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São Paulo:
Brasiliense, 1981, p. 38-65.
A quarta, quinta e sexta cruzadas foram tempos de muito fracasso e por último
controle de Jerusalém por um cruzado. A quarta cruzada não resultou em ganhos nas terras
santas, mas apenas em algumas capturas de cidades e a saque ao próprio império Bizantino,
na cidade de Constantinopla. Vai surgir por chamado do Papa Inocêncio III com a mesma
promessa já relatada de “Salvação eterna”. Contudo, como faltou uma liderança para esses
cruzados acabou-se que não houve ataques a Jerusalém, tendo apenas uma guerra pela coroa
do império Bizantino. A quinta cruzada, foi novamente mais uma derrota já que por mando do
papa Honório III cerca de alguns navios tentou atacar o Egito como uma forma de conquistar
o centro do poder muçulmano, porém não tiveram exerdo. A sexta cruzada foi uma das mais
vitoriosas até então, já que por conta própria o Imperador Romano Frederick II e através de
uma negociação com o Sultão do Egito, conseguiu as cidades de Jerusalém, Jaffa, Belém e
Nazaré. Frederick II tornou-se o rei da cidade Santa, sendo tomado novamente pelos turcos,
sendo essa a última vez que os cruzados tiveram o controle da cidade de Jerusalém. Durante
quase todo o período que se deu as cruzadas o poder de “Deus” sempre esteve entrelaçados
com a justificativa de ataques ao mulçumanos, pode-se dizer que definiu uma condição social
para cada indivíduo durante a sociedade desde seu nascimento, que foi de odiar e guerrear
contra todos aqueles que vão contra o poder da Igreja, como cita Hilário Franco: “A igreja,
porque não poderia aceitar a existência de um grupo que contestava seu poder, sua riqueza e
até mesmo sua condição de instituição cristã” (JUNIOR, 1986: 65).
A sétima e oitava cruzada foi liderada por Luís IX, depois do pedido do papa
Inocêncio IV. A sétima cruzada manteve a mesma estratégia da quinta em atacar o Egito,
nessa conseguiram atacar e conquistar Damietta. Mesmo assim, após seguirem pelo rio Nilo
em direção ao Cairo, foram derrotados. Luís IX permaneceu em sua Cruzada construindo uma
fortaleza cristã na Síria até a morte de sua mãe e sua retomada para a Europa. A oitava
cruzada terá por fim a morte de Luís IX, após seu exército tentar barrar avanços turcos. Não
morrendo na batalha, mas como a maioria do seu exército tiveram um fim por meio de
doenças. Com essa derrota o espírito da Cruzada perdeu força. Com o fim das cruzadas e a
vitória dos mulçumanos nota-se que a sociedade medieval na Europa se desenvolveu e formou
novas estruturas sociais, mas mesmo perdendo um pouco do seu poder a igreja continuou
sendo o centro de comando, porém agora tendo mais religiões difundidas no meio europeu e
concorrentes comerciais.
O autor, também vai mencionar que de fato uns dos primeiros avanços islâmicos no
continente africano e seu difusionismo muçulmano na África ocidental, foi pelo comércio
transaariano. No qual, envolvia o ocidente e o norte do continente, sendo esses primeiros
locais a ser implantados os costumes da crença islâmica, mudando de fato o meio social das
aldeias africanas. Assim sendo, comentários sobre o começo do conflito entre as religiões
cristã e islâmica faltou ser mencionadas na perspectiva desses povos, pois quando acontece
esse encontro não é apenas sobre as duas religiões, mas também toda construção e
embasamentos que levaram essas duas religiões crescerem sua ideologia, como no caso
apresentado, a islâmica precisou se apoia no começo em outras religiões afrodescendentes.
Outro ponto a ser abordado é com a vitória dos mulçumanos e todo seu expansionismo
tanto na Europa como na África. Isso é apresentado pelo autor João José Reis, no capítulo “Os
filhos de Alá na Bahia”, dentro da obra “Rebelião Escrava no Brasil”, pode-se entender sobre
essa relação mesmo que anacrônica, mas de grande importância, é de como o avanço
mulçumano no Oriente e Ocidente proporcionou uma mudança na linguagem, cultura, crença
e etc. Já que até então, a maior cultura deixada é dos gregos e agora o islamismo causou um
dinamismo nos moldes que regiam a sociedade medieval da época. Com isso, João José Reis
explicita como africanos mulçumanos trazidos para a colônia lusitana, para o porto da Bahia,
proporcionou uma das revoltas que ficou marcada para sempre na historiografia da colônia
Brasil, a Revolta do Malês. Esses lutavam pela liberdade religiosa e contra a obrigação de se
batizar, ou seja, buscavam ser livres em direitos e religião. Ou seja, entendemos, que
primeiramente os embates entre as religiões islâmicas e o cristianismo vão continuar ao longo
de uma contínua linha temporal e que esses embates proporcionaram um difusionismo
cultural pluriétnico em todo local do mundo.
TEXTOS DEBATIDOS:
DUBY. “A era do feudalismo.” In: Guerreiros e Camponeses. Lisboa: Estampa, 1993, p. 173-
196.
M’BOKOLO, Elikia. A islamização: uma história a reescrever. In: África Negra: História
e Civilizações Tomo I (até o século XVII). São Paulo/Salvador: EDUFBA/Casas das Áfricas,
2009. p.133-163.
REIS, João José. 6.Os filhos de Alá na Bahia . In: Rebelião Escrava no Brasil: A História do
Levante dos Malés em1835. São Paulo: Cia das Letras, 2003. p.158-214