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H I STÓ R IA D O B RAS I L
AS NAVEGAÇÕES
Há indícios de que povos muito antigos, como os fenícios, aqui estiveram há mais de
3000 anos. Depois desses, também os Vikings podem ter por aqui passado em suas
viagens de conquista há 1000 anos. Sabe-se que antes da data oficial do descobrimento,
espanhóis e portugueses já conheciam terras da América. O espanhol Vicente Yañez
Pinzón chegou ao Cabo de Santo Agostinho (PE) em 26 de janeiro de 1500, e navegou
pelo nordeste, passou pelo Rio Amazonas (Mar Dulce), até chegar ao Caribe. No século
XV, os íberos (espanhóis e portugueses) eram senhores dos mares. Devido à sua
localização geográfica, diretamente no Oceano Atlântico, já navegavam pelo Mar
Tenebroso, enquanto outros povos não se arriscavam a sair do Mediterrâneo.
A invenção da bússola, a construção das caravelas e o estudo científico de técnicas de
navegação, foram fatores que muito favoreceram a segurança e a precisão das
navegações. Também a Escola de Sagres, fundada por volta de 1430 pelo Infante D.
Henrique , o Navegador (1394-1460 – quinto filho do Rei D. João I), muito contribuiu
para o desenvolvimento da ciência da navegação.
Os produtos originários dos países orientais eram muito apreciados na Europa, e lá
chegavam através de navios italianos. Com a queda do Império Romano do Oriente
(tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453), esse comércio ficou
interrompido. Então, era necessário descobrir um “caminho marítimo para as Índias”
(por Índias, entende-se oriente, incluídos China e Japão).
Portugal e Espanha utilizaram métodos diferentes: os portugueses resolveram contornar
a África, a fim de chegar ao oriente, ao passo que os espanhóis, já conhecedores da
redondeza da Terra, preferem partir para oeste a fim de chegar a leste.
Os portugueses exploraram organizadamente o litoral africano. Descobriram vários
portos do litoral ocidental da África, as Ilhas Açores, Madeira e outras. Em 1487,
Bartolomeu Dias descobriu o extremo sul da África, a que denominou Cabo das
Tormentas. D. João II mudou o nome para Cabo da Boa Esperança, pois tinha a
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esperança de chegar à Índia. Conseguiu-o Vasco da Gama em 1498, chegando a
Calicut. Essa viagem foi narrada no poema "Os Lusíadas", de Luís de Camões.
DESCOBRIMENTO DA AMÉRICA
O TRATADO DE TORDESILHAS
Com o objetivo de tomar posse das terras que lhe eram asseguradas pelo Tratado de
Tordesilhas, o Rei D. Manuel I, organizou uma esquadra composta por 13 navios, de
diferentes tonelagens, sendo naus, caravelas e duas embarcações financiadas por
particulares. A expedição, entre marinheiros, soldados, padres, mercadores e
degredados era formada por cerca de 1.500 homens.
Para o comando dessa frota foi nomeado o fidalgo D. Pedro Álvares de Gouveia,
nascido em Belmonte em 1467, que mais tarde, com o falecimento de seu irmão mais
velho, passaria a chamar-se D. Pedro Álvares Cabral.
Cabral não era um marinheiro, pois jamais havia navegado anteriormente. No entanto,
estava assessorado por experientes navegadores, como Bartolomeu Dias, seu irmão
Diogo Dias, Nicolau Coelho, Sancho de Tovar, Pero Escobar, Simão de Miranda, Pero
de Ataíde, Vasco de Ataíde, Nuno Leitão da Cunha, Luís Pires, Aires Gomes da Silva,
Simão de Pina e Gaspar de Lemos. O escrivão da frota era Pero Vaz de Caminha, e o
Frei Henrique Soares, de Coimbra, chefiava um grupo de frades franciscanos.
A frota partiu de Lisboa, descendo o Rio Tejo, no dia 9 de março de 1500. Navegou até
as ilhas de Cabo Verde, e daí tomou o rumo sudoeste, mantendo este curso até atingir a
costa da Bahia, no Brasil.
