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4 DE OUTUBRO DE 2023

Literatura De
Informação

TRABALHO DE PORTUGÛES
Professora: Rita
ETEC. Alberto Feres – 1° Química
Emerson Moreira e Nicolas Bini
Literatura da informação

Contexto histórico:
No século XVI (Renascimento: Humanismo), momento histórico marcado pelas grandes
navegações, os portugueses navegavam em busca de novas terras e acordos comerciais.
Em 1500, com o intuito de encontrar o caminho das Índias, os navegantes acabaram
avistando as terras brasileiras e, desde então, iniciou-se um grande processo colonizador
ao território encontrado e aos índios que ali habitavam

O que é literatura da informação?


A Literatura de Informação corresponde aos textos de viagens escritos em prosa e
fazem parte do primeiro movimento literário do Brasil: o Quinhentismo (1500-1601).
Recebem esse nome pois são textos de caráter informativo os quais eram escritos
com o intuito informar sobre as novas terras descobertas. Vale ressaltar que esses
textos históricos e literários foram essenciais para fundar a literatura brasileira

O Quinhentismo

O período quinhentista é marcado pelo início do processo de colonização no Brasil. Não


se trata de uma corrente literária, pois sua contribuição é bem mais histórica e
informativa sobre aquele momento, uma vez que é caracterizada pelo choque cultural
entre índios e europeus: os primeiros contatos, as relações de troca, a linguagem, a
diferença entre os valores e hábitos e, também, a exploração indígena. Além disso,
devido as cartas de Pero Vaz de Caminha, escrivão português, tivemos acesso às
informações e relatos daquele período, tais como a descrição climática e geográfica.
Contudo, essas manifestações propiciaram condições para as futuras produções literárias
do Brasil colonial e fomentaram na criação de uma escrita artística voltada ao ambiente,
ao homem e à formação cultural do país.

A Literatura da Informação

Também chamada de literatura da informação, é conhecida pelos relatos e descrições do


território brasileiro durante os primeiros anos no processo de colonização brasileira. Os
textos tinham o intuito de informar aos governantes de Portugal sobre o território
explorado sobre os interesses comerciais: exploração de matéria-
prima, área favorável para a implementação de colônias, a abundância de minérios, a
grandiosidade da fauna, o contato com os indígenas, entre outros.

As primeiras manifestações literárias brasileiras não constituem uma escola literária, são
registros de viajantes e de jesuítas. O primeiro documento escrito da história do Brasil é
a carta enviada pelo escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral, Pero Vaz Caminha
(1450-1500), ao rei de Portugal com informações sobre a fauna, a flora e a gente da
nova terra.

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"Andam nus sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa de cobrir nem
mostrar suas vergonhas e estão acerca disso com tanta inocência como têm de mostrar
no rosto. (...) Eles porém contudo andam muito bem curados e muito limpos e naquilo
me parece ainda mais que são como as aves ou alimárias monteses que lhes faz o ar
melhor pena e melhor cabelo que as mansas, porque os corpos seus são tão limpos e tão
gordos e tão fremosos que não pode mais ser.”

Literatura jesuítica:

também chamada de literatura de catequese, teve como objetivo a conversão dos índios
à fé cristã. Constitui-se de textos escritos por missionários jesuítas e tem como expoente
máximo Padre José de Anchieta (1534 -1597) - que produziu, além de peças de teatro e
poemas, uma gramática da língua tupi. Literatura informativa: descreve e cataloga a
nova terra e o povo que nela habitava. Surgiu com a necessidade de colonizar o
território e teve como objetivo apresentar aos cidadãos da metrópole os benefícios que
desfrutariam caso resolvessem se mudar para a América.

diferenças

Literatura dos jesuítas Literatura de informação


Características: Características:
- conquista espiritual - conquista material
- catequese - textos descritivos
- teatro pedagógico - valor histórico
- poesias de devoção - exaltação da terra nova

Autores e obras: Autores e obras:


Pe. José de Anchieta: Pero Vaz de Caminha:
- Poema à Virgem - Carta a el-Rei dom Manuel sobre o
- Arte da gramática da língua mais achamento do Brasil
usada na costa do Brasil
- Na festa de São Lourenço Gabriel Soares de Sousa:
- Tratado descritivo do Brasil
Pe. Manuel da Nóbrega: Pero de Magalhães Gandavo:
- Cartas do Brasil - Tratado da Terra do Brasil
- Diálogo sobre a conversão do gentio

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Principais Pontos da Literatura de Informação:

1. Contexto Histórico: A Literatura da Informação se desenvolveu durante o


período de colonização do Brasil pelos portugueses, a partir do século XVI
em diante. As cartas e relatos foram uma maneira importante de comunicar
informações sobre a nova terra e suas descobertas.

