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INTRODUÇÃO AO

ESTUDO DA ECIT FRANCISCA MARTINIANO DA


ROCHA

Língua Portuguesa
LITERATURA - Profª Camila S. Lima

QUINHENTISMO
O QUE É LITERATURA?
A literatura (do latim littera, que
significa “letra”) é uma das
manifestações artísticas do ser
humano, ao lado da música, dança,
teatro, escultura, arquitetura, dentre
outras.
Ela representa comunicação,
linguagem e criatividade, sendo
considerada a arte das palavras.
Trata-se, portanto, de uma
manifestação artística, em prosa ou
verso, muito antiga que utiliza das
palavras para criar arte, ou seja, a
matéria prima da literatura são as
palavras.
COMO E QUANDO
SURGIU A LITERATURA
NO BRASIL?
 1500 (QUINHENTISMO) – LITERATURA DE
INFORMAÇÃO
 MOMENTO HISTÓRICO: Corresponde à época do
“descobrimento” do Brasil
 TENDÊNCIAS DO QUINHENTISMO:
LITERATURA DE
LITERATURA JESUÍTICA
INFORMAÇÃO

Pero Vaz de Caminha Pe. José de Anchieta


DESCOBRIMENTO DO
BRASIL
O Quinhentismo está
diretamente relacionado à
chegada dos portugueses ao
Brasil, em 1500. Esse evento
histórico marcou o início da
colonização do país, que durou
mais de três séculos. Naquele
momento, o Brasil era habitado
por diversos povos indígenas,
que viviam de acordo com suas
próprias culturas e tradições. A
partir desse contexto, os
escritores do Quinhentismo
começaram a registrar suas
impressões sobre a natureza e a
cultura dos povos nativos.
LITERATURA DE
INFORMAÇÃO
 Cartas de viagem e Diários de
navegação.
 Não se pode falar em uma literatura
propriamente brasileira, pois no país
não se produzia nada além de registros
informativos sobre o Brasil.
 A missão dos viajantes era a
produção de registros detalhando os
recursos minerais, os perigos
existentes, os habitantes que aqui
viviam a sua fauna e flora.
 As primeiras produções literárias do
Brasil só irão existir de fato no
Barroco.
A CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA
TEM IMPORTÂNCIA POR 3 ASPECTOS:

HISTÓRICO LINGUÍSTICO
LITERÁRIO Por ser a primeira e Por se tratar do
mais importante primeiro texto
Pela carga de referência sobre a escrito em Língua
elementos líricos origem do Portuguesa escrito
que contém descobrimento do em águas e terras
Brasil brasileiras
A CARTA