A primeira terra avistada foi um monte, ao qual deram o nome de Pascoal, por estarem
na semana da páscoa. Era uma quarta-feira, dia 22 de abril de 1500.
À terra descoberta deram o nome de Ilha de Vera Cruz.
No dia seguinte, foi a terra Nicolau Coelho, e fez o primeiro contato com os índigenas
da Tribo dos Tupiniquins.
Procurando um local propício para ancorar a esquadra, encontraram uma baía a que
chamaram Porto Seguro, hoje Baía Cabrália.
No domingo de Páscoa, dia 26 de abril de 1500, frei Henrique Soares rezou a primeira
missa no Brasil, no ilhéu da Coroa Vermelha. A esquadra ficou fundeada durante uma
semana, ocupada no carregamento de água doce e lenha, sendo os marinheiros
auxiliados pelos indígenas. Foi erguida uma cruz em terra firme, próxima à foz do rio
Mutari, junto com as armas e divisa reais, sendo a nova terra empossada em nome de
Portugal e da Igreja. Na sexta-feira, dia 1o. de maio de 1500, foi rezada a 2a. missa no
Brasil. No dia seguinte, a frota segue para a Índia, deixando em terra dois degredados e
talvez dois desertores.
Separando-se do resto da esquadra, por ordem de Cabral, o navegador Gaspar de Lemos
parte de volta a Portugal, comandando a nau de mantimentos, levando uma extensa e
minuciosa carta, escrita por Pero Vaz de Caminha, ao Rei D. Manuel I (Anexo).
Cabral perdeu oito navios e centenas de homens em sua viagem à Índia. Regressou a
Portugal com 4 navios no dia 21 de julho de 1501, recebendo calorosa recepção. Nunca
mais empreendeu viagens, e passou a viver em suas propriedades de Santarém, onde
morreu por volta de 1520, com a idade aproximada de 53 anos.
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O NOME DA TERRA
Ao chegar ao Brasil, os descobridores julgaram tratar-se de uma ilha, por isso Cabral
deu à terra o nome de Ilha de Vera Cruz. Esse nome não agradou ao Rei, pois para
ele, “vera cruz” era a Verdadeira Cruz de Cristo e não um lugar. Por esse
desentendimento, Cabral ficou com as relações abaladas com o Rei.
Logo depois, explorando melhor, os descobridores verificaram tratar-se de um vasto
Continente e o Rei D. Manuel I deu-lhe o nome de Terra de Santa Cruz.
Com as primeiras expedições exploradoras, o principal produto da terra passou a ser
uma madeira vermelha que os indígenas chamavam ibira-pitanga (madeira-vermelha), e
servia para fazer uma excelente tinta vermelha para tingir tecidos. Os portugueses
chamavam essa madeira de pau-brasil (da cor de brasa), e aos que com ela
comercia1izavam, de brasileiros. Mais tarde, a terra ficou conhecida como Brasil.
Na época do descobrimento, havia cerca de 3 a 5 milhões de índios na Pindorama
(Terra das Palmeiras). Atualmente, não passam de 350 mil.
EXPEDIÇÕES EXPLORADORAS
Para explorar a nova terra descoberta, o Rei D. Manuel mandou algumas expedições:
A primeira Expedição foi em 1501. Não se sabe com certeza a quem competiu o
comando da flotilha, mas este é atribuído a Gaspar de Lemos.
Ela era composta por 3 navios, comandados por Gaspar de Lemos, Américo Vespúcio
e Gonçalo Coelho.
Atingiu o Brasil na altura do Rio Grande do Norte, e rumou para o sul, dando nome aos
acidentes geográficos conforme o Santo do dia nos calendários da época.
