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SOUSA, Maria Aparecida Silva de.

Bahia, de Capitania a Província 1808-


1823.

ADENAILTON DA SILVA RODRIGUES

A construção historiográfica da Bahia nos permite evidenciar que essa


capitania foi de suma importância estratégica da cora portuguesa, pois partindo
de sua localização até seus rendimentos econômicos, essa viria a se tornar o
centro do poder religioso-politico de brasílica. Provara em seu seio conflitos,
escravidão, crise, desenvolvimento, conjunturas politicas e religiosa, que vão
impulsionar um aprofundamento nas entranhas constitucionais no qual vai
permitir o desenvolvimento dessa, para província. Muitos historiadores
tentaram conduzir a história da Bahia por meios de mitos e construções
ficcionais. Contudo, para haver um debate construtivo sobre essa historiografia
é preciso construir por meios dos relatos e documentos a visão do sujeito da
época, para assim entender todo o ciclo social que se revolucionário a Bahia.

Maria Aparecia Silva de Sousa desenvolveu uma dissertação de pós-


graduação para a obtenção de titulo de doutora, no qual o tema debatido foi a
“Bahia: de capitania a província 1808-1823”. Nessa respectiva obra ela dialoga
com as alterações politicas no período de 1808-1823, cujo objetivo é o
aprendizado individual e coletivo na Bahia, visando os mecanismos que até
então havia possibilitado a sustentação do Estado português ao mesmo tempo
em que demandaram novas articulações entre as classes dirigentes, com isso
evidenciando a instabilidade politica e a conformação de uma nova estrutura de
poder politica. Sua metodologia será embasada em revisões bibliográficas,
analises de documentos impressos e icnografia.

No primeiro capítulo, A Bahia na crise do Antigo Regime na América


portuguesa, a autora vai apresentar as primeiras interações da capitania com a
politica, isto é, adentrando nas conjunturas e crise politicas, a construção do
espaço da politica e a experiências politicas e situação colonial. Logo após o
refugio da corte portuguesa para a colonial brasileira, não vai demorar em
olharem a Bahia com um olha tendencioso visando uma restruturação tanto
econômica quando politica. Mas, para isso vai precisar introduzir na colonial os
primeiros traços do que seria a politica, com isso visando que a capitania
pudesse se torna um grande centro do poder imperial. “Ocupando um lugar de
grande importância entre os domínios da Coroa portuguesa, não somente por
sua posição econômica assentada na produção agroexportadora impulsionada
pelo trabalho cativo, como também por sua localização geográfica estratégica,
a Bahia desempenhava um papel essencial no projeto político de
reordenamento da monarquia bragantina” (p.9). Com isso, nota-se que a Bahia
na sua construção historiográfica terá sua construção urbana, social e politica,
quando á uma movimentação particular da coroa no qual vai nós possibilitar
compreender e apreender a lógica interna desses acontecimentos.

“Administração politica no tempo do 8° conde dos Arcos, 1810-1818”, o


Brasil se via numa crise profunda que abalou sistema socioeconômico por
causa da desvalorização do comercio do açúcar e do algodão brasileiro. Com a
acomodação da corte portuguesa no Brasil, vai acarretar em algumas
indignações na população nordestina já que haverá um aumento nos impostos
juntamente para manter o custo de vida da corte. Com isso, ocorrerá em 1817
á revolução pernambucana no qual visava à separação republicana do governo
geral, pois havia um descontrole econômico e politico na parte governamental
da corte portuguesa. “Nesse contexto, é significativo lembrar que no mesmo
ano em que o conde dos Arcos assumiu o governo da Bahia, em 1810, a
conjuntura política na América hispânica apresentara fortes revezes para o
absolutismo espanhol” (p. 84). É importante mencionar que o conde dos Arcos
conseguiu aplicar uma administração dinâmica e intervencionista que fez ele se
diferencia dos governadores anteriores, pois ao assumir o governo da Bahia vai
aplicar vários investimentos em diversos setores no qual a importância politica
também fará parte dessa transformação, com isso desembocando em uma
ampliação nas especificidades da Bahia e seus habitantes.

No penúltimo capitulo, “Crise e crescimento na Bahia nos anos 1810”,


com o fim do escravismo e com os tratos feitos com a Grâ-Bretanha em abrir
seus portos a interesses simplórios, fez com que a politica atravessasse uma
aguda crise no qual só foi possível uma restauração depois de uma
configuração econômica com as classes proprietárias locais e uma relação com
o Estado. Nesse sentido, houve um grande envolvimento com o mundo
capitalista em que contribui para uma formação ampla de varias redes de
negócio e de investimentos. “De acordo com o prospecto, a gazeta circularia
duas vezes por semana, às terças e às sextas-feiras, ao custo de oitenta réis e,
ocasionalmente, com suplementos extraordinários” (p. 196). A gazeta Idade
d’Ouro do Brasil noticiava as principais informações sobre a prosperidade do
Brasil e acompanhava as tramitações externas das politicas vigentes. È
importante salientar que o Brasil-Reino após a conquista politica e econômica,
ou melhor, da restruturação, conseguir se instabilizar da crise que assolava a
Europa e o reino hispânico.

O ultimo capitulo, O aprofundamento da crise e as tentativas de


superação, 1820-1823, com a falta de expansionismo militar, problemas
econômicos, políticos e várias alianças dando errado, a corte portuguesa se viu
no fim de sua influencia nas colônias conquistadas. A tentativa de superação
partiu dos ideais liberalistas, cujo movido pelos movimentos constitucionalista
português entre os residentes da província da Bahia contra a Monarquia
bragantina. Com isso, até que algumas alternativas para barrar a crise
ganhassem força e mais nitidez. “Em 19 de janeiro de 1824, Francisco Vicente
Viana tomou posse na presidência da província. No dia 10 do mês seguinte,
exatamente três anos após a adesão da Bahia ao constitucionalismo, o Senado
da Câmara, juntamente com o presidente empossado, “as Autoridades
Eclesiásticas, Civis e Militares e mais cidadãos abaixo assinados”, reunia se
para avaliar o projeto de constituição entregue pelo imperador” (p.280). Dessa
forma, esses indivíduos haviam possibilitado uma nova perspectiva de poder,
no qual resultaria nas articulações internas que daria força a construção do
Estado nacional em que a província teria um papel importante.

Portanto, a autora chega a conclusão que ao estudar essas relações de


singularidade histórica e aparentemente desconexas de uma ideia de coesão
que teria realizado uma independia sem conflitos. Ou seja, após apresentar
todo o contexto historiográfico sobre a crise e desenvolvimento politico,
estrutural, urbano e social da Bahia, entende-se que ouve uma preocupação da
autora em trazer conhecimentos que possa ajudar no entendimento e
compreensão da realidade presente, dando a evidenciar que “as experiências
vivenciadas pelos homens naqueles anos certamente têm muito a nos revelar
sobre a crise de nossos tempos” (p.287). A dissertação da autora Maria
Aparecia Silva de Sousa é de suma importância para o entendimento
minucioso sobre o surgimento e o desenrolar da politica na colônia brasílica,
também nós possibilita compreender como se deu a crise e o motivo de suas
independias. Além disso, a autora faz jus a grandes nomes citados ao longo da
obra, no qual tenta dialogar com documentos por ela mesma pesquisada e
dialogado. Essa obra seria de suma importância no meio acadêmico e no
ensino básico, sendo utilizado por professores na sala de aula para assim ter
um desenvolvimento critico sobre como desencadeou toda a construção
político-social na Bahia e no Brasil.

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