoje).

Então Portugal entrou numa nova fase, uma fase de organização política e administrativa.

Esta nova fase trouxe a Portugal muita prosperidade ( riqueza, felicidade, melhoria). A
partir desta data D. Afonso III passou a usar o titulo de Rei de Portugal e dos Algarves.
As Cortes
Nesta época existiam muitas cortes. Cortes eram uma espécie de assembleia, na qual
se reuniam pessoas do Clero e da Nobreza, que ajudavam o rei a resolver problemas e
a tomar decisões. Os membros das cortes eram pessoas muito importantes para o rei.
( Como na atual Assembleia da República)

Cortes de Leiria

D. Afonso III , com o desejo de conquistar a simpatia do povo, convocou as chamadas


Cortes de Leiria (1254), onde pela primeira vez alguns dos representantes da corte
eram membros do povo.

D. Afonso III, morreu em 1279, deixando o reino ao seu filho D. Dinis.


No reinado de D. Afonso III, em 1249,
foram conquistadas as últimas terras aos
Mouros. E assim ficaram delimitadas as
fronteiras de Portugal até aos dias de hoje.
Pinta o mapa segundo as indicações:
- De azul o Condado Portucalense;
- De laranja as conquista de D. Afonso
Henriques;
- De rosa as conquistas de D. Sancho I, D.
Afonso II e D. Sancho II;
- De verde as conquistas de D. Afonso III.
D. Dinis – O Lavrador

(1279 – 1325)

Sexto rei de Portugal, filho de D. Afonso III

e de D. Beatriz de Castela ( segunda esposa

de D. Afonso III). Nasceu em 1261,

em Santarém. Casou com D. Isabel de Aragão,

a Rainha Santa.

Ficou conhecido como “O Lavrador” pois sempre protegeu a agricultura, mandando


cultivar terrenos e plantar vinhas no Douro. Foi ele que mandou semear o pinhal de
Leiria.

Foi no seu reinado que os documentos deixaram de ser escritos em latim, passando a
ser escritos em português. Foi um rei muito ligado à literatura. Fundou em 1290 a
Universidade de Lisboa que mais tarde foi transferida para Coimbra.
Tratado de Alcanises

Em 1297 , foi assinado o Tratado de Alcanises, pelo rei D. Dinis e o rei de Castela.
Neste tratado ficaram estabelecidos os limites do território português que
praticamente, correspondem aos do atual Portugal Continental.

Rainha Santa Isabel

A mulher de D. Dinis, D Isabel de Aragão ficou conhecida por Rainha Santa Isabel,
porque dedicou grande parte da sua vida a ajudar pobres. Ficou na lenda como
santa milagreira, porque um dia ao caminhar nos jardins do castelo, com as sais
cheias de pão, para entregar aos pobres, foi denunciada ao rei. O rei perguntou-lhe
o que levava nas saias, e ela respondeu rosas. O rei quis confirmar, e quando D.
Isabel largou as saias, no lugar de pão caíram rosas vermelhas.
D. Dinis morreu em 1325, com 64 anos, e sucedeu-lhe seu filho D. Afonso IV

D. Afonso IV – O Bravo

(1325 – 1357)

Sétimo rei de Portugal, filho de D. Dinis e de

D. Isabel de Aragão. Nasceu em Lisboa e

casou-se com D. Beatriz de Castela.

Era conhecido como “ O Bravo” porque auxiliou

o rei de Castela numa luta contra os Mouros,

onde se destacou pelos atos de valentia e coragem. O seu reinado ficou marcado por várias
catástrofes, pois foi uma época de fome e guerras constantes. Mas o mais grave foi a peste
negra, uma doença mortal e altamente contagiosa que abateu grande parte da população.
D. Afonso IV, foi também responsável pela morte de D. Inês de Castro que era amante
do seu filho D. Pedro.

Após a morte de D. Afonso IV sucedeu-lhe o filho D. Pedro I.

D. Pedro I – O Justiceiro

(1357 - 1367)

Oitavo rei de Portugal, filho de D. Afonso IV e

D. Beatriz de Castela. Nasceu em Coimbra

e casou-se com D. Constânça.


D. Pedro e D. Inês de Castro – uma história de amor

Foi durante o seu casamento com D. Constânça que D. Pedro conheceu D. Inês de Castro,
uma das aias (dama de companhia) de D. Constânça.

D. Pedro (ainda era príncipe) apaixonou-se por ela perdidamente. Mas esta paixão não
correu bem, pois D. Inês era filha de um poderoso nobre espanhol, e D. Afonso IV
temia que D. Pedro se influenciasse pelos espanhóis e colocasse em risco a
independência de Portugal, uma vez que D. Pedro seria o próximo rei. D. Afonso IV
tentou afastá-los, proibindo D. Inês de viver em Portugal, mas D. Pedro não permitiu
que isso acontecesse. Então o rei D. Afonso IV influenciado por três nobres
conselheiros mandou matar D. Inês. Depois da sua morte, D. Pedro revoltou-se contra o
pai e declarou-lhe guerra. A rainha mãe evitou o confronto militar entre pai e filho.
Quando D. Pedro subiu ao trono uma das primeiras coisas que fez foi vingar a morte da
sua amada, mandando matar os conselheiros que influenciaram seu pai a matar D. Inês
de Castro.
O local onde D. Inês foi morta, em Coimbra, é hoje conhecido como Quinta das
Lágrimas. É um local muito romântico, onde os namorados juram amor eterno,
inspirados pelo amor de D. Pedro e D. Inês.

D. Pedro está sepultado no Mosteiro de Alcobaça juntamente com D. Inês de Castro.

D. Pedro ficou conhecido como “ O Justiceiro” porque mandou aplicar uma lei em que
a justiça era igual para todos, fossem ricos ou pobres.

Ele sempre deu grande importância ao contato direto com o povo, que o acarinhou
bastante.

Após a morte de D. Pedro subiu ao trono seu filho D. Fernando.


D. Fernando – O Formoso

(1367 - 1383)

Nono rei de Portugal, filho de D. Pedro I e

D. Constança. Nasceu em Lisboa em 1345 e casou

com D. Leonor Teles.

Durante o seu reinado mandou reparar muitos

castelos e construiu outros, assim como novas

muralhas para Lisboa e Porto. Colocou em prática duas leis que foram muito
importantes e enriqueceram o país:

Lei das Sesmarias – mandava cultivar as terras incultas e ordenava que os vadios
trabalhassem na lavoura.

Lei da Marinha – mandou construir muitos navios, facilitando assim a exportação das
mercadorias.
Aliança Inglesa

No reinado de D. Fernando assinou-se um tratado de aliança entre Portugal e


Inglaterra, que ainda hoje existe.

Interregno

Com a morte de D. Fernando terminou a 1ª Dinastia, pois este faleceu sem deixar filhos
varões (homens). Durante algum tempo não houve nenhum rei a governar –
Interregno – é o intervalo de tempo entre dois reinados.
Guerra da Independência

Como o rei morreu e não deixou nenhum filho varão para assumir o trono, a rainha D.
Leonor Teles assumiu a governação do reino. D. Leonor Teles e D. Fernando tiveram uma
filha, D. Beatriz. A rainha proclamou a sua filha D. Beatriz como rainha de Portugal. Mas
D. Beatriz era casada com um rei de Castela. Então a independência de Portugal estava em
perigo.

O povo reagiu mal e foi organizada uma revolução chefiada por D. João. Mestre de Avis que
acabou com o governo de D. Leonor Teles. O povo aclamou e nomeou D. João Mestre de
Avis, Regedor e Defensor do Reino, em 1383.

O rei de Castela, não gostando do que se estava a passar, invadiu Portugal, pois interessava-
lhe ficar com o território português. Mas D. João, Mestre de Avis, juntamente com um
grande cavaleiro e seu exército, D. Nuno Álvares Pereira, conseguiram vencer heroicamente
os castelhanos, e estes não tiveram outra alternativa e regressaram a Castela.
Fim da 1ª Dinastia…

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