Assim, tivemos:
16 de agosto de 1501 --------- Cabo de São Roque (RN)
28 de agosto de 1501 --------- Cabo de Santo Agostinho (PE)
29 de setembro de 1501------ Rio São Miguel (AL)
04 de outubro de 1501-------- Rio São Francisco (AL/SE)
01 de novembro de 1501----- Baía de Todos os Santos (BA)
21 de dezembro de 1501------Cabo de São Tomé (RJ)
01 de janeiro de 1502 --------- Rio de Janeiro (RJ)
06 de janeiro de 1502 --------- Angra dos Reis (RJ)
20 de janeiro de 1502 --------- Ilha de São Sebastião (SP)
22 de janeiro de 1502 --------- Porto de São Vicente (SP)
A expedição continuou a navegar para o sul, e presume-se que tenha chegado à costa
Argentina. Aí encontrou "grandes frios no mar” e voltou para a pátria , ainda em 1502.
Expedição de 1530 - Foi comandada por Martim Afonso de Sousa e tinha uma triplíce
incumbência: combater os contrabandistas franceses que exploravam o pau-brasil;
explorar o litoral entre o Maranhão e o Rio da Prata e estabelecer núcleos de
povoamento mais estáveis que as antigas feitorias para resgate de madeira, dando-lhes
caráter político e administrativo. A frota era formada por 5 navios, trazendo 400
tripulantes e passageiros, além de sementes, plantas e animais domésticos.
Em março de 1531, encontraram na Baía de Todos os Santos (BA), o português Diogo
Álvares Correia, o Caramuru (Moréia, porque era muito magro), que estava na terra
desde 1510, talvez náufrago ou degredado. Ele era casado com a índia Paraguaçu, filha
do Cacique Taparica, e tinha uma grande descendência. Caramuru tinha grande
prestígio entre os indígenas e foi de grande ajuda para os exploradores portugueses.
A expedição seguiu até à Argentina e voltou para o norte. No litoral de São Paulo,
resolve fundar uma povoação na ilha de São Vicente, em 1532. Essa vila progrediu,
dando origem à cidade de São Vicente, a primeira cidade, propriamente dita, fundada
no Brasil. Martim Afonso de Sousa partiu de volta para Portugal em março de 1533,
chegando a Lisboa em agosto do mesmo ano.
No ano seguinte (1534), Martim Afonso de Sousa retorna ao Brasil, a fim de tomar
posse da Capitania de São Vicente, que lhe foi doada pelo Rei D. João III.
ENTRADAS E BANDEIRAS
PRINCIPAIS ENTRADAS
- Em 1533, Tomé de Sousa organizou uma Entrada chefiada pelo espanhol Bruza
Espinosa, que já na administração de Duarte da Costa, percorreu mais de 2 mil km.
pela Bahia e Minas Gerais.
- Em 1574, Antonio Dias Adorno, neto de Caramuru, realizou uma Entrada por ordem
do Governador Luís de Brito e Almeida. Encontrou esmeraldas e tornou-se um rico
senhor de engenho na Bahia.
- Belchior Dias Moréia, também neto de Caramuru, e seu filho Robério Dias,
descobriram minas de prata na região do rio São Francisco, mas não revelaram o local
exato.
- Em 1587, Gabriel Soares, o autor de um dos primeiros livros sobre nossa terra, o
Tratado Descritivo do Brasil, foi um importante entradista que muito explorou o sertão.
- Em 1603, Pero Coelho de Sousa chefiou uma fracassada expedição pelo interior do
Ceará.
PRINCIPAIS BANDEIRAS
- Em 1559, Brás Cubas, o fundador de Santos, por ordem de Mem de Sá, organiza
duas bandeiras para procura de ouro.
- Em 1628, Manuel Preto comandou a maior bandeira que partiu de São Paulo com o
objetivo de destruir a Missão de Guairá. Era segundo em comando Antônio Raposo
Tavares. No caminho atacaram as Missões de San Miguel, San Antonio, Jesus Maria,
Encarnación, San Xavier e San José. Em 1632 destruíram Guairá.
- Em 1648, Antônio Raposo Tavares chefiou uma bandeira que percorreu 10 mil km
de território, com o objetivo de explorar as terras além da linha de Tordesilhas. Saiu de
São Paulo, indo até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e de lá, até Belém, no Pará,
onde chegou em 1651.