A carta faz um relato dos dias


passados na Terra de Vera Cruz
(nome antigo do Brasil) em Porto
Seguro, da primeira missa, dos
índios que subiram a bordo das
naus, dos costumes destes e da
aparência deles, assim como fala do
potencial da terra, tanto para a
mineração, quanto para a
exploração da fauna, flora e
humana, já que fala sempre em
“salvar” os nativos, convertendo-os.
GRAÇAS AO LIRISMO E À RIQUEZA DE Desembarque de Cabral
D E TA L H E S D E C A M I N H A , F O I P O S S Í V E L
em Porto Seguro. Obra de
A RT I S TA S P I N TA R E M S U A S I M P R E S S Õ E S
S O B R E O S P R I M E I R O S C O N TATO S C O M O S Oscar Pereira da Silva,
N AT I V O S . 1922.
IMPRESSÕES SOBRE OS
NATIVOS...
(...) A pele deles é parda e um pouco
avermelhada. Têm rostos e narizes bem feitos. Andam nus,
sem cobertura alguma. Nem se preocupam em cobrir ou
deixar de cobrir suas vergonhas mais do se que
preocupariam em mostrar o rosto. E a esse respeito são
bastante inocentes. (…)
Parece-me gente de tal inocência que, se nós
entendêssemos a sua fala e eles a nossa, eles se tornaria,
logo cristãos, visto que não aparentam ter nem conhecer
crença alguma. Portanto, se os degredados que vão ficar
aqui aprenderem bem a sua fala e só entenderem, não
duvido que eles, de acordo com a santa intenção de Vossa
Alteza, se tornem cristãos e passem a crer na nossa santa fé.
Isso há de agradar a Nosso Senhor, porque
certamente essa gente é boa e de bela simplicidade. E
poderá ser facilmente impressa neles qualquer marca que
lhes quiserem dar, já que Nosso Senhor lhes deu bons
corpos e bons rostos, como a bons homens. E creio que não
foi sem razão o fato de Ele nos ter trazido até aqui.
IMPRESSÕES SOBRE A TERRA
RECÉM “DESCOBERTA”...
Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta mais
ao Sul até a outra ponta ao Norte, do que nós pudemos
observar deste porto, é tão grande que deve ter bem ou vinte e
cinco léguas de costa. Ao longo do mar, têm, em algumas
partes, grandes barreiras, uma vermelhas e outras brancas; e
a terra é toda chã e muito formosa. O sertão nos pareceu, visto
do mar, muito grande; porque a estender os olhos não
podíamos ver senão terra e arvoredos – terra que nos parecia
muito extensa.
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela,
ou outra coisa de metal, ou ferro; nem os vimos. Contudo, a
terra em si é de bom clima, fresco e temperado, como os de
Entre-D’Ouro-E-Minho, nesta época do ano. As águas são
muitas; infinitas. De tal maneira é graciosa que, querendo-a
aproveitar, dar-se-á nela tudo, por causa das águas que tem!
CARACTERÍSTICAS DA
PRODUÇÃO
 Relato;
 Descrição da terra (retrato compreensível de uma realidade inteiramente
desconhecida e estranha);
 Linguagem: estrutura descritiva (adjetivos – comparações).
“E O MELHOR FRUTO QUE A Primeira Missa no
DELA SE PODERÁ TIRAR, Brasil, quadro de Victor
SERÁ SALVAR ESSA GENTE.” Meirelles.
LITERATURA JESUÍTICA

 Em 1549 chegaram ao Brasil os


primeiros jesuítas (padres que
pertenciam à Companhia de Jesus,
uma ordem religiosa vinculada à Igreja
Católica que tinha como objetivo a
pregação do evangelho pelo mundo.)
 Os jesuítas tinham o objetivo de
propagar e difundir a fé cristã entre os
índios, até então conhecidos como
“selvagens”.
 Para que exercessem seu trabalho na colônia, inicialmente, foi necessário criar uma
comunicação com os nativos, uma vez que esses falavam tupi e os jesuítas falavam
português. Assim, o padre José de Anchieta desenvolveu um manual que auxiliava na
comunicação dos jesuítas com os nativos. Nesse período da história brasileira, o idioma
mais comum existente aqui era a Língua Geral, que mesclava elementos do português
com idiomas nativos.
PADRE JOSÉ DE
ANCHIETA

 Quanto à valorização literária, José de


Anchieta destaca-se como o único autor desta
época cuja produção extrapola o caráter
meramente histórico.
 Escreveu: poemas líricos e épicos, cartas,
sermões e uma pequena gramática da língua tupi.
Um exemplo de poema de Padre José de Anchieta que evidencia seu desejo de
catequizar os índios é "À Virgem". Esse poema, escrito em tupi-guarani, é um dos
mais conhecidos de Anchieta e foi usado como ferramenta para a conversão dos
indígenas ao cristianismo.

"Ó Virgem Mãe, no céu assentada,


Que pelo mundo andais, nunca cansada,
Ouvi o que vos roga esta gente,
Que a vossos pés prostrada está presente."

O poema apresenta uma linguagem simples e direta, com versos curtos e rimas, que
tornavam a mensagem mais acessível aos índios que não falavam a língua
portuguesa. Além disso, a referência à Virgem Maria, figura muito presente na
cultura católica, servia como ponto de conexão entre as crenças indígenas e as
religiosas trazidas pelos jesuítas.

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