2. Descrição Geográfica: Muitas dessas cartas e documentos continham


descrições geográficas detalhadas das regiões exploradas, incluindo a
geografia, topografia, clima e recursos naturais do Brasil.

3. Descrição da População Local: Os autores das cartas frequentemente


descreviam as culturas indígenas e a vida dos povos nativos, bem como suas
interações com eles. Isso incluía observações sobre costumes, línguas e
modos de vida dos povos indígenas.

4. Flora e Fauna: A rica biodiversidade do Brasil era um tema comum nas


cartas, com descrições detalhadas das plantas, animais e recursos naturais
encontrados na região.

5. Recursos Minerais e Econômicos: Os relatos frequentemente mencionavam a


descoberta de recursos valiosos, como ouro, prata, pedras preciosas e
madeira, que eram de grande interesse para Portugal.

6. Desafios e Dificuldades: Além das descobertas positivas, as cartas também


mencionavam os desafios enfrentados pelos colonizadores, como doenças,
conflitos com povos nativos e dificuldades logísticas.

7. Missões Religiosas: A atividade missionária dos padres jesuítas e outras


ordens religiosas era frequentemente documentada nas cartas, incluindo a
conversão de indígenas ao cristianismo

8. Propósitos e Audiência: As cartas da Literatura da Informação tinham como


propósito principal informar o rei de Portugal e outros interessados sobre as
descobertas e desenvolvimentos nas colônias. Elas eram direcionadas a uma
audiência específica.

9. Contribuição Histórica: Esses documentos são de imensa importância


histórica, pois forneceram um registro detalhado dos primeiros anos da
colonização do Brasil e contribuíram para a compreensão da história colonial
brasileira.

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10. Fonte de Inspiração Literária: Alguns desses documentos também serviram
como fonte de inspiração para escritores e literatos posteriores que exploraram temas
relacionados à colonização e à interação entre culturas

Fontes
Links
 https://www.colegioequipejf.com.br/site/uploads/arquivos_conteudo_aluno/
3158/1597083656JYgyTvTl.pdf

 https://d3uyk7qgi7fgpo.cloudfront.net/lms/modules/materials/extensivoenem-
literatura-Quinhentismo-22-03-2019-d169c75e610e43e1cde4dd1dba88c594.pdf

 http://www.ocsan.net/lite/quinhentismo.pdf

 https://colegiosaobento.net/mapa-mental-quinhentismo/

 https://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/carta.pdf

Mapa mental para resumir e ajudar no entendimento da Literatura da


informação

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Inicio da carta de Pero Vaz de Caminhas para o rei D. Manuel I sobre a
descoberta de novas terras (Brasil)

Senhor:
“Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa
Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou,
não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor
puder, ainda que — para o bem contar e falar — o saiba pior que todos fazer.

Tome Vossa Alteza, porém, minha ignorância por boa vontade, e creia bem por certo
que, para aformosear nem afear, não porei aqui mais do que aquilo que vi e me pareceu.

Da marinhagem e singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza, porque o
não saberei fazer, e os pilotos devem ter esse cuidado. Portanto, Senhor, do que hei de
falar começo e digo:

A partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, 9 de março. Sábado, 14
do dito mês, entre as oito e nove horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da
Grã- Canária, e ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a
quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês, às dez horas, pouco mais ou menos,
houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, ou melhor, da ilha de S. Nicolau, segundo o
dito de Pero Escolar, piloto.

Na noite seguinte, segunda-feira, ao amanhecer, se perdeu da frota Vasco de Ataíde com


sua nau, sem haver tempo forte nem contrário para que tal acontecesse. Fez o capitão
suas diligências para o achar, a uma e outra parte, mas não apareceu mais!

E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das
Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670
léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita
quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras
a que dão o nome de rabo-de-asno.

E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos.


Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande
monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com
grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a
Terra da Vera Cruz.”

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