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COLÉGIO PURIFICAÇÃO

GRUPO QUINHENTISMO

QUINHENTISMO:
A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL

ARACAJU
2023
GRUPO QUINHENTISMO

QUINHENTISMO:
A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL

Trabalho apresentada ao Sarau Literário,


Colégio Purificação, como parte da
apresentação de seminários sobre os
períodos literários na Europa,
principalmente em Portugal, e no Brasil ao
longo dos anos.

Orientador: Prof. Willison Frank

ARACAJU
2023
Sumário

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................4
2. O QUE FOI O QUINHENTISMO..............................................................4
3. COMO SURGIU O QUINHENTISMO.....................................................4
4. CONTEXTO HISTÓRICO........................................................................4
5. PRINCIPAIS INTEGRANTES..................................................................4
6. OBRAS MAIS IMPORTANTES...............................................................5
7. INFLUÊNCIA NA ÉPOCA.......................................................................5
8. PERO VAZ DE CAMINHA.......................................................................6
9. HISTÓRIA ARTÍSTICA E PESSOAL DO ESCRITOR..........................6
12. RECONHECIMENTO E INFUÊNCIA...................................................6
10. VIAGEM DO ESCRIVÃO AO BRASIL................................................7
11. A CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA............................................7
QUINHENTISMO:
A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO LITERÁRIA NO BRASIL

O Quinhentismo, no Brasil e em Portugal, designa uma importante fase da


história da literatura desses países, apesar de ter se expressado de modo diferente em um
e outro. No Brasil, designa o conjunto de textos e autores do período colonial,
compreendendo os três primeiros séculos desde a conquista portuguesa. Ele vem da
época em que o movimento literário surgiu no Brasil. Esses movimentos literários
aconteceram por volta de 1500, quando os portugueses chegaram às ilhas brasileiras,
por isso, o período literário do Quinhentismo no Brasil se manteve como um reflexo da
tradição literária portuguesa. Assim, o contexto histórico do Quinhentismo é o início da
colonização brasileira. As duas forças políticas que atuaram na dominação do território
e dos nativos, o Estado português e a Igreja Católica, são perceptíveis a partir das
produções literárias do período.

ESCRITORES DO QUINHENTISMO

Pero Vaz de Caminha foi um nobre português que ficou marcado na história
brasileira como o responsável por escrever o primeiro documento escrito sobre o Brasil.
A “Carta a El-Rei Dom Manoel sobre o achamento do Brasil” descreve como foram os
novos territórios descobertos e mostrar ao povo europeu como eram as terras e costumes
dos nativos.

Figura 1 - Pero Vaz de Caminha


Fonte: https://www.todoestudo.com.br/literatura/carta-de-pero-vaz-de-caminha

Hans Staden foi um aventureiro alemão, que foi duas vezes para o Brasil, onde
participou de combates nas capitanias de Pernambuco e de São Vicente contra
navegadores franceses e seus aliados indígenas e onde passou nove meses escravo dos
índios tupinambás. O livro “Duas Viagens ao Brasil” foi escrito para mostra os relatos
que Staden passou na sua aventura nas mãos dos tupinambás.

Figura 2 – Hans Staden

Fonte:https://www.gmx.at/wissen/hans-staden-deutsche-kennt-brasilien-kind-36993060

Manuel da Nóbrega foi o chefe da primeira missão jesuítica à América. Ele foi o
único fundador da cidade de São Paulo responsável por criar a Aldeia de Piratininga e
pela instalação do colégio dos jesuítas.
O Diálogo sobre a conversão do gentio trata-se de um processo de catequização
dos povos indígenas e mostra os costumes da sociedade de tupinambá.
Figura 3 - Manuel da Nóbrega

Fonte: https://www.reddit.com/r/brasil/comments/Anico_retrato_de_manuel_brega_56076

José de Anchieta foi um espanhol que fez Companhia de Jesus no Reino de


Portugal, ele foi um dos fundadores das cidades brasileiras de São Paulo e do Rio de
Janeiro. Foi o primeiro poeta, o primeiro dramaturgo e o primeiro gramático. Poema “À
Virgem” foi o livro que foi escrito na praia no decorrer do período que permaneceu
refém dos índios. Foi o maior poema com mais de 6 mil estrofes já escritas.

Figura 4 - José de Anchieta


Fonte: https://www.infoescola.com/biografias/jose-de-anchieta/

Pero de Magalhães Gândavo esteve no Brasil para trabalhar na fazenda do


governo da Bahia, ele foi um professor no norte de Portugal e foi secretário na Torre do
Tombo. Sua principal obra, “A Primeira história do Brasil”, foi a primeira obra postada
com a língua portuguesa sobre o Brasil. O livro fala sobre o relato de um viajante do
renascimento, onde Gândavo um homem empreendedor, ciente do latim e sempre atento
dos aspectos botânicos, zoológicos, etnológicos e geológicos.