- Em 1674, Fernão Dias Paes (Leme) comandou uma expedição que partiu de São
Paulo e explorou durante sete anos o interior de Minas Gerais. Regressou trazendo
pedras que julgava serem esmeraldas e, no entanto, eram turmalinas sem valor.
Inspirou o poema "0 Caçador de Esmeraldas" de Olavo Bilac.
- Por volta de 1682, Bartolomeu Bueno da Silva encontrou na região do rio Araguaia,
em Goiás, índios utilizando enfeites de ouro. Como estes se recusassem a indicar a
lozalização das minas, despejou numa vasilha um pouco de aguardente e incendiou-a,
ameaçando os índios de incendiar a água dos rios. Estes ficaram amedrontados e
levaram-no às minas de ouro, passando a chamá-lo “Anhangüera”, que significa
"Diabo Velho".
- Em 1687, Domingos Jorge Velho, foi contratado pelo governador Antonio Luís de
Sousa de Menezes, para atacar e destruir o Quilombo dos Palmares, na Serra da
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Barriga (SE), e matar seu chefe Zumbi, sobrinho do rei Ganga Zumba. Ele nada
conseguiu nessa tentativa.
- Em 1690, Garcia Rodrigues Paes Leme, filho de Fernão Dias Paes Leme, encontrou
ouro em Minas Gerais.
- Em 1700, Manuel Borba Gato, genro de Fernão Dias Paes Leme, encontrou os
depósitos de Sabará (MG).
GOVERNANTES DO BRASIL
CAPITANIA DONATÁRIO
Ilha de São João ou da Quaresma Fernando de Noronha
Primeira do Maranhão Aires da Cunha
Segunda do Maranhão Fernando Álvares de Andrade
Ceará Antônio Cardoso de Barros
Rio Grande João de Barros
Itamaracá Pêro Lopes de Sousa
Nova Lusitânia ou Pernambuco Duarte Coelho
Bahia de Todos os Santos Francisco Pereira Coutinho
Ilhéus Jorge de Figueiredo Correia
Porto Seguro Pêro do Campo Tourinho
Espírito Santo Vasco Fernandes Coutinho
São Tomé Pêro de Góis
São Vicente Martim Afonso de Sousa
Santo Amaro Pêro Lopes de Sousa
Santana Pêro Lopes de Sousa
Ilha da Trindade Belchior Camacho
Ilha de Itaparica D. Antônio de Ataíde
Peroaçu, Paraguaçu ou Recôncavo da Bahia D. Álvaro da Costa
O regime de Capitanias Hereditárias não teve o sucesso esperado pelo Rei D. João III.
Apenas as Capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram.
No entanto, não chegou a ser um fracasso total, pois diversas cidades foram fundadas
ao longo da Costa do Brasil e foram iniciadas plantações que, mesmo precárias,
contribuíram para impedir o estabelecimento de estrangeiros em áreas anteriormente
abandonadas. As Capitanias Hereditárias contribuíram, também, no sentido de iniciar o
povoamento da nova terra, o que fizeram brilhantemente, distribuindo sesmarias (lotes
que deveriam ser cultivados e explorados convenientemente). Sob esse regime
iniciou-se a plantação de cana-de-açúcar que até nossos dias é uma das maiores
riquezas do nosso país.
O Sistema de Capitanias Hereditárias, com algumas modificações introduzidas
posteriormente, durou 225 anos (de 1534 a 1759), quando Sebastião José de Carvalho
e Melo, o Marquês de Pombal, ministro do Rei D. José I, revogou o caráter hereditário
das Capitanias.
Algumas Capitanias foram revertidas à Coroa, com pagamento de indenização aos
herdeiros, ou foram retomadas devido ao abandono.
GOVERNADORES GERAIS
D. João III criou alguns cargos no Brasil, a fim de dar ajuda e assistência às Capitanias.
Entre esses cargos, o maior era o de Governador. (A partir de 1577 o cargo foi
denominado Governador-Geral, e a partir de 1720 os Governadores passaram a receber
o título de Vice-Reis).
Os regimentos do primeiro Governador e do Provedor-Mor da Fazenda constituem tão
elaborados e minuciosos códigos administrativos, que há quem lhes atribua o caráter de
primeira Constituição do Brasil.
- No dia 28 de janeiro de 1808, logo após a sua chegada, ainda na Bahia, D. João
assina o Decreto de Abertura dos Portos do Brasil a todas as nações amigas. Com isso,
não só o comércio brasileiro teve um excepcional progresso, como também a
agricultura e a pecuária, da mesma forma que foi proporcionado o advento das
indústrias.
- D. João fundou a Imprensa Régia, no Rio de Janeiro, em 1808 o que muito concorreu
para o desenvolvimento cultural do Brasil.
Também na Bahia e em outras províncias estabeleceram-se bibliotecas e tipografias.
Diversos jornais e revistas foram fundados durante seu governo.
AS CORTES
Com a invasão francesa de Portugal, houve uma grande propagação de idéias liberais e
o descontentamento tomou conta do povo português, ocasionado pela ausência da
Família Real e a inferiorização administrativa e econômica da antiga sede da
Monarquia.
O resultado dessa situação foi a articulação de uma conspiração de origem nitidamente
maçônica, no início de 1817, visando substituir o poder estabelecido, por outro.
Descobertos, os conspiradores foram presos e muitos condenados à morte. Isto, porém,
não arrefeceu o ânimo dos descontentes.
Em 24 de agosto de 1820, foi vitoriosa, no Porto, uma revolta militar que resultou na
organização de uma Junta de Governo, de que faziam parte membros do Sinédrio
(sociedade secreta destinada à defesa da reunião das antigas Cortes Gerais
Portuguesas).
Esse movimento chegou a Lisboa a 15 de setembro de 1820. Os Governadores
nomeados pelo Rei foram destituídos, e foi criada uma Junta Provisional do Governo
Supremo do Reino, que assumiu o poder. Essa Junta determinou as condições em que
seriam eleitos os deputados que formariam as Cortes. (As Cortes Gerais Portuguesas,
eram Assembléias convocadas pelos reis nos momentos culminantes da vida nacional.
Com o incremento do absolutismo real, desde 1698 não se reuniam Cortes em
Portugal).
Com a ausência da Família-Real de Portugal, os membros das Cortes não estavam
satisfeitos com a cada vez maior autonomia que o Brasil ia adquirindo, e legislavam
sempre de forma a fazer o Brasil voltar a ser dependente de Portugal.
As Cortes queriam, também, o retorno da Família-Real para Portugal.
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O PROCESSO DA INDEPENDÊNCIA
No dia 12 de outubro de 1822, data do vigésimo quarto aniversário de D. Pedro, ele foi
aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, com o título de D.
Pedro I.
A escolha do regime monárquico, ao invés de republicano para o Brasil, foi devido ao
malogro que esse regime estava tendo na América Latina e na Europa, com grande
instabilidade política e freqüentes guerras civis. Com efeito, no período Imperial, o
Brasil gozou de grande estabilidade e experimentou um progresso comparável ao de
qualquer outra grande potencia mundial.
Muito importante foi a participação da maçonaria no processo da independência. José
Bonifácio de Andrada e Silva, mais tarde cognominado “O Patriarca da
Independência”, era Grão-Mestre da Loja Maçônica do Grande Oriente. Também
vários ministros e políticos influentes junto a D. Pedro faziam parte da maçonaria.
D. Pedro I - D. Pedro de Alcântara Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paula
Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e
Bourbon - (1798-1834) - Nasceu no Paço Real da Quinta de Queluz, em Portugal, a
12 de outubro de 1798. Chegou ao Brasil com 9 anos de idade - Deu muito trabalho
aos seus professores, pois era mais esportista do que intelectual e preferia fazer
trabalhos de carpintaria e cuidar dos cavalos a estudar; mas possuía um forte espírito de
liderança. Casou-se em 1817, aos dezoito anos, com D. Maria Leopoldina,
Arquiduquesa da Áustria, com a qual teve sete filhos. A Imperatriz morreu em 1826
com 29 anos de idade e D. Pedro casou-se novamente, com D. Amélia, com quem teve
uma filha.
