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Universidade Federal do Oeste Da Bahia

Centro das Humanidades


Bacharelado e Licenciatura em História
Componente: Historia Medieval I
Docente: Profº. Drº. Pablo Iglesias de Magalhães

RESENHA: Tratado da terra do Brasil: história da província Santa Cruz, a


que vulgarmente chamamos Brasil.

Adenailton da Silva Rodrigues

BARREIRAS-BA, abril/ 2021.


Adenailton da silva Rodrigues

RESENHA: Tratado da terra do Brasil: história da província Santa Cruz, a


que vulgarmente chamamos Brasil.

Trabalho apresentado a Universidade Federal do Oeste


da Bahia – UFOB, pelo curso de História
(Bacharelado), com o intuito a obtenção parcial de nota
da disciplina História do Brasil I, sob a orientação do
professor Drº. Pablo Iglesias de Magalhães.

BARREIRAS-BA, abril/ 2021


GANDAVO, P. M. Tratado da terra do Brasil: história da província Santa Cruz, a que
vulgarmente chamamos Brasil. Edições do Senado Federal, V. 100. Brasília, 2008,
158p.

Pero de Magalhães Gandavo é historiador e cronista português do século


XVI. É o autor da primeira história do Brasil. Nasce em Braga, em data ignorada.
Trabalha como professor de Latim e escreve o primeiro manual ortográfico da língua
portuguesa. Trabalha na transcrição de documentos na Torre do Tombo, em Lisboa,
e é nomeado provedor da Fazenda na Bahia, onde permanece de 1565 a 1570,
provavelmente visitando outras regiões do Brasil. Depois de escrever dois textos
sobre a colônia (Tratado da Província do Brasil e Tratado da Terra do Brasil), publica
em 1576 Histórias da Província de Santa Cruz.

O livro, História da província de Santa Cruz (1576), da Biblioteca do El


Escorial, editado em Lisboa por Antônio Gonçalves, mas tendo como origem o
historiador Pero de Magalhães Gandavo. Seu trabalho ainda escrito no século da
conquista vai conter algumas informações referentes às diversas tribos indígenas e
ainda vai descrever rapidamente cada capitania em suas particularidades como os
engenhos, escola jesuítas, tamanho, distância, e os donos das capitanias em que se
dividia o território brasileiro com as de Itamaracá, Bahia, Ilhéus, Espírito Santo, Porto
Seguro, Rio de Janeiro e São Vicente. Era uma espécie de propaganda de incentivo
a imigração, pois propagava o clima, as riquezas da terra, os recursos naturais e
sociais nela existentes e as possibilidades dos portugueses mais pobres
enriquecerem na terra recém-descoberta. Foi testemunha direta das novidades das
novas terras e dos acontecimentos e foi tido em alto valor e um verdadeiro registro
da emigração portuguesa para o novo mundo.

Descreveu plantas, especialmente a mandioca, assinalando as suas


utilidades, assim como as características de cada parte da planta. Também
descreveu uma série de aspectos locais como os animais, que eram em boa parte
desconhecidos dos europeus, como o papa-formigas e o tatu, e uma série de aves,
insetos e peixes exóticos. Também vai mencionar os costumes da terra, da fauna e
da flora, perpassando também por relatos de ritual da antropofagia e diversos outros
costumes da terra. Gandavo neste texto mostra um sentimento forte contra os
nativos, exagerando suas guerras e costumes que parecem bárbaros aos
“civilizados colonos” de Portugal.

Cita há infinidade de mosquitos, principalmente ao longo de algum rio entre


umas árvores que se chamam mangues, não pode nenhuma pessoa esperá-los; e
pelo mato quando não há viração são muito sobejos e perseguem muito a gente.
Em outra passagem, chamam peixes bois, os quais são tão grandes que os maiores
pesam quarenta, cinquentas arrobas. Têm o focinho como o de boi e dois cotos com
que nadam à maneira de braços. As fêmeas têm duas tetas, com o leite das quais
se criam os filhos. O rabo é largo, rombudo, e não muito comprido, não têm feição
alguma de nenhum peixe, somente na pele quer se parecer com toninha (Pontoporia
blainvillei).

Em História da Província Santa Cruz escreveu que depois que o pau da tinta
começou a chegar ao reino chamaram de Brasil à província de Santa Cruz, e que
chamaram de Brasil por ser vermelho e ter semelhança de brasa e daqui ficou esta
terra com este nome. Morreu em Portugal, em local incerto.

A obra desse autor que foi um dos primeiros literários brasileiros vai servir
para todo um entendimento e compreensão demográfico e social do Brasil.
Também, será possível analisar aspectos políticos como os governantes de algumas
províncias e suas manobras para arrecadamento econômico. Seu foco vai ser as
paisagens naturais e de tudo que dela vem. Essa obra é de suma importância para
construção historiográfica do Brasil e a formação estrutural do mesmo. O autor tenta
formular alguns conceitos sobre as transformações que ocorreram no Brasil colonial,
tanto no nome como também na cultura, costumes, economia e no meio social.
Dando a entender todo um detalhamento da história do Brasil, mesmo um pouco
exagerada em alguns pontos das guerras. Gandavo perpetua, por último, a falta de
aproveitamento dos rios que poderiam se tornar um grande veículo para a economia
e povoamento. Já que por meio dos rios, dá para se alcançar uma área maior e isso
ao que cerne a transportação de mercadorias e navios, também é possível desfrutar
do que dele vêm, como por exemplo a alimentação dos gados, criação de engenhos,
vilas etc.

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