Figura 5 – Pero de Magalhães Gândavo

Fonte:https://br.pinterest.com/pin/1091630397151894449/

Gabriel Soares de Sousa foi um historiador do Brasil, foi também um dos


homens bons de terra e vereador da Câmara de Salvador. Ele queria solicitar a Corte de
Madri para ter a autorização para favorecer a
exploração de algumas minas.
Figura 6 - Gabriel Soares de Sousa
Fonte: https://alchetron.com/Gabriel-Soares-de-Souza

Notícia do Brasil: também pode ser conhecido como o Tratado Descritivo do


Brasil, pertencendo à Coroa de Portugal e tento a fertilidade de todas as aves, animais e
plantas e dos costumes dos seus naturais.

PERO VAZ DE CAMINHA

Pero Vaz de Caminha, herdeiro de Vasco Fernandes, ele era escrivão e


tesoureiro, e ficou conhecido pelas suas funções como escrivão de Pedro Álvares Cabral
no ano de 1500. Não sabemos ao certo quando ele nasceu, mas estudiosos relatam que
ele nasceu em 1450, e vem a falecer no dia 15 de dezembro de 1500, na cidade de
Caecute, na Índia. Não temos muitas informações sobre sua vida pessoal, pois não quase
nenhum registro daquela época.

Pero Vaz de Caminha era um escrivão dos empreendimentos marítimos da frota


de Pedro Álvares Cabral no ano de 1500. Em uma Expedição onde Cabral partiu de
Lisboa, Portugal, em 9 de março de 1500, com uma frota de várias embarcações, com o
objetivo inicial de estabelecer rotas comerciais com as Índias. Mas durante a viagem, a
frota se desviou e acabou chegando à costa do que hoje conhecemos como Brasil. Com
a chegada ao Brasil os portugueses ficaram maravilhados com aquelas terras que nunca
tinham visto antes. Vaz de Caminha descreve a terra como exuberante e fértil, com uma
fauna diversificada. Ele escreve em sua obra " Carta a El-Rei Dom Manuel" interações
iniciais com os nativos, povos indígenas que encontraram na região. Pelo seu relato, os
indígenas tinham curiosidade e interesse pelos portugueses, trocando presentes e
mantendo uma comunicação pacífica.

Caminha foi o autor da "Carta a El-Rei Dom Manuel", na qual descreveu


detalhadamente a chegada dos portugueses ao Brasil. Esse relato representa o primeiro
contato documentado entre os europeus e os povos nativos brasileiros, sendo uma fonte
crucial para historiadores e antropólogos interessados nas culturas indígenas pré-
coloniais.

Sua carta foi utilizada pelos portugueses para entender a geografia, os recursos
naturais e as populações locais, ajudando a estabelecer estratégias para a exploração e
colonização do Brasil. Esse conhecimento foi crucial para os primeiros anos da presença
portuguesa no país.

A carta de Caminha é considerada um dos documentos mais importantes da


história do Brasil, proporcionando conhecimentos sobre a mentalidade dos exploradores
e as condições encontradas na época. Ela é uma fonte primária valiosa para estudiosos
que buscam entender o período inicial de colonização das Américas.

O relato de Caminha também contribui para a construção da identidade


brasileira, ajudando a traçar as origens do país e influenciando a narrativa histórica e
cultural brasileira.

Algumas curiosidades são que, somente dois séculos depois, em 1773, a carta
escrita por Vaz de Caminha foi redescoberta pelo guarda-mor de arquivos da Torre de
Tombo, José Seabra da Silva; embora tenha sido redescoberta muito tempo depois, a
carta de Caminha ainda demorou para ser publicada. Tal publicação ocorreu apenas em
1817, pelo Padre Manuel Aires do Casal.
A CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA

A carta-relato de Pero Vaz de Caminha é considerada um dos principais


documentos históricos da História do Brasil. A importância que Pero Vaz de Caminha
tem para o Quinhentismo se deve à sua famosa Carta de Descobrimento ou Achamento
do Brasil ou Carta de Pero Vaz de Caminha, que na época não ficaram famosas de cara,
pois, apesar de ter sido publicada no Brasil em 1817, suas primeiras impressões, escritas
em manuscritos, aconteceram muitos anos antes, no século XIV.
Figura 7 - Carta de Pero Vaz de Caminha
Fonte: https://alchetron.com/P%C3%AAro-Vaz-de-Caminha

Um mundo cheio de peculiaridades, vegetação e paisagens belas e com uma


cultura extremamente diferente da sua, o que causou um grande choque cultural no
europeu que acabara de chegar em um novo território. Desse modo, Pero Vaz de
Caminha, como um excepcional escrivão da época, produziu a carta que até hoje é
utilizada como exemplo tanto na história brasileira quanto na história da literatura.