D. Pedro teve vários casos extraconjugais, sendo o mais célebre deles o que manteve
durante sete anos com D. Domitila de Castro Canto e Melo, com a qual teve quatro
filhos e a quem deu o título de Marquesa de Santos.
Até a proclamação da Independência do Brasil, D. Pedro fora muito popular entre os
brasileiros. As dificuldades surgidas no novo Império, no entanto, começaram a minar
a popularidade do Imperador.
Foi convocada uma Assembléia Constituinte, formada po 100 membros, representantes
das províncias, a fim de dar ao Brasil uma nova Constituição.
D. Pedro desentendeu-se com a Assembléia, dissolvendo-a em 1823 e nomeou um
Conselho de Estado composto por 10 membros para elaborar uma Carta
Constitucional. O Conselho aproveitou parte do trabalho já realizado pela Assembléia
Constituinte e D. Pedro, a 25 de março de 1824, autorgava ao Brasil a sua primeira
Constituição que, com pequenas modificações, vigoraria até 1889. Essa Constituição
era centralizadora. Constava de quatro Poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e
Moderador. O Poder Moderador era exercido pelo Imperador e tinha ascendência sobre
os outros três.
Outro fator de enfraquecimento da popularidade do Imperador foi a deflagração da
revolta conhecida como Confederação do Equador, que deu-se em Pernambuco, em
1824, contra o fechamento da Constituinte e as medidas autoritárias de D. Pedro. Eram
seus líderes Manuel de Carvalho Paes de Andrade, Cipriano Barata e o Padre Carmelita
Joaquim do Amor Divino Rebelo (conhecido como Frei Caneca). Vencida a revolta, o
Imperador não perdoou seus líderes, condenando-os à morte.
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D. Pedro também não se adaptou ao Controle do Legislativo e tinha freqüentes
desentendimentos com este Poder.
Em 1826, com a morte de D. João VI, D. Pedro foi aclamado Rei de Portugal, com o
título de D. Pedro IV, mas abdicou em favor de sua filha mais velha, D. Maria da
Glória, então com 8 anos de idade.
Em 1828, a Província Cisplatina tornou-se independente do Brasil, com o nome de
República Oriental do Uruguai.
Em março de 1831, houve no Rio de Janeiro, um conflito entre brasileiros e
portugueses, que foi denominado Noite das Garrafadas. Com o objetivo de restabelecer
a ordem, D. Pedro substitui o Ministério, nomeando elementos de confiança dos
brasileiros. Como esses não conseguem restabelecer a paz, são destituídos e
substituídos por um outro, escolhido pelo Imperador, o Ministério dos Medalhões.
Estes, no entanto, eram suspeitos ao povo que se rebela, com o apoio das Forças
Armadas, e intima o Imperador a substituir o Ministério. Este, com sua forte
personalidade, não aceita a intimação, e com o intuito de evitar uma luta armada no
país, abdica ao trono, em favor de seu filho mais novo e único homem, D. Pedro de
Alcântara, então com 5 anos de idade, no dia 7 de abril de 1831.
D. Pedro parte então para Portugal e recupera o trono de Portugal para sua filha D.
Maria da Glória (D. Maria II), que havia sido usurpado pelo seu tio D. Miguel.
D. Pedro morreu, vítima da sífilis, no dia 24 de setembro de 1834, na mesma quinta em
que nascera há 35 anos.
=(Em 17 de dezembro de 1830, morre na Colômbia, o venezuelano Simón Bolívar, “El
Libertador”, responsável pela independência de 7 países da América do Sul)=
AS REGÊNCIAS - (1831-1840)
A MAIORIDADE
- A primeira guerra foi contra o ditador argentino Juan Manoel Rosas, que se prevaleceu
da disputa interna no Uruguai, entre os partidos blanco e colorado, apoiando Manoel
Oribe, do partido blanco. O objetivo desses ditadores era restabelecer o Vice-Reino do
Prata, que congregava Argentina, Uruguai e Paraguai. O exército brasileiro,
comandado pelo General Manuel Marques de Sousa, depois Conde de Porto Alegre,
teve o apoio do governador da província argentina de Entre-Rios, D. Justo José
Urquiza. Após levantar o cerco de Montevidéu, invadiu a Argentina e derrotou as
tropas de Rosas na Batalha de Monte Caseros em 3 de fevereiro de 1852.
A QUESTÃO MILITAR
A ESCRAVATURA
A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO
OS MOVIMENTOS REPUBLICANOS
Em toda a América independente, o Brasil era a única nação que adotara a Monarquia
como forma de governo. Entretanto, em diversos movimentos armados, mesmo antes
de 1822, as idéias republicanas já apareciam nas cogitações dos revoltosos.
Em 1710 no Recife, com Bernardo Vieira de Melo; a Conjuração Mineira, em 1789
e a Revolução Pernambucana em 1817, são exemplos da longevidade dessas aspirações.
Após a Guerra do Paraguai, a idéia de um país republicano tomou vulto. Com a
abolição da escravatura, tanto abolicionistas quanto escravagistas dedicaram-se ao
movimento republicano. Os primeiros, por convicção política, e os segundos por um
sentimento de rancor contra o Império, que tanto os havia prejudicado.
A imagem do Imperador, embora ainda impusesse respeito, estava muito desgastada e
já perdera a popularidade. As questões religiosas e militares e a abolição da escravatura
culminaram com a queda da monarquia.
Também a avançada idade do Imperador e o seu estado de saúde, foram fatores
decisivos, pois mesmo os monarquistas temiam que ele morresse e a coroa passasse
para a Princesa Isabel, que era casada com um francês que certamente iria influenciá-la.
A PROPAGANDA REPUBLICANA
A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Quando o Gabinete presidido pelo Visconde de Ouro Preto subiu ao poder no dia 7 de
junho de 1889, o país estava agitado e descontente. A figura mais prestigiada nos
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meios militares era o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, cuja cooperação os
republicanos começaram a solicitar insistentemente.
Deodoro, que nutria grande simpatia pelo velho Imperador, resistiu o quanto pôde, mas
acabou cedendo aos apelos do Tenente-Coronel Benjamim Constant, em face aos
boatos de que medidas repressivas seriam tomadas, com a sua prisão e a de Benjamim
Constant.
No dia 14 de novembro de 1889, o Visconde de Ouro-Preto convoca às pressas o
Ministério, que se reúne à noite no Quartel-General, para discutir a grave crise. Na
madrugada do dia 15, o Marechal Deodoro assumiu o comando das forças rebeldes e
dirigiu-se ao Quartel-General, cuja defesa estava a cargo do General Floriano Peixoto,
que não opôs resistência, aderindo aos revoltosos. Deodoro encontrou o Ministério
reunido e declarou que o Governo estava deposto.
À tarde do dia 15 de novembro de 1889, alguns republicanos reuniram-se no edifício da
Câmara Municipal, entre eles Lopes Trovão e José do Patrocínio, e lavraram uma ata
declarando a instauração do regime republicano no Brasil.
A Família Imperial foi exilada, partindo para a França no dia 17 de novembro de 1889.
A CONSTITUIÇÃO DE 1891
PRESIDENTES DO BRASIL
=(Em 02 de agosto de 1990, por ordem do ditador Saddam Hussein, o Iraque invade o
Kwait, pequeno emirado do Golfo Pérsico, produtor de petróleo, e um dos principais
fornecedores dos Estados Unidos. Isso faz com que o presidente americano, George
Bush, ordene o ataque de tropas americanas ao Iraque, em janeiro de 1991. A Guerra
do Golfo, chamada pelos americanos de “Operação Tempestade no Deserto”, é rápida, e
as tropas iraquianas são logo expulsas do Kwait)=
=(No sábado, dia 02 de abril de 2005, morre no Vaticano o Papa João Paulo II, o
cardeal polonês Karol Józef Wojtyla)=
=(Na terça-feira, dia 19 de abril de 2005, é eleito o Papa Bento XVI, o cardeal alemão
Joseph Ratzinger)=