Sua carta é o marco do começo do Quinhentismo, que antes não era


considerado uma manifestação literária, mas é muito reconhecida atualmente por ser o
primeiro documento que menciona o país. Ela tem como principal característica a
literatura de informação, por conta dos seus relatos, textos descritivos e informativos
sobre as belezas naturais e povos indígenas do Brasil, porém contendo uma visão
eurocêntrica. Percebe-se a quão detalhada era a expedição na carta lendo somente os
primeiros versos. Ela é cheia de informações como datas e responsabilidades da viagem,
tentando ser o mais preciso possível.

Caminha tivera a complicada tarefa de descrever o encontro de culturas tão


diferentes, ainda mais por ser o primeiro a fazer isso. Portanto, essa carta é considerada
uma espécie de documento de batismo da nossa terra. Em um dos seus primeiros
versos, ele mostra a complexidade de narrar o que vira. Ele diz:

“Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo
que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me
pareceu.”

Dessa forma, ele se questiona se poderá narrar o que viu com propriedade e que
só porá os fatos. Como foi encarregado de descrever com muitos detalhes tudo que viu,
considerou uma árdua tarefa, principalmente pois tudo o que observava era diferente de
tudo que conhecia.

A princípio, ele descreve uma das características mais marcantes do território, a


riqueza natural que tornava a visão da terra divina aos seus olhos. Ao longo da carta,
percebe-se a demonstração dos lusitanos ao descobrirem as riquezas minerais existentes
e seus interesses pelo lucro. Essa demonstração foi chamada de “fome do ouro”:
“Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de
metal ou ferro; nem lho vimos.”

Além disso, houve um choque cultural muito grande ao português, que antes só
conhecia um mundo eurocêntrico, chegar ao Brasil. Caminha narrava os nativos como
pessoas totalmente diferentes, como se fossem “outra espécie”, e utilizava da
comparação em seus relatos ao rei Manoel I para descrevê-los. Observa como se
comportam, como se vestem, o que comem, como se relacionam entre si e com os
próprios navegadores. Assim, não é difícil imaginar que os navegantes tinham uma
visão totalmente eurocêntrica e como se sentiam superiores aos povos indígenas.

Um dos principais exemplos desse choque cultural é a nudez do povo indígena,


algo que não cabia na cabeça do Português, ou seja, a nudez era dita impensável. Assim,
os recém-chegados passaram a usar o termo “vergonhas” ao se dirigir as genitais dos
nativos:

“Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas
mãos traziam arcos com suas setas.”

Por fim, esse encontro cultural passou a se tornar maléfico aos habitantes da
terra “descoberta”, uma vez que o escritor deixava claro em sua carta a ideia de
catequização dos indígenas, ou seja, convertê-los ao catolicismo, mostrando
superioridade à cultura daquele povo. Ele cita várias vezes que era de extrema
importância “salvar essa gente” com a catequização.

Como dito anteriormente, no começo da análise da carta, o escrito de Pero Vaz


de Caminha não fora logo publicado, por conta de vários fatores. Um deles foi o
desaparecimento de sua carta durante três séculos, que só foi publicada em torno de
1900 por causa do historiador brasileiro Capistrano de Abreu. Por conseguinte,
atualmente a carta se encontra no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, situado em
Lisboa, Portugal.

REFERÊNCIAS

D’AVILA, Guilherme Gomes da Silveira. Pero de Magalhães de Gândavo, autor da


primeira obra sobre a ortografia da língua portuguesa e da primeira história do
Brasil. Universidade Federal de Pernambuco. Editora UFPE, 2009.
DIANA, Daniela. Carta de Pero Vaz de Caminha. In. Toda Matéria. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 23 out.
2023.

GÂNDAVO, Pero de Magalhães de. A primeira história do Brasil: História da


província Santa Cruz. Editora: Zahar, 2004.

HISTÓRIA DO BRASIL. Pero Vaz de Caminha: biografia resumida. Disponível em:


https://www.historiadobrasil.net/resumos/pero_vaz_caminha.htm#google_vignette.
Acesso em: 25 out. 2023.
WIKIPÉDIA. Pero Vaz de Caminha. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pero_Vaz_de_Caminha. Acesso em: 25 out. 2